segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

GRAAL A MULHER SAGRADA


O CÓDIGO DO GRAAL

O Código do Graal é cantado em versos nas lendas do Feminino e é também um modo de vida...

Muito tempo atráz,de 7000 a 1400 a.C.,pelo menos,os povos primitivos que viviam da terra reverenciavam um criador do sexo feminino que, segundo acreditavam,era responsável pela fertilidade e pela abundância na vida deles.
Para esses povos,qualquer fêmea era sagrada,pois só as mulheres podiam criar a vida a partir do próprio corpo,à semelhança do criador em que acreditavam.

Esses povos viveram milhares de anos em harmonia.O foco da sua civilização era a arte e a criação,a sua economia baseava-se na parceria e na partilha,os seus governadores eram servidores que se encarregavam do bem-estar de todos,a sua filosofia defendia e beneficiava a vida.
As mulheres eram tidas em alta conta.Elas eram juízas, sacerdotisas, legisladoras, curandeiras e fazendeiras.Qualquer tipo de trabalho imaginável podia ser executado por um homem e por uma mulher,que trabalhavam lado a lado.

A sexualidade era sagrada.A sexualidade da Deusa com o seu consorte,o Deus,criava abundância para as pessoas da Terra.A sexualidade era considerada uma dádiva da Deusa e um caminho para a Divindade.
As crianças também eram vistas como dádivas e as concebidas durante épocas sagradas do ano eram particularmente abençoadas e especiais...

Por volta de 4000-3500 a.C.,invasores chamados kurgans vieram do norte trazendo armas e um deus guerreiro.Esses kurgans ,durante milhares de anos,subjugaram a civilização da Deusa, transformando uma civilização caracterizada pela parceria em outra de dominadores.
O enfoque deixou de ser a arte,a criatividade,a expressão jovial da sexualidade e da fisicalidade e passou a ser a guerra,o medo,as armas.
O culto festivo e celebratório,que celebrava a vida,tornando-a um paraíso na Terra,passou a ser cheio de dor,sofrimento,morte e a certeza de um paraíso apenas para alguns,depois da morte;danação e tortura eterna para o resto.

Durante um certo período,os reis cretenses consideravam sagrado o matrimônio com uma mulher - que por ser representante da Deusa era também a Terra - e asseguravam à ela o direito de governar.
A sexualidade era associada com a Deusa e os invasores temiam o poder que Ela concedia às mulheres.
Os sacerdotes do deus guerreiro viam o ato de amor,de expressão sexual,como algo maléfico e vergonhoso e acabaram por destruir toda experiência saudável do sexo com o epíteto: pecaminoso.

Os sacerdotes dos invasores percebiam que o Feminino ainda era forte.Eles nada podiam fazer contra a magia da criação,o fato de que as mulheres,e somente elas,podiam dar à luz uma nova vida dentro do corpo. Então eles defendiam a idéia de que a contribuição do homem era mais importante do que a das mulheres para a concepção de uma nova vida.
Eles canalizavam livros e faziam sermões inspirados pelo seu deus,afirmando que o Feminino era responsável pelo pecado original, era maléfico e sem valor.
Os seus seguidores,diante da opção de acreditar nesses sacerdotes ou serem queimados e condenados à danação eterna,preferiam acreditar.
Até mesmo quando o ungido trouxe a sua mensagem ,que era igual a da deusa dos antigos - amor, perdão, sabedoria, luz - os sacerdotes,com receio de perder o poder e o prestígio,repudiaram a mensagem verdadeira que ele trazia e reescreveram os seus ensinamentos,segundo os próprios interesses.

Quando as mulheres foram estigmatizadas como criaturas malignas, pecaminosas, filhas do demônio, e depois subjugadas e dominadas pelos homens, o que perdemos foi o Feminino e tudo o que ele incorpora e significa.
A guerra, embora desconhecida no passado, aos poucos foi se tornando uma coisa normal.A criatividade,direito inato de todos, passou a ser exclusividade de um grupo seleto de "artistas".
Embora antes houvesse partilha, compaixão e cuidado uns com os outros e com a comunidade, o tecido da sociedade se esgarçou pela ganância das autoridades para tudo possuir e preservar.
A parceria foi substituida pela competição,pela dominação e pela vitória do macho alfa.

A terra e a fartura eram herança das mulheres,com a qual elas sustentavam os filhos.Esse direito passou a ser exclusivamente ds homens.Às vezes eles garantiam o sustento dos filhos,às vezes não.Se antes todas as crianças eram bem-vindas,depois somente as legitimadas pelo casamento dos pais passaram a ser valorizadas;todas as outras eram consideradas bastardas.
Se antes os regentes visavam ao bem de todos,depois eles passaram a se apoderar de quase tudo:
as pessoas eram escravizadas por reis e papas corruptos a quem tinham que servir.

Quando o Feminino se perdeu,o sexo masculino e o feminino se separaram.
Em vez de lutarem juntos pela sobrevivência,contribuindo igualmente para expressar a singularidade do masculino e do feminino e criar a totalidade do Divino,a psique tanto dos homens quanto das mulheres sofreu uma ruptura e ficou dividida.
A guerra dos sexos se iniciou,resultando num relacionamento desigual do tipo mestre e escravo,dominador e vítima.

A espiritualidade foi usurpada do indivíduo - a sua relação direta com a Divindade - e passou a ser propriedade da Igreja,que passou a tratá-la como uma mercadoria.
Já não era seguro comungar com o Divino em meio à natureza.Todo o contato com o Divino tinha de ser feito por meio da Igreja, do contrário era tido como adoração ao demônio. Qualquer coisa que se desviasse das regras e normas da Igreja era considerada heresia.

Contudo,não se pode destruir ou sufocar o poder do Feminino para sempre...
O Código do Graal é o que vivíamos nas civilizações antigas da Grande Deusa,
antes que as mulheres fossem usadas como bode expiatório e os valores do Feminino desacreditados e descartados.
Desde que ele foi expurgado da espiritualidade predominante, ao longo do último milênio,temos sidos condenados a vagar sem rumo pela face da Terra,testemunhando a guerra, a destruição, a poluição, a extinção,a ganância e a corrupção tornando-se norma.
Em decorrência da perda e da desvalorização do Feminino,nós nos alienamos da nossa fonte verdadeira de espiritualidade e da terra sobre cujo solo sagrado nós vivemos.

"O ORÁCULO DO CÓDIGO DO GRAAL", Amy Sophia Marashinsky, Ed. Pensamento
IN:
http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/

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Que o Poder Infinito da Deusa e da Mãe Natureza purifique seus caminhos.