quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Chamar a Deusa..de Mãe Divina!!!




Chamar Deus de Mãe Divina não é mais equivocado do que chamá-lo Pai Divino. Desde o ponto de vista empírico, são necessários o macho e a fêmea para explicar criação do mundo. O shakta* põe ênfase sobre a feminilidade porque, enquanto a parte masculina da procriação é fugaz e momentânea, a feminina é mais permanente e íntima.




A Mãe Suprema se sacrifica para converter-se no mundo. Por esse ponto de vista, a concepção materna é mais importante do que a paternidade de Deus.


Ao mesmo tempo, o shakta bem sabe que, desde o ponto de vista transcendental, as distinções sexuais não são aplicáveis ao Absoluto. A palavra sânscrita "Matri" é feminina e masculina. Assim se dirige o "Mahakala-Samhata", a Divina Mãe em um hino: "Não és menina, donzela e nem anciã. Na verdade, não és feminina, masculina e nem neutra. És o poder inconcebível e incomensurável, o ser de tudo que existe, isento de toda dualidade, o Supremo Brahman, só acessível através da iluminação e da sabedoria".


OM SHAKTI MAYAM JAGAT


**Notas: *Shakta (do sânscrito): Adorador da Mãe Divina; Adorador da Shakti.** Om Shakti Mayam Jagat (do sânscrito): Mantra que evoca a vibração da Mãe Divina: Om: A vibração do Todo em tudo; O Verbo Divino - Shakti: Poder Divino, Força Divina - Mayam: A Mãe no seu aspecto de plasmadora vital - Jagat: O Universo.

O Encontro Com a Mãe Divina

Foi nas ondas serenas do samadhi que eu A encontrei.

Ela surgiu nimbada de luz à minha frente, em meio às estrelas cintilantes.

Ela nada disse, mas pelo Seu olhar fui possuído por uma onda de doçura.

Fiquei paralisado, enquanto as ondas de amor varriam o meu corpo espiritual.

Um turbilhão de cores suaves envolveu-me completamente.

No silêncio da luz, Ela abençoou-me incondicionalmente.

Ela percebia completamente os meus defeitos e qualidades, de todas as vidas.

Ela via as luzes e sombras de um homem... E vertia o amor em silêncio.

Ela abriu os braços e acolheu-me num abraço profundo.

E eu naveguei no colo da Mãe Divina com as estrelas.

Ali eu não era mais o homem dualista, era só unidade e amor.

Eu não era mais o homem adulto, era sua criança-amada.

Ela me levou aos planos das consciências serenas em seu regaço.

No seio do silêncio interdimensional, eu fui tocado pela alma dos rishis.

Vi várias de minhas vidas anteriores passando em frações de segundo...

As luzes e as sombras de um espírito, as experiências e lições da vida.

Permeando todas elas havia uma luz intensa, um sol de amor silencioso velando e aguardando o momento do encontro estelar.

Era Ela! Aquela a quem os próprios rishis se curvam em respeito.

Aquela Mãe Divina da qual Ramakrishna tanto falava.

A Mãe do samadhi, a senhora das estrelas radiantes, a Mãe dos iogues.

Aquela que brilha no lótus das mil pétalas sorrindo com Shiva.

Aquela que cativou o Mahadeva com Sua beleza e graça.

Ela, a Mãe dos viajantes espirituais que reencarnam na Terra.

A mesma Mãe que tocou Vyasa e Sukadeva, e velou por Shankara.

A Mãe do Amor Que Gera a Vida!

Ela, a consorte de Shiva, que me abraçou como filho.

Parvati, a Mãe da alegria e senhora das energias.

Que com o Seu olhar amoroso me disse:

"Viaje junto com os homens, lado a lado, como igual. Sente-se junto com eles e fale a eles de Espiritualidade e Amor. Brinque com eles, faça-os sorrir no serviço e anime-os na jornada. Projete as clarinadas da consciência cósmica em seus caminhos e espere o tempo do despertar de cada um. Ensine a eles a arte de prestar ajuda aos outros dentro da realidade humana e espiritual.

Quando eles despertarem para o sol de amor que os acompanha silenciosamente, os véus que encobrem suas percepções será dissolvido.

E eles voarão nas luzes eternas do samadhi.

Ande com eles em nome do Amor que interpenetra a todos."


Parvati, a Mãe graciosa que conquistou o coração de Shiva e que tocou-me silenciosamente nas ondas serenas de um olhar amoroso.

Ela, o sol que vela invisivelmente pelos viajantes espirituais.

Om Namah Parvatiye.


Paz e Luz.
****

* Parvati - no Hinduísmo, o Absoluto (Brahman) é subdividido em três aspectos fenomênicos de manifestação: Brahma, o criador; Vishnu, o preservador; e Shiva, o transformador. Cada um dos três aspectos possui uma consorte divina (sua shakti, ou manifestação feminina na criação). Parvati é a consorte de Shiva. É a deusa da alegria e da energia. É um dos aspectos fenomênicos da Mãe Divina.

Outros aspectos fenomênicos de sua manifestação: Kali, Durga, Devi, Tripurasundari, Jagadamba, Uma.

* Samadhi - expansão da consciência; consciência cósmica.

* Ananda - bem-aventurança; êxtase espiritual.

* Rishis - sábios repletos de serenidade e amor; mentores dos Upanishads.

* Mahadeva: Maha - Grande - Deva: Divindade, Grande Deus.

* Vyasa, Sukadeva e Shankara - mestres iogues admirados pelos iniciados.

Vyasa é o mentor do épico "O Mahabharata" (que contém numa de suas seções o "Bhagavad Gita" – "A Canção do Senhor" – que fala de Krishna e Arjuna) - Sukadeva é o filho do glorioso Vyasa (e considerado por muitos como um ser de luz mais avançado do que o próprio pai) - Shankara foi o grande reformador do Hinduísmo no século IX d.C. (é autor do célebre livro "Viveka Chuda Mani" – "A Jóia Suprema do Discernimento).
em

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.