quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MÉMORIAS DE UMA MULHER IMPOSSÍVEL

Plenitude

Um dia
quando eu tinha quinze anos
vi uma plantinha no meio da estrada
não era nem uma flor e era negra

Os carros passavam por cima dela
E os caminhões

Eu quis arrancá-la com todo o carinho
para que ela vivesse

Cheguei a me deitar na estrada
Quase morri atropelada
mas não consegui arrancar a plantinha

E os carros continuavam passando
E ela ali. Viva

Hoje sei que foi ela
a coisa mais deslumbrantemente bela
que já vi

Ela era a própria vida
porque havia atravessado o impossível

(1999)


Mémorias de Uma Mulher Impossível - Rose Marie Muraro
Editora Rosa dos Tempos

BRUXA = A MULHER SÁBIA

Não se sabe a exata origem das Bruxas, constam relatos de que elas existam desde os primórdios da humanidade. Há duas teorias para a existência de tais seres:

1) As práticas de bruxaria envolvem rituais simbólicos desde os tempos neolíticos. A primeira demonstração da arte de devoção foi encontrada em cavernas do período neolítico, onde havia ilustrações dos rituais de adoração às deusas da fertilidade dos povos primitivos.

Dessa forma, as experiências visionárias, rituais de caça e cerimônias de cura sempre estiveram presentes nos símbolos e metáforas de cada cultura. Na Grã-Bretanha as sacerdotisas druidas estavam divididas em três classes. As que viviam em conventos num regime de celibato eram as da classe mais alta. As outras duas classes, que eram das sacerdotisas, podiam se casar e viver nos templos ou com os maridos e família. Com a era do cristianismo, foram denominadas “Bruxas” e perseguidas por muito tempo.



2) Durante a Idade Média toda e qualquer mulher que conseguia poder, passavam gradativamente a ser considerada bruxa. Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”. As bruxas eram denominadas sábias, até a Igreja lhes atribuir o significado secundário de mulheres dominadas por instintos inferiores.
Sem mito algum, as bruxas eram apenas mulheres que conheciam e entendiam do emprego de ervas medicinais para cura de enfermidades, e colocavam em prática seus conhecimentos nos vilarejos onde habitavam.

Com a chegada do Cristianismo, começando a imperar a era patriarcal, as mulheres foram colocadas em segundo plano e tidas como objetos de pecado utilizados pelo diabo.

Muitas mulheres não aceitaram essa identificação e rebelaram-se. Essas, dotadas de poder espiritual, começaram a obter novamente o prestígio que haviam perdido o que passou a incomodar o poder religioso. Assim acusar uma mulher de bruxaria ficou fácil, bastava uma mulher casada perder a hora de acordar, que o marido a acusava de estar sonhando com o demônio.

Perseguição às bruxas

Durante o século X e XII as bruxas ressurgiram, nesse período realizaram vários processos contra elas, promovidos pelo poder civil. No entanto, tal questão veio assumir um aspecto dramático a partir do século XIV, momento em que a Igreja Católica implantou os tribunais da Inquisição com o intuito de reprimir, tanto a disseminação das seitas heréticas como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Nesse período, o fenômeno se caracterizou como manifestação coletiva, de profunda repercussão no direito penal, na vida religiosa, na literatura e nas artes. Dessa forma, para que a repressão fosse eficaz, os tribunais de Inquisição se proliferaram, e os processos aumentaram rapidamente.

Segundo os teóricos do assunto, a epidemia de bruxas ocorreu nos séculos XVI e XVII, no norte da França, no sul e oeste da Alemanha e em especial na Inglaterra e na Escócia, a perseguição às bruxas foi metódica e violenta. Os colonizadores ingleses levaram esse procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo contra as bruxas de Salém, em Massachusetts. Normalmente, acusavam-se as bruxas velhas, e com menor freqüência as jovens.
A maioria das acusações se referia a malefícios contra a vida, a propriedade e a saúde. Também constavam denúncias de pactos com o diabo. Segundo as denúncias, as bruxas montadas em vassouras voavam pelos ares e se reuniam em lugares inabitados para celebrar a satanás e entregar-se a orgias. O iluminismo do fim do século XVII e do século XVIII, que era caracterizado pelo espírito científico e pelo racionalismo, contribuiu para o fim desse processo e para que não mais se admitisse perseguição judiciária em casos de superstições populares.




outras informações:
Idade Média - O inicio da perseguição as bruxas.
Idade Moderna - O apogeu da perseguição as bruxas

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola IN:
http://www.brasilescola.com/historia/bruxas.htm

PEQUENA ORAÇÃO



Grande Mãe dai me sustentação a alma pois vivemos num mundo onde tudo é destruído e nada e sustentado

Grande Mãe dai me força ao corpo para que ele resista a qualquer violência que na minha grande caminhada possa ser infrigido

Grande Mãe dai me força a mente e ao espirito para que eu preserve minha fé em mim mesma e nos meus sonhos

Grande Mãe dai me solidariedade para que eu possa ajudar aqueles que de mim necessitam

Grande Mãe dai me sabedoria para que eu não tema minha sombra interior e para que possa crescer sempre ajudando a melhor a sociedade em que vivemos

Grande Mãe dai me a força para ser impiedosa diante de qualquer injustição, e o conhecimento dos sofrimentos dos mais fracos para que não me sinta seduzida a fazer mal a ninguém

Grande Mãe defenda meu corpo e minha alma de qualquer violação e me ajuda a proteger todos os que amo

Grande Mãe me ensina a amar aqueles que me odeiam e a odiar atos injustos

Grande Mãe me ensina a criar para que eu crie nova luz no mundo

Grande Mãe me ensina a respeitar para que eu respeite a ti e as minhas irmãs

Grande Mãe me faça digna para que minhas irmãs e irmãos me respeitem e amem

Grande Mãe esteja comigo de cima a baixo e por dentro de meu corpo

Pois o que está em cima é igual ao que está abaixo

Que assim seja e assim se faça

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

EXPERIÊNCIA INTRÍSECA



AS TRÊS DEUSAS...E AS TRÊS MULHERES...

“A destruição do tecido social é antes de tudo a destruição da relação mãe-filha, sendo esse o sustendo de toda a urdidura humana, e compreender isso é compreender que essa má relação mãe-filha é a interiorização básica, e mais profundamente arraigada dentro do sistema…”

Casilda Rodrigañez Bustos

Creio na Sabedoria da Mulher e da Deusa como uma experiência intrínseca na mulher madura.
E isso não se compra em pacotes, workshops, nem em livros...Não, não são as leituras, não são os rituais, não são os nossos meros desejos que a fazem ser real nas nossas vidas, mas a nossa consciência alargada, integrada, e a abrangência da alma e do espírito, noutro plano, um plano mais elevado ou triplico (corpo alma e espírito), que nos fazem entender o aparentemente contraditório da natureza humana e da mulher...Mas só aí nos libertamos das nossas contradições e opostos sempre em conflito. Isso não quer dizer que se não viva a alegria e dor a decepção e a esperança ou a mágoa e o prazer...mas já não é o mesmo nem é derradeiro ou exclusivo...A alegria e dor serão sempre espectros da experiência humana, mas a consciência pode colocar-nos acima desse conflito...e é aí que entra a alma...A Visão imparcial da Deusa…

Não julgo ninguém, nenhuma mulher, mas não podemos andar sempre a esgatanharmo-nos por simples discordâncias...Principalmente vejo que não sabemos respeitar as nossas diferenças...seja de idade, seja de posição...Não vemos as três deusas em dinâmica nas nossas vidas e as suas respectivas posições que se complementam...Não vemos que cada cada uma reflecte um aspecto do conhecimento da Deusa em si e em nós...As três fases da vida da Mulher…e vejo que não há ainda respeito pela mulher mais velha sem que a mais nova não venha dizer que não há hierarquias...entre mulheres. É como na família, a avó a mãe e a filha...é só isso...mas hoje queremos que seja tudo igual e democrático...E atiramos as nossas experiências á cara umas das outras como se só a nossa fosse válida e verdadeira. Não abrimos espaço para a diferença. Estamos eivadas do vício da sociedade patriarcal que nos dividiu e nem damos por isso…tornamo-nos revolucionárias e não evolucionárias…
Pessoalmente sinto-me ferida na minha idoneidade, mas notem, não é por ninguém em especial, nenhuma de vocês em particular...de forma alguma...é pelos pressupostos, pelas misturas, pela confusão que geramos entre nós mas nenhuma é a culpada nem causadora de nada...é assim que as coisas ainda são...estamos impregnadas dos valores do Sistema, de valores que ainda nos aprisionam…
Vamos acabar com a CULPA E COM O ERRO…
Vamos trabalhar em nós e ouvindo as outras…aprender a escutar…não apenas a argumentar…a fazer valer os nossos direitos e igualdades…
O problema maior para mim e por onde devemos começar a trabalhar é na nossa relação com a nossa Mãe…ou com a nossa filha…Porque é aí que o sistema nos destruiu na nossa união básica e ancestral...e porque enquanto não resolvermos a nossa relação com a mãe ou a filha...inflaccionamos tudo com essa guerra que trazemos dentro de nós e revoltamo-nos contra todas as que não se situam no nosso ângulo de visão. Eu não nego nada nem nenhum ângulo, apenas só devo falar do meu como complemento...não estou contra as mais novas...nem contra as mais velhas – todas temos o nosso campo de experiência muito válido, não podem é atirá-lo à cara das outras como sendo o único…e digo isto por MIM...para mim!
Por mim sim, apenas gostava que nos respeitássemos mais dentro das nossas características...como uma mãe uma filha ou uma irmã...
Sejamos nós ou representemo-no a nós como a filha, a mãe ou a velha…



Rosa Leonor Pedro IN: MULHERES & DEUSAS

sábado, 24 de setembro de 2011

OUVE-ME

Ouve me pois sempre a uma voz e uma presença que me sussura na escuridão, a sempre a sensação de espreito, de que por trás de minhas costas há outro ser que não sou eu mas faz parte de mim, ouve me porque ontem tive um sonho assombroso: olhava me no espelho e não me via e por algum motivo esse sonho-pesadelo aterrorizava me. Ouve, ouve pois a muitas coisas que não sei nem como contar, nem sei como começar. Eu sinto como se fosse uma mulher em pena escrita, riste em punho, um rascunho feito por uma escritora nas horas mortas.
Ouve me pois já bate a nona hora e neste insano horario sinto todos os meus pelos se arrepiarem, a um arrepio em mim.
Ouve pois por um momento andando na casa vazia, neste templo desolado, a noite senti que havia um mal me consumindo em fúria por dentro. Uma força, uma sensualidade e uma angustia assolam o meu peito, sinto me como uma mulher em chamas.
Ouve pois não posso ser pois o ser não existe e é apenas uma ilusão. Somos apenas reflexos da alma e da mémoria do mundo.
Ouve me pois, Cassandra, eu bem não te dizia quer ser e sentir são coisas diferentes se bem que não em separado.
Pois me ouve e deixa me contar minha mitologia insana.
Não Cassandra não foi a Roma que viestes. Viestes a Hera, a Grande Mãe que me interdita, pedir conselho. Pois agora me ouve e fuja deste santuário pois os traidores da Deusa já o estão a invadir e eles vem de toda parte.
Ouve me e busque-a na floresta e em seu intimo como faziam nossos antepassados.
Não construa templos de pedra pois a Deusa os derrubara do alto do seu trono sagrado.
Vai e passa essa mensagem as outras:
O Templo da Deusa deve ser vosso coração.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

NÃO, NÃO MEU CARO LEITOR...EU JAMAIS ABANDONAREI O CULTO DA RAINHA DOS CÉUS

“Vieira da Natividade acrescentou às referências da procissão das Candeias na Ataíja: “Por uma tradição cujas origens não atingimos, em todas as casas se fazem filhozes. É como uma prece, um voto à patrona dos olivais que se faz em toda a região serrana. Diz-se que “quem não tem (farinha) que fritar, frita folhinhas de oliveira”. Este costume das mulheres fazerem filhozes a 2 de Fevereiro, era comum às regiões envolventes. Foi uma homenagem à Deusa-Mãe da Natureza. A Senhora do Fetal (Batalha), é festejada com candeias e também com “cavacas” (bolos de açúcar). Já a Astarté fenícia, que tinha o título de Rainha dos Céus, era cultuada com bolos pelos cananitas (fenícios) e pelos judeus da Grécia e do Egipto em favor da agricultura, no século VII a. C. O livro bíblico de Jeremias, dessa época, até conta a azáfama da feitura dos bolos: “Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo e as mulheres amassam a farinha para fazer os bolos à Rainha dos Céus, tudo isto para ofender Yaveh”.

Perante isto, o profeta escreveu uma carta aos maridos para que eles impusessem a disciplina religiosa às mulheres. Mas eles, reunidos em assembleia, responderam ao profeta: “Quanto à mensagem que nos mandaste, sobre as ordens de Yaveh (no que toca aos bolos à Rainha dos Céus), nós nem te queremos ouvir. Pelo contrário: continuaremos a fazer como os nossos pais fizeram. No tempo deles havia pão com fartura, eram felizes e sem nenhuma desgraça. Desde que deixámos de oferecer bolos à Rainha dos Céus, começámos a faltar de tudo e morremos pela espada e pela fome.”*

*citando Franz Cumont, “Las Religiones Orientales y el Paganismo Romano”, Madrid, Akal Universitária, 1987

in “Cinco Mil Anos de Cultura a Oeste”, Moisés Espírito Santo, Assírio & Alvim, 2004



O CORAÇÃO DE LILITH


Inkubus Sukkubus - Heart of Lillith
(Coração de Lilith)

Ela veio das sombras do mundo ideal
O anjo negro do lado negro do amor
Atravessando o mar de lágrimas
Um milhão de anos
Venha com ela e dance na luz da lua
E você estará perdido desse mundo para sempre
Ponha sua mão na mão dela

Venha e voe agora com os anjos
Eleve-se novamente agora como a fênix
Seu o amor que vive para sempre
No coração que nunca morre, nunca morre
Coração de Lilith!

Venha e afogue-se no lago da sua paixão
Venha e morra assim você pode renascer
Ouça a canção da sereia
Ouça o chamado do anel da morte
Ela é uma bruxa, uma sereia e uma vampira
Ela veio das estrelas distantes
Para capturar seu coração
Para quebrar seu coração

Venha agora e voe com os anjos
Eleve-se novamente agora como a fênix
Seu o amor que vive para sempre
No coração que nunca morre, nunca morre
Coração de Lilith!

Venha e beije, beije os lábios de Lilith
Venha e beije e você não mais irá
Sentir o fogo
Do desejo

Venha agora e voe com os anjos
Eleve-se novamente agora como a fênix
Seu o amor que vive para sempre
No coração que nunca morre, nunca morre
Coração de Lilith!

Venha agora e voe com os anjos
Eleve-se novamente agora como a fênix
Seu o amor que vive para sempre
No coração que nunca morre, nunca morre
Coração de Lilith!