quinta-feira, 28 de outubro de 2010

AS REPRESENTANTES DA DEUSA NA TERRA

"As mulheres falam demais..."

Fazendo uma retrospectiva histórica e mitológica do papel da mulher ao longo dos tempos, constatamos seu papel milenar como mediadora entre os planos divino e humano. Desde os primórdios da humanidade, coube às mulheres a responsabilidade de perceber os avisos, os sinais e as manifestações sobrenaturais e transmiti-los à comunidade. Durante os 35 mil anos em que Deus foi mulher, as mulheres – as representantes da Deusa na Terra - foram respeitadas por seu poder de conceber e nutrir a vida e por sua profunda conexão com os planos sutis.

As mulheres eram regidas pela Lua e a ela estavam conectadas por meio de seus ciclos menstruais. Considerada uma representação da Deusa, a Lua era honrada pelas mulheres por meio de reuniões, em sua fase menstrual, nas quais se dedicavam à introspecção, ao silêncio, à cura e à conexão com o divino. Esse retiro visava não somente a renovação e o fortalecimento pessoal, mas era também uma oportunidade de trabalhar em benefício da comunidade.

A percepção sutil intrínseca à natureza feminina tornava-se muito mais ampla e aguçada durante a menstruação, permitindo às mulheres atravessarem mais facilmente os véus que separam os mundos. Ao retornarem de seu isolamento, as mulheres traziam mensagens e orientações dos ancestrais, dos seres da natureza e da Deusa, sendo assim reconhecidas e honradas como porta-vozes do além.

Nas culturas matriarcais do período neolítico, a mulher continuava desempenhando sua função de intermediária entre o sagrado e o profano, fosse como sacerdotisa, profetisa ou visionária. Ao visitar lugares sagrados em Malta, Sicília, Creta e Grécia, pude comprovar in loco a existência de inúmeras câmaras oraculares, de nichos para sonhos incubatórios e de janelas especiais nas paredes dos inúmeros templos, onde a comunidade ia para ouvir a voz da Deusa manifestada em suas sacerdotisas.

Localizado na Grécia, em Delphi, o mais famoso oráculo do mundo antigo era dedicado a Python, a grande serpente sagrada, filha partenogênica da Terra que personificava o espírito profético de Gaia. Lá, após rigorosas purificações e preparações, as sacerdotisas oraculares – chamadas pitonisas – entravam em transe e transmitiam as mensagens para todos aqueles que as procuravam. Mesmo após a usurpação do templo pelos sacerdotes de Apollo, o oráculo continuou sendo atributo das sacerdotisas, pois Python transmitia seus segredos apenas às mulheres.

Com o advento das sociedades patriarcais, as mulheres perderam seus direitos, sendo dominadas, subjugadas e silenciadas. No Império Romano, as mulheres ainda desempenhavam funções sacerdotais, mas foram excluídas da vida social, não tendo permissão para estudar ou para falar em público. A educação era reservada apenas às cortesãs, para que pudessem entreter os homens com sua erudição. O cristianismo, por meio de seus dogmas, proscrições e proibições, marginalizou e aniquilou definitivamente os valores femininos, excluindo as mulheres do sacerdócio, relegando-as às funções procriadoras e ao serviço do lar, da família e da comunidade.

Por não ter sido criada à imagem e semelhança de Deus (mas da costela do homem), por ter tentado comer da Árvore do Conhecimento e por ter sido castigada com a expulsão do Paraíso, a mulher tornou-se a origem de todos os males infligidos à humanidade, a fonte do pecado, do mal e da luxúria. A conseqüência foi sua total desconsideração, passando a ser julgada incapaz de pensar e proibida de falar. A repressão religiosa, familiar e social colocou vendas nos olhos e mordaças na boca das mulheres, que, outrora, representavam a origem da vida e a fonte da sabedoria.

Após os horrores da Inquisição, as mulheres levaram ainda alguns séculos para emergir da escuridão, até que, no início do século passado, conseguiram recuperar o direito de falar, trabalhar e votar. O século XX pode ser considerado a retificação dos dezenove séculos de opressão e silêncio forçado, facilitando a compreensão do movimento feminista como um pêndulo oscilando entre dois extremos.

Ávidas por expressão, as mulheres foram à luta na tentativa de recuperar o tempo perdido. Hoje ninguém mais duvida de sua capacidade, seja na área social, política, econômica ou científica, seja na área literária, artística, terapêutica ou mística. Pagando o alto preço da jornada dupla ou tripla de trabalho, a mulher saiu do anonimato e está conquistando um lugar ao sol, competindo de igual para igual com os homens. E é neste ponto que o pêndulo perde seu equilíbrio: as mulheres, ao assumir características que não são intrínsecas à sua natureza - imitando o comportamento e apropriando-se dos valores ou do linguajar masculino – exageram sua auto-afirmação e querem ser ouvidas a qualquer custo.

Talvez por isso a mulher fale demais, esquecendo-se que somente no silêncio pode ser ouvida sua voz interior; que sua força não vem da agressividade ou da combatividade, mas sim da compreensão, da sensibilidade, da criatividade, da ponderação e da sabedoria. Por mais que o mundo exterior a solicite, pressione ou agrida, a mulher moderna precisa relembrar como se proteger e como se fortalecer, buscando dentro de si seu verdadeiro eu, ouvindo sua sabedoria inata e expressando, com convicção e competência, seu potencial de maga: saber, querer, ousar... e calar.

Mirella Faur - IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/110

O DIVINO FEMININO


A palavra "Deusa"se refere ao Divino Feminino. Durante milênios, no mundo todo, nossos ancestrais veneraram uma Divina e Poderosa Mãe-Deusa. Ela foi honrada e celebrada como a Mãe de Toda a Vida. Mas de onde provêm a idéia de Deusa? Em tempos longínquos, o homem dependia da Terra para todas as coisas: como o seu sustento, assim como para abrigo e proteção. Ela era provedora de tudo que era necessário para perpetuar a vida e também era a vida em si mesma. Estes povos observavam que toda vida era concebida a partir dos corpos femininos (tanto animais, quanto mulheres), de modo que era totalmente natural que acreditassem que deveria existir uma Toda Poderosa Criadora Feminina também.
Hoje apreciamos o ressurgir da cultura da Deusa que tem sido reverenciada por homens e mulheres, que celebram e respeitam as energias femininas dela emanadas.
(REINO DAS DEUSAS - Rosane Volpatto)

A Fonte Criadora nas culturas matrifocais era a Grande Mãe primordial, chamada por inúmeros nomes e venerada pela multiplicidade dos seus aspectos e atributos como a Mãe Terra, a Senhora dos animais, vegetais e frutos, a Mãe das montanhas, dos rios e da chuva, das pedras e das colheitas, do Sol, da Lua e das estrelas, da noite e do dia, das nuvens, dos raios e dos ventos, Padroeira da vida e Regente de todos os seres vivos

As antigas sociedades tribais eram matrifocais, geocêntricas, pacifistas e igualitárias, agindo em parceria e igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, em permanente contato e reverência à vida e à Natureza.Mas, com o passar do tempo vieram as invasões que mudaram o pacífico cenário do antigo mundo. Tribos nômades e conquistadores trouxeram consigo o” poder letal da espada” , que substituiu o ”poder doador de vida do cálice”. Cultos de deuses guerreiros, senhores do céu, dos raios e trovões, das batalhas e conquistas se instauraram aos poucos em lugar da veneração à Terra, à Mãe Divina e à reverência dos seus poderes fertilizadores e mantenedores da vida. Sociedades e culturas patriarcais prevaleceram sobre a orientação matrifocal e geocêntrica, a violência e a supremacia dos mais fortes levando à criação de religiões e estados patrifocais, hierárquicos e dominadores. Os mitos e as lendas foram revistas para refletir uma dualidade antes desconhecida: Sol e Céu opostos à Lua e Terra, luz à escuridão, o masculino ao feminino. Antes desta distorção de conceitos e valores tudo fazia parte da Grande Mãe, tudo tinha um aspecto positivo ou negativo , não se falava em Bem e Mal, dia ou noite, claro ou escuro, masculino ou feminino, pois os pólos existiam em tudo e se complementavam e integravam harmoniosamente na totalidade da criação. Por ter sido decretado que a criação original tinha sido a obra de um Pai solitário, tudo que estava relacionado ou associado à Terra ou à mulher tornou-se sinônimo de impuro, maléfico, selvagem ou perigoso, devendo ser conquistado ou subjugado, o único dono digno sendo o homem, feito à semelhança do Criador. Tanto a Natureza quanto a mulher poderiam ser dominadas e exploradas, em nome de leis injustas impostas em nome de um Deus masculino, que personificava a razão suprema e o poder absoluto que criava e governava o mundo. Em lugar da terra pertencer a todos como antigamente, apareceu a propriedade particular, a supremacia dos mais fortes substituiu a divisão igualitária de bens, a competição, ganância e violência predominaram sobre os valores do convívio pacifico e de parceria, as guerras e a inferiorização da mulher tornaram-se coordenadas e regras da nova civilização. (trecho de
O CHAMADO DE GAIA)

“A Deusa personifica a unidade de todas as coisas. Ela dá ao seu povo tanto o alimento físico como o espiritual. Dá a vida e na morte mas ela envia os seus filhos para o seu seio cósmico. Ela simboliza a relação com a vida quer no seu lado generoso quer no seu lado destrutivo, ligada à natureza, não se preocupando com as guerras nem com as conquistas.

O culto da Deusa Mãe irriga um sistema de valores caracterizado pela ausência de violência, uma forma de igualdade e de cooperação entre homem e a mulher, uma ausência de hierarquias. Esta organização social em forma de círculo, teve lugar no mundo durante cerca de 10 a 20 mil anos de civilização sob a inspiração do princípio feminino.”

La Femme Solaire
De Paule Salomon

EM BUSCA DA DEUSA

EM BUSCA DE SI MESMA

Houve e há muitas formas de Busca da Deusa, digamos a nível exterior e a nível interior, mas para mim nenhuma se torna tão definitiva e substancial se a Mulher não estiver EM SI MESMA consciência à partida da causa e origem da sua cisão, da cisão da mulher ocidental…por isso só lhe vou responder a uma questão que para mim é essencial e que é toda a base do meu trabalho de muitos anos e experiência pessoal.

Trata-se da integração e consciência das duas mulheres separadas na psique da mulher, Lilith, primeira mulher de Adão, insubmissa ao macho e Eva mais tarde tirada da costela de Adão por suposto bíblico.

Mais tarde como sabemos, no Novo Testamento, essa cisão consolida-se quando em concílios sucessivos, no princípio do cristianismo, com a divisão das duas mulheres mais próximas de Cristo, a presumível amante, Maria Madalena, companheira de Jesus, e a mãe, a Virgem Santa, considerada imaculada, porque O concebe sem “pecado”. Um facto que pode ter sido extraordinário e mágico é elevado ao céu para rebaixar as outras mulheres…

Há deste o início da religião judaico-cristã, como vemos, uma cisão da mulher em duas…mas essas duas mulheres são afinal de contas…uma só. Uma só mulher que era integra e convivia “sem pecado” com o seu lado maternal em perfeito equilíbrio com o erótico.

Depois de tantos séculos de obscurantismo religioso e dogmas criados pela Igreja católica romana é agora tempo de as mulheres ACORDAREM para si mesmas e para o seu verdadeiro potencial e integrar as duas mulheres cindidas na Bíblia…

Essa integração pode dar-se AGORA, PORQUE ESTE É O TEMPO - na psique e na alma da mulher – na união do corpo alma e espírito – e porque elas coabitam e sempre coabitaram a um nível profundo, celular e fazem ambas parte do SER MULHER inteira. E não bastam rituais…ao luar ou no mar…evocar Iemanjá ou Lilith…ir de joelhos a Fátima… é preciso SER-SE MULHER INTEIRA.

E É urgente esse acordar porque é nessa divisão que a cultura judaico-cristã se baseia ainda para erguer o seu domínio e exclusão de uma delas criando a dicotomia da boa e da má mulher que impregna toda a literatura e hoje está obscenamente patente nas telenovelas. Essas duas mulheres em nós não são antagónicas, quem o decretou foi a cultura patriarcal…e a Igreja de Roma. Foram séculos de perseguição e ódio visceral à natureza instintiva da mulher sedutora, da mulher bela, da mulher sábia, da mulher sensual, da mulher curadora…

A convivência entre ambas ainda que a nível inconsciente é constante, mas no exterior o que se manifesta é o antagonismo entre os dois lados que se tornaram “opostos” em cada mulher, havendo como é natural mulheres mais tipo Afrodite e mulheres mais tipo Hestia ou Atena e um desses lados tem predominância no carácter da mulher – mas que só são opostos porque a natureza instintiva e sexual da mulher foi considerada indigna e perversa e separada da mulher séria e da esposa ou da mística, no caso óbvio das freiras: celibato, castidade e penitências…

Quanto a mim a única solução para o aparecimento de um novo paradigma, é a consciencialização desses dois aspectos básicos da sua cisão senão essa divisão continua a fazer-se no adjectivar uma ou a “outra” mulher de acordo com o lado da vida em que se situa, do lado do conhecimento que adquire e toma como verdadeiro. Se essa cisão não se desfaz a mulher vai viver sempre essa separação e luta consigo mesma e com a sociedade onde quer afirmar a sua verdade. Fa-lo-á nos círculos de mulheres, nas cerimónias ou rituais wiquianos ou noutro grupo qualquer de mulheres. Daí este aspecto ser tão importante. Aliena-lo é compactuar com o Sistema patriarcal e continuar a agir dentro sistema. Ele agradece e até acha graça…

É essa a razão porque as mulheres ditas “nova era” nem sequer querem ouvir falar nisto… no centro das suas esferas ainda está o Deus e o Homem…ainda que consortes da Deusa…elas continuam a ser a mulher do homem…e não senhoras de si mesmas!

Assim, todo o conhecimento intelectual e mesmo espiritual sem essa integração é sempre dual e eu não os nego enquanto informação básica história ou ritual, apenas defendo que há um Conhecimento inato e uma sabedoria intrínseca que passa ou se expressa ou manifesta pela fusão dos hemisférios esquerdo e direito, feminino e masculino, tanto no homem como na mulher, sim, mas nunca antes da integração das duas mulheres na Mulher.

A meu ver só isso permite o acesso à verdadeira Inteligência, a Inteligência do coração, o verdadeiro órgão da Inteligência (sabia que o coração tem dentro de si um pequeno cérebro motor ainda desconhecido da maioria dos cientistas…?) e que se desenvolve pela emoção pura (não sentimental).

Não é separando nem dividindo ou raciocinando que chegamos ao conhecimento do SER, essa é a minha experiência. Mas eu tive outros mestres/as, fora de qualquer sistema ortodoxo académico, que, por mais evoluído e moderno que se pretenda está sempre dentro do Sistema…falocrático e patriarcal. E enquanto ele se mantiver, para mim, tudo o que se fizer, mesmo o melhor, é destinado ao erro, digo à separação da mulher em duas, três, conforme os estereótipos…porque se baseia na aceitação implícita da divisão da mulher em si…Esse foi o erro de todas as ideologias que nunca consideraram a mulher em si nem a sua totalidade…Nunca a viram como um ser integro e total, mas sempre dependente e complementar do homem, (mesmo que economicamente fosse independente) vista mais como um apêndice e nem as filosofias, e já antes desde Sócrates, nem as teorias da moderna sexualidade, viram essa cisão essa separação inicial depois da Queda…claro…Primeiro era só Eva a culpada, depois passou a haver a culpada e a santa, a Virgem que se anulava no casamento-contrato e tinha de ser fiel.

Acha que as coisas mudaram muito? Então olhe para a violência doméstica ou para os crimes sexuais que são não só contra a mulher mas também as crianças ou ainda e principalmente para as doenças de foro feminino…de onde elas vêm?

- Olhe para a maneira como hoje em dia na política os homens falam das ministras e deputadas e fazem chacota delas. Atacam as mulheres na política de meretrizes e vadias e não falam assim dos homens…

Então porque dar razão à sociedade machista e continuar a servi-la contestando aquilo que não tem remédio dentro do sistema? Porque não antes ligar as duas mães – seja Oxum (Lilith) e Iemanjá (Eva ou Nossa Senhora da Conceição) os arquétipos femininos básicos digamos e aparentemente antagónicos; isso foi o que eles fizeram, e fizeram o mesmo com intelectual e a amante, a religiosa e a trabalhadora, mas isso é uma e só a mesma coisa: a santa é a intelectual e a amante a puta…nada varia. E ninguém também lhe diz, de facto, que por seguir uma carreira e os seus interesses científicos e literários que tem de deixar de as unir… eles sim. Eles é que lhe impõem essa condição. Criam à mulher essa confusão tão lógica da sua divisão que faz com que ela não veja o que é tão evidente à partida porque está tudo perfeitamente escamoteado (obnubilado) pela razão deles… o que eles têm é medo justamente que ao Integrar as duas mulheres ou deusas, os dois arquétipos dominantes no mundo católico, a mulher possa tornar-se na nova “Pensadora” ou “Intelectual” se quiser, mas que não usa só a cabeça e o cérebro ou a mente, mas que une e inclui o sentimento e a emoção; digo, o coração, que equilibra os pólos e expressa a sua totalidade.

Sem a totalidade da MULHER não há nada de novo ao cimo do Planeta…

Eu só lhe digo mais uma coisa: o Sistema Académico NUNCA aceitará isso por mais que lute por se afirmar…e isso só verá um dia se não se deixar dominar e subjugar por ele…A sociedade falocrática não aceita as mulheres que não lhes são submissas, não as elegem nem elogiam…não lêem os seus livros…não as ouvem, porque elas são as Cassandras que eles condenaram ao descrédito…falar da Deusa e eleger a Mulher é ridículo mesmo para as mulheres dentro do patriarcado. Desde os gregos e romanos…

E quanto mais cultas e dentro do conhecimento académico, filosófico, científico ou outro as mulheres estiverem mais pensarão como os homens que são seus mestres, desde há séculos e fazem escolas, mais se distanciarão da Mulher autêntica e da sua essência. Porque a haver uma Mulher de Palavra, será Sábia e não intelectual… porque de certeza que a sua palavra será a Profética e de Amor, a do Conhecimento abrangente, do dentro e do fora, do cimo e do baixo, porque a mulher integrada é iniciada por si e une os Opostos…ela une a Terra e o Céu…Tem é de primeiro descobri o seu matrimónio genético e celular a sua memória ancestral…

Eu não a quero convencer de nada nem parecer convencida e menos ainda dissuadi-la do seu percurso. Mas É assim que sinto…é assim que sinto a MULHER e a emergência da união das duas mulheres que se digladiam entre si e dentro de si!

Com todo o meu respeito pelo seu trabalho e desejo do maior sucesso na sua carreira. Não se zangue comigo por eu ser tão afirmativa, mas é mesmo o meu coração que me salta da boca…

Rosa Leonor Pedro - MULHERES & DEUSAS


"O retorno à Deusa, para renovação numa base de origem e num espírito feminino, é um aspecto vitalmente importante na busca que a mulher moderna empreende em direcção à totalidade."


De SYLVIA B. PERERA

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ACONTEÇA O QUE ME ACONTECER A DEUSA EM MIM NÃO SERÁ OFENDIDA


A FACE DA MÃE EM MIM NÃO SERÁ OFENDIDA
E SÓ ESTÁ PERCEPÇÃO VALE TODA UMA EXISTÊNCIA.

"Filha amada...No sangue e no espírito és verdadeiramente Minha filha.
Ofereço-te ao mundo e o mundo a ti. Aconteça o que acontecer nunca
estarei longe de ti se procurares no teu interior. Vai em frente e
vivei"*

Meu caminho e mais difícil que o de muitas mulheres e homens mas mesmo assim o trilharei e se a Deusa ajudar o farei com sabedoria

* Encontrado num livro, não vou dizer qual, num romance.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SOBERANA DA TERRA


Soberania de Terra


Hoje sou soberania,
Sou Morrighan, Britania, Macha... sou mulher
em meu corpo, corre o sangue ancestral
em minha mente, a inspiração suprema
em minha alma, a energia de todos que desbravam meu solo fértil, e não caminharam em vão

Hoje sou mulher,
Sou quem recolhe despojos de batalha, quem fertiliza a terra, quem amaldiçoa os não merecedores... sou soberania
em meu corpo, o cheiro da luxúria
em minha mente, dançam lembranças de momentos inebriantes
em minha alma, energia que se mistura, luz, paixão

Hoje sou druida,
Sou quem caminha entre gritos de guerra, entre bosques antigos, entre mundos... sou inspiração
em meu corpo, sementes da criação
em minha mente, awen reluzente
em minha alma, magia encarnada, força, gratidão
Hoje sou eu, finalmente hoje sou....

Aline Martins

SENHORA DA ÊXTASE SUPREMO

HÁTOR NA FORMA DE UMA VACA
UMA VACA QUE usava um disco solar e duas plumas entre os chifres representava Hátor, Deusa do céu, do amor, das mulheres e da beleza feminina e até mesmo de todos os produtos de beleza. Nutriz do deus Hórus e do faraó; padroeira da alegria e das festas ruidosas, da dança, da música, do vinho, da embriaguez e da felicidade, mas também das necrópoles, era, ainda, padroeira dos paises estrangeiros. Seu centro de culto era a cidade de Dendera, e por isso ela era conhecida como Senhora de Dendera, mas havia templos dessa divindade por toda parte. Naquela cidade, todos os anos, no 1.º mês da inundação, denominado thuthi, em seu 20.º dia, correspondente ao 7 de agosto do nosso calendário, era celebrada, em homenagem à Deusa, a festa popular da "embriaguez". Hátor também era representada por uma mulher usando na cabeça o disco solar entre chifres de vaca; uma mulher com orelhas de vaca; uma mulher com cabeça de vaca e, ainda, podia ser venerada como serpente ou como sistro. Nessa cabeceira de cama totalmente dourada que vemos acima, encontrada no túmulo de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.), a Deusa é representada por uma vaca com chifres em forma de lira com o disco solar entre eles.

HÁTOR — A DOURADA — É UMA DAS MAIS ANTIGAS deusas do país, que começou a existir no começo dos tempos, e uma espécie de Deusa-Mãe. Conhecida como a face do céu, a profundeza, a dama que vive num bosque no fim do mundo, era uma divindade de muitas funções e atributos, misturados e até desconexos uns dos outros em razão da antiguidade de sua existência. A maternidade e o dom do aleitamento eram suas propriedades principais desde os primórdios e assim permaneceram ao longo dos tempos. Entretanto, em Tebas é chamada de Rainha do Ocidente e estava associada ao mundo dos mortos. Em Mênfis ela é conhecida pela designação de Senhora do sicômoro, protegendo com sua sombra os mortos nos desertos do além, e em outras localidades ela é também a Senhora das turquesas e a Padroeira dos mineiros e, ainda, Senhora dos países longínquos e Protetora dos viajantes, entre outros epítetos.

HÁTOR NA FORMA DE UMA MULHER
SEU NOME, HAT-HOR EM EGÍPCIO
, significa a Morada de Hórus, o que a liga ao falcão que plana nos céus e que é um filho da divindade encarnado na terra pelo faraó. O nome deriva do fato de que se imaginava que Hórus, o deus-Sol, vinha descansar em todo o entardecer no peito da Deusa, antes de nascer novamente no amanhecer. Por outro lado, o firmamento era imaginado pelos egípcios como uma grande inundação e esta era venerada em muitos lugares como uma vaca, cujo ventre salpicado de estrelas formava o céu. Nesse sentido Hátor tem a aparência da Vaca Celeste, Grande Divindade Cósmica que gerou o universo e tudo que ele contém e que atravessa o firmamento em uma barca e põe no mundo o Sol entre seus chifres.

EM OUTRAS CONCEPÇÕES ESSA DEUSA VACA sai de uma moita de papiro e acolhe o morto em seu seio para fazê-lo renascer como o Sol a cada amanhecer. Como Deusa da morte — diz Kurt Lange — toma os bem-aventurados sob sua proteção: sua forma é a de uma novilha, doce e maternal. A novilha celeste, a Deusa Hátor e o fiel cão de guarda Anúbis, lembram sem dúvida as crenças duma população componesa cujas idéias e cujos trabalhos se associavam intimamente aos animais da fazenda e da casa.

http://www.fascinioegito.sh06.com/vaca.htm

(texto publicado por Rosa Leonor in FACEBOOK)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MINHA IRMÃ


SACERDOTISA D'ÍSIS

ALMA-IRMÃ
(…)

"Um longo, longo silêncio e, então, como se o sonho ainda continuasse, aparece diante dela a imagem radiosa de uma elegante e sublime mulher, de vestes diáfanas em toda a sua glória, e o esplendor da sua alma brilha através de um corpo fulgurante de luz como que iluminando as suas vestes de sedas fulgentes, transparentes e maravilhosas.

-“Quem és tu que vens a mim neste momentos de desolação?”

- “Oh, Filha da Luz, eu sou a tua irmã-espírito…
Porque tiveste coragem no momento em que o cordão foi seccionado, e porque te mantiveste fiel à verdade no instante da morte, tenho permissão para estar contigo e entregar-te este botão de flor.

Quando este botão florir, virão libertar-te.”

Ela coloca a mão sobre o ombro da discípula; a força e a glória da Luz que está nela fluem para o seu corpo. E ela conhece então o êxtase e a pureza da verdadeira Visão Espiritual, aquela que, para a poder alcançar a fez permanecer naquela solidão tanto tempo. Jamais ela sentira aquele êxtase na pulsação das suas veias, enchendo assim o seu coração…

- “Não me abandones, fica comigo!”

-“Não poderei ficar, mas dei-te o botão em flor e quando ele florir elas virão”.

E a discípula vê-se só de novo.
(…)
Um prolongado silêncio e, a porta do sarcófago é aberta…
(…)
Ela vê então em sua mão direita o botão a abrir-se e sente o perfume de uma rosa branca e perfeita, a única recompensa que teve, além da lembrança da gloriosa beleza do sonho que sonhou."

In INICIAÇÃO JUNTO AO NILO
Mona Rulfe
IN: http://diarioanacronico.blogspot.com/2010/08/irma-espirito.html

Peço perdão ao autor e a Matriarca pela leve mudança no texto mas tendes que admitir que assim ficou imensamente mais belo...

Gaia Lil

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

LANÇA SOBRE MIM A BÊNÇÃO





















Meu Coração lança um chamado silencioso
Meu Coração lança um chamado umido
Molhado, choroso em busca de Ti

Meu Coração procura Seu abraço na Escuridão
Porque sem Você eu não sou nada
E para mim Você é Tudo

Vem Mãe da Luz e da Escuridão
Lança sobre mim a sua bênção
Lança sobre mim uma ultima vez

Lança sobre mim o Seu olhar
Na minha alma cansada que já sofreu tudo
Na minha alma exilada que sofre por tudo

Lança em meu o Seu amor
E na minha alma também
Um pouco da Sua ousadia e do seu ardor

Lança na minha boca cada palavra ardilosa
Cada palavra poderosa que compõe Teu Nome
De Eternida

Lança na miha ferida o veneno do prazer
Lança na minha ferida a marca do Saber
Lança na tez escura tua marca sagrada

A yoni, a espiral ou o crescente lunar...
Lança sobre mim as marcas que adornam
O Corpo do Mundos e os Nove Templos

Lança sobre mim a tua força
De me fazer amar
De me fazer sonhar...

ACORDAR EM NÓS A MÃE SELVAGEM

O ÊXTASE DAS MULHERES...

A Deusa Selvagem

“ O homem e a Mulher são diferentes, diz-nos Joelle de Gravellaine, os seus êxtases não são os mesmos”. Em vez de se reduzir a uma espécie de incomunicabilidade feminista, a fundadora da célebre colecção Response (Ed Rober Laffont) decidiu contar-nos a origem sagrada do êxtase das mulheres, persuadida que isso pode ajudar a iluminação do homem.”

Em 1985, depois de quarenta anos de caminho, para lançar uma primeira síntese entre os domínios da sua predilecção, em que se articulam simbólica, poesia, mito, psicologia das profundidades, ela faz de Lilith – fiel serva do Criador – o seu tema de estudo, publicando uma obra astrológica e mitológica com o título O Retorno de Lilith: a lua negra (ed. L’Espace Bleu).
Através de ambiguidade do desejo e da rebelião da primeira parceira de Adão (antes de Eva), ela ataca um momento apaixonante do inconsciente colectivo: aquele em que, nomeadamente interposta pela Bíblia, a nova ordem patriarcal decide encerrar a selvajaria do desejo feminino no inferno.
Joelle de Gravelaine termina hoje a sua defesa sobre a natureza feminina com a Deusa Selvagem (ed. Dangles). Ela conta que a terra é à imagem da Mãe e vice-versa, Terra Mãe, Magna Mater, dadora de vida e de morte, senhora das árvores e dos animais selvagens, ela é ao mesmo tempo primitiva, subtil, espiritual, andrógino, loba, serpente, porca e jumento. Ela denuncia a atitude desonesta dos gregos que em vez das deusas – de Isthar a Athena passando por Ísis, Demeter, Ereshkigal -, na sua luta obstinada de as reduzir à condição de ogres satânicos e mães desrutivas, vazias de todo o apelo à vida e à ressurreição. Posição misógina e recuperada e mantida mais tarde pela tradição judaico-cristã.

Resultado: ainda são numerosos aqueles a quem o desejo selvagem, o prazer, o instinto da mulher arquetípica, embaraçam consideravelmente. Eles contestam a legitimidade da Deusa das Origens, e fazendo-o, negam completamente o papel da mulher no mundo.”
(Introdução a uma entrevista feita à autora por N.C.)

COMO O ÊXTASE NOS FOI PROIBIDO..


Fica aqui uma ilustração clara do que os “clássicos” gregos e o Império romano e depois os judeus e cristãos fizeram da mulher: um ser mutilado de uma parte de si, um ser cindido, maléfico e pecador, uma ameaça para os “santos” padres e condenado aos infernos e como sabemos, mais tarde, perseguida e queimada nas fogueiras da Santa Inquisição… Neste pequeno trecho que acabei de traduzir do francês podemos perceber com grande clareza até que ponto a mulher foi banida da história dos homens e condenada ao descrédito, afastada do seu ser essencial, facto que se reflecte ainda e de maneira gritante nas nossas sociedades que se pretendiam civilizadas e onde a mulher intelectual ou “espiritual” julga que ocupa um lugar “importante”, sem perceber que está desligada da sua essência e da sua verdadeira natureza.
Todas nós nos perdemos da nossa verdadeira identidade ao perder uma parte integrante de nós mesmas, mas também os homens perdendo o seu lado feminino, perderam muito, assim como o mundo, para não dizer que perderam tudo, pois vamos de ter que recomeçar do início face a um anunciado (próximo ?) fim tão calamitoso para a humanidade…

A não ser que a mulher acorde para essa parte de si que foi apagada dentro dela e da face da terra, a não ser que a Deusa Mãe e a Terra façam a sua limpeza global do Planeta, não voltaremos a ser Humanos como era suposto sermos à partida.
Para quem tenha dúvidas, basta olhar com olhos de ver à sua volta para a crise mundial: ela não é só económica e financeira, mas uma crise global de valores baseada na falta de respeito pela vida humana e dos animais em geral na terra, por uma tónica nos valores materiais e na conquista de poder. Seria inconcebível uma raça verdadeiramente humana comportar-se deste modo tão evidentemente criminoso para com o seu “semelhante” seja, em primeiro lugar para com a mulher, seja para com os outros seres humanos, crianças e animais, e a própria Natureza-Mãe!
Que lavagem ao cérebro, que “educação”, que poder ignominioso de destruição cabal e de controlo do mundo tem os poderosos que governam na sombra, para cegar as pessoas impedindo-as de reflectir e de pensar, para as impedir de agir e sequer sonhar ou querer um mundo melhor, um mundo mais justo e igualitário, sem que não seja a Utopia ou a Crença consentida para manter a ilusão dos que lutam e trabalham e ainda acreditam no sistema que os escraviza ou no deus que os castiga?
Faça o que o homem fizer ainda neste mundo sem A Consciência do Feminino Sagrado, sem a elevação da verdadeira Mulher e da Deusa Mãe, e não a que está nos altares católicos, não poderemos nunca chegar à Consciência Suprema, à Alquimia da Mutação nem realizar a Obra para que fomos criados …
UM NOVO SER HUMANO!


MULHERES & DEUSAS - Rosa Leonor Pedro

terça-feira, 12 de outubro de 2010

AVE, BENDITA DEUSA MÃE


Ave, Nossa Senhora de Aparecida
Ave, Iemanjá Rainha dos Mares
Ave, Nandercy, nossa Mãe Deusa do Brasil
Ave, Virgem Imaculada do altar desprezada pelo patriarcado
Ave, Mãe de Tudo, de todas formas e faces

Bendita es Tu Mãe do as mulheres
E Benditos são frustos do Seu ventre
Bendita seja a mulher mil vezes amaldiçoada pelos patriarcas da igreja
Bendita sejam as feiticeiras mil vezes mal faladas pela midía e queimadas na fogueira do ostracismo

Bendita sejam as mulheres de todas as religiões

Que até hoje se encontram nas grutas escuras da Terra Mãe para orar e reverenciar o nome Daquela que É a Mais Antiga das divindades

Bendita, seja tua Glória e Tua Soberania entre as mulheres
E QUE TODAS ELAS SE LIBERTEM
EM NOME DA MIL VEZES BENDITA DEUSA DE TODAS AS COISAS:

Bendita Lilith
Bendita Oxum
Bendita Pachamama
Bendita Deméter
Bendita Maria Madalena
Bendita Sibila
Bendita Hera
Bendita Kali
Bendita Cerrydwen
Bendita Afrodite
Bendita Iara
Bendita Maria...

Bendita Mil Vezes Bendita Mãe de todas as mulheres.


12 DE OUTUBRO

Nestia, o segundo dia de Tesmophoria, celebração da deusa Deméter, a guardiã da lei. Deméter ensinou aos homens a providenciarem seu sustento por meio de seu esforço pessoal*; reconhecia-se, assim, que as mulheres não deveriam cuidar dos homens a vida toda, apenas até uma certa idade. Neste dia, todos jejuavam, os prisioneiros eram libertados, anistias eram conferidas, os julgamentos suspensos e todos veneravam Deméter. Sua estátua era posta no chão e os restos das oferendas e dos objetos trazidos da gruta eram colocados no altar. Invocava-se também a justiça divina para todos aqueles que tinham transgredido as leis, ofendido a moral da comunidade ou agredido as mulheres.
Dia de Fortuna Redux, a deusa romana das viagens. Invoque sua proteção para viajar com segurança, colocando sachets com camomila, hortelã, artemísia, uma pedra da lua e uma turquesa nas bagagens.
Celebração de Kali, a deusa da morte em Bagali.
Dia de Nossa Senhora da Aparecida.

*QUE A EXEMPLO DA GRANDE DEUSA NÃO VIVAMOS PARA SERVIR OS HOMENS DO PATRIARCADO E DAS IGREJAS...

A PRÁTICA DA LEALDADE FEMININA

Mater Mundi

Lugar de mulher é de mãos dadas com todas as mulheres em qualquer lugar... E através dessa rede de amor e solidariedade criar um novo modelo social de Vida, Harmonia e Paz para todos as mulheres, as pessoas, a Humanidade, todos os seres vivos e a Natureza... . . . . . . . UMA ENERGIA DE LUZ... DE BEM COM A VIDA... Conscientizar para o renascimento do Feminino no mundo, em homens e mulheres, equilibrando os pólos opostos complementares para transcender/ser 4D


Manual Prático da Lealdade Feminina


A Lealdade Feminina é um sintoma da mudança da sociedade rumo a um novo modelo social. Alguma mulheres já estão se conectando. As mulheres tem o Dom da Vida e essa essência feminina que nos irmana é a chave para profundas mudanças no modelo social.

A Lealdade Feminina é transversal. Não podemos esperar que todas as mulheres pensem como nós. Mas a essência feminina que nos une já existe e é preciso religar essa energia para que ela flua de forma permanente, formando uma rede de Luz...

Os 10 Passos para a Construção da Lealdade Feminina são:

1- FEMINILIDADE
Resgatar o feminino essencial e sagrado... Encontrar a harmonia e o equilíbrio interior, reconhecendo o nosso Feminino ancestral, e eliminar a mulher inventada pelo patriarcado.

2- ADMIRAÇÃO

Admirar e elogiar as outras mulheres, valorizar a Mulher... Não somos mais rivais, somos todas IGUAIS em essência feminina... Somos a imagem no espelho, refletida em todas as outras mulheres.

3- TOLERÂNCIA
Mesmo contraditórias, dissonantes ou discordantes, temos de relevar as nossas diferenças e nos unir... Valorizar essa essência feminina como fator de Igualdade, e nos irmanar.

4- SOLIDARIEDADE
Ser solidárias às outras mulheres, na nossa família, na nossa comunidade, bem como a todas as mulheres do mundo, além fronteiras. Deixar de ser a base de sustentação do machismo patriarcal.

5- INDEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Caminhar e evoluir em direção à uma maturidade emocional, superando preconceitos patriarcais e crenças absurdas que foram construídas para nos aprisionar e nos manter submissas ao sistema patriarcal.

6- INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA
Não aceitar situações degradantes e humilhantes por dependência financeira. Buscar o seu próprio sustento e tbm a realização profissional, como elemento de base para a auto-valorização e auto-estima.

7- DISCERNIMENTO
Compreender e discernir os mecanismos de manipulação dos relacionamentos. Escolher relacionamentos saudáveis e abrir mão dos recursos excusos das mulheres patriarcais, como chantagens e joguinhos de sedução. Sair dessa programação e ser inteira, yin e yang.

8- DEDICAÇÃO
Dedicar uma parte sagrada do seu tempo em seu próprio desenvolvimento pessoal. Descobrir o Dom de cada uma, e realizar a Missão, que é usar o dom para ajudar a construir um novo modelo social, e ajudar a cuidar da Deusa Gaia...

9- COERÊNCIA
Ter uma atitude coerente no dia-a-dia... Procurar uma sintonia entre o pensamento, o discurso e a ação, e caminhar nessa direção... Buscar a harmonia, e uma conscientização profunda... Ser a mudança que deseja no mundo...

10- NOVAS PRÁTICAS
Apenas uma relação de idéias e textos, iniciativas e modelos de participação social... Buscar com a nossa prática concretizar o desejo de um novo modelo social, conhecendo as diferentes alternativas existentes e ajudando a criar novas maneiras de ser e estar ... e cuidar de Gaia...

LF by Nana Odara

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

OS MISTÉRIOS DA MÃE E DA FILHA DIVINA

“Uma filha, jovem e muito amada, é raptada de perto da sua mãe por um poderoso governante, conhecido pelos seus atos malvados. A mãe desesperada sai à procura da filha e descobre que o rapto tinha resultado de um acordo entre o supremo chefe religioso e o raptor, sendo que o primeiro era o pai da jovem e o segundo, seu tio materno. Determinada a buscar justiça, com a revolta e a dor devastando sua vida, a mãe inicia um longo e eficiente protesto contra as autoridades, que resulta na volta da filha, traumatizada, mas viva e forte o suficiente para transmutar a sua dolorosa vivência, aceitar e cuidar do seu filho, concebido na escuridão da sua prisão.”

Este relato - de um fato comum no nosso cotidiano atual - descreve a trama mítica de uma antiga história grega, que deu origem a um complexo ritualístico pagão, iniciado no segundo milênio a.C. e praticado durante pelo menos 1500 anos, até mesmo após o advento do cristianismo. A mãe descrita no drama era Deméter, a Deusa dos Grãos, cujas dádivas eram essenciais à sobrevivência humana; a filha era a donzela Kore, raptada por Hades, o Senhor do Mundo subterrâneo e que retornou como Perséfone, a “Rainha do Mundo dos Mortos”. O drama encenado e consagrado pelos “Mistérios Eleusínios” não representava apenas a felicidade do reencontro e a recuperação de uma mãe e filha após um trauma, mas a visão transcendental da morte e do renascimento, simbolizada pela volta de Perséfone do mundo subterrâneo e sua transformação em Brimo, “Senhora dos Mistérios”, grávida de Brimos, o filho da luz concebido na escuridão. Para os povos antigos este mito era a vívida e real dramatização do conflito e da oposição entre vida e morte e sua conciliação final pela aceitação e transcendência. A Morte aparece como o raptor e violentador da vida, que irrompe de repente das profundezas do mundo escuro e desconhecido, arrancando e levando consigo não apenas velhos e doentes, mas também ceifando vidas jovens e promissoras. A dor e o desespero humano perante as perdas, são retratadas no luto e na revolta da Mãe Divina, que segue um caminho longo, difícil e tortuoso, saindo da raiva, do ódio e desespero para confronto, luta e a busca de uma solução, culminando com a aceitação e a transmutação das forças do caos e da morte pela iniciação nos Seus Mistérios. O mito das Deusas Deméter e Perséfone, que deu origem aos Mistérios Eleusínios - celebrados por todos aqueles que falavam grego e não tinham cometido nenhum crime - preencheu uma universal e eterna necessidade humana: ultrapassar o terror perante a morte e nutrir a esperança no renascimento. A importância simbólica dos Mistérios foi resumida pelo poeta Homero nesta frase:"Feliz é aquele que dentre todos os homens vivenciou os Mistérios. Aqueles que não foram iniciados, nem deles participaram, não irão usufruir da mesma sorte quando vão morrer e mergulhar na tenebrosa escuridão". O poder sagrado dos Mistérios era tanto, que os antigos gregos acreditavam que, sem a sua celebração anual, a vida iria se tornar insuportável e não apenas a Grécia, mas toda a humanidade iria sucumbir. No início do mito, Kore , alegre e despreocupada estava colhendo flores, quando ficou atraída por uma estranha flor (o narciso), sem saber que ela era consagrada a Zeus e Hades. De repente, Hades apareceu em sua carruagem preta saindo das entranhas da terra e a pegou à força, levando-a para seu reino, a fim de fazêla sua consorte, sem buscar o consentimento dela ou da mãe. Ninguém ouviu os gritos de Kore além de Hécate, da sua gruta, e de Hélios, que tinha presenciado o rapto. Deméter, desesperada e sem saber o que tinha acontecido com Kore, saiu do Olímpo e iniciou uma busca incessante por ela, auxiliada por Hécate e perguntando a todos sobre seu paradeiro. Entristecida e furiosa por não achar sua amada filha, Deméter retirou suas dádivas e bênçãos da humanidade, o que levou à aridez da terra, à seca e à fome. Preocupado com a carestia dos humanos, que pararam de fazer seus sacrifícios e oferendas aos deuses, Zeus enviou Helios para convencer Deméter a parar de chorar e se lamentar, aceitar Hades por ser um poderoso e rico genro (além de ser seu irmão), permitir à filha se tornar mulher e não mais mantê-la dependente de si. Apesar desta intimação, Deméter não aceitou ser coagida, pelo contrario ficou enraivecida com a conivência de Zeus, pai de Kore, com o rapto, e continuou a busca, mantendo-se firme na sua recusa de devolver a vida à terra. Disfarçada em uma mulher idosa e após uma longa peregrinação, Deméter foi parar na cidade de Elêusis, na corte real, onde após alguns contratempos revelou a sua condição divina, ensinou os segredos da agricultura e deu ao povo a dádiva dos grãos, aconselhando a construção de um templo em Sua homenagem, para que nele fossem celebrados os Seus Mistérios.

Zeus acabou cedendo perante a dor de Deméter e as preces dos seres humanos e enviou Hermes para trazer Kore - agora transformada em Perséfone- de volta para a sua mãe; o encontro das duas Deusas é o ponto alto do mito, chamado heuresis, assinalando o fim do sofrimento, o triunfo de Deméter em resgatar sua filha e a volta da abundância para a terra. Porém, antes dela partir, Hades deu-lhe (ou a obrigou) para comer algumas sementes de romã, considerada a “fruta dos mortos”, além de ser um símbolo da fertilidade, fato que selou a sua união e a obrigou a voltar anualmente para o mundo subterrâneo, lá passando um terço do ano como consorte de Hades e “Rainha dos Mortos”, os restantes dois terços acompanhando sua mãe no mundo superior, como Deusas da vegetação. O mito do rapto de Perséfone e do desespero de Deméter representa o esforço coletivo de uma antiga cultura para enfrentar, mitigar e transcender o medo e o dilema humanos ‘ perante a inexorabilidade da morte.


Porém, ao mesmo tempo, ele descreve um evento histórico acontecido milhares de anos atrás, que ainda repercute na nossa existência até hoje. O rapto de Kore e o afastamento forçado da sua Mãe Divina retratam a usurpação e assimilação das religiões centradas no culto à Deusa do Sul da Europa antiga, pelas forças patriarcais invasoras, vindo do Norte e Leste europeu, trazendo consigo o poder da espada e os cultos dos deuses guerreiros. Deméter e Kore pertenciam às milenares tradições nativas matrifocais europeias, enquanto Zeus e Hades faziam parte da hierarquia patriarcal posterior às conquistas. Ao longo de alguns milênios a Nova Religião, com seus deuses dominantes e hierárquicos, se sobrepôs e depois assimilou mitos e símbolos da antiga tradição geocêntrica da Mãe Divina. Em vários mitos esta assimilação foi descrita e representada nas cenas de rapto, estupro, dominação e subordinação das deusas por deuses, que as transformaram em esposas ou amantes submissas ou filhas dóceis servindo aos seus propósitos. Desta maneira, o mito de Deméter e Perséfone pode ser interpretado como um drama descrevendo tensões e oposições históricas, religiosas, sociais e culturais, uma vívida demonstração dos conflitos de valores e conceitos entre o Masculino e o Feminino arquetípico. O imaginário e a dinâmica deste mito podem ser interpretados por duas perspectivas opostas: pelo prisma da permanência milenar dos valores matriarcais ou como a escalada e o triunfo do patriarcado invasor, estabelecendo uma nova ordem religiosa e social. O ângulo depende dos conceitos, necessidades e compensações psicológicas de quem o interpreta, enfatizando alguns elementos e omitindo outros.

Na visão matriarcal – que é mais fidedigna ao significado original - a ênfase está no poder transformador do Feminino, o ponto central sendo a relação positiva entre Mãe e Filha e excluindo o elemento masculino, que aparece de forma violenta e usurpadora rompendo este elo. A Deusa prevalece neste drama, como Mãe resgata a filha dos braços do invasor e do reino da morte; como Filha ela transforma o usurpador, absorvendo na sua matriz o elemento masculino, gestando, transformando sua energia e dando à luz o Filho, com uma nova forma de ser e agir (O Princípio Masclino original purificado e integro). Neste processo, a transformação de Kore em Perséfone e a presença de Hécate ao lado de Deméter, confirmam a supremacia das faces integradas da Deusa Tríplice como Filha, Mãe e Anciã. Na visão patriarcal o tema central é a ascensão do poder masculino, que se apropria de elementos e atributos da Deusa e rompe para sempre os elos matrifocais. Deméter é vista como uma figura negativa, neurótica e possessiva, enquanto Hades é o libertador da filha ingênua de uma dependência materna limitante, despertando-a sexualmente (o rapto visto como uma "iniciação"), tornando-a consorte e rainha e abrindo novos horizontes para a sua atuação. Assim que a Deusa se torna mãe do filho do conquistador, termina a supremacia da Mãe e Filha e é preparado o caminho para o nascimento da Nova Religião, em que se honra por algum tempo a dupla divina Mãe e Filho, substituídos depois pelo domínio do Pai e Filho. Este enfoque explica o predomínio dos comentários e das teorias patriarcais modernos - históricos e psicológicos -, que muitas vezes distorcem ou omitem aspectos do mito original, para validar valores e conceitos que fortalecem as estruturas patriarcais. O nosso mundo atual enfrenta tanto o medo da morte - no sentido literário ou psicológico – quanto as manifestações nefastas e destrutivas do poder patriarcal.


A riqueza mítica e a relevância no nível psicológico e comportamental não se limitam apenas aos períodos ou culturas que lhes deram origem. Assim como Jung demonstrou nas suas obras, os antigos padrões míticos, os temas e os dramas, bem como os símbolos arquivados no inconsciente coletivo aparecem e se manifestam nos sonhos, fantasias, criações artísticas, histórias das vidas e dos relacionamentos humanos contemporâneos. Mesmo que a sua origem e significados sejam ocultos ou enigmáticos para a nossa compreensão, eles podem ter um grande impacto emocional sobre nós. Este impacto é a marca sutil de um arquétipo, que atua no nosso campo astral e emocional, influenciando nosso comportamento e forma de agir ou reagir, mesmo que a nossa razão ou conhecimento intelectual não alcancem seu significado. Cada imagem ou padrão arquetípico pode se manifestar de forma sutil (nos sonhos ou emoções) ou no nível racional (na dinâmica dos relacionamentos pessoais ou coletivos). Esta manifestação dualística é importante ao estudar o mito de Deméter e Perséfone, vendo a manifestação dos personagens envolvidos (Deméter, Kore, Perséfone, Hades) como sendo aspectos, personas ou sombras de uma mesma mulher; ou interpretar o drama no contexto de uma relação entre duas mulheres (mãe e filha, irmãs, parentes, amigas, parceiras, terapeuta e cliente, mestra e discípula). No entanto, devemos levar em consideração a visão que os povos antigos tinham sobre os mitos, que eles viam como representações de uma realidade espiritual, compatível com as suas crenças e práticas religiosas, os deuses sendo figuras multifacetadas da dimensão espiritual. A Deusa Deméter não era apenas uma simples mãe (de uma filha e dos grãos), mas uma deusa tríplice, contendo os aspectos de Chloe (a donzela da primavera) e de Cthonia (a anciã do mundo subterrâneo), todos associados ao ciclo da vida vegetativa. Os seus ensinamentos eram os dons que a própria Natureza dava aos homens: como plantar, colher, seguir os ciclos naturais e das estações. A vida física não era oposta ao espírito, as vicissitudes do corpo e da idade respeitadas como reflexos dos processos naturais. Aquilo que acontecia na Natureza também se passava na vida humana. O fim do ciclo de vida de uma planta era o paradigma da morte humana; a semente abrigada na terra escura germinava e brotava, podendo frutificar (assim como Perséfone se tornou mãe), depois definhava e apodrecia.
Mas ao se tornar composto, ela enriquecia e revitalizava o solo e desta morte fértil nasciam novas sementes, que germinavam, floresciam e frutificavam, a vida contida no fruto sendo liberada na sua morte. Manifestava-se assim o poder da Anciã, que recicla, sem parar, a morte para reiniciar e continuar o permanente ciclo da vida. Ver-se como parte da Natureza, aceitar a dependência humana das Suas forças, participar no eterno ciclo de transformação da vida em morte e novamente em vida, proporcionava aos povos antigos a vibrante e prometedora visão do destino humano. Os mortos eram”plantados” na terra e chamados de “povo de Deméter”(Demeteroi), ou cremados para acelerar a transformação, suas cinzas sendo entregues também à terra, para que a sua decomposição e fertilização do solo proporcionasse o desabrochar de uma nova vida. Na Natureza tudo é reciclado e modificado, nada permanece estático ou fixo, a única constante sendo a mudança que é a assinatura da continuidade. Não existe um processo linear, nem um começo ou um fim, nem a eternidade da vida ou da morte, por isso a transformação era a essência e a base das crenças espirituais pagãs.
Para compreender-mos de fato a profundidade simbólica e a complexidade do mito grego de Deméter e Perséfone, devemos perceber e aceitar a riqueza e fluidez dos conceitos míticos e a sua atuação na nossa vida, procurando nos sintonizar com os ciclos naturais, aceitando as oposições, mudanças, contrariedades, conflitos e paradoxos que são inerentes à natureza humana.

Mirella Faur -IN: Jornal Online Deusa Viva

THESMOPHORIA


11 DE OUTUBRO

Início de Thesmophoria, o festival grego de três dias reservado apenas às mulheres. Sua origem é muito antiga, oriunda dos cultos neolíticos de celebração da colheita dos cereais e das oferendas de leitões, perpetuando no culto a Ísis e, posteriormente, no culto a Deméter. Durante esse festival que celebrava Deméter Thesmophorus, a guardiã da lei, as mulheres se reuniam e praticavam vários rituais relacionados à fertilidade das plantações, animais e pessoas.
Neste primeiro dia, havia o ritual de “Kathodos e Anados”, a cerimônia do “ir abaixo e voltar para cima”. As mulheres escolhidas eram sacerdotisas que tinham passado por várias purificações, inclusive por abstinência sexual e evitado contato com objetos de ferro nos últimos três dias. Vestidas com túnicas vermelhas, elas desciam para o altar de Deméter, localizado em uma gruta profunda. Levavam consigo leitões consagrados à Deusa, que eram deixados na fenda da gruta. Era um ritual perigoso, pois nessas fendas existiam serpentes que se alimentavam das oferendas.
As sacerdotisas usavam chocalhos e encantamentos para mantê-las afastadas, enquanto recolhiam os restos das oferendas do ano anterior para levá-los de volta à superfície.
Celebração de Damkina, a Senhora da Terra, Deusa babilônica protetora das mulheres e das crianças. Ela foi posteriormente associada a outras deusas sumérias da Terra, como Ki, Kadi, Ninhursag e Nintu. Seu culto foi levado para Acádia, onde foi chamada Daukina e identificada com Deméter.

Informações extraídas do livro “ O Anuário da Grande Mãe”, de Mirella Faur.
IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/96

UMA REPUBLICAÇÃO IMPORTANTE

O FUTURO DO SAGRADO FEMININO


“Sou filha, mãe, irmã, amante, sacerdotisa, mestra, escritora, artista, pesquisadora, musicista, taróloga, runóloga, artesã, ritualista, curadora e mutante. Sou uma mulher selvagem e aquática, poetisa mística e mágica, feiticeira feminista, lésbica e tecelã de mitos e canções. Sou uma mãe fundadora do movimento da espiritualidade feminina americana, uma das pioneiras que promoveram a atual revolução da Deusa.
Recebi o chamado da Deusa nos idos de 70, quando estava começando o movimento do Seu retorno.Senti que a Consciência da Deusa iria abranger o planeta, pois era a única solução aos problemas mundiais e que as mulheres iam ser as Suas emissárias. Ainda sinto isso, mas não sei quanto tempo o processo irá levar , nem as dificuldades que deverá superar.
Naquele longínquo começo encontrei e trabalhei com muitas mulheres, que, assim como eu, estavam despertando para a Deusa, sentindo amor pela Mãe Terra, por si e entre si. Foi uma lua de mel extática, mas poucas de nós estavam preparadas para as batalhas e lutas que iriam seguir. Na minha área (montanhas de Santa Cruz) eu era a única mulher que oferecia grupos de estudos e rituais para celebrar a Deusa. Nos meados da década de 70, descobri que havia outras mulheres fazendo o mesmo trabalho, como por exemplo Z. Budapest começando o movimento feminista em Los Angeles, Ruth e Jean Mountaingrove em Oregon publicando a revista Womanspirit que durante décadas foi o mais importante elo da trama feminina.
Enquanto o sistema patriarcal ensina competir e dominar a Terra, as mulheres dedicadas à Deusa buscam repartir e preservar a abundância dos recursos naturais. Os padrões masculinos e bélicos, incutidos no inconsciente feminino e alimentados por medos atávicos, contribuíram para cisões e divergências no movimento feminista. Mas a espiritualidade feminina sobreviveu aos ventos contrários e agora está florescendo em toda parte, com centenas de livros e revistas com orientação feminista, círculos, rituais e festivais no mundo todo, estudos universitários, produtos e terapias. “A Deusa está viva e sua magia se espalha sobre a Terra”, antigo lema das pioneiras está se tornando a realidade que compensa os esforços e sacrifícios das iniciadoras.
Mas, nesta era de sucessos e expansão, o nosso movimento enfrenta outros desafios: como vender produtos e imagens da Deusa sem nos vender, como criar e manter uma base cooperativa em lugar da competição, como formar alianças e acordos sem criar dogmas e embates, como ter certeza de que a Tradição da Deusa está nutrindo as mulheres e não correndo o perigo de se tornar outro meio de opressão? Tenho certeza de que um movimento leal à Deusa deva resistir ao dogmatismo, rigidez e conformismo. Mas enquanto a Donzela ama a liberdade, a Mãe cria formas estáveis e duradouras e a Anciã ensina verdades eternas e sempre presentes. As premissas para a continuação e expansão deste processo do qual fiz parte, são a sacralidade da vida e a reverência da divindade feminina, o movimento circular e o poder compartilhado, o respeito à Mãe Terra e a conscientização dos seus filhos sobre a imanência e eterna presença da Deusa em todos os seres e níveis de criação”.

Shekinah Mountainwater - IN “Ariadne’s Thread”

domingo, 10 de outubro de 2010

A FORÇA DA DEUSA-SELVAGEM


"Uma mulher forte é aquela que sente profundamente e ama bravamente.
Suas lágrimas fluem tão abundantemente quanto o seu riso.
Uma mulher forte é tanto terna quanto poderosa.
Ela é ao mesmo tempo prática e espiritual.
Uma mulher forte em sua essência, é um presente para o mundo."

...uma mulher forte é acima de tudo aquela não nega sua fragilidade, aceitando-a, enquanto luta para encontrar sua força nas profudezas do seu ser...

IN; BRUXA SOLTA
- Claudia Botelho (Chara)

Uma pena o fato de não ser possível comentar no blog... não dá nem pra elogiar!
G.L

E EIS QUE CHARA SUMIU
Ao que parece A Chara se meteu num problema de direitos autorais com Nana Odara e seu blog foi excluido

OS MISTÉRIOS DAS MULHERES


Os Mistérios do Sangue
POR BROKE MEDICINE EAGLE

Os mistérios do sangue ensinam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento é o mesmo sangue, é o sangue universal, sangue do poder, sangue curativo. Os mistérios do sangue ensinam-nos recordar que vida e saúde são vindas de à mulher, à mulher sábia, à mulher que sangra e sangra. E não morre. Os mistérios do sangue revelam que o sangue menstrual e o sangue do nascimento são universais, cheio de potencial, cheio de vácuo, que devem ser usados para curar. O sangue do amor, sangue da abundância, o sangue que cura a terra. Os mistérios do sangue recordam o imenso poder da mulher, o poder do sangramento. Quando nós sangrarmos na terra (na realidade ou o fantasia) nos reencontramos com o poder, enquanto nosso sangue corre através do chakra pessoal da raiz e na terra. Sangrando na terra, sangrando livremente, nos como mulheres, como nutridoras da vida, como doadoras, nutridoras dass plantas, doadoras da nutrição universal - nosso sangue do tempo da lua : "Eu sou mulher que dá a nutrição para assegurar a vida deste planeta. Com meu poder do tempo da lua, meu sangue, com meu poder do nascimento, meu sangue, eu alimento a terra alimenta a todos. Cada mês eu recordo: Eu sou mulher. Eu sou terra. Eu sou vida. Eu sou nutrição. Eu sou mudança.

Eu sou inteira. Eu sou mulher. Eu sei a vida, a morte, a dor, e a saúde em meu meu útero. Eu conheço os lugares sangrentos: o espaço estreito entre a vida e a morte, o lugar de nascimento sangrento, o fluxo sangrento da vida nutridora, o fluxo sangrento de deixar a vida ir. Eu sou mulher. Meu sangue é poder. Poder calmo. Sangue calmo. Meu sangue é nutrição integral. Meu sangue nutre o feto crescente. Meu sangue transforma-se em leite para a criança nova. Meu sangue flui na terra como o nutrição para a Grande Mãe Gaia, a Mãe Terra.

Gaia, cujas manifestações são sangrentas. Mulher, cujas expressões são de verter sangue. Mas sangue da nutrição. Sangue menstrual vertendo, sangue sangrando do nascimento. Sangue da paz, sangue nutridor. Sangue de saúde, não do sacrifício. A tradição sábia da mulher é uma mulher que sangra como dádiva. A saúde está mudando sempre. A vida é misteriosa, movendo-se nas espirais da mudança. Espirais que movem-se completamente para o vácuo. A mudança que faz a abertura que nos permite ver o presente saudável . Sente-se, irmã, no musgo verde macio, e dê-se seu sangue sagrado da lua à terra, à espiral da vida. Deixe o fluxo vermelho do sangue do seu útero juntar-se ao verde e marrom da terra. Sente-se aqui. Relaxe e feche seus olhos e deixe as visões virem. Descanse agora e entregue seu sangue da lua para nutrir a mãe que nos nutre. Relaxe e deixe as visões virem." O periodo do fluxo menstrual, de acordo com a tradição da mulher sábia, é um momento das visões. Toda a mulher que prestar atenção a estas visões encontrará o poder dos xamã, das bruxa, sas mulheres medicinais. Adicione um pouco de folhas vermelhas a suas misturas herbais, com exceção da hera. Evoque o poder do sangue menstrual. Isso fará à medicina. Estes são os poderes naturais de mulheres menstruando, e em menopausa, e em início de menopausa: Ligação com a terra como uma presença responsável e nutridora
* Comunicação com as plantas, animais, equilíbrio
* Criar o tempo
* Deslocar a forma
* Invisibilidade
* Comunicação com fadas, devas, elfos, elementais
* Prever futuro
* Aguça olfato, o paladar, a escuta, a visão, o tato.
* Cura

IN: MULHERES & DEUSAS - ROSA LEONOR PEDRO