Ouve me pois sempre a uma voz e uma presença que me sussura na escuridão, a sempre a sensação de espreito, de que por trás de minhas costas há outro ser que não sou eu mas faz parte de mim, ouve me porque ontem tive um sonho assombroso: olhava me no espelho e não me via e por algum motivo esse sonho-pesadelo aterrorizava me. Ouve, ouve pois a muitas coisas que não sei nem como contar, nem sei como começar. Eu sinto como se fosse uma mulher em pena escrita, riste em punho, um rascunho feito por uma escritora nas horas mortas.
Ouve me pois já bate a nona hora e neste insano horario sinto todos os meus pelos se arrepiarem, a um arrepio em mim.
Ouve pois por um momento andando na casa vazia, neste templo desolado, a noite senti que havia um mal me consumindo em fúria por dentro. Uma força, uma sensualidade e uma angustia assolam o meu peito, sinto me como uma mulher em chamas.
Ouve pois não posso ser pois o ser não existe e é apenas uma ilusão. Somos apenas reflexos da alma e da mémoria do mundo.
Ouve me pois, Cassandra, eu bem não te dizia quer ser e sentir são coisas diferentes se bem que não em separado.
Pois me ouve e deixa me contar minha mitologia insana.
Não Cassandra não foi a Roma que viestes. Viestes a Hera, a Grande Mãe que me interdita, pedir conselho. Pois agora me ouve e fuja deste santuário pois os traidores da Deusa já o estão a invadir e eles vem de toda parte.
Ouve me e busque-a na floresta e em seu intimo como faziam nossos antepassados.
Não construa templos de pedra pois a Deusa os derrubara do alto do seu trono sagrado.
Vai e passa essa mensagem as outras:
O Templo da Deusa deve ser vosso coração.
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Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.