"A reivindicação de uma igualdade com o homem não é senão a manifestação de uma mentalidade de escravidão. E qualquer mulher que tenha contacto profundo com a sua feminilidade detesta esta posição. Ela não quer parecer-se com o homem. Ela está intimamente persuadida da perfeição do seu estatuto, da sua riqueza biológica e psíquica, da sua nobreza interior.
(…) A verdadeira realização começa com a afirmação de uma diferença não só biológica, mas espiritual."
*Femme Solaire - Paul Salomon
É um Sopro de Espiritualidade que falta às feministas na sua luta ainda e que sempre faltou. E é precisamente por isso o mais difícil de aceitar é que se torna tão difícil olhar para as mulheres dentro de uma perspectiva da Deusa. Rejeitando a ideia de religião e o domínio do deus-pater elas rejeitaram também qualquer transcendência em si mesmas...Sobretudo falando das mulheres portuguesas que só começaram a sua luta depois do 25 de Abril - embora tenhamos uma minoria de antes da “revolução e algumas referências de mulheres pioneiras que lhes serviram de base e inspiração. Afastaram-se assim da religião e do catolicismo que as oprimia, mas não viram outra via dentro do Sagrado. Nem sequer alguém se lembraria da Deusa nos anos 60 e 70 por cá…e muito pouco na Europa. (Não fiz nenhuma pesquisa e admito poder estar errada nesse aspecto)
Só muito recentemente (há cerca de 20 anos) as mulheres em Portugal se deixaram aqui e ali aliciar por alguns movimentos supostamente espirituais, por guias, mestres e astrólogos, dentro da perspectiva patriarcal, em que são sistematicamente votadas ao descrédito de forma subtil ou óbvia, e, no entanto, elas aceitam isso e são seguidoras fiéis desses mentores, como o eram dos padres e dos pais, irmãos e maridos…Sem qualquer consciência do feminino em si e do Poder da Mulher.
Ou então, no caso das feministas, ainda presas aos conceitos redutores do marxismo ou do pragmatismo ateísta, ainda que à sua maneira, elas não abdicam de um posicionamento político e militantista. Não há qualquer indício porém de movimentos ecológicos relacionados com o Sagrado Feminino em Portugal. As mulheres, presas ainda aos primeiros movimentos democráticos, dependentes dos partidos socialista ou comunista, que lhes deram cobertura paternalista, sempre dentro do modelo patriarcal, elas não enxergam a forma redutora como a História as tratou e os próprios políticos ainda hoje as tratam em Portugal. Continuam subservientes às ideologias ou filosofias dos homens, ou mesmo até paradoxalmente das mulheres que se salientaram dentro do Sistema (de ensino académico) - as variantes das Faces de Eva - antes ou depois da revolução de Abril, mas sempre dentro do pensamento racionalista, estritamente masculino, com uns laivos de feminino no meio. Claro que tudo isto está em oposição ao feminino essencial, mas o mais grave e absolutamente paradoxal é como elas não vêm que o velho Sistema jamais lhes daria um lugar que não fosse o “direito igual” ao dos homens: poligamia, fazer sexo livre, ir à guerra, ser polícia, bombeiro, ser deputada ou estivadora ou ser prostituta com estatuto legal...
Falta a essas feministas ou activistas um sopro de espiritualidade, que seria um sopro de alma que perderam na convicção dos seus direitos e igualdades...
Não venderam a alma ao diabo, como acusaram os padres as suas irmãs bruxas na idade média, não, mas desta vez elas venderam a alma por um estatuto de novas escravas. Iguais aos escravos, são as escravas da guerra, da produção, do consumo e da alienação global do ser sagrado, da natureza e dos animais, do seu ser interior, do ser com alma e coração.
Por tudo isso não vejo nem acredito em nenhum rasgo de evolução do SER MULHER pela sua participação activa na politica, nesta sociedade patrista, porque ela não implica de modo algum uma Consciência verdadeira, ontológica, bem pelo contrário. As mulheres continuam a ser o que sempre foram: objectos de consumo e de prazer ou procriadoras, para chegar agora ao mais aviltante que é serem “barrigas de aluguer” dos casais gays e inférteis. E as próprias feministas não se revoltam com isso, assim como nunca se revoltaram com a prostituição das mulheres, quando muito quiseram legalizar e dar direitos às prostitutas sem considerar o que havia de errado nessa condição e como se prende com toda a mulher essa questão…
O Feminino Sagrado, a Ecologia, como dimensão de uma consciência da vida também sagrada, é essa espiritualidade que falta à mulher e que mais não é do que a sua própria essência, a essência à qual devia ser fiel e servir para lá de todas as barreiras e que lhe foi negada pela história do Homem...Daí que as mulheres que pensam em termos eruditos ou filosóficos fazem-no também, na base do conhecimento racional e intelectual, numa perspectiva cerebral e nunca na base do conhecimento intuitivo emocional...
Falta à Mulher SER Mulher total para se tornar a Mulher iniciadora, a mulher oráculo, a mulher inspirada, instintiva, a mulher que sente o fogo da sua alma, a mulher fonte de amor que é a Amante e a Mãe da Vida, e essa é a única mulher que ainda pode salvar o Planeta da alienação e da miséria.
Essa seria a mulher verdadeira que devia antes de tudo erguer a sua voz, a Voz do oráculo que foi silenciada, condenada ao descrédito durante milénios, a voz do útero, o útero que lhe foi arrancado...as entranhas que lhe foram sugadas, o Voz do verdadeiro oráculo que lhe foi proibido pelas religiões patriarcais e pelos seus filósofos.
A Mulher para voltar a ser uma Mulher autêntica, devia Acordar em si Lilith, a Pítia, a Grande Serpente, a Medusa, a Bruxa, a Sacerdotisa, a Vidente...era essa a Mulher que devia acordar para acordar a Humanidade para resgatar o seu fogo sagrado, a sua origem cósmica!
Só essa Mulher fará a diferença!
ROSA LEONOR PEDRO
(…) A verdadeira realização começa com a afirmação de uma diferença não só biológica, mas espiritual."
*Femme Solaire - Paul Salomon
É um Sopro de Espiritualidade que falta às feministas na sua luta ainda e que sempre faltou. E é precisamente por isso o mais difícil de aceitar é que se torna tão difícil olhar para as mulheres dentro de uma perspectiva da Deusa. Rejeitando a ideia de religião e o domínio do deus-pater elas rejeitaram também qualquer transcendência em si mesmas...Sobretudo falando das mulheres portuguesas que só começaram a sua luta depois do 25 de Abril - embora tenhamos uma minoria de antes da “revolução e algumas referências de mulheres pioneiras que lhes serviram de base e inspiração. Afastaram-se assim da religião e do catolicismo que as oprimia, mas não viram outra via dentro do Sagrado. Nem sequer alguém se lembraria da Deusa nos anos 60 e 70 por cá…e muito pouco na Europa. (Não fiz nenhuma pesquisa e admito poder estar errada nesse aspecto)
Só muito recentemente (há cerca de 20 anos) as mulheres em Portugal se deixaram aqui e ali aliciar por alguns movimentos supostamente espirituais, por guias, mestres e astrólogos, dentro da perspectiva patriarcal, em que são sistematicamente votadas ao descrédito de forma subtil ou óbvia, e, no entanto, elas aceitam isso e são seguidoras fiéis desses mentores, como o eram dos padres e dos pais, irmãos e maridos…Sem qualquer consciência do feminino em si e do Poder da Mulher.
Ou então, no caso das feministas, ainda presas aos conceitos redutores do marxismo ou do pragmatismo ateísta, ainda que à sua maneira, elas não abdicam de um posicionamento político e militantista. Não há qualquer indício porém de movimentos ecológicos relacionados com o Sagrado Feminino em Portugal. As mulheres, presas ainda aos primeiros movimentos democráticos, dependentes dos partidos socialista ou comunista, que lhes deram cobertura paternalista, sempre dentro do modelo patriarcal, elas não enxergam a forma redutora como a História as tratou e os próprios políticos ainda hoje as tratam em Portugal. Continuam subservientes às ideologias ou filosofias dos homens, ou mesmo até paradoxalmente das mulheres que se salientaram dentro do Sistema (de ensino académico) - as variantes das Faces de Eva - antes ou depois da revolução de Abril, mas sempre dentro do pensamento racionalista, estritamente masculino, com uns laivos de feminino no meio. Claro que tudo isto está em oposição ao feminino essencial, mas o mais grave e absolutamente paradoxal é como elas não vêm que o velho Sistema jamais lhes daria um lugar que não fosse o “direito igual” ao dos homens: poligamia, fazer sexo livre, ir à guerra, ser polícia, bombeiro, ser deputada ou estivadora ou ser prostituta com estatuto legal...
Falta a essas feministas ou activistas um sopro de espiritualidade, que seria um sopro de alma que perderam na convicção dos seus direitos e igualdades...
Não venderam a alma ao diabo, como acusaram os padres as suas irmãs bruxas na idade média, não, mas desta vez elas venderam a alma por um estatuto de novas escravas. Iguais aos escravos, são as escravas da guerra, da produção, do consumo e da alienação global do ser sagrado, da natureza e dos animais, do seu ser interior, do ser com alma e coração.
Por tudo isso não vejo nem acredito em nenhum rasgo de evolução do SER MULHER pela sua participação activa na politica, nesta sociedade patrista, porque ela não implica de modo algum uma Consciência verdadeira, ontológica, bem pelo contrário. As mulheres continuam a ser o que sempre foram: objectos de consumo e de prazer ou procriadoras, para chegar agora ao mais aviltante que é serem “barrigas de aluguer” dos casais gays e inférteis. E as próprias feministas não se revoltam com isso, assim como nunca se revoltaram com a prostituição das mulheres, quando muito quiseram legalizar e dar direitos às prostitutas sem considerar o que havia de errado nessa condição e como se prende com toda a mulher essa questão…
O Feminino Sagrado, a Ecologia, como dimensão de uma consciência da vida também sagrada, é essa espiritualidade que falta à mulher e que mais não é do que a sua própria essência, a essência à qual devia ser fiel e servir para lá de todas as barreiras e que lhe foi negada pela história do Homem...Daí que as mulheres que pensam em termos eruditos ou filosóficos fazem-no também, na base do conhecimento racional e intelectual, numa perspectiva cerebral e nunca na base do conhecimento intuitivo emocional...
Falta à Mulher SER Mulher total para se tornar a Mulher iniciadora, a mulher oráculo, a mulher inspirada, instintiva, a mulher que sente o fogo da sua alma, a mulher fonte de amor que é a Amante e a Mãe da Vida, e essa é a única mulher que ainda pode salvar o Planeta da alienação e da miséria.
Essa seria a mulher verdadeira que devia antes de tudo erguer a sua voz, a Voz do oráculo que foi silenciada, condenada ao descrédito durante milénios, a voz do útero, o útero que lhe foi arrancado...as entranhas que lhe foram sugadas, o Voz do verdadeiro oráculo que lhe foi proibido pelas religiões patriarcais e pelos seus filósofos.
A Mulher para voltar a ser uma Mulher autêntica, devia Acordar em si Lilith, a Pítia, a Grande Serpente, a Medusa, a Bruxa, a Sacerdotisa, a Vidente...era essa a Mulher que devia acordar para acordar a Humanidade para resgatar o seu fogo sagrado, a sua origem cósmica!
Só essa Mulher fará a diferença!
ROSA LEONOR PEDRO
Bom concordo com esse texto até certo ponto e aspectos. Contudo no aspecto movimento feminista/espiritualidade no qual infelizmente o movimento não engaja tais perspectivas e uniões de mundo.
ResponderExcluirNo entanto devemos lembrar de muitas outras características. Muitos se dizem feministas e parecem carregar mais sentimentos patrilineares e patriarcais do que qualquer outra coisa, parecendo as vezes homens de vagina falando.
Isso me refiro a prostituição, simlpesmente pelo fato de que por que a prostituição como forma não degradante naum possa ser legalizada? Só pq simplesmente uma mulher por escolha social ou pessoal decidiu viver assim? sera que nossas marcas não sao mais profundas do que simplesmente levantarmos nossas bandeiras e dizer somos feministas?
Sera que precisamos resgatar o ser feminino ou sera que precisamos resgatar unicamente as mulheres? E se sim, será que não precisamos contudo regastar as verdadeiras origens da Deusa Mãe e devolve-la a sua forma oirginal que é o ser feminino pleno em si mesmo?
Creio que as marcas ainda estão ai, pulluando. Mas para que isso ocorra devemos ser sers mutáveis e não repetir ladainhas "feministas" so pq nos parece mais agradáveis.
Resgatemos a imagem da Fêmea Criadora primordial, no homem tanto quanto na mulher.
E se um casal gay pede ajuda de uma mulher para ter um filho que possa vir de um deles nada mais do que justo e cabe a ambos que considerem isso não como simples mercado reprodutor mas sim como uma sabia conexão que todos juntos seremos partes de um grande todo que é a Deusa Mãe.
Devemos limpar os valores dos sistemas patriarcais, pois mesmo que digamos somos feministas ainda seremos feministas fálicas!
Parabéns pelo Blog!
ResponderExcluirNamastê
Bom, em primeiro o texto é de uma grande amiga minha e uma sacerdotisa de grande peso e importância para portugal. Segundo que o ponto de vista dela se refere as casais que pagam pelas barrigas de aluguel que para mim também são uma forma de exploração do poder da Grande Mãe e da capacidade da mulher em dar a vida, e foi neste sentido que Rosa leonor falou dos casais gays e não só (ela não é preconceituosa) mas também dos estereis. O que está dito é que as mulheres param de ser em si mesma e encarnar a Grande Mulher para serem meras procriados do patriarcado e dos casais que seguem o mesmo modelo de instituição patriarca e sim, por mais desagradavel que isso possa parecer os gays também fazem isso ( ou você acha que todos eles são ecofeministas?) e eu acho o verdadeiro feminismo, o feminismo eco vital realmente importante. E apesar da visão patriarcal de algumas feministas é tolo pensar que todas elas são assim. o feminismo busca a igualdade política e social da mulher para com o homem e isso já diminui e muito as caracteristicas de uma visão masculina (embora a rigidez de algumas mentalidades de certas feministas as mantenham). terceiro que a Rosa nunca se aluegou feminista de modo algum e nem é essa a intenção dos seus textos que na maioria das vezes rejeitam as posturas radicais do feminismo ateu que negam a Deusa Mãe e o seu desenvolvimento na Terra. Deveria ter lido o texto com mais profundidade.
ResponderExcluirAbraços e um grande beijo!
Ah e enquanto o fato da postituição atual ela não é e nem nunca foi algo de merito para qualquer mulher, a mulher que escolhe esse caminho por "opção pessoal" o segue inconscientemente como uma forma de se rebelar contra o patriarcado que simultaneamente despreza mas encoraja a postituiçao como forma de manutenção conjulgam e social...e acredite a mulher que está na prostituição por necessidade é SIM vitima do patriarcado...Não é como nos antigos ismtemas matrilineares em que a velha sacerdotisa do amor é homenageado pelos longos anos de serviço prestado a Deusa. No patriarcado depois de certe idade não a mais para mulher ustento na prostituição e nem ela tem o mesmo numero de clientes que antes...Isso também está relacionado a midia que estimula que a beleza esta na juventude e desprestigia a velhice e capacidade femininas. A Deusa carrehava em si os dois lados do ser : o sexual e espiritual...Foi então que o patriarcado dividiu a mulher nos arquetipos da santa e da prostituta e a mulher na profissão de prostitua ficou na margem da sociedade...Creio que a mulher pode manter sua fignidade interior mesmo nesta profissão mas não tenha a ilusão de que a sua legalização elevará de alguma forma a imagem da prostituta, pois enquanto viver sob uma mentalidade masculina e machista dominante tal nunca acontecerá e a legalização servirá apenas de estofo para a manuteção do sistema...Se Deusa fosse suprema talvez fosse de outra maneira. Creio que a legalização tem seus lados positivos e sim concordo com a legalização mas apenas como uma solução temporaria.
ResponderExcluirSE AS MULHERES FOSSEM REALMENTE LIVRES A PROSTITUIÇÃO NÃO EXISTIRIA.