quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A DEUSA POR TRAS DA TRINDADE HINDU....






SKAKTI


A religião hindu tem no seu centro uma trindade de Deuses:

Brahma (o Criador),

Shiva (o Transformador) e,

Vishnu (o Preservador).



Cada um deles tem como consorte uma companheira chamada Shakti.

Nos primórdios das tradições indianas, essas consortes eram vistas tão somente como emanações dos Deuses masculinos individuais; contudo, a partir do século V d.C., a Deusa começou a ser um importante arquétipo para a consciência indiana. Durante este período, as Shaktis se tornaram divindades muito importantes e conseguiram o direito de adoração. Com o tempo, adotaram qualidades e características associadas com um nível mais primal de culto da Deusa que remonta a muitos milênios nas tradições orientais.







BRAHMA-SARASVATI



Brahma tinha como consorte Sarasvati. Os Vedas listam Sarasvati como sendo originalmente uma divindade da água, a Deusa de um rio que corria a oeste do Himalaia. Posteriormente o seu poder aumentou. Ela passou a ser conhecida como a Deusa dos cânticos e dos discursos, a criadora do sânscrito e a descobridora da bebida sagrada, soma. Ela se tornou a força por trás de todos os fenômenos.

Sarasvati é representada como uma graciosa mulher com uma flauta, de pele branca, usando uma Lua Crescente em sua fronte; ela cavalga um cisne ou um pavão, ou senta-se numa flor de lótus. É a Deusa de todas as artes criativas, em especial da poesia e da música, do aprendizado e da ciência.

Sua forma tibetana pode ter dois, quatro ou seis braços. No Japão, onde é chamada Benzaiten ou Benten, ela é a encarnação da mulher ideal; a maioria de seus templos fica nas ilhas (o templo principal fica em Enoshima). Ela aparece montada em uma serpente e é a única divindade feminina entre os populares Sete Deuses da Boa Fortuna.

Besant Panchami, às vezes chamado Dawat Puja, é o Festival de Sarasvati na Índia. Esse festival tinha início com a limpeza de todos os potes de tinta e das penas. Em nossa era de computadores, devemos limpar completamente tais equipamentos. Na verdade, limpar toda a área da escrita, tirando o pó de todos os livros e organizando os papéis pessoais, faz parte dessa categoria.

Os hindus consideram todas as vidas como uma participação da harmonia cósmica. Consideram todas as ações como uma forma de culto divino; diz-se que é um culto interno. No culto externo, seus rituais consistem em sons, ritmos, gestos, flores, luzes, incenso e oferendas, tudo isso servindo como auxílio para guiar a mente o mais longe possível do material e o mais perto do espiritual. Ao culto individual dá-se nome de "puja". O ritual é considerado necessário para estabelecer e manter contato com uma divindade específica.

Brahma Mantra


OM HRIM BRAHMAYA NAMAH



SHIVA-PARVATI

Shiva é manifestado através de sua contraparte feminina, Shakti, nos fenômenos deste mundo, que desdobram-se em toda sua multiplicidade e são atraídos para dentro da divindade uma vez mais. Shakti, a mãe, torna-se Kali, a Destruidora, e Shiva leva seu mundo à destruição e anulação, como anteriormente o havia gerado.

Shiva é um Deus em que todos os opostos, morte e vida, bem e mal, luz e escuridão, se encontram e se reconciliam. Seu pescoço é azul, dado que ali ele contem o veneno azul da cobra Vasuki, que teria destruído a humanidade se não a tivesse levado à boca, porém inclusive ele não se atreveu a engoli-la.

Shiva também se uniu a Parvati, que pode ser vista, num certo sentido, como o aspecto luminoso de Kali. Parvati, fundia-se com a Deusa Durga e é a Deusa do amor, do romance e da sexualidade. Ela é jovem, bonita e cheia de vida. Assim, ela representa a união com Shiva, uma representação da sublimação da distinção sexual.

Parvati é a mãe de Ganesh, o Deus com corpo humano e cabeça de elefante e Skanda, também conhecido como Kartikeya, o Deus da Guerra.

A lenda diz que Ganesh foi criado pela Deusa Parvati ao misturar o suor de seu belo corpo com poeira. À época de sua criação, Ganesh possuía uma face e as formas de qualquer outro dos Deuses. Quando Parvati terminou, ela indicou Ganesh como guarda dos portões de sua morada.

Ganesh assumiu seu dever com seriedade, e quando Parvati disse que não desejava ver ninguém, ele tentou afastar o Deus Shiva. Shiva não estava disposto a ser impedido de entrar e abriu o terceiro olho de sua frente, que arde como fogo de dez mil sóis, e queimou a cabeça de Ganesh. O povo Hindu ama Ganesh.

Parvati ficou bastante irritada e disse a Shiva que nada desejava com ele por causa das suas atitudes contra seu vassalo especial. Shiva cedeu e disse que Ganesh poderia ter a cabeça do primeiro animal que por ali passasse. Tal animal foi o elefante.

Filha do éter e do intelecto, Parvati era a regente dos elfos e dos espíritos da terra. Era considerada a personificação do Monte Himalaia, sendo diversificada em várias Deusas regionais ligadas às forças da terra, da natureza, da inteligência e da criatividade.

Parvati pode ser invocada para se aprender o equilíbrio entre o físico e o espiritual, buscar alegria, sabedoria e realização sexual, conectando, assim, seus múltiplos aspectos.



Shiva Gayatri Mantra


MAHESAYA VIDMAHE
MAHADEVAYA DHIMAHI
TANNAHA SIVAHA PRACODAYATA



Vishnu, o último membro desta trindade, o preservador da ordem e da estabilidade no mundo, tinha Lakshmi como sua Shakti. Sri Lakshmi é representada segurando uma flor de lótus, ou sentada sobre ela segurando um cofre e derrubando moedas de suas mãos. Segundo a lenda, essa Deusa nasceu enquanto os deuses agitavam os mares de leite, e foi considerada uma das quatorze coisas preciosas que surgiram durante o processo. Ela estava completamente desenvolvida quando saiu do oceano. Todos os Deuses a desejavam como esposa, mas ela elegeu Vishnu.




Vishnu Gayatri Mantra


OM NARAYANA VIDAMAHE
VASUDEVAYA DHI MAHI
TANNO VISHNU PRACODAYATA



Na Índia hindu, Shakti, a Deusa, é ativa, poderosa, considerada a força animadora do universo. O masculino é a força passiva, inerte, adormecida. Cada Shakti tem seu Deus ao qual se une no ato sexual. Sem união, nenhum dois dois pode fazer nada. Para os místicos tântricos, a união definitiva com Shakti acontece no momento da morte.

No Ocidente, raramente refletimos o quanto é necessário que todas as coisas devam gastar-se e deteriorar-se. Se a morte e a decadência não estivessem sido dotadas de poderes tão grandes como as forças da criação, nosso mundo inteiro teria agora alcançado o estado lamentável de estagnação e inteireza retratado num hipotético jardim-de-infância, onde o lado mau, negro e destrutivo da vida teria sido excluído. Se tudo permanecesse para sempre como foi primeiramente feito, todas as capacidades de "fazer" teriam sido exploradas há séculos. E, assim, inesperadamente, o excesso de bem cairia em seu oposto e torná-se-ia excesso de mal.

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Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.