"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


quinta-feira, 29 de abril de 2010

MÃE-DEUSA DAS ORIGENS...


O ÊXTASE DAS MULHERES...

A Deusa Selvagem

“ O homem e a Mulher são diferentes, diz-nos Joelle de Gravellaine, os seus êxtases não são os mesmos”. Em vez de se reduzir a uma espécie de incomunicabilidade feminista, a fundadora da célebre colecção Response (Ed Rober Laffont) decidiu contar-nos a origem sagrada do êxtase das mulheres, persuadida que isso pode ajudar a iluminação do homem.”

Em 1985, depois de quarenta anos de caminho, para lançar uma primeira síntese entre os domínios da sua predilecção, em que se articulam simbólica, poesia, mito, psicologia das profundidades, ela faz de Lilith – fiel serva do Criador – o seu tema de estudo, publicando uma obra astrológica e mitológica com o título O Retorno de Lilith: a lua negra (ed. L’Espace Bleu).
Através de ambiguidade do desejo e da rebelião da primeira parceira de Adão (antes de Eva), ela ataca um momento apaixonante do inconsciente colectivo: aquele em que, nomeadamente interposta pela Bíblia, a nova ordem patriarcal decide encerrar a selvajaria do desejo feminino no inferno.
Joelle de Gravelaine termina hoje a sua defesa sobre a natureza feminina com a Deusa Selvagem (ed. Dangles). Ela conta que a terra é à imagem da Mãe e vice-versa, Terra Mãe, Magna Mater, dadora de vida e de morte, senhora das árvores e dos animais selvagens, ela é ao mesmo tempo primitiva, subtil, espiritual, andrógino, loba, serpente, porca e jumento. Ela denuncia a atitude desonesta dos gregos que em vez das deusas – de Isthar a Athena passando por Ísis, Demeter, Ereshkigal -, na sua luta obstinada de as reduzir à condição de ogres satânicos e mães desrutivas, vazias de todo o apelo à vida e à ressurreição. Posição misógina e recuperada e mantida mais tarde pela tradição judaico-cristã.

Resultado: ainda são numerosos aqueles a quem o desejo selvagem, o prazer, o instinto da mulher arquetípica, embaraçam consideravelmente. Eles contestam a legitimidade da Deusa das Origens, e fazendo-o, negam completamente o papel da mulher no mundo.”
(Introdução a uma entrevista feita à autora por N.C.)

COMO O ÊXTASE NOS FOI PROIBIDO..


Fica aqui uma ilustração clara do que os “clássicos” gregos e o Império romano e depois os judeus e cristãos fizeram da mulher: um ser mutilado de uma parte de si, um ser cindido, maléfico e pecador, uma ameaça para os “santos” padres e condenado aos infernos e como sabemos, mais tarde, perseguida e queimada nas fogueiras da Santa Inquisição… Neste pequeno trecho que acabei de traduzir do francês podemos perceber com grande clareza até que ponto a mulher foi banida da história dos homens e condenada ao descrédito, afastada do seu ser essencial, facto que se reflecte ainda e de maneira gritante nas nossas sociedades que se pretendiam civilizadas e onde a mulher intelectual ou “espiritual” julga que ocupa um lugar “importante”, sem perceber que está desligada da sua essência e da sua verdadeira natureza.
Todas nós nos perdemos da nossa verdadeira identidade ao perder uma parte integrante de nós mesmas, mas também os homens perdendo o seu lado feminino, perderam muito, assim como o mundo, para não dizer que perderam tudo, pois vamos de ter que recomeçar do início face a um anunciado (próximo ?) fim tão calamitoso para a humanidade…

A não ser que a mulher acorde para essa parte de si que foi apagada dentro dela e da face da terra, a não ser que a Deusa Mãe e a Terra façam a sua limpeza global do Planeta, não voltaremos a ser Humanos como era suposto sermos à partida.
Para quem tenha dúvidas, basta olhar com olhos de ver à sua volta para a crise mundial: ela não é só económica e financeira, mas uma crise global de valores baseada na falta de respeito pela vida humana e dos animais em geral na terra, por uma tónica nos valores materiais e na conquista de poder. Seria inconcebível uma raça verdadeiramente humana comportar-se deste modo tão evidentemente criminoso para com o seu “semelhante” seja, em primeiro lugar para com a mulher, seja para com os outros seres humanos, crianças e animais, e a própria Natureza-Mãe!
Que lavagem ao cérebro, que “educação”, que poder ignominioso de destruição cabal e de controlo do mundo tem os poderosos que governam na sombra, para cegar as pessoas impedindo-as de reflectir e de pensar, para as impedir de agir e sequer sonhar ou querer um mundo melhor, um mundo mais justo e igualitário, sem que não seja a Utopia ou a Crença consentida para manter a ilusão dos que lutam e trabalham e ainda acreditam no sistema que os escraviza ou no deus que os castiga?
Faça o que o homem fizer ainda neste mundo sem A Consciência do Feminino Sagrado, sem a elevação da verdadeira Mulher e da Deusa Mãe, e não a que está nos altares católicos, não poderemos nunca chegar à Consciência Suprema, à Alquimia da Mutação nem realizar a Obra para que fomos criados …
UM NOVO SER HUMANO!

rlp

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