segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

AS DRUIDESAS...


E AS MULHERES DE HOJE QUE SEGUEM O CAMINHO DA DEUSA....

A sociedade Celta, que desabrocha na Idade do Bronze, e que embora seja tomada pelas figuras de reis e heróis, é também fortemente marcada pela importante presença da mulher. Numa época em que povos como gregos e romanos se impunham em ótica fortemente patriarcal, a sociedade celta mostrava a valoração da mulher. Não é raro na mitologia e história desse povo, exemplo de mulheres guerreiras, druidesas, deusas e rainhas, todas com forte aparato, igualando-se aos homens, em força, sagacidade, beleza, sabedoria e eloqüência.
Diodorus Siculus, um dos relatores romanos que escreveu sobre a sociedade celta, nos diz o seguinte sobre as mulheres: "As mulheres gaulesas não se assemelham aos homens somente em sua grande estatura, mas também lhes são páreo em coragem". E também: "Elas geralmente cedem sua virgindade a outros e isto não é visto como uma desgraça: pelo contrário, elas se sentem ofendidas quando seus favores são recusados", mostrando assim que a sexualidade não era algo de que nem os homens celtas nem as mulheres se envergonhassem. Isso pode parecer para algumas pessoas falta de moralidade, mas na verdade são os valores da sociedade ocidental contemporânea que nos fazem pensar dessa forma. Quando uma nobre romana, não acostumada com a liberdade e a força do caráter das mulheres celtas, questionou a integridade moral de uma delas, ouviu a acachapante resposta:
"Nós, mulheres celtas, atendemos às exigências da natureza com muito mais dignidade do que vocês, romanas: pois enquanto nós copulamos abertamente com nossos melhores homens, vocês secretamente se sujeitam aos mais vis".
Os Celtas não só entendiam o papel e importância da mulher, mas compreendiam sua força de divindade. Dessa importância tem-se que algumas tribos celtas adotavam os sobrenomes das mães e não dos pais para seus descendentes, o que lhes dava um caráter matrilinear. Ser guerreira era tão honrado e nobre quanto ser rainha, druidesa e/ou mãe, sem perder sua feminilidade. Quanto às druidesas, essa expressão foi adotada a partir dos séculos 3 e 4 para definir as mulheres druidas ou sacerdotisas. Segundo a mitologia celta e os relatos romanos, as sacerdotisas estariam ligadas, além das práticas mágicas, à arte da cura e da profecia, principalmente.
A mulher celta de alguma forma estava ligada à soberania da Terra, geralmente representada pela rainha de um povo. Agredir física ou moralmente uma rainha era o mesmo que manchar a soberania da Terra. Essa maneira de entender e ver a mulher em foco de igualdade nos dá a idéia da hierarquia "horizontal" dos druidas, sem que houvesse um sobrepondo ou subjugando o outro, embora cada um tivesse sua função e participação específica dentro da sociedade.
A história desse povo nos conta que, tanto druidas e druidesas, eram sacerdotes pagãos, que veneravam os espíritos e deuses da Natureza; portanto, havia respeito mútuo, o que os tornava seres de mesmo merecimento num mundo em que tudo era sagrado, e a ordem natural das coisas era vista como o tempo único e contínuo, a alma eterna e imortal, podendo ou não viver muitas vidas, conforme o livre arbítrio, sem carmas, castigos ou punições. Era apenas simplesmente Vida.

Rainha, guerreira, druidesa e mãe - Hoje, as mulheres modernas carregam facetas essas, e trazem consigo a energia de rainha, guerreira, druidesa e mãe, ao mesmo tempo, que ainda trilham a luta pela igualdade e respeito mútuos. Uma das muitas coisas que pudemos aprender com nossas ancestrais mulheres celtas é ter em si suas facetas e saber mantê-las em equilíbrio e harmonia com nossa vida. Temos que ser firme e corajosa como uma guerreira no trabalho, ou então fluente e convincente como uma poetiza numa reunião de negócios. Eficiente e mantenedora no meu lar. Quente e amável com o marido. E tudo isso tem que caber dentro de uma só mulher.
Nesse sentido, o tripé druida que pode ser representado numa figura orgânica do triskle (três espirais), e que sustenta a idéia de honra aos ancestrais, amor à natureza e conhecimento de cura, abre o leque das possibilidades nos três níveis: Corpo, Mente e Espírito - o qual deve ser tomado em equilíbrio num ritmo harmônico com fins de estabelecer o encontro “Um conSigo” da mulher. Nessas bases, a mulher moderna também pode se estruturar, porque cabe a ela se conhecer e se reconhecer, é a face da mulher druida, sacerdotisa ou não, mas que reconhece e luta por sua importância, sem permitir usurpar-lhe essa condição.
Foi assim que, tempos outrora, me deparei com esse entendimento e trouxe pro meu dia-a-dia a mulher druida que habita em mim, e um conhecimento milenar por vezes esquecido e perseguido por idéia machista é hoje alvo de florescimento, levando-nos aos recantos da alma e da sabedoria, das descobertas espetaculares de Ser e Estar e Si mesmo.
Na busca da essência do druidismo, compreendi sua beleza e contemplei seu pensar, percebi que a todos é dado esse e outros direitos. Porque o conhecimento não foi perdido, porque está contido e, assim sendo, carregamos a centelha divina do saber ser, Um coMigo, Um conSigo, nas espirais da vida.
Explorar o druidismo é o mesmo que explorar a si mesmo, abrindo-se para um mundo além do que pode ser visto, é ter em mente uma dimensão maior do Universo e da vida como um todo, é encontrar um sentido puro e simples no viver, e ter certeza em si e na sabedoria do ComPartilhar. E compartilhar é a fração máxima, é a dança universal, é movimento que dá vida, que a torna plena, esplêndida e VIVA.
Valendo de nossa capacidade de pensar, pesquisar, recriar, perceber, intuir armazenar e executar, somos capazes de pôr em prática uma dimensão maior de nós mesmos, alçando vôos certeiros em direção ao nosso bem estar. E foi vivenciando e explorando o druidismo que encontrei respostas e meios para questões ora simples, ora complexas, que por vezes me acometiam.

Espirais: relaxar e despertar ao mesmo tempo - Debrucei-me num olhar profundo e sutil de excepcional beleza. Lancei-me nas AnDanças desse caminho, e encontrei o contato interior “Um conMigo”, cada vez mais forte; uma sensação de proximidade, predizendo a eternidade, como se o tempo não tivesse começo nem fim, num estado de sentir o Todo e seu esplendor.
Essa é uma das melhores experiências de percepção a que me permiti, porque transcende o olhar do contexto linear de tempo. E as espirais em si são contínuas, intermináveis e dinâmicas, causam vibração e satisfação a quem se dispõe sentir (...)


PARA SABER MAIS NO ABSOLUTA

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Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.