quarta-feira, 22 de julho de 2009

ÁRTEMIS,O FEMININO SAGRADO



INVOCAÇÃO


Oh, minha Deusa Diana
Escuta a voz de meu coração
Ouça a minha canção de adoração
O céu na Lua Cheia
se enche com sua beleza
Que seu feixe de prata
Abra a porta dos sonhos
Minha amada Deusa Lua
Ensina-me seus mistérios antigos
Presenteia-me com a sabedoria e
ajuda-me a afastar espíritos opressores
para que a cura se opere dentro de mim
Abençoa-me e recebe-me como sua filha(o)
Quando meu corpo cansado repousar esta noite
fale com meu espírito interno
Ensina-me, Rainha da Noite
Sou toda ouvidos!




Todos nós conhecemos a imagem de Ártemis (Diana, para romanos), que foi esculpida e pintada como uma deusa lunar esquia, virginal, acompanhada de cães ou leões e trazendo um arco dourado nas mãos. Ela era a deusa mais popular da Grécia. Ela habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado. Ela era uma deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da Lua, virgem, caçadora e parteira e de fato representa o feminino em todos os seus aspectos.




ARQUÉTIPO DA MÃE DOS ANIMAIS

Ártemis /Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e profusão.
(...)

Sua festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto.

Neste dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados. Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos servidos bem quentes e maçãs ainda pendentes dos ramos. A Igreja Católica santificou esta grande festa da Deusa virgem, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa Senhora, a 15 de agosto.

Deusa dos Animais, as vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.

Parece, portanto, que a figura de Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a presa e a flecha que a abate.

O que pode significar o que, como caçadora, se dispara a si mesma flechas de ouro?



No período Paleolítico matar a um animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser. A pureza do caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou reconstituindo-o através da arte. O urso na parede da caverna de "Les Trois Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista. No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se. Ela é, definitivamente, quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.

Porém, essa dependência da graça da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem convertendo-se sem presas.

Encontramos o eco desta Deusa Ursa Primordial em todas as questões ligadas ao parto e à proteção de crianças e animais de peito.

Ártemis era a que regia os partos: ensinava a mulher que dava à luz a abandonar sua identidade cultural e a permitir que a guiasse a sabedoria do corpo, mais profunda:


"Através de meu ventre se desencadeou um dia esta tormenta, porém invoque a celestial Ártemis, protetora dos partos e que cuido do arco, e favoravelmente acuda sempre as minhas súplicas"



Assim canta o coro na obra de Eurípides.

A imagem leonina de Ártemis volta a expressar o medo ante ao abandono às forças da natureza, que, especialmente no parto, com seu necessário momento de entrega, pode expressar-se como "dom" ou como "maldição".

Existia a tradição também, que toda a mulher que sobrevivesse ao parto, deveria entregar suas vestes ao templo de Ártemis em Brauron, em Atenas.



Como "Mãe Ursa", tão ternamente retratada em uma imagem neolítica de Mãe Ursa com seu cachorro, a Deusa também cuida do recém-nascido, juntamente porque a lactância das crias de toda espécie pertence à esfera dos instintos da natureza. A ursa que está criando a seus pequenos é o animal mais feroz do mundo e, entre todos os animais, exceto os humanos, o simples ato de amamentar assegura a vida e espanta a morte. As jovens dançavam em honra de Ártemis ataviadas com máscaras e disfarces de urso, explorando assim a liberdade de sua própria natureza de urso, pois eram chamadas de "arktoi", "ursas".

Na Creta contemporânea, Maria, em seu papel de mãe, segue sendo honrada como "Virgem Maria do Urso".



No entanto, Ártemis não era mãe. Era a Virgem intacta cuja túnica curta e exercitada musculatura lhe davam um aspecto masculino; as meninas de nove anos, em sua etapa da pré-adolescência, eram suas companheiras favoridas. Durante as danças de suas festas as meninas, as vezes, levavam falos para celebrar que a Deusa continha em si mesma sua natureza masculina. Rodeava à Ártemis uma pureza, um inflexível autonomia, que conectava os amplos espaços inexplorados da natureza com a solidão que todo o ser humano precisa para descobrir uma identidade única.

DEUSA TRÍPLICE

Como Deusa do sub-mundo, ela é associada ao Nascimento, Procriação e Morte. Como Deusa da terra, representa as três estações: Primavera, Verão e Inverno. Como Deusa do céu, ela é a Lua nas fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura. Como Deusa Tríplice foi personificada de mulher primitiva, mulher criadora e destruidora.

ÁRTEMIS/DIANA HOJE

O Arquétipo da feminilidade desta Deusa-Virgem, começa a se tornar importante novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob a influência de uma realidade masculinizada.



Ártemis/Diana é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira infalível, a Deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva.



Além disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.

Uma parte deste redespertar da espiritualidade artemisiana já vem ocorrendo há vários anos na Europa, mas já chegou também ao Ocidente. Na Grã-Bretanha, redescobriu-se a antiga Deusa Branca dos celtas, graças ao maravilhoso livro "White Goddess", de Robert Graves.

Hoje já há também uma nova compreensão sobre feitiçaria, sob o nome de Wicca. Esta religião-arte, nada mais é do que a "antiga religião" de Diana/Ártemis. Aquelas mulheres que praticavam o culto à Deusa Diana vieram a ser identificadas com as chamadas bruxas e foram perseguidas e exterminadas. Entretanto, junto com a Wicca e outros movimentos semelhantes, está ocorrendo uma importante ressurreição das antigas tradições xamânicas e de cura nos quatro cantos do mundo.

ENXERTOS DE:http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusadiana.html

Um comentário:

  1. pow muito bom adorei

    eu queria dar a informaçao de que artemis rege o signo de cancer

    obrigada

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Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.