A sexualidade sagrada
A Grande Deusa solar era sexuada contrariamente ao Deus judeu-cristão; Ela pode voltar a restituir essa dimensão essencial à mulher, o lugar que existe entre o sexo e o sagrado.
O esmagamento deste culto original apoiou-se na rejeição do sexo como via de acesso à espiritualidade e na desvalorização da mulher, sacerdotisa dos rituais de iniciação. Todos os vestígios desta compreensão do mundo podem ajudar a mulher de hoje a reconquistar uma realeza operante de que esta época tem particularmente necessidade. Sob o peso das paixões do dinheiro e do sucesso, o sexo é um grande deserto e conhece uma grande miséria. A sexualidade faz uma ponta entre o ser e o ter, mas ela esvazia-se do seu sentido profundo quando não está acompanhada de valores de autenticidade. Quando ela não é senão função reprodutora, ou serve de mero descarregar das tensões, e se torna um vazio. Menos afectada pelo stress do poder que o homem, a mulher que encontrar nela mesma a inspiração da Grande Deusa pode fazer florir esse deserto.
O cristianismo marcou profundamente no espírito ocidental a ideia de uma separação entre o sexo e a espiritualidade. O coração e o espírito situam-se do lado de Deus mas o sexo pertence a um qualquer diabo grotesco, mal intencionado e as coisas do sexo, ainda que necessárias à reprodução, ficaram marcadas de aspectos vergonhosos, baixos e animalescos.”*
(…)
Antes, e “Durante cerca de 20 mil anos de reinado da Grande Deusa, as práticas sexuais eram sagradas e faziam parte integrande dos templos.”* Eram rituais de iniciação e a mulher venerada por ser a sacerdotisa a grande iniciadora do amor….
*(traduzido do francês)
A MULHER SOLAR
Paule Salomon
IN: http://rosaleonor.blogspot.com/2008/06/canto-neste-dia-viso-da-mulher-sol.html
"Uma representação religiosa - a reificação da Geradora da Vida. Aquelas partes do corpo que, aos nossos olhos, parecem exageradas ou grotescas são as suas partes mais importantes, mágicas e sagradas; a fonte visível e produtiva da continuidade da vida em seus diversos aspectos e funções."(1998: 54)
Marija Gimbutas
UMA MULHER JUDIA:
O conceito de uma religião que venerava uma Deusa era surpreendente e poderoso. Tendo sido criada como judia, fui muito religiosa quando criança e prossegui minha educação judaica até um nível avançado. Mas, quando atingi o estágio de jovem adulta, ao final dos anos 60, algo parecia estar faltando. O movimento feminista ainda não havia renascido e eu desconhecia a palavra "patriarcado" mas sentia que a tradição, assim como se apresentava então, carecia de alguma maneira de modelos para mim enquanto mulher bem como de caminhos para o desenvolvimento do poder espiritual feminino
(...). A tradição da Deusa oferecia novas possibilidades. O meu corpo, agora, em toda a sua feminilidade, seios, vulva, útero e fluxo menstrual eram sagrados. A força primitiva da natureza e o intenso prazer da intimidade sexual assumiram papéis centrais como caminhos para o sagrado, em vez de serem negados, denegridos ou encarados como periféricos. (STARHAWK. 2001: 13).
O CULTO A DEUSA
Tem muito a oferecer às mulheres que lutam para liquidar aqueles estados de ânimo e aquelas motivações potentes, persuasivas e persistentes de desvalorização do poder feminino, de desconfiança na vontade feminina e de negação dos vínculos e do patrimônio cultural das mulheres que foram gerados pela cultura patriarcal. E visto que as mulheres estão lutando para criar uma cultura nova na qual são celebrados o poder, os corpos, a vontade e os vínculos das mulheres parece natural que volte à tona a Deusa como símbolo de renovada beleza, força e poder das mulheres. (mimeo)
Carol Christi
2 comentários:
Lindíssima essa ilustração de Freya, do Oráculo da Deusa!
Sim foi uma grande coincidencia eu a ter achado.Nem sabia dessa imagem mas coloque Freya e a cor amarela como preferencia e achei....
Gaia Lil
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