O significado das estampas na linguagem da Deusa
Por Patrícia Douat*
"(...) Durante muito tempo acreditou-se que as pinturas rupestres espalhadas pelas cavernas da Europa eram uma manifestação artística dos primeiros homens modernos, belas mas com um significado puramente estético. Este tipo de pensamento já não é mais aceito como dogma. Muitos especialistas ainda se abstém de análises mais profundas mas o trabalho de certos arqueólogos nos dão uma interpretação do significado da proto-escrita dos povos europeus e do Oriente Próximo há mais de 30.000 anos atrás.
Vejamos o simbolismo de algumas das estampas que para nós sempre foram "simples e descomplicadas". O zig-zag, um motivo comum do Paleolítico Superior que aparece associado a símbolos antropomórficos, pássaros, peixes e imagens fálicas é um símbolo da água, uma força generativa. Já a estampa em forma de M sugerem uma afinidade com o zig-zag e representam a humidade feminina, o fluído aminiótico. Seu significado aquático parece ter sobrevivido até a época do antigo Egito, como é indicado pelo uso do hieróglifo M, mu, que significa água. O Paleolítico data de 40.000 a 10.000 anos antes de Cristo.
Outras estampas que possuem uma forte ligação com os poderes da Deusa Pássaro e com a força das água primordiais são as espirais, serpenteios, redes e o xadrez. As estampas serpenteantes, por exemplo, aparecem no período Paleolítico Superior como uma metáfora para água. A Deusa Pássaro era a fonte da humidade generatrix. Unia o Céu e a Terra. É a que trazia a regeneração da natureza após o escuro inverno.
Já as listras são símbolos de coisas propícias, abundância e benevolência e possuem, também, uma conotação aquática. Círculos estriados, por sua vez, representam os olhos divinos da Deusa, um simbolismo associados com os ritos da primavera e verão, símbolos de centralização e fonte da vida. As espirais associam-se com as energias da serpente, a água e o sol. As espirais, estampas serpenteantes e poás são símbolos intercambiados que representam a Divina Fonte Generatrix, responsável pela existência e manutenção da vida.
A serpente, ou as estampas serpenteantes ou coleantes, é um símbolo seminal. É encontrada em todos os temas da Velha Europa. É a exultação da vida terrena. Simboliza a criação da vida, fertilidade, abundância e a regeneração da energia vital. Uma estampa coleante na vertical simboliza a força vital ascendendo ou aumentando. Um símbolo interconectado com a árvore da vida e a coluna cervical.As serpentes são os espíritos protetores do lar, da família e animais domésticos, com especial ligação com as vacas. Asseguram a fertilidade, abundância e riqueza. Simboliza a continuidade da vida entre as gerações. Neste aspecto ela é a Deusa Serpente, como sua imagem de deusa Pássaro possui um enorme poder, é Aquela que dá a vida, que tudo sabe, a Guardiã da Água e do Leite da Vida.
Outra estampa interessante é o barco estilizado, ou o Barco Cerimonial. O barco e a serpente são símbolos intercambiados. Representam a força regenerativa da vida. Já as estampas "bucranianas" ou representativas da cabeça ou chifre dos bois, já mencionadas acima, são um símbolo de regeneração, de morte transformando-se em vida, reencarnação. O boi neste caso é um aspecto da fonte mística da vida, uma manifestação das águas primordiais. Neste aspecto a deusa é a Deusa da Morte e Regeneração, a deusa velha, símbolo da fertilidade da estação, das águas frutíferas da vida.
Existe um grande numero de estampas que se relacionam com energia ou tempo cíclico. Espirais, serpentes, círculos, crescentes, animais enfileirados ou em círculo, chifres, ganchos, mãos e pés. Estas espantas simbolizam energia e são estimuladores do processo de crescimento, conhecimento e renovação. São símbolos que combatem a estagnação e promovem a continuidade e perpetua renovação do ciclo cósmico. são símbolos importantes em situações difíceis como em caso de doenças e perigo quando os poderes da força da vida estão em jogo.
Estampa em quartos, por exemplo quatro crescentes em oposição ou estampas repetidas em quatro estágios opostos são representações da unificação dos quatro pontos cardeais ou das quatro estações. Sugerem conceitos da centralização das forças cósmicas e da unificação dos opostos.
As estampas em forma de pente, isto é: uma linha horizontal da qual sobem várias outras paralelamente na vertical, são símbolos de proteção contra doenças e perigos, e possuem poderes curativos.
A simbologia da Deusa é criada pela compreensão do ciclo da vida e estações. A observação da eterna transformação da natureza, das fases da lua e sua representação da Deusa como jovem, madura e velha. A imortalidade é assegurada pela força regenerativa da natureza e este conceito de regeneração e renovação é claramente expressado no simbolismo das estampas mais ordinárias."
**Patrícia Douat é especialista em psicodinâmica das cores, bem como no estudo de mitos e culturas arcaicas.
Encontrado IN: ÊXTASE DA DEUSA - Marcela . Lalla . domingo, 18 de abril de 2010
Por Patrícia Douat*
"(...) Durante muito tempo acreditou-se que as pinturas rupestres espalhadas pelas cavernas da Europa eram uma manifestação artística dos primeiros homens modernos, belas mas com um significado puramente estético. Este tipo de pensamento já não é mais aceito como dogma. Muitos especialistas ainda se abstém de análises mais profundas mas o trabalho de certos arqueólogos nos dão uma interpretação do significado da proto-escrita dos povos europeus e do Oriente Próximo há mais de 30.000 anos atrás.
Vejamos o simbolismo de algumas das estampas que para nós sempre foram "simples e descomplicadas". O zig-zag, um motivo comum do Paleolítico Superior que aparece associado a símbolos antropomórficos, pássaros, peixes e imagens fálicas é um símbolo da água, uma força generativa. Já a estampa em forma de M sugerem uma afinidade com o zig-zag e representam a humidade feminina, o fluído aminiótico. Seu significado aquático parece ter sobrevivido até a época do antigo Egito, como é indicado pelo uso do hieróglifo M, mu, que significa água. O Paleolítico data de 40.000 a 10.000 anos antes de Cristo.
Outras estampas que possuem uma forte ligação com os poderes da Deusa Pássaro e com a força das água primordiais são as espirais, serpenteios, redes e o xadrez. As estampas serpenteantes, por exemplo, aparecem no período Paleolítico Superior como uma metáfora para água. A Deusa Pássaro era a fonte da humidade generatrix. Unia o Céu e a Terra. É a que trazia a regeneração da natureza após o escuro inverno.
Já as listras são símbolos de coisas propícias, abundância e benevolência e possuem, também, uma conotação aquática. Círculos estriados, por sua vez, representam os olhos divinos da Deusa, um simbolismo associados com os ritos da primavera e verão, símbolos de centralização e fonte da vida. As espirais associam-se com as energias da serpente, a água e o sol. As espirais, estampas serpenteantes e poás são símbolos intercambiados que representam a Divina Fonte Generatrix, responsável pela existência e manutenção da vida.
A serpente, ou as estampas serpenteantes ou coleantes, é um símbolo seminal. É encontrada em todos os temas da Velha Europa. É a exultação da vida terrena. Simboliza a criação da vida, fertilidade, abundância e a regeneração da energia vital. Uma estampa coleante na vertical simboliza a força vital ascendendo ou aumentando. Um símbolo interconectado com a árvore da vida e a coluna cervical.As serpentes são os espíritos protetores do lar, da família e animais domésticos, com especial ligação com as vacas. Asseguram a fertilidade, abundância e riqueza. Simboliza a continuidade da vida entre as gerações. Neste aspecto ela é a Deusa Serpente, como sua imagem de deusa Pássaro possui um enorme poder, é Aquela que dá a vida, que tudo sabe, a Guardiã da Água e do Leite da Vida.
Outra estampa interessante é o barco estilizado, ou o Barco Cerimonial. O barco e a serpente são símbolos intercambiados. Representam a força regenerativa da vida. Já as estampas "bucranianas" ou representativas da cabeça ou chifre dos bois, já mencionadas acima, são um símbolo de regeneração, de morte transformando-se em vida, reencarnação. O boi neste caso é um aspecto da fonte mística da vida, uma manifestação das águas primordiais. Neste aspecto a deusa é a Deusa da Morte e Regeneração, a deusa velha, símbolo da fertilidade da estação, das águas frutíferas da vida.
Existe um grande numero de estampas que se relacionam com energia ou tempo cíclico. Espirais, serpentes, círculos, crescentes, animais enfileirados ou em círculo, chifres, ganchos, mãos e pés. Estas espantas simbolizam energia e são estimuladores do processo de crescimento, conhecimento e renovação. São símbolos que combatem a estagnação e promovem a continuidade e perpetua renovação do ciclo cósmico. são símbolos importantes em situações difíceis como em caso de doenças e perigo quando os poderes da força da vida estão em jogo.
Estampa em quartos, por exemplo quatro crescentes em oposição ou estampas repetidas em quatro estágios opostos são representações da unificação dos quatro pontos cardeais ou das quatro estações. Sugerem conceitos da centralização das forças cósmicas e da unificação dos opostos.
As estampas em forma de pente, isto é: uma linha horizontal da qual sobem várias outras paralelamente na vertical, são símbolos de proteção contra doenças e perigos, e possuem poderes curativos.
A simbologia da Deusa é criada pela compreensão do ciclo da vida e estações. A observação da eterna transformação da natureza, das fases da lua e sua representação da Deusa como jovem, madura e velha. A imortalidade é assegurada pela força regenerativa da natureza e este conceito de regeneração e renovação é claramente expressado no simbolismo das estampas mais ordinárias."
**Patrícia Douat é especialista em psicodinâmica das cores, bem como no estudo de mitos e culturas arcaicas.
Encontrado IN: ÊXTASE DA DEUSA - Marcela . Lalla . domingo, 18 de abril de 2010
Seu blog é altamente informativo!! Obrigada por compartilhar!!
ResponderExcluirSou sua seguidora já faz um tempo!
Adoro!!
Tenha Lindos Dias!!
Paz e Luz!!