Já não lembro mais, eu remo sem chegar a marge porque já não me lembro mais de como fazer a travessia. Sou contra tudo e ainda sim prossigo curiosa...Meu ritmo é lento...Mas não quero mentir mais, nem dizer palavras doces.
Mais áspera que a folha da urtiga, não sei ser doce...Só sei ser inocentre ou ingênua e nem isto quero mais.
Mais ingênua que inocente...Inocente é uma qualidade que desconheço e nem aprecio. Não, não vou divagar sobre isso de novo e nem vou me enfiar no buraco de dizer o que sinto. Eu não sinto nada, meu erro é ser assim, sem sentir, sem sofrer.
Não sofro mais, essa parte de mim já foi cortada e não vou fingir ser outra pessoa...
Minhas perguntas não interessam e eu não espero nada.
Eu apenas sigo vivendo como se algo estive para acontecer...Minhas palavras são vagas e perdem se num auto dialogo sem sentido.
Até pra mim é indecifrável, esse sentido do que chamamos de vida, mesmo porque eu já não sei esperar muito...
Ao que parece...Na minha memoria, meu passado já foi...Tantas páginas que busco e parecem em branco...Eu ainda não fiz nada com a minha vida e essa é a verdade.
Minha vida está parada no nada e agarra se a ele obstinadamente. Escrevo por escrever e curiosamente ainda sei quem sou.
Eu sei quem vive debaixo dessas peles e escamas, sei a cobra que eu sou, tola e fútil, dedicada e vazia.
Hoje é o dia em que meus olhos se voltam para o nada,
Sempre fui das escondidas, das que tomam muito cafe e fumam cigarros longe dos olhos da mãe...Curiosamente nunca senti nada em relação ao meu pai, que nunca significou nada além de um vago carinho...Ele era um vagabundo carinhoso e até onde eu sabia nunca havia feito nada por mim ... De quando em vez uns trocados para comprar balas quando eu era criança ou jogar videogames... Não me importo com isso, Minha mãe sempre foi outra coisa.
Era como uma força, como se ela fosse uma coisa que se encerrava em si mesma e ainda sim... Doce e dramática sem ter realizado seus sonhos e sempre lembrando o passado...Ela era forte e chorava ao mesmo tempo e sempre me impressionei com sua força, com a força dela que segurava tudo...
Aqui onde vivo chove...sempre gostei da chuva, acho que ela embeleza muito mais a natureza que o sol...Sempre quando a chuva terminha, durante uma tarde, eu observo as plantas e as sinto mais vivas, mais brilhantes e ao mesmo tempo mais escuras...E o mundo parece mais triste e mais intenso ao mesmo tempo como se a vida se emposse com a chuva.
Hoje também foi meu dia de olhar pro Nada e quem sabe talvez criar algo ali.
ResponderExcluirÉ sempre bom criar alguma coisa...Curativo e necessário...É tambem uma outra forma de honrar a Deusa...
ResponderExcluirBjs