"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


quinta-feira, 21 de abril de 2011

O OVO CÓSMICO DA DEUSA


Os simbolismos ocultos do ovo

Na cosmologia da Deusa o ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe, manifestada como uma Deusa Pássaro
.

Os antigos egípcios consideravam o Sol como o ovo dourado posto pela deusa Hathor, na sua manifestação como A Gansa do Nilo. Nos rituais egípcios o próprio universo era visto como o ovo cósmico criado no início dos tempos.
Os mitos gregos associavam diversas deusas com o ovo cósmico, por exemplo Leto, que chocou um ovo misterioso do qual nasceram Apollo, representando o Sol, e Ártemis simbolizando a Lua. O historiador Hesíodo relata como a Mãe da Noite (o vazio ou abismo cósmico, o espaço infinito), que antecedeu à criação e gerou todos os deuses, criou o Ovo do Mundo e de suas metades surgiram o céu e a Terra. Em outra versão, deste ovo (identificado com a Lua) surgiu Eros (o amor), que colocou o universo em movimento e contribuiu para a proliferação da vida.. Para os hindus o ovo cósmico é posto por um enorme pássaro dourado, enquanto no mito de criação finlandês, a Deusa Ilmatar, a Criadora que flutuava sobre as águas primordiais, abrigou sobre seu ventre um ovo posto por um grande pássaro e que, ao quebrar, formou o céu e a Terra.

Os ovos são símbolos da Lua, da Terra, da criação, do nascimento e da renovação. A iniciação nos Mistérios Femininos é vista como um renascimento, análogo ao ato de sair da casca. O círculo, a elipse, o ovo, o ventre grávido são símbolos da plenitude misteriosa da gestação e da criação. O centro de um círculo é um espaço protegido e seguro, semelhante à escuridão do ventre e do ovo. Inúmeras estatuetas representam as deusas neolíticas associadas com a Lua ou o ovo. No folclore de vários povos europeus existem crenças ligadas ao ovo, considerados símbolos de fertilidade, humana ou animal.

Até o século 17 na França, a noiva devia quebrar um ovo na soleira da sua casa para assegurar sua fecundidade. Os antigos eslavos e alemães untavam seus arados antes da Páscoa com uma mistura de ovos, farinha, vinho e pão, para atrair assim abundância para as colheitas.

Na Inglaterra antiga, crianças percorriam as casas no Domingo de Ramos pedindo ovos; recusar este pedido era um mau presságio para os moradores.
Usavam-se ovos também nas oferendas para os mortos, colocados juntos deles no caixão ou sobre os túmulos. Os judeus da Galícia consumiam ovos cozidos ao retornarem dos enterros pra retirar as energias negativas. Na Noite de Walpurgis (30 de abril), nas montanhas Harz da Alemanha, consideradas local de reunião das bruxas, os casais enfeitados com guirlandas de flores dançavam ao redor de árvores decoradas com folhagens, fitas e ovos tingidos de vermelho e amarelo. Na Romênia, Rússia e Grécia ovos cozidos ou esvaziados do seu conteúdo são até hoje decorados com motivos tradicionais, dados de presente ou usados em competições no domingo da Páscoa.

Ganhava aquele que conseguia quebrar os ovos dos concorrentes batendo de leve neles, mas sem rachar o seu. Os romanos destruíam as cascas dos ovos que eles tinham comido para evitar que fossem feitos feitiços com eles.
A presença de ovos nos sonhos deu margem a variadas interpretações, os que apareciam inteiros prenunciavam boa sorte, casamento, gravidez ou herança; se fossem quebrados anunciavam brigas, perdas e separações. A divinação com ovos – chamada de ovomancía - era praticada pelas mulheres européias nos Sabbats Samhain, Yule ou Litha, deixando cair em um copo com água a clara e fazendo vaticínios pelas formas criadas.

Resquícios do mito da Deusa celta Ostara, padroeira da fertilidade e renovação da Natureza celebrada no Equinócio da primavera, permaneceram nas crenças populares e persistem até os dias de hoje, apesar das pessoas desconhecerem sua origem. Os símbolos de Ostara eram o ovo e a lebre, sem relação entre si, mas ambos significadores de criação e proliferação. Com o passar do tempo, surgiram os contos do Coelho da Páscoa e a sua inexplicável associação para os leigos com a festa cristã e os ovos de chocolate.


Mirella Faur
IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/130

RAINHA DO CÉU, FESTIVAL DE HATHOR


21 DE ABRIL

Festival da deusa egípcia Hathor, a Rainha do céu, da Terra e da Lua, a Criadora primordial, Mãe de todas as divindades. Manifestada sob sete aspectos, as sete Hathor eram associadas aos sete planetas e consideradas as protetoras das mulheres, do casamento, da família, das artes, do amor, da música e da astrologia. Eram elas que davam às pessoas as sete almas (ou corpos) ao nascer. Hathor foi reverenciada ora como mãe ou filha do Sol, com cabeça de vaca ou leoa, ora como mulher, adornada com os chifres lunares, ora como árvore da vida, a Senhora do céu e também do mundo subterrâneo, mãe da vida e da morte. Em seu aspecto escuro como Rainha dos Mortos, Hathor aparecia como a Esfinge, a Deusa Sakhmis ou Sekhmet, a Deusa com cabeça de leão. Hathor foi venerada em Israel, em seu templo de Hazor, até 1100 a.C, quando seu templo foi destruído e seu culto proibido.

Informações extraídas do livro O Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur

terça-feira, 19 de abril de 2011

HABITIS - GAIA LIL- FLOR SELVAGEM


Flor Selvagem

Flor solitária,
Cresce por entre as pragas
a suavidade de teus lábios e o cansaço da tua pele
Flor solitária,
porque sussurras em meus ouvidos,
Tu não és bela flor solitária,
Virgem e selvagem tu estas só.
Nasceste sozinha e sozinha cumprirá o teu destino
Como a Deusa o ordenar.
Este é teu destino flor solitária,
Sobreviver a seu próprio amor,
A sua própria paixão,
A própria vida que pulsa no teu corpo
De louca que não se rende.
Tu és maldita aos olhos dos outros
Flor Selvagem, flor da campina nascida na montanha
Vives e és só tu
Estas sozinha e habitis tem teu nome.
Grandiosa Mãe guia dos caminhos
Guia flor selvagem para ela não se perder!

domingo, 10 de abril de 2011

SOUBE ENTÃO QUE ERA AMOR


Deixou que a força do luar penetrasse seu coração carregando sua vida e mesmo naquele momento tão ferida e machuca, sentia agitar-se em seu interior as águas da Grande Deusa.
Soube então que era amor.
Era amor e este era um amor destinado a mantela e sustenta-la quando todos os outros amores a abandonassem unicamente pela audácia de tentar ser ela mesma, de tentar ser como realmente era, de tentar ser quem era. Era um amor sem explicação racional nem data de espiação ou começo e mesmo ali na sua desistencia, no seu momento de fraqueza, desacreditada até da própria Deusa, Ela mais uma vez brotava em seu coração na sua primeira e mais original forma, não como a Virgem, nem como a Mãe, e nem como a Sábia, mas como intensa chama de amor e vida, apenas como a Deusa Una além de todas as formas.
Pensando ainda nisso eu sorri.

E eu sei que...
"Em algum lugar, uma Deusa...Também sorria"

"Meu corpo, minha alma e minha vida não são destinados a um homem ou mulher mortal mas a Ti, Ó Mãe Eterna!"

NOITES ESCURAS


Perca-se Perséfone em meu labirinto para nunca mais voltar.
Perca-se no enleio e nos anseios de teus desejos, doces e térrives desejos
Perca-se pois perder em si mesma é apenas outra forma de se encontrar


Perca-se em mim, minha Perséfone e nas curvas de minha feminilidade
Perca-se nos mistérios de minha incensatez mais lúcida do que a loucura dos homem
Pois eles caiem e fraquejam em vida em sua tola e inútil busca por absolvição
Saiba minha Persénfone que o que digo é para te ofender, o que te sussuro é para ofender a ti, aos homens e as mulheres que vivem e aceitam este maldito sistema de patriarcado


A lei do mais fraco contra o mais forte não funciona aqui, Lady Perséfone
Pois você está no Cladeirão da Deusa, no Útero da Mãe da Discórdia
Perca-se em mim para se achar, Lady Perséfone
Deixe os fluxos de poder abrirem seu corpo como uma rosa em botão, Perséfone
Eu sou Tu, e Nós somos a Grande Rainha, Lady Perséfone
Eu sou a Velha Hécate, Rainha Matriarca
Sou o passáro que sussura na noite, Lady Pérsefone
Vem A Mim.
O Sague!
O sangue!
O velho sacrificio...Eu sinto sangue correr
Pelos campos a Virgem Caçadora corre encantada e plena de poder
Ouça, Lady Perséfone, eu também sou ela
Está me ouvindo?
Eu também sou Ela.
E sou Todas
Eu sou Todas.