UMA BREVE VISÃO DA MULHER NO BRASIL E EM PORTUGAL
“A força do feminino”
Considera a mulher como uma deusa
Ela representa a sua energia particular
E honra-a como tal
Utara Tantra
Vejo, embora de longe, que no Brasil, as mulheres têm uma consciência ecológica cada vez mais alargada e começaram já a desenvolver um caminho espiritual centrado no Feminino Sagrado, ao contrário de em Portugal, onde as mulheres continuam presas ao conhecimento teórico e intelectual e apenas às causas políticas. Aqui as mulheres portugueses, como por norma as mulheres europeias, são apenas motivadas pelo lado material da vida, o intelecto, o dinheiro e a imagem, instigadas à produção e ao consumo, enquanto, penso eu, as brasileiras em geral, mais ligadas à natureza e ao corpo, à intuição, e à expressão dos afectos, pelo contacto com a abundante natureza tropical, dão mais importância às sensações do que à mente... Elas estão mais perto da natureza e por isso são menos intelectualizadas que na Europa sendo um benefício acrescido para facilitar o encontro consigo mesmas. Por outro lado a miscigenação das religiões africanas com a cristã deram amplitude às práticas e vivências espirituais como o Espiritismo e a umbanda em que as mulheres têm um papel determinante, as mães de santo, ao contrário do cristianismo que as exclui e as difama. É claro que no Brasil há elites conservadores que excluem ou desprezam essas práticas, assim como os intelectuais dentro do Sistema.
Depois, a dita cultura europeia dominante, ao nível das classes mais privilegiadas, em nada contribuiu para o conhecimento intuitivo nem para uma verdadeira realização-emancipação da mulher, porque lhe faltou o contacto com a sua parte anímica e mediúnica, e, ao contrário do que se possa pensar, o saber exterior não faz conhecer a essência feminina (nem a masculina) enquanto princípio cósmico. Porque a realização e expressão da mulher tem mais a ver com a sua ligação à vida instintiva e à sua intuição, ao seu coração, tem a ver basicamente com a sua ligação à Natureza e os seus ritmos e ao seu corpo, à sua alma, e a instrução patriarcal afastou-a desse conhecimento.
O acesso das mulheres às universidades e a grande maioria de mulheres nas faculdades, a percentagem maioritária de advogadas e médicas que se “formaram” neste país nestas duas últimas décadas, debaixo da tutela do patriarcado e das coordenadas do pensamento cartesiano, digamos, lógico e racional, na forma de conhecimento objectivo “histórico, filosófico ou científico”, afastou a mulher cada vez mais de si mesma e da sua verdadeira identidade.
A sociedade europeia deu às mulheres “liberdade” e “igualdade”, enfim, relativas (se tivermos em conta o médio Oriente) e as mulheres assimilaram os mesmos valores dos homens e do patriarcado sem perceber sequer como eles as não incluem efectivamente, nem na sua linguagem, nem nas suas estruturas de chefia e que isso mais tarde ou mais cedo se voltaria contra elas…Não falo das mulheres profanadas nos seus corpos nas ruas da cidade ou pela pornografia, a propaganda comercial e o cinema em geral, mas das mulheres que atingiram patamares mais elevado na cultura e que apesar de formadas e da suposta paridade política continuam em posições de subalternas e de inferioridade.
AS mulheres da Europa em geral, mesmo as mais inteligentes e brilhantes, assimilaram a cultura clássica, grega ou romana e foram admitidas nas Academias dos homens, não por terem mérito como mulheres, mas porque defendiam a sua cultura ao fim e ao cabo, quando se “elevavam ao seu nível”, pensando que sendo como os homens atingiriam um patamar de superioridade…talvez sobre as outras mulheres, sim, pensando se calhar que seriam diferentes das mulheres calcadas e humilhadas que foram as suas mães e avós e então teriam ganho uma causa ou uma medalha ou mesmo dignidade…
Mas enganaram-se…
Admito que as mulheres não tiveram outro recurso senão lutar com as mesmas armas que os homens, mas atingida essa “igualdade” na prática, em que demonstraram que podem ir tão longe como eles, e nisso até foram longe demais, senão se voltarem de novo para dentro de si mesmas em busca da sua diferença enquanto mulheres, em busca da mulher original, aquela que foi cindida em duas pelo patriarcado, enquanto não olharem a dimensão dessa ferida no seu corpo e na sua alma, essa separação da mulher esposa/prostituta e partirem em busca do seu verdadeiro ser, da sua totalidade, elas perderão toda a sua vida e o propósito da sua existência… Esta busca da mulher em si é diferente da busca do seu “Eu” (self) ainda à imagem do homem, porque a mulher, sendo a iniciadora do homem, ela tem de encontrar primeiro esse poder em si, essa energia particular da Shakti, um poder inato e inerente ao seu ser, pois de outra forma o homem não atingirá também a sua realização e tudo continuará na mesma.
“No seio das múltiplas culturas indianas, a visão do sagrado na aparência de uma mulher existiu sempre”.
“As mulheres são de essência divina, elas são o sopro vital”.
“As mulheres são deusas, as mulheres são a vida…” - Sarvoltâsa Tantra
(…)
A mulher, não importa qual, representa a feminilidade primordial na sua forma mais pura, uma personificação da totalidade, pela essência do arquétipo: a anima, definida por Jung.
(…)
No Shaktismo, mulheres e homens não estão em guerra, mas, através da sua unicidade colectiva, eles realizam-se na plenitude feminina do universo. Na terra, eles representam o princípio cósmico. Juntos precisam de se tornar Um na relação macho/fêmea afim de, segundo as palavras de Vivekananda, de “restaurar o equilíbrio essencial das energias e das qualidades femininas e masculinas no mundo. O pássaro do Espírito da humanidade não pode voar com uma só asa”. (in Kali A força do Feminino de Ajit Mookerjee)
Bem sei que este não é o espírito da cultura ocidental, em que o respeito da mulher e menos ainda a devoção pela mulher, enquanto encarnação da deusa, é nula pois vivemos num estado de consciência quase animal, digo sub-humano, em que homens e mulheres estão subjugados pelos valores da sociedade materialista, consumista e alienada de toda e qualquer essência espiritual verdadeira e que vive apenas de resquícios de uma religião pavorosa que destruiu a mulher e matou a deusa, que queimou as “bruxas” e inventou o diabo!
Sim, em Portugal não vamos além do dogmatismo religioso baseado na crença e ritual tradicional católico, sem qualquer incidência na vida real das pessoas, a não ser na força dos preconceitos e atavismos - que são os responsáveis da diminuição e inferiorização da mulher no Ocidente. Tudo o resto, seja o hinduísmo ou o budismo ou qualquer outra forma de espiritualidade em geral, não tem ainda força e acaba por ser ridicularizada ou branqueada pela crença instituída ou enraizada mesmo nas pessoas supostamente mais cultas.
Há nas mulheres “modernas” e nomeadamente nas feministas desta cultura ocidental um receio de serem ridicularizadas e banidas nos círculos patriarcais, o medo da perda das suas conquistas, em sequer encarar qualquer dimensão do sagrado ou da mística feminina. A ecologia foi apenas encarada como uma forma de política…sem qualquer percepção da força vital sagrada que está por detrás de cada planta, semente ou grão…A dimensão ontológica da mulher é completamente apagada e banida das suas prelecções envergonhadas e caducas, marxistas e utópicas.
Num País como Portugal, de essência Mariana, em que o culto da Deusa é o fundamento da nossa religião mais arcaica e marca a nossa sensibilidade radicada na Saudade, que lembra e evoca uma origem Mater, uma matriz feminina, que está impressa nos cantos mais remotos desta “Terra ocidental extrema” a antiga Lusitânia, a mulher não a representa nem a evoca senão de forma primária em orações e pedidos de ajuda à Virgem de Fátima ou à Nossa Senhora para salvar o seu homem ou o seu filho da guerra ou do pecado!
Como Porto do Graal…Portugal talvez seja ainda o lugar da busca da essência perdida dessa mulher primeva, a Deusa Mãe, o Cálice de sangue em que bebem todos os seres ao nascer e dela vivem, dentro do seu Útero e depois do seu seio.
A “Nossa sociedade e nossa alma se estruturando pelos moldes arcaicos dará grande importância á figura da Mãe. O culto de Maria, como Virgem e Mãe, estará no cerne da religião cristã, desde os começos da nacionalidade e protegendo seu território já como terra de santa Maria. Eleição que teria já neste território a alma nacional, continuado uma antecedente religião pagã marcado pelo culto da Deusa Mãe, desde seus primórdios.”
(Da serpente à Imaculada de Dalida Pereira da Costa)
Contudo, apesar dessa memória colectiva inscrita nas nossas células, a força da alienação materialista e mental, a ignorância e o medo que dominou Portugal durante fascismo e a lavagem cerebral colectiva dos comunistas radicais ateus e dos socialistas agnósticos, (mas servis ao Papa) continuada no controlo reducionista dos médias nas últimas décadas, deixou Portugal e as pessoas, nomeadamente as mulheres, presas no mais elementar estado de consciência, tendo a cultura materialista abafado por completo a memória deste povo de tendência mística e pagã, que não avança se não for pela alma e aí de novo temos a Mulher como factor principal, como Anima. É neste ponto que voltamos à questão essencial que venho abordando desde o início deste texto.
A evolução da humanidade passa a todo o transe pela evolução da mulher enquanto ser primordial e criador, para além do arquétipo e enquanto mulher amante e mãe na nossa sociedade e isso implica forçosamente o restituir do seu potencial e o seu desenvolvimento intrínseco. Só assim a mulher voltará a ser quem era e o que realmente é desde o início do mundo.
Se a mulher não acordar para esse potencial, o do seu ser verdadeiro e não unir as mulheres cindidas pelo patriarcado, em que assenta o seu domínio bárbaro, ela continuará a ser explorada pelas forças de destruição que controlam o planeta e nós todos, como seres humanos, não poderemos evoluir nem passar para uma dimensão superior de consciência.
O papel da mulher na vida e na sociedade é fulcral e sem essa consciência de si mesma e do seu real valor, sem que lhe seja de novo outorgado o seu poder e a sua força interior na união das duas mulheres separadas, que vivem em antagonismo na nossa sociedade, a puta e a santa, volto a insistir neste ponto crucial – pois foi aí que a religião romana atingiu com a sua espada o coração da deusa mãe e o dividiu em dois… - não evoluiremos espiritualmente, nem acedermos a níveis superiores de consciência, essa é a minha profunda e única convicção.
Nesta Ano da Imperatriz e debaixo do imperativo da manifestação da energia feminina e o desvelar do Véu da Deusa, o seu Segredo e Revelação, se a Mulher não der a sua Voz e o seu Corpo à Deusa, este mundo que o Homem dominou cairá no caos e na destruição.
Rosa Leonor Pedro
IN: http://rosaleonor.blogspot.com/2010/01/uma-breve-visao-da-mulher-no-brasil-e.html
“A força do feminino”
Considera a mulher como uma deusa
Ela representa a sua energia particular
E honra-a como tal
Utara Tantra
Vejo, embora de longe, que no Brasil, as mulheres têm uma consciência ecológica cada vez mais alargada e começaram já a desenvolver um caminho espiritual centrado no Feminino Sagrado, ao contrário de em Portugal, onde as mulheres continuam presas ao conhecimento teórico e intelectual e apenas às causas políticas. Aqui as mulheres portugueses, como por norma as mulheres europeias, são apenas motivadas pelo lado material da vida, o intelecto, o dinheiro e a imagem, instigadas à produção e ao consumo, enquanto, penso eu, as brasileiras em geral, mais ligadas à natureza e ao corpo, à intuição, e à expressão dos afectos, pelo contacto com a abundante natureza tropical, dão mais importância às sensações do que à mente... Elas estão mais perto da natureza e por isso são menos intelectualizadas que na Europa sendo um benefício acrescido para facilitar o encontro consigo mesmas. Por outro lado a miscigenação das religiões africanas com a cristã deram amplitude às práticas e vivências espirituais como o Espiritismo e a umbanda em que as mulheres têm um papel determinante, as mães de santo, ao contrário do cristianismo que as exclui e as difama. É claro que no Brasil há elites conservadores que excluem ou desprezam essas práticas, assim como os intelectuais dentro do Sistema.
Depois, a dita cultura europeia dominante, ao nível das classes mais privilegiadas, em nada contribuiu para o conhecimento intuitivo nem para uma verdadeira realização-emancipação da mulher, porque lhe faltou o contacto com a sua parte anímica e mediúnica, e, ao contrário do que se possa pensar, o saber exterior não faz conhecer a essência feminina (nem a masculina) enquanto princípio cósmico. Porque a realização e expressão da mulher tem mais a ver com a sua ligação à vida instintiva e à sua intuição, ao seu coração, tem a ver basicamente com a sua ligação à Natureza e os seus ritmos e ao seu corpo, à sua alma, e a instrução patriarcal afastou-a desse conhecimento.
O acesso das mulheres às universidades e a grande maioria de mulheres nas faculdades, a percentagem maioritária de advogadas e médicas que se “formaram” neste país nestas duas últimas décadas, debaixo da tutela do patriarcado e das coordenadas do pensamento cartesiano, digamos, lógico e racional, na forma de conhecimento objectivo “histórico, filosófico ou científico”, afastou a mulher cada vez mais de si mesma e da sua verdadeira identidade.
A sociedade europeia deu às mulheres “liberdade” e “igualdade”, enfim, relativas (se tivermos em conta o médio Oriente) e as mulheres assimilaram os mesmos valores dos homens e do patriarcado sem perceber sequer como eles as não incluem efectivamente, nem na sua linguagem, nem nas suas estruturas de chefia e que isso mais tarde ou mais cedo se voltaria contra elas…Não falo das mulheres profanadas nos seus corpos nas ruas da cidade ou pela pornografia, a propaganda comercial e o cinema em geral, mas das mulheres que atingiram patamares mais elevado na cultura e que apesar de formadas e da suposta paridade política continuam em posições de subalternas e de inferioridade.
AS mulheres da Europa em geral, mesmo as mais inteligentes e brilhantes, assimilaram a cultura clássica, grega ou romana e foram admitidas nas Academias dos homens, não por terem mérito como mulheres, mas porque defendiam a sua cultura ao fim e ao cabo, quando se “elevavam ao seu nível”, pensando que sendo como os homens atingiriam um patamar de superioridade…talvez sobre as outras mulheres, sim, pensando se calhar que seriam diferentes das mulheres calcadas e humilhadas que foram as suas mães e avós e então teriam ganho uma causa ou uma medalha ou mesmo dignidade…
Mas enganaram-se…
Admito que as mulheres não tiveram outro recurso senão lutar com as mesmas armas que os homens, mas atingida essa “igualdade” na prática, em que demonstraram que podem ir tão longe como eles, e nisso até foram longe demais, senão se voltarem de novo para dentro de si mesmas em busca da sua diferença enquanto mulheres, em busca da mulher original, aquela que foi cindida em duas pelo patriarcado, enquanto não olharem a dimensão dessa ferida no seu corpo e na sua alma, essa separação da mulher esposa/prostituta e partirem em busca do seu verdadeiro ser, da sua totalidade, elas perderão toda a sua vida e o propósito da sua existência… Esta busca da mulher em si é diferente da busca do seu “Eu” (self) ainda à imagem do homem, porque a mulher, sendo a iniciadora do homem, ela tem de encontrar primeiro esse poder em si, essa energia particular da Shakti, um poder inato e inerente ao seu ser, pois de outra forma o homem não atingirá também a sua realização e tudo continuará na mesma.
“No seio das múltiplas culturas indianas, a visão do sagrado na aparência de uma mulher existiu sempre”.
“As mulheres são de essência divina, elas são o sopro vital”.
“As mulheres são deusas, as mulheres são a vida…” - Sarvoltâsa Tantra
(…)
A mulher, não importa qual, representa a feminilidade primordial na sua forma mais pura, uma personificação da totalidade, pela essência do arquétipo: a anima, definida por Jung.
(…)
No Shaktismo, mulheres e homens não estão em guerra, mas, através da sua unicidade colectiva, eles realizam-se na plenitude feminina do universo. Na terra, eles representam o princípio cósmico. Juntos precisam de se tornar Um na relação macho/fêmea afim de, segundo as palavras de Vivekananda, de “restaurar o equilíbrio essencial das energias e das qualidades femininas e masculinas no mundo. O pássaro do Espírito da humanidade não pode voar com uma só asa”. (in Kali A força do Feminino de Ajit Mookerjee)
Bem sei que este não é o espírito da cultura ocidental, em que o respeito da mulher e menos ainda a devoção pela mulher, enquanto encarnação da deusa, é nula pois vivemos num estado de consciência quase animal, digo sub-humano, em que homens e mulheres estão subjugados pelos valores da sociedade materialista, consumista e alienada de toda e qualquer essência espiritual verdadeira e que vive apenas de resquícios de uma religião pavorosa que destruiu a mulher e matou a deusa, que queimou as “bruxas” e inventou o diabo!
Sim, em Portugal não vamos além do dogmatismo religioso baseado na crença e ritual tradicional católico, sem qualquer incidência na vida real das pessoas, a não ser na força dos preconceitos e atavismos - que são os responsáveis da diminuição e inferiorização da mulher no Ocidente. Tudo o resto, seja o hinduísmo ou o budismo ou qualquer outra forma de espiritualidade em geral, não tem ainda força e acaba por ser ridicularizada ou branqueada pela crença instituída ou enraizada mesmo nas pessoas supostamente mais cultas.
Há nas mulheres “modernas” e nomeadamente nas feministas desta cultura ocidental um receio de serem ridicularizadas e banidas nos círculos patriarcais, o medo da perda das suas conquistas, em sequer encarar qualquer dimensão do sagrado ou da mística feminina. A ecologia foi apenas encarada como uma forma de política…sem qualquer percepção da força vital sagrada que está por detrás de cada planta, semente ou grão…A dimensão ontológica da mulher é completamente apagada e banida das suas prelecções envergonhadas e caducas, marxistas e utópicas.
Num País como Portugal, de essência Mariana, em que o culto da Deusa é o fundamento da nossa religião mais arcaica e marca a nossa sensibilidade radicada na Saudade, que lembra e evoca uma origem Mater, uma matriz feminina, que está impressa nos cantos mais remotos desta “Terra ocidental extrema” a antiga Lusitânia, a mulher não a representa nem a evoca senão de forma primária em orações e pedidos de ajuda à Virgem de Fátima ou à Nossa Senhora para salvar o seu homem ou o seu filho da guerra ou do pecado!
Como Porto do Graal…Portugal talvez seja ainda o lugar da busca da essência perdida dessa mulher primeva, a Deusa Mãe, o Cálice de sangue em que bebem todos os seres ao nascer e dela vivem, dentro do seu Útero e depois do seu seio.
A “Nossa sociedade e nossa alma se estruturando pelos moldes arcaicos dará grande importância á figura da Mãe. O culto de Maria, como Virgem e Mãe, estará no cerne da religião cristã, desde os começos da nacionalidade e protegendo seu território já como terra de santa Maria. Eleição que teria já neste território a alma nacional, continuado uma antecedente religião pagã marcado pelo culto da Deusa Mãe, desde seus primórdios.”
(Da serpente à Imaculada de Dalida Pereira da Costa)
Contudo, apesar dessa memória colectiva inscrita nas nossas células, a força da alienação materialista e mental, a ignorância e o medo que dominou Portugal durante fascismo e a lavagem cerebral colectiva dos comunistas radicais ateus e dos socialistas agnósticos, (mas servis ao Papa) continuada no controlo reducionista dos médias nas últimas décadas, deixou Portugal e as pessoas, nomeadamente as mulheres, presas no mais elementar estado de consciência, tendo a cultura materialista abafado por completo a memória deste povo de tendência mística e pagã, que não avança se não for pela alma e aí de novo temos a Mulher como factor principal, como Anima. É neste ponto que voltamos à questão essencial que venho abordando desde o início deste texto.
A evolução da humanidade passa a todo o transe pela evolução da mulher enquanto ser primordial e criador, para além do arquétipo e enquanto mulher amante e mãe na nossa sociedade e isso implica forçosamente o restituir do seu potencial e o seu desenvolvimento intrínseco. Só assim a mulher voltará a ser quem era e o que realmente é desde o início do mundo.
Se a mulher não acordar para esse potencial, o do seu ser verdadeiro e não unir as mulheres cindidas pelo patriarcado, em que assenta o seu domínio bárbaro, ela continuará a ser explorada pelas forças de destruição que controlam o planeta e nós todos, como seres humanos, não poderemos evoluir nem passar para uma dimensão superior de consciência.
O papel da mulher na vida e na sociedade é fulcral e sem essa consciência de si mesma e do seu real valor, sem que lhe seja de novo outorgado o seu poder e a sua força interior na união das duas mulheres separadas, que vivem em antagonismo na nossa sociedade, a puta e a santa, volto a insistir neste ponto crucial – pois foi aí que a religião romana atingiu com a sua espada o coração da deusa mãe e o dividiu em dois… - não evoluiremos espiritualmente, nem acedermos a níveis superiores de consciência, essa é a minha profunda e única convicção.
Nesta Ano da Imperatriz e debaixo do imperativo da manifestação da energia feminina e o desvelar do Véu da Deusa, o seu Segredo e Revelação, se a Mulher não der a sua Voz e o seu Corpo à Deusa, este mundo que o Homem dominou cairá no caos e na destruição.
Rosa Leonor Pedro
IN: http://rosaleonor.blogspot.com/2010/01/uma-breve-visao-da-mulher-no-brasil-e.html
Olá Gaia!
ResponderExcluirO texto sobre durga, já foi editado, retirei algumas partes do mesmo, pois era muito grande...fiz um resumo, pois como a revista é eletronica, temos maiores problemas com legibilidade de massas de textos, mas não alterei nada do sentido do original, pode ficar tranquila.
Claro, o texto tem a autoria e o link para cá, tudo certinho, pois, quero claro sempre divulgar bons blogs, que ajudam com boas mensagens, como é o teu caso.
A revista, sai dia 23 de Janeiro, venho aqui e te passo o link.
um abração pra vc!
O obrigada e que a Grande mãe traga muita prsoperidade a seu trabalho.
ResponderExcluirAbraços