As Donas da Noite
“Quando se pronuncia o nome de Iyá-Mi Osorongá, quem estiver
sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma
reverência, pois se trata de temível Orixá, a quem se deve
apreço e acatamento”.
(Jorge Amado)
Iyá-Mi Osorongá é a síntese do Poder Feminino, claramente manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla, de povoar o mundo. Quando os Iorubas dizem “nossas mães queridas” para se referirem às Iyá Mi, tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis dessa entidade.
Donas de um axé tão poderoso como o de qualquer Orixá, as Iyá-Mi tiveram o seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de Março e Maio, que antecedem o início das chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à fertilidade.
As iyá-Mi tornaram-se conhecidas como as Senhoras dos Pássaros e a sua fama de grandes feiticeiras associou-as à escuridão da noite; por isso também são chamadas Eleyé, e as corujas são os seus principais símbolos. A sua relação mais evidente é com o Poder Genital Feminino, que é o aspecto que mais aproxima a Mulher da Natureza, ou seja, dos acontecimentos
que fogem à explicação e ao controle humano. Toda a mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá-Mi; a capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, assustou sempre os homens.
As Mães são compreendidas como a origem da humanidade e o seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a Mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver. Iyá-Mi é a sacralização da figura materna, por isso o seu culto é envolvido por tantos tabus. O seu grande poder deve-se ao fato de guardar
o segredo da criação. Tudo o que é redondo remete ao ventre e, por consequência, às Iyá-Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá-Mi é manifesto em toda a mulher, que, não por acaso, em
quase todas as culturas, é considerada tabu.
As denominações de Iyá-Mi expressam as suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão os seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um dos seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das
Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.As Feiticeiras mais temidas entre os Iorubas e no Candomblé são as Àjé e, para se referir a elas sem correr nenhum risco, diga
apenas Eleyé, Dona do Pássaro.
O aspecto mais aterrador das Iyá-Mi e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Osorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro do mesmo nome e rompe a escuridão da noite com o seu grito assustador. As Iyá-Mi são as senhoras da vida, mas o corolário fundamental da vida é a morte. Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas no seu aspecto benfazejo, são o grande ventre que povoa o mundo. Não
podem, porém, ser esquecidas; nesse caso lançam todo o tipo de maldição e tornam-se Senhoras da Morte.
O lado bom de Iyá-Mi é expresso em divindades de grande fundamento, como Apaoká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Oxóssi. As Iyá-Mi, juntamente com Exú e os ancestrais, são evocadas nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do Poder Feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que
detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem a vida,
integrarão o corpo das Iyá-Mi, que são, na verdade, as Mulheres Ancestrais.
AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE
Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis Ojés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a
ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.
O poder de Iyami é atribuído às Mulheres Velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.
Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam
infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois
elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os
trabalhos maléficos.
Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira
permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da
ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar
pimenta vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito
voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu
interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus
pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus
destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos
tetos das casas, e é silencioso.
"Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os
intestinos de alguém, levarão".
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de
barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá
dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e
não deixa as grávidas darem à luz.
As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas
vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma
pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos,
e uma Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a
desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre
irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa
ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não
se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória.
Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.
Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui
proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim
poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com
rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica
ofendida se alguém leva uma vida muito
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma
fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável,
se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa
pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com
oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas.
E só Orunmilá consegue acalmá-la.
CULTO GELEDÊ
Segundo os mitos da tradição afro-descendente, já que o mito é o
discurso em que se fundamentam todas as justificativas da ordem
e da contra-ordem social negra, a luta pela supremacia entre os
sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça da criação),
já que o òrì s à Y e m o ja Odùa, Princípio Feminino de onde
tudo se cria - representação coletiva das Ìyámí ou mães
ancestrais, é a metade inferior da cabaça e Obatálá ou Òòsààlà,
princípio masculino, a metade superior. A relação Odùa/Obatalá,
entendida simbolicamente, não representa uma simples relação de
acasalamento do Princípio Feminino com o masculino.
Há um princípio de completude do outro, de que a vida se
constrói de mãos dadas e de que cada um de nós à medida em que
estabelece esta relação, estabelece um elo mais completo com as
coisas que estão à volta.
Significa todo um processo de equilíbrio e de harmonia. Para se
entender bem tal relação, se faz necessário situar as mulheres
do ritual G È L È D È, que representam o culto às ÌYÁMÌ, as
grandes mães ancestrais, encabeçadas por: Nàná, Y e m o ja Odùa,
Òs un Ijimu, Òs un Ìyánlá, Yewa e O ya. ODÙA simboliza a grande
representante do princípio feminino, sendo o elemento
responsável por todo o poder criador, do poder das mulheres,
liderando o movimento das ÌYÁMÌ, grandes mães ancestrais, que
tudo criaram, transformaram e transmutaram desde o princípio dos
princípios da formação do universo.
A sociedade G È L È D È S, que já existiu no Brasil, é um ritual
de mulheres que vestem panos coloridos - diferentes panos
mostrando diferentes procedências. São as diferentes raízes que
as pessoas podem ter na maternidade. A máscara È F É -G È L È D
È que cobre a cabeça da mulher vai representar o mistério, o
maravilhoso, na cultura negra. O uso da máscara significa o
símbolo de outro espaço, um espaço vivo, um espaço invisível que
não se conhece, mas sente-se!
No Brasil esta sociedade existiu, sua ultima sacerdotisa suprema
foi O m ó ník é Ìyálóde-Erelú que tinha o nome católico Maria
Julia Figueiredo, uma das Ìyálà se do Il è Ìyá-Nàsó, com sua
morte cessaram-se as festividades, que eram realizadas no bairro
da Boa Viagem. O propósito da sociedade G È L È D È é propiciar
os poderes míticos das mulheres, cuja a boa vontade deve ser
cultivada porque é essencial a continuidade da vida para esta
sociedade.
Sem o Poder Feminino, sem o princípio de criação não brotam
plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem
continuidade. Assim, o princípio feminino é o princípio da
criação e preservação do mundo: sem a mulher não existe vida,
sendo, segundo os mitos, ser reverenciada e respeitada pelos
orixás e pelos homens.
As G È L È D È e suas máscaras se tornam uma metáfora, sendo uma
linguagem para a Mãe Natureza. O G È L È é um símbolo das G È L
È D È porque personifica o útero, pois ele carrega as crianças e
as protege. Através das Ìyámì (mães ancestrais) a arte das
máscaras é usada para aglutinar as pessoas que se relacionam
como filhos de uma mesma mãe, fazendo com que o espírito se
manifeste através desta máscara, seguindo e alimentando o
espírito humano. Representam o não uso da violência para
resolver questões. Nas culturas negras a mulher está presente em
todos os lugares.
As máscaras tem grande importância na vida religiosa, social e
política da comunidade, mostrando as diferentes categorias de
mulher:
- mulher secreta - ligada ao divino, serve como passagem e
receptáculo do sagrado no mundo dos vivos, por gerar frutos.
-mulher símbolo político - não usa violência para resolver as
questões, aglutinando as pessoas, vivendo o cotidiano.
- mulher sagrada - símbolo de todos os tempos, pois está virada
para o futuro, sempre vulnerável e frágil, mas é aquela que abre
o céu (Ò run) e deixa lugar para a mudança, o futuro, e para a
transformação.
A sexualidade da mulher negra faz parte da sua essência de
Princípio Feminino, sendo muitos os mitos que representam a
função e o papel mulher vista como útero fecundado, cabaça que
contem e é contida, responsável pela continuidade da espécie e
pela sobrevivência da comunidade. Não se encontra pecado nesta
sexualidade.
Através das ÌYÁ as comunidades - terreiros se constituam num
verdadeiro sistema de alianças. Desde a simples condição de
irmão de santo até a mais complexa organização hierárquica, há o
estabelecimento de um parentesco comunitário, como uma recriação
das linhagens e da família extensiva africana. Os laços de
sangue são substituídos pelos de participação na comunidade, de
acordo com a antigüidade, as obrigações e a linhagem iniciática.
Todos estão unidos por laços de iniciação às divindades
cultuadas, aos demais iniciados, às autoridades, aos
antepassados e aos ancestrais da comunidade.
Através do rito se tem todo um sentido de manifestação das
mulheres do grupo: rodando, dançando, se integrando com o
cosmos, mostrando que temos consciência de que somos elementos
dinâmicos, de que o movimento da roda - já que as mulheres são
os elementos que dançam em círculo - representa o altar da
criação, da vida, já que a terra está em movimento, o universo
está em movimento e só se conseguirá estar em sintonia com o
universo através do movimento.
G È L È D È é originalmente uma forma de sociedade secreta
feminina de caráter religioso, existente nas sociedades
tradicionais yorubás, que expressam o Poder Feminino sobre a
fertilidade da terra, a procriação e o bem estar da comunidade.
O culto Gèlèdè visa apaziguar e reverenciar as Mães Ancestrais
para assegurar o equilíbrio do mundo. As principais
representações do culto também nos fala um itòn de òséyèkú, que
obàtálá e odù logbojé são uma única coisa e no culto a Obàtálá,
Ò s òrongà é diretamente participante, o próprio it ò n nos
fala:"tudo aquilo que o homem vier a conseguir na terra, o será
através das mãos das mulheres. esta é uma tradição do culto a
Obàtálá, pela relação direta de Y e m o ja Odùa. - ìtòn òsá méjì
(o mito da roupa de Éégún)- quanto ao culto È f é -G è l è d è,
os homens participam, até nas chamadas"incorporações"- dàpò
sòkan - e uma das principais diferenças, estão nas próprias
danças rituais, quando"feminina"e lenta e nobre, quando"a
masculina"é firme e agressiva, e cabe aos òsò de Òò s ààlà' esta
função.- Seja ako, baká, mundiá, tetedè, okunriu, onilu e"às
outras".
Mas quando se trata da essência da filosofia, na relação Obàtálá
(símbolo da ancestralidade masculina) e, Y e m o ja Odùa - (Ò s
òròngà - símbolo da ancestralidade feminina) como uma relação
perfeita, trazida por Òsé-òyèkú, e também pela relação de ambos
com Ikú.
O culto anual de È f é -G è l è d è, originário da cidade de
Ketu no décimo quarto século, é organizado no começo da estação
agricultural exatamente por uma importante questão dentro da
cultura Yorùbá - a Fertilidade. Este culto se organiza da
seguinte forma- sua parte diurna é exatamente G è l è d è e sua
parte noturna é È f é (o pássaro). Os dançarinos são homens,
contudo representam homens e mulheres em suas representações.
Isto prova que o culto das G è l è d è não é vetado aos Homens.
Na dança feminina G è l è d è é poderosa e contida, entretanto,
na dança masculina é violenta e agressiva.Os nomes citados são
os próprios nomes das 9 principais G è l è d è em sua ordem de
entrada na praça do mercado, pois este culto, e na verdade todos
de acordo com a direção da cabaça de Odù que vai ser desperta (òséyèkú)
deveriam ser feitos ao livre como nos ensina o antigo culto à
Olòrun. Akò, Baká, Mundiá, Tetedè, Okunriu, Onilu, Isa-orò,
Alopajanja-eledè e Woogbáwoobaarsan). Sendo assim, é exatamente
no conhecimento deste culto que podemos perceber que os homens
principalmente os"òsò"participam de toda uma enorme variedade de
fundamentos do culto na sociedade Ò s òròngà, pois se assim não
o fosse, como explicar o tabu de que as mulheres não podem olhar
Odù (ìtòn irètégbè), como entender que são os Bàbáláwo - filhos
de Òrúnmílá que entregam as cabaças com os pássaros as mulheres
iniciadas no culto à Ò s òròngà (itòn irèté méjì)
“È f é"são as máscaras rituais que simbolizam o espírito das
ancestrais femininas e os diferentes aspectos de seu poder sobre
a terra simbolizados pelos pássaros.
As orixás femininas cultuadas nos candomblés brasileiros
representam aspectos socializados deste poder conforme a visão
de mundo negro africana segundo a qual homens e mulheres se
equivalem e controlam determinadas forças da natureza Porém a
continuidade da vida sobre a terra, atributo eminentemente
feminino nesta tradição é reverenciado de modo especial.
Por isso O barìsà o grande ancestral masculino canta:
“E
kúnl è o, e Kúnl è f’obinrin o
E obinrin l’ó bí wa, k’àwa tó d’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnl è f’obinrin
E obinrin l’o bí wa o, k’àwa tó d’enia”
(Ajoelhem-se para as mulheres. A mulher nos colocou no mundo,
nós somos seres humanos
A mulher é a inteligência da terra. A mulher nos colocou no
mundo, nós somos seres humanos).
ÌYÁMÍ
Ò S ÒRÒNGÀ
O f ó (Encantamento)
Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò (Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga)
Vós
que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do sangue do
fígado.
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos, e
ele sobrevive, sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é
recolhido pela terra cobre-se de fungos e ele sobrevive, ó mãe
muito velha)
Ìyámì
Ò s òròngá não é um orixá, mas sim uma energia ancestral
coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina
fechada da Ìyámì El é ey e (minha mãe senhora dos pássaros),
representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Ò s òròngá
congrega as àj é–feiticeiras que têm poderes de se
transformarem em determinados pássaros è hurù, e luùlú, àtióro,
àgbìgbò e ò s òròngà, este ultimo refere-se ao próprio som que a
ave emite e da nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos
horários mais críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que
é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de
ninguém.
Suas cerimônias são realizadas no início da
estação do plantio relacionado à fertilidade.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se
em duas partes a diurna e a noturna. Segundo nos conta um ìtàn
do Odù Ogbé Ò sá, diz que quando as Ìyámìs chegaram do Ò run
pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìtòn as 7 ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo
- Garcinea Cola
Àjànrèré - Ficus Elegans
Iroko - Chlorophora Excelsis
Orò - Antiaris Africana
Ogun Bereké - Delonex Régia
Arere - Triplochiton Nigericum
Igi ope - Elaeis Guineensis
Porém
outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete
árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose -
Adansanonia Digitalia
Iroko - Chlorophora Excelsis
Ìyá - Daniellia Olivieri
Asunrin - Erythrophelum Guineense
Obobo - Não identificada
Iwó - Não identificada
Arere - Triplochiton Nigericum
A
contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença
masculina no culto a ìyámí.
São detentoras de poderes terríveis, consideradas as donas da
barriga(por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém
pode com seus E b o, dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais
fatal.São ligadas diretamente ao ODU ÒYEKU MEJI, são
propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus
poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las,
vence-las jamais.Relacionam-se com as ìyámìs Òs un Ijumu e Òs un
Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem
como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do culto G È L È D
È.
Deve-se lembrar portanto, que"òsò"é um título de quem trás o
Égan (símbolo de È s ù o qual foi dado através das mãos de Ò s
òròngà(it ò n ò s éòtúrá)e mesmo assim se foi iniciado no
tradicional culto de `Obàtálá /Y e m o ja Odùa e ainda tiver
profunda relação com Ikú, através de algumas se suas principais
ònifás, como Òyèkú méjì, Òbàrà méjì, Òtúrúpòn méjì e algumas
outras poucas.O sangue(è j è)não é de nenhum Òrì s à a não ser
de Ò s òròngà como vemos no Oriki (è j è ó yè ní kál è o - o
sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos).
Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do
fígado e do coração, isto se deve por os chamados À se das
oferendas são de Ò s òròngà! estes orgãos se classificam em
comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem circular a
energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar, intestino
grosso e o intestino delgado, como também em comportamentos Osa
(coração, pulmões, rins, fígado e baço - pâncreas) Estes
detalhes são importantíssimos no culto à Ò s òrongà e
principalmente no culto È f é -G è l è d è ainda mais se falamos
do sacrifício de e l é d é (porco).
Relacionam-se com Òsòròngà:
È s ù
: somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as
Ìyámí, além de ser a prova viva do poder das Ìyámís.
Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) - onà iwó oòrùn
(caminho do oeste) é bem mais íntimo de Ò s òròngà, se não fosse
ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais, juntamente
com È s ù e Ò s òròngà.
Y e m o ja Odùa* :(Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- e y e
(cabaça dos pássaros) é a Ìyá'nlá seu nome é modificação da
palavra Odù Logboje, a mulher primordial, também denominada E l
e yinjú E g é, a dona dos olhos delicados fazendo parte das
divindadesgeradoras representada pelo Preto, fundadora do culto
e sociedade G è l è d è.
Òs un
:Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-Àkókó, Mãe Ancestral
suprema.
Òs un Ìjimu e Ìyánla:A duas mais velhas Òs un, são as duas
ancestrais das mulheres.
Nàná: patrona da lama e dos primórdios da criação do Àiyé, é a O
m o Àtìóro oké O fa.
O ya e Yewa:são todas Ìyá- E l é y e possuidoras da cabaça com
pássaro símbolo do poder
feminino.
Olórí ìyá-àgbà Àj é E l é y e, chefe supremo de nossas mães
ancestrais possuidoras dos pássaros.
Ògágun ati Ò gájùlo ninu awon ìyámí ò s òròngà, chefe supremo,
comandante entre todas as Ìyámí.
Òrúnmìlà:Este foi o único òrì s à que quando as ìyámí estavam
zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou o
àiyé e restabeleceu a Harmonia, entre os Homens e Mulheres.
Toda mulher é uma Aj é, porque as Ìyámí controlam o sangue
menstrual elas representamos poderes místicos das mulheres no
seu aspecto mais perigoso.São as Avós, as mães em cólera que em
sua boa vontade a própria vida na terra não teria continuidade.
Ìtàn
do Odù Ò sá Méjì
* Odùa TORNA-SE Ìyámí *
Nos primórdios da criação, Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no
Ò run, mandou vir ao àiyé (universo conhecido) três divindades:Ògún
(senhor do ferro), O barì s à (senhor da criação dos homens) (2
-Um dos òrìsà funfun, sto é, òrì s à que têm como principal
preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas) e Odùa(Y e m
o ja), a única mulher entre eles.Todos eles tinham poderes,
menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè.
Este
lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (ìgbá e l é
y e) e ela se tornou então, através do poder emanado de
Olódùmarè, Iyá Won, nossa mãe para eternidade (também chamada de
Ìyámí Ò s òròngà, minha mãe Òshòròngà).
Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande poder
com cautela sob pena de ele mesmo repreendê-la.
"Olódùmarè
diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de todos.
Ele diz:você dará continuidade.
Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de e l é iy e para ela.
Ela recebe, o pássaro de Olódùmarè.
Ela, recebe, então, o poder que utilizara com ele.
Ele diz:utilize com calma o poder que eu te dei a você.
Se você utilizar com violência, ele o retomara.
Porque aquela que recebeu o poder se chamar Odù.
O homem não poderá fazer nada sozinho na ausência da mulher"
"Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l'à se"
(Desde aquela época, Olódùmarè outorgou axé as mulheres)
Elas exerciam todas as atividades secretas:
"O mú Éégún jáde
O mú
Orò jáde
Gbogbo nkan, kò si ohun ti ki se nigba náà"
(Ela conduz Egun
Ela conduz Orò
todas as coisas, não ha nada que ela não faça nesse tempo)
Mas
ela abusou do poder do pássaro.Preocupado e humilhado, O barì s
à foi até Òrúnmìlà fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como
conquistar apaziguar e vencer Odùa, através de sacrifícios,
oferendas(e b o com ìgbín e pas ò n Haste de Àtòrì) e astúcia.
Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita, a carne dos ìgbín.
"Odù
náà gba omi ìgbín, o mu ú
Nigbati Odù mu omi ìgbín tán, inú Odù nr ò di e di e"
(Odù recebe a água de caracol para beber, quando odù bebeu, o
ventre de Odù se apaziguou)
O barì s à e Odùa foram viver juntos.Ele então lhe revelou seus
segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive
que cultuava Éégún. Mostrou-lhe a roupa de Éégún, o qual não
tinha corpo, rosto nem tampouco falava.Juntos eles cultuaram
Éégún.
Aproveitando um dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou e
vestiu a roupa de Egúngún.Com um bastão na mão (opa), O barì s à
foi à cidade (o fato de Éégún carregar um bastão revela toda a
sua ira) e falou com todas as pessoas.
Quando Odùa viu Éégún andando e falando, percebeu que foi O barì
s à quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou
homenagem a Éégún e a O barì s à, conformando-se com a vitória
dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu
poderoso pássaro pousar em Éégún, e lhe outorgou o poder: tudo o
que Éégún disser acontecerá.Odùa retirou-se para sempre do culto
de Egúngún, e partiu para partir o culto G è l è d è.Só e l é iy
e, indicara seu poder e marcara a relação entre Egúngún e Ìyámí.
"Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára e l é iy e ni."
(Todo o poder que utilizara Egúngún é o poder do pássaro)
O
conjunto homem-mulher dá vida a Egúngún (ancestralidade) mas
restringe seu culto aos
homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres,
castigadas por Olódúnmarè através dos abusos de Odùa.
Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas
coletivamente e somente os homens têm direito à individualidade,
através do culto de Egúngún.
LENDAS
Odu torna-se Iami
Nos primórdios da criação, Olodumarê, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao ayê
(universo conhecido) três divindades: Ogum (senhor do ferro), Obarixá (senhor da criação dos homens)
(2 - Um dos orixás funfun, isto é, orixás que têm como principal
preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas; em algumas
regiões Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá) e Odu, a
única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela,
que se queixou então a Olodumarê. Este lhe outorgou o poder do
pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então,
através do poder emanado de Olodumarê, Iyá Won, nossa mãe para
eternidade (também chamada de Iami Oxorongá, minha mãe Oxorongá).
Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder
com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.
Mas
ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá
foi até Orumilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como
conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios,
oferendas e astúcia.
Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus
segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive
que adorava Egum. Mostrou-lhe a roupa de Egum, o qual não tinha
corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egum.
Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e
vestiu a roupa de Egum. Com um bastão na mão, Obarixá foi à
cidade (o fato de Egum carregar um bastão revela toda a sua ira)
e falou com todas as pessoas. Quando Odu viu Egum andando e
falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela
reverenciou e prestou homenagem a Egum e a Obarixá,
conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a
derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egum, e
lhe outorgou o poder: tudo o que Egum disser acontecerá. Odu
retirou-se para sempre do culto de Egugun.
O
conjunto homem-mulher dá vida a Egum (ancestralidade), mas
restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam
homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos
abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas
são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à
individualidade, através do culto de Egum.
(Revista Planeta n.º 162 - março 860)
(1)
Iá Mi
chegam ao mundo com seus pássaros maléficos
As Iá
Mi Oxorongá são as nossas Mães Primeiras,
raízes primordiais da estirpe humana, são feiticeiras.
São velhas mães feiticeiras as nossas mães ancestrais.
As Iá Mi são o princípio de tudo, do bem e do mal.
São vida e morte ao mesmo tempo, são feiticeiras.
São as temidas ajés, mulheres impiedosas.
As Oxorongá já viveram tudo o que se tem para viver.
As Iá Mi conhecem as fórmulas de manipulação da vida,
para o bem e para o mal, no começo e no fim.
Não se escapa ileso do ódio de Iá Mi Oxorongá.
O poder de seu feitiço é grande, é terrível.
O poder de seu feitiço é grande, é terrível.
Tão destruidor quanto é construtor e positivo o axé,
que é a força poderosa e benfazeja dos orixás,
única arma do homem na luta para fugir de Oxorongá.
Um dia as Iá Mi vieram para Terra e forma morar nas árvores.
As Iá Mi fizeram sua primeira residência na árvore do orobô.
Se Iá Mi está na árvore do orobô e pensa em alguém,
este alguém terá felicidade, será justo e viverá muito na Terra.
As Iá Mi Oxorongá fizeram sua segunda morada
na copa da árvore chamada araticuna da areia.
Se Iá Mi está na copa da araticuna da arei e pensa em alguém,
tudo aquilo que essa pessoa gosta será destruído.
As Iá Mi fizeram sua terceira casa nos galhos do baobá.
Se as Iá Mi está no baobá e pensa em alguém,
tudo aquilo o que é do agrado dessa pessoa lhe será conferido.
As Iá Mi fizeram sua quarta parada
no pé de Iroco, a gameleira-branca.
Se Iá Mi está no pé de Iroco e pensa em alguém,
essa pessoa sofrerá acidentes e não terá como escapar.
As Iá Mi fizeram sua quinta residência nos galhos do pé de
Apaocá.
Se Iá Mi está nos galhos do Apaocá e pensa em alguém,
rapidamente essa pessoa será morta.
As Iá Mi fizeram sua sexta residência na cajazeira.
Se Iá Mi está na cajazeira e pensa em alguém,
tudo o que ela quiser poderá fazer,
pode trazer a felicidade ou a infelicidade.
As Iá Mi fizeram sua sétima moradia na figueira.
Se Iá Mi está na figueira e alguém lhe suplica o perdão,
essa pessoa será perdoada pela Iá MI.
Mas todas as coisas que as Iá MI quiserem fazer,
se elas estiverem na copa da cajazeira,
elas o farão,
porque na cajazeira é onde as Iá Mi conseguem seu poder.
Lá é sua principal casa, onde adquirem seu grande poder.
Podem mesmo ir rapidamente ao além, se quiserem,
quando estão nos galhos da cajazeira.
Porque é dessa árvore que vem o poder das Iá Mi
e não é qualquer pessoa
que pode manter-se em cima das cajazeiras.
Elas vieram para a Terra.
Eram duzentas e uma e cada qual tinha o seu pássaro.
Eram as mulheres pássaros, donas do eié,
eram as mulheres eleié, as donas do eié.
Quando chegaram, foram direto para a cidade de Otá
e os babalaôs mandaram preparar uma cabaça para cada uma.
Elas escolheram sua ialodê, sua sacerdotisa.
Foi a ialodê quem deu a cada eleié
uma cabaça para guardar seu pássaro.
Então, cada Iá Mi partiu para sua casa
com seu pássaro fechado na cabaça
e lá cada uma guardou secretamente sua cabaça
até o momento de enviar o pássaro para alguma missão.
Quando Iá Mi abre a cabaça,
o pássaro vai, seja onde for,
aos quatro cantos do mundo ele vai e executa sua missão.
Se é para matar, ele mata.
Se é para trazer os intestinos de alguém,
ele espreita a pessoa marcada para abrir seu ventre
e colher seus intestinos.
Se é para impedir gravidez,
ele retira o feto do ventre da mãe.
Ele faz o que lhe for ordenado e volta para sua cabaça.
Iá Mi, então, recoloca a cabaça em seu lugar secreto.
Mas, se a pessoa possui um encantamento contra a feiticeira,
ele deve dizer a seguinte formula:
"Que aquela que vos enviou para me pegar, não me pegue"
Assim, por mais que tente, o pássaro não poderá executar sua
tarefa.
Sua dona terá de ir em busca do auxílio das outras Iá Mi.
Ela vai à assembléia e relata seu problema.
As ajés, as feiticeiras, devem trabalhar com ela,
porque não podem realizar sua tarefa sozinhas.
Então, Iá Mi leva um pouco do sangue da pessoa que quer
prejudicar.
Todas as outras Iá Mi o põem na boca e o bebem.
Depois, elas se separam e não deixam dormir a vítima.
O pássaro é capaz de carregar um chicote,
pegar um cacete,
tornar-se alma do outro mundo,
e até mesmo pode ter o aspecto de um orixá;
tudo para aterrorizar a pessoa à qual foi enviado.
Assim são as Iá Mi Oxorongá.
Esta é a sua história.
(Mitologia dos Orixás, 2001, pp.351)
“Quando se pronuncia o nome de Iyá-Mi Osorongá, quem estiver
sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma
reverência, pois se trata de temível Orixá, a quem se deve
apreço e acatamento”.
(Jorge Amado)
Iyá-Mi Osorongá é a síntese do Poder Feminino, claramente manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla, de povoar o mundo. Quando os Iorubas dizem “nossas mães queridas” para se referirem às Iyá Mi, tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis dessa entidade.
Donas de um axé tão poderoso como o de qualquer Orixá, as Iyá-Mi tiveram o seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de Março e Maio, que antecedem o início das chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à fertilidade.
As iyá-Mi tornaram-se conhecidas como as Senhoras dos Pássaros e a sua fama de grandes feiticeiras associou-as à escuridão da noite; por isso também são chamadas Eleyé, e as corujas são os seus principais símbolos. A sua relação mais evidente é com o Poder Genital Feminino, que é o aspecto que mais aproxima a Mulher da Natureza, ou seja, dos acontecimentos
que fogem à explicação e ao controle humano. Toda a mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá-Mi; a capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, assustou sempre os homens.
As Mães são compreendidas como a origem da humanidade e o seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a Mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver. Iyá-Mi é a sacralização da figura materna, por isso o seu culto é envolvido por tantos tabus. O seu grande poder deve-se ao fato de guardar
o segredo da criação. Tudo o que é redondo remete ao ventre e, por consequência, às Iyá-Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá-Mi é manifesto em toda a mulher, que, não por acaso, em
quase todas as culturas, é considerada tabu.
As denominações de Iyá-Mi expressam as suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão os seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um dos seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das
Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.As Feiticeiras mais temidas entre os Iorubas e no Candomblé são as Àjé e, para se referir a elas sem correr nenhum risco, diga
apenas Eleyé, Dona do Pássaro.
O aspecto mais aterrador das Iyá-Mi e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Osorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro do mesmo nome e rompe a escuridão da noite com o seu grito assustador. As Iyá-Mi são as senhoras da vida, mas o corolário fundamental da vida é a morte. Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas no seu aspecto benfazejo, são o grande ventre que povoa o mundo. Não
podem, porém, ser esquecidas; nesse caso lançam todo o tipo de maldição e tornam-se Senhoras da Morte.
O lado bom de Iyá-Mi é expresso em divindades de grande fundamento, como Apaoká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Oxóssi. As Iyá-Mi, juntamente com Exú e os ancestrais, são evocadas nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do Poder Feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que
detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem a vida,
integrarão o corpo das Iyá-Mi, que são, na verdade, as Mulheres Ancestrais.
AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE
Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis Ojés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a
ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.
O poder de Iyami é atribuído às Mulheres Velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.
Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam
infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois
elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os
trabalhos maléficos.
Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira
permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da
ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar
pimenta vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito
voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu
interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus
pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus
destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos
tetos das casas, e é silencioso.
"Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os
intestinos de alguém, levarão".
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de
barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá
dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e
não deixa as grávidas darem à luz.
As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas
vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma
pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos,
e uma Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a
desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre
irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa
ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não
se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória.
Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.
Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui
proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim
poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com
rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica
ofendida se alguém leva uma vida muito
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma
fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável,
se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa
pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com
oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas.
E só Orunmilá consegue acalmá-la.
CULTO GELEDÊ
Segundo os mitos da tradição afro-descendente, já que o mito é o
discurso em que se fundamentam todas as justificativas da ordem
e da contra-ordem social negra, a luta pela supremacia entre os
sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça da criação),
já que o òrì s à Y e m o ja Odùa, Princípio Feminino de onde
tudo se cria - representação coletiva das Ìyámí ou mães
ancestrais, é a metade inferior da cabaça e Obatálá ou Òòsààlà,
princípio masculino, a metade superior. A relação Odùa/Obatalá,
entendida simbolicamente, não representa uma simples relação de
acasalamento do Princípio Feminino com o masculino.
Há um princípio de completude do outro, de que a vida se
constrói de mãos dadas e de que cada um de nós à medida em que
estabelece esta relação, estabelece um elo mais completo com as
coisas que estão à volta.
Significa todo um processo de equilíbrio e de harmonia. Para se
entender bem tal relação, se faz necessário situar as mulheres
do ritual G È L È D È, que representam o culto às ÌYÁMÌ, as
grandes mães ancestrais, encabeçadas por: Nàná, Y e m o ja Odùa,
Òs un Ijimu, Òs un Ìyánlá, Yewa e O ya. ODÙA simboliza a grande
representante do princípio feminino, sendo o elemento
responsável por todo o poder criador, do poder das mulheres,
liderando o movimento das ÌYÁMÌ, grandes mães ancestrais, que
tudo criaram, transformaram e transmutaram desde o princípio dos
princípios da formação do universo.
A sociedade G È L È D È S, que já existiu no Brasil, é um ritual
de mulheres que vestem panos coloridos - diferentes panos
mostrando diferentes procedências. São as diferentes raízes que
as pessoas podem ter na maternidade. A máscara È F É -G È L È D
È que cobre a cabeça da mulher vai representar o mistério, o
maravilhoso, na cultura negra. O uso da máscara significa o
símbolo de outro espaço, um espaço vivo, um espaço invisível que
não se conhece, mas sente-se!
No Brasil esta sociedade existiu, sua ultima sacerdotisa suprema
foi O m ó ník é Ìyálóde-Erelú que tinha o nome católico Maria
Julia Figueiredo, uma das Ìyálà se do Il è Ìyá-Nàsó, com sua
morte cessaram-se as festividades, que eram realizadas no bairro
da Boa Viagem. O propósito da sociedade G È L È D È é propiciar
os poderes míticos das mulheres, cuja a boa vontade deve ser
cultivada porque é essencial a continuidade da vida para esta
sociedade.
Sem o Poder Feminino, sem o princípio de criação não brotam
plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem
continuidade. Assim, o princípio feminino é o princípio da
criação e preservação do mundo: sem a mulher não existe vida,
sendo, segundo os mitos, ser reverenciada e respeitada pelos
orixás e pelos homens.
As G È L È D È e suas máscaras se tornam uma metáfora, sendo uma
linguagem para a Mãe Natureza. O G È L È é um símbolo das G È L
È D È porque personifica o útero, pois ele carrega as crianças e
as protege. Através das Ìyámì (mães ancestrais) a arte das
máscaras é usada para aglutinar as pessoas que se relacionam
como filhos de uma mesma mãe, fazendo com que o espírito se
manifeste através desta máscara, seguindo e alimentando o
espírito humano. Representam o não uso da violência para
resolver questões. Nas culturas negras a mulher está presente em
todos os lugares.
As máscaras tem grande importância na vida religiosa, social e
política da comunidade, mostrando as diferentes categorias de
mulher:
- mulher secreta - ligada ao divino, serve como passagem e
receptáculo do sagrado no mundo dos vivos, por gerar frutos.
-mulher símbolo político - não usa violência para resolver as
questões, aglutinando as pessoas, vivendo o cotidiano.
- mulher sagrada - símbolo de todos os tempos, pois está virada
para o futuro, sempre vulnerável e frágil, mas é aquela que abre
o céu (Ò run) e deixa lugar para a mudança, o futuro, e para a
transformação.
A sexualidade da mulher negra faz parte da sua essência de
Princípio Feminino, sendo muitos os mitos que representam a
função e o papel mulher vista como útero fecundado, cabaça que
contem e é contida, responsável pela continuidade da espécie e
pela sobrevivência da comunidade. Não se encontra pecado nesta
sexualidade.
Através das ÌYÁ as comunidades - terreiros se constituam num
verdadeiro sistema de alianças. Desde a simples condição de
irmão de santo até a mais complexa organização hierárquica, há o
estabelecimento de um parentesco comunitário, como uma recriação
das linhagens e da família extensiva africana. Os laços de
sangue são substituídos pelos de participação na comunidade, de
acordo com a antigüidade, as obrigações e a linhagem iniciática.
Todos estão unidos por laços de iniciação às divindades
cultuadas, aos demais iniciados, às autoridades, aos
antepassados e aos ancestrais da comunidade.
Através do rito se tem todo um sentido de manifestação das
mulheres do grupo: rodando, dançando, se integrando com o
cosmos, mostrando que temos consciência de que somos elementos
dinâmicos, de que o movimento da roda - já que as mulheres são
os elementos que dançam em círculo - representa o altar da
criação, da vida, já que a terra está em movimento, o universo
está em movimento e só se conseguirá estar em sintonia com o
universo através do movimento.
G È L È D È é originalmente uma forma de sociedade secreta
feminina de caráter religioso, existente nas sociedades
tradicionais yorubás, que expressam o Poder Feminino sobre a
fertilidade da terra, a procriação e o bem estar da comunidade.
O culto Gèlèdè visa apaziguar e reverenciar as Mães Ancestrais
para assegurar o equilíbrio do mundo. As principais
representações do culto também nos fala um itòn de òséyèkú, que
obàtálá e odù logbojé são uma única coisa e no culto a Obàtálá,
Ò s òrongà é diretamente participante, o próprio it ò n nos
fala:"tudo aquilo que o homem vier a conseguir na terra, o será
através das mãos das mulheres. esta é uma tradição do culto a
Obàtálá, pela relação direta de Y e m o ja Odùa. - ìtòn òsá méjì
(o mito da roupa de Éégún)- quanto ao culto È f é -G è l è d è,
os homens participam, até nas chamadas"incorporações"- dàpò
sòkan - e uma das principais diferenças, estão nas próprias
danças rituais, quando"feminina"e lenta e nobre, quando"a
masculina"é firme e agressiva, e cabe aos òsò de Òò s ààlà' esta
função.- Seja ako, baká, mundiá, tetedè, okunriu, onilu e"às
outras".
Mas quando se trata da essência da filosofia, na relação Obàtálá
(símbolo da ancestralidade masculina) e, Y e m o ja Odùa - (Ò s
òròngà - símbolo da ancestralidade feminina) como uma relação
perfeita, trazida por Òsé-òyèkú, e também pela relação de ambos
com Ikú.
O culto anual de È f é -G è l è d è, originário da cidade de
Ketu no décimo quarto século, é organizado no começo da estação
agricultural exatamente por uma importante questão dentro da
cultura Yorùbá - a Fertilidade. Este culto se organiza da
seguinte forma- sua parte diurna é exatamente G è l è d è e sua
parte noturna é È f é (o pássaro). Os dançarinos são homens,
contudo representam homens e mulheres em suas representações.
Isto prova que o culto das G è l è d è não é vetado aos Homens.
Na dança feminina G è l è d è é poderosa e contida, entretanto,
na dança masculina é violenta e agressiva.Os nomes citados são
os próprios nomes das 9 principais G è l è d è em sua ordem de
entrada na praça do mercado, pois este culto, e na verdade todos
de acordo com a direção da cabaça de Odù que vai ser desperta (òséyèkú)
deveriam ser feitos ao livre como nos ensina o antigo culto à
Olòrun. Akò, Baká, Mundiá, Tetedè, Okunriu, Onilu, Isa-orò,
Alopajanja-eledè e Woogbáwoobaarsan). Sendo assim, é exatamente
no conhecimento deste culto que podemos perceber que os homens
principalmente os"òsò"participam de toda uma enorme variedade de
fundamentos do culto na sociedade Ò s òròngà, pois se assim não
o fosse, como explicar o tabu de que as mulheres não podem olhar
Odù (ìtòn irètégbè), como entender que são os Bàbáláwo - filhos
de Òrúnmílá que entregam as cabaças com os pássaros as mulheres
iniciadas no culto à Ò s òròngà (itòn irèté méjì)
“È f é"são as máscaras rituais que simbolizam o espírito das
ancestrais femininas e os diferentes aspectos de seu poder sobre
a terra simbolizados pelos pássaros.
As orixás femininas cultuadas nos candomblés brasileiros
representam aspectos socializados deste poder conforme a visão
de mundo negro africana segundo a qual homens e mulheres se
equivalem e controlam determinadas forças da natureza Porém a
continuidade da vida sobre a terra, atributo eminentemente
feminino nesta tradição é reverenciado de modo especial.
Por isso O barìsà o grande ancestral masculino canta:
“E
kúnl è o, e Kúnl è f’obinrin o
E obinrin l’ó bí wa, k’àwa tó d’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnl è f’obinrin
E obinrin l’o bí wa o, k’àwa tó d’enia”
(Ajoelhem-se para as mulheres. A mulher nos colocou no mundo,
nós somos seres humanos
A mulher é a inteligência da terra. A mulher nos colocou no
mundo, nós somos seres humanos).
ÌYÁMÍ
Ò S ÒRÒNGÀ
O f ó (Encantamento)
Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò (Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga)
Vós
que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do sangue do
fígado.
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos, e
ele sobrevive, sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é
recolhido pela terra cobre-se de fungos e ele sobrevive, ó mãe
muito velha)
Ìyámì
Ò s òròngá não é um orixá, mas sim uma energia ancestral
coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina
fechada da Ìyámì El é ey e (minha mãe senhora dos pássaros),
representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Ò s òròngá
congrega as àj é–feiticeiras que têm poderes de se
transformarem em determinados pássaros è hurù, e luùlú, àtióro,
àgbìgbò e ò s òròngà, este ultimo refere-se ao próprio som que a
ave emite e da nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos
horários mais críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que
é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de
ninguém.
Suas cerimônias são realizadas no início da
estação do plantio relacionado à fertilidade.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se
em duas partes a diurna e a noturna. Segundo nos conta um ìtàn
do Odù Ogbé Ò sá, diz que quando as Ìyámìs chegaram do Ò run
pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìtòn as 7 ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo
- Garcinea Cola
Àjànrèré - Ficus Elegans
Iroko - Chlorophora Excelsis
Orò - Antiaris Africana
Ogun Bereké - Delonex Régia
Arere - Triplochiton Nigericum
Igi ope - Elaeis Guineensis
Porém
outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete
árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose -
Adansanonia Digitalia
Iroko - Chlorophora Excelsis
Ìyá - Daniellia Olivieri
Asunrin - Erythrophelum Guineense
Obobo - Não identificada
Iwó - Não identificada
Arere - Triplochiton Nigericum
A
contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença
masculina no culto a ìyámí.
São detentoras de poderes terríveis, consideradas as donas da
barriga(por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém
pode com seus E b o, dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais
fatal.São ligadas diretamente ao ODU ÒYEKU MEJI, são
propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus
poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las,
vence-las jamais.Relacionam-se com as ìyámìs Òs un Ijumu e Òs un
Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem
como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do culto G È L È D
È.
Deve-se lembrar portanto, que"òsò"é um título de quem trás o
Égan (símbolo de È s ù o qual foi dado através das mãos de Ò s
òròngà(it ò n ò s éòtúrá)e mesmo assim se foi iniciado no
tradicional culto de `Obàtálá /Y e m o ja Odùa e ainda tiver
profunda relação com Ikú, através de algumas se suas principais
ònifás, como Òyèkú méjì, Òbàrà méjì, Òtúrúpòn méjì e algumas
outras poucas.O sangue(è j è)não é de nenhum Òrì s à a não ser
de Ò s òròngà como vemos no Oriki (è j è ó yè ní kál è o - o
sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos).
Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do
fígado e do coração, isto se deve por os chamados À se das
oferendas são de Ò s òròngà! estes orgãos se classificam em
comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem circular a
energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar, intestino
grosso e o intestino delgado, como também em comportamentos Osa
(coração, pulmões, rins, fígado e baço - pâncreas) Estes
detalhes são importantíssimos no culto à Ò s òrongà e
principalmente no culto È f é -G è l è d è ainda mais se falamos
do sacrifício de e l é d é (porco).
Relacionam-se com Òsòròngà:
È s ù
: somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as
Ìyámí, além de ser a prova viva do poder das Ìyámís.
Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) - onà iwó oòrùn
(caminho do oeste) é bem mais íntimo de Ò s òròngà, se não fosse
ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais, juntamente
com È s ù e Ò s òròngà.
Y e m o ja Odùa* :(Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- e y e
(cabaça dos pássaros) é a Ìyá'nlá seu nome é modificação da
palavra Odù Logboje, a mulher primordial, também denominada E l
e yinjú E g é, a dona dos olhos delicados fazendo parte das
divindadesgeradoras representada pelo Preto, fundadora do culto
e sociedade G è l è d è.
Òs un
:Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-Àkókó, Mãe Ancestral
suprema.
Òs un Ìjimu e Ìyánla:A duas mais velhas Òs un, são as duas
ancestrais das mulheres.
Nàná: patrona da lama e dos primórdios da criação do Àiyé, é a O
m o Àtìóro oké O fa.
O ya e Yewa:são todas Ìyá- E l é y e possuidoras da cabaça com
pássaro símbolo do poder
feminino.
Olórí ìyá-àgbà Àj é E l é y e, chefe supremo de nossas mães
ancestrais possuidoras dos pássaros.
Ògágun ati Ò gájùlo ninu awon ìyámí ò s òròngà, chefe supremo,
comandante entre todas as Ìyámí.
Òrúnmìlà:Este foi o único òrì s à que quando as ìyámí estavam
zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou o
àiyé e restabeleceu a Harmonia, entre os Homens e Mulheres.
Toda mulher é uma Aj é, porque as Ìyámí controlam o sangue
menstrual elas representamos poderes místicos das mulheres no
seu aspecto mais perigoso.São as Avós, as mães em cólera que em
sua boa vontade a própria vida na terra não teria continuidade.
Ìtàn
do Odù Ò sá Méjì
* Odùa TORNA-SE Ìyámí *
Nos primórdios da criação, Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no
Ò run, mandou vir ao àiyé (universo conhecido) três divindades:Ògún
(senhor do ferro), O barì s à (senhor da criação dos homens) (2
-Um dos òrìsà funfun, sto é, òrì s à que têm como principal
preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas) e Odùa(Y e m
o ja), a única mulher entre eles.Todos eles tinham poderes,
menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè.
Este
lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (ìgbá e l é
y e) e ela se tornou então, através do poder emanado de
Olódùmarè, Iyá Won, nossa mãe para eternidade (também chamada de
Ìyámí Ò s òròngà, minha mãe Òshòròngà).
Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande poder
com cautela sob pena de ele mesmo repreendê-la.
"Olódùmarè
diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de todos.
Ele diz:você dará continuidade.
Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de e l é iy e para ela.
Ela recebe, o pássaro de Olódùmarè.
Ela, recebe, então, o poder que utilizara com ele.
Ele diz:utilize com calma o poder que eu te dei a você.
Se você utilizar com violência, ele o retomara.
Porque aquela que recebeu o poder se chamar Odù.
O homem não poderá fazer nada sozinho na ausência da mulher"
"Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l'à se"
(Desde aquela época, Olódùmarè outorgou axé as mulheres)
Elas exerciam todas as atividades secretas:
"O mú Éégún jáde
O mú
Orò jáde
Gbogbo nkan, kò si ohun ti ki se nigba náà"
(Ela conduz Egun
Ela conduz Orò
todas as coisas, não ha nada que ela não faça nesse tempo)
Mas
ela abusou do poder do pássaro.Preocupado e humilhado, O barì s
à foi até Òrúnmìlà fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como
conquistar apaziguar e vencer Odùa, através de sacrifícios,
oferendas(e b o com ìgbín e pas ò n Haste de Àtòrì) e astúcia.
Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita, a carne dos ìgbín.
"Odù
náà gba omi ìgbín, o mu ú
Nigbati Odù mu omi ìgbín tán, inú Odù nr ò di e di e"
(Odù recebe a água de caracol para beber, quando odù bebeu, o
ventre de Odù se apaziguou)
O barì s à e Odùa foram viver juntos.Ele então lhe revelou seus
segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive
que cultuava Éégún. Mostrou-lhe a roupa de Éégún, o qual não
tinha corpo, rosto nem tampouco falava.Juntos eles cultuaram
Éégún.
Aproveitando um dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou e
vestiu a roupa de Egúngún.Com um bastão na mão (opa), O barì s à
foi à cidade (o fato de Éégún carregar um bastão revela toda a
sua ira) e falou com todas as pessoas.
Quando Odùa viu Éégún andando e falando, percebeu que foi O barì
s à quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou
homenagem a Éégún e a O barì s à, conformando-se com a vitória
dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu
poderoso pássaro pousar em Éégún, e lhe outorgou o poder: tudo o
que Éégún disser acontecerá.Odùa retirou-se para sempre do culto
de Egúngún, e partiu para partir o culto G è l è d è.Só e l é iy
e, indicara seu poder e marcara a relação entre Egúngún e Ìyámí.
"Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára e l é iy e ni."
(Todo o poder que utilizara Egúngún é o poder do pássaro)
O
conjunto homem-mulher dá vida a Egúngún (ancestralidade) mas
restringe seu culto aos
homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres,
castigadas por Olódúnmarè através dos abusos de Odùa.
Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas
coletivamente e somente os homens têm direito à individualidade,
através do culto de Egúngún.
LENDAS
Odu torna-se Iami
Nos primórdios da criação, Olodumarê, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao ayê
(universo conhecido) três divindades: Ogum (senhor do ferro), Obarixá (senhor da criação dos homens)
(2 - Um dos orixás funfun, isto é, orixás que têm como principal
preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas; em algumas
regiões Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá) e Odu, a
única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela,
que se queixou então a Olodumarê. Este lhe outorgou o poder do
pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então,
através do poder emanado de Olodumarê, Iyá Won, nossa mãe para
eternidade (também chamada de Iami Oxorongá, minha mãe Oxorongá).
Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder
com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.
Mas
ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá
foi até Orumilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como
conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios,
oferendas e astúcia.
Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus
segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive
que adorava Egum. Mostrou-lhe a roupa de Egum, o qual não tinha
corpo, rosto nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egum.
Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e
vestiu a roupa de Egum. Com um bastão na mão, Obarixá foi à
cidade (o fato de Egum carregar um bastão revela toda a sua ira)
e falou com todas as pessoas. Quando Odu viu Egum andando e
falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela
reverenciou e prestou homenagem a Egum e a Obarixá,
conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a
derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egum, e
lhe outorgou o poder: tudo o que Egum disser acontecerá. Odu
retirou-se para sempre do culto de Egugun.
O
conjunto homem-mulher dá vida a Egum (ancestralidade), mas
restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam
homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos
abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas
são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à
individualidade, através do culto de Egum.
(Revista Planeta n.º 162 - março 860)
(1)
Iá Mi
chegam ao mundo com seus pássaros maléficos
As Iá
Mi Oxorongá são as nossas Mães Primeiras,
raízes primordiais da estirpe humana, são feiticeiras.
São velhas mães feiticeiras as nossas mães ancestrais.
As Iá Mi são o princípio de tudo, do bem e do mal.
São vida e morte ao mesmo tempo, são feiticeiras.
São as temidas ajés, mulheres impiedosas.
As Oxorongá já viveram tudo o que se tem para viver.
As Iá Mi conhecem as fórmulas de manipulação da vida,
para o bem e para o mal, no começo e no fim.
Não se escapa ileso do ódio de Iá Mi Oxorongá.
O poder de seu feitiço é grande, é terrível.
O poder de seu feitiço é grande, é terrível.
Tão destruidor quanto é construtor e positivo o axé,
que é a força poderosa e benfazeja dos orixás,
única arma do homem na luta para fugir de Oxorongá.
Um dia as Iá Mi vieram para Terra e forma morar nas árvores.
As Iá Mi fizeram sua primeira residência na árvore do orobô.
Se Iá Mi está na árvore do orobô e pensa em alguém,
este alguém terá felicidade, será justo e viverá muito na Terra.
As Iá Mi Oxorongá fizeram sua segunda morada
na copa da árvore chamada araticuna da areia.
Se Iá Mi está na copa da araticuna da arei e pensa em alguém,
tudo aquilo que essa pessoa gosta será destruído.
As Iá Mi fizeram sua terceira casa nos galhos do baobá.
Se as Iá Mi está no baobá e pensa em alguém,
tudo aquilo o que é do agrado dessa pessoa lhe será conferido.
As Iá Mi fizeram sua quarta parada
no pé de Iroco, a gameleira-branca.
Se Iá Mi está no pé de Iroco e pensa em alguém,
essa pessoa sofrerá acidentes e não terá como escapar.
As Iá Mi fizeram sua quinta residência nos galhos do pé de
Apaocá.
Se Iá Mi está nos galhos do Apaocá e pensa em alguém,
rapidamente essa pessoa será morta.
As Iá Mi fizeram sua sexta residência na cajazeira.
Se Iá Mi está na cajazeira e pensa em alguém,
tudo o que ela quiser poderá fazer,
pode trazer a felicidade ou a infelicidade.
As Iá Mi fizeram sua sétima moradia na figueira.
Se Iá Mi está na figueira e alguém lhe suplica o perdão,
essa pessoa será perdoada pela Iá MI.
Mas todas as coisas que as Iá MI quiserem fazer,
se elas estiverem na copa da cajazeira,
elas o farão,
porque na cajazeira é onde as Iá Mi conseguem seu poder.
Lá é sua principal casa, onde adquirem seu grande poder.
Podem mesmo ir rapidamente ao além, se quiserem,
quando estão nos galhos da cajazeira.
Porque é dessa árvore que vem o poder das Iá Mi
e não é qualquer pessoa
que pode manter-se em cima das cajazeiras.
Elas vieram para a Terra.
Eram duzentas e uma e cada qual tinha o seu pássaro.
Eram as mulheres pássaros, donas do eié,
eram as mulheres eleié, as donas do eié.
Quando chegaram, foram direto para a cidade de Otá
e os babalaôs mandaram preparar uma cabaça para cada uma.
Elas escolheram sua ialodê, sua sacerdotisa.
Foi a ialodê quem deu a cada eleié
uma cabaça para guardar seu pássaro.
Então, cada Iá Mi partiu para sua casa
com seu pássaro fechado na cabaça
e lá cada uma guardou secretamente sua cabaça
até o momento de enviar o pássaro para alguma missão.
Quando Iá Mi abre a cabaça,
o pássaro vai, seja onde for,
aos quatro cantos do mundo ele vai e executa sua missão.
Se é para matar, ele mata.
Se é para trazer os intestinos de alguém,
ele espreita a pessoa marcada para abrir seu ventre
e colher seus intestinos.
Se é para impedir gravidez,
ele retira o feto do ventre da mãe.
Ele faz o que lhe for ordenado e volta para sua cabaça.
Iá Mi, então, recoloca a cabaça em seu lugar secreto.
Mas, se a pessoa possui um encantamento contra a feiticeira,
ele deve dizer a seguinte formula:
"Que aquela que vos enviou para me pegar, não me pegue"
Assim, por mais que tente, o pássaro não poderá executar sua
tarefa.
Sua dona terá de ir em busca do auxílio das outras Iá Mi.
Ela vai à assembléia e relata seu problema.
As ajés, as feiticeiras, devem trabalhar com ela,
porque não podem realizar sua tarefa sozinhas.
Então, Iá Mi leva um pouco do sangue da pessoa que quer
prejudicar.
Todas as outras Iá Mi o põem na boca e o bebem.
Depois, elas se separam e não deixam dormir a vítima.
O pássaro é capaz de carregar um chicote,
pegar um cacete,
tornar-se alma do outro mundo,
e até mesmo pode ter o aspecto de um orixá;
tudo para aterrorizar a pessoa à qual foi enviado.
Assim são as Iá Mi Oxorongá.
Esta é a sua história.
(Mitologia dos Orixás, 2001, pp.351)
GAIA LIL:
Eu pensei muito a respeito de publicar ou não este texto pois aqui a face da Deusa como a Ceifadora e a Senhora do Caos é retratada de modo muito cruamente embora algumas das citações acimas mostrem o medo atavico que o homem tem(o escritor sendo homem...) do poder da Mulher -Lua Negra ou Minguante, que representa o lado mais sombrio da Deusa, mas depois de muito pensar decidi que vou publica lo (nenhuma face do Feminino deve ser neglicenciada) e tambem, ora pombas, eu mesma disse que aqueles que só buscam a luz não devem aqui ficar ( a muita luz presente na Alta Sacerdotisa mas a tambem muita escuridão).Tambem como sacerdotisa da Deusa eu não neglicencio nenhuma de suas faces seja a Donzela, a Mãe, A Anciã e a mais temida a Rainha da Noite e a Senhora do Caos, que eu chamo de Encantadora ( a Deusa tem uma quarta face menos conhecida, e é bom que assim seja pois aqueles que não estão preparados jamais compreenderão a totalidade do poder Dela que engloba luz e escuridão).
Quanto a referencia a sacrificios, bom a Deusa não exige sacrifios à Terra a um bom tempo nem a de voltar a exigir ( tal coisa não é mais feita deis de antes dos tempos de Aradia...).
Mas Ela não deixa de exigir O Grande Sacrifio - este a verdadeira sacerdotisa não escapará- que é o sacrificio do Ego daquilo que é mais querido (quando eu fiz a descida me lembro que tive de deixar meus ornamentos de sacerdotisa e até mesmo meus poucos e preciosos livros, assim como meus sonhos de amor de um homem , dentre outras coisas que quando estive frente a Ereshkigal notei não serem realmente importantes...)
Quem recebeu o Fogo de Hecáte na fronte sabe do que estou falando..
Agora chega que ja falei segredos da Tradição demais!
Abraços meus queridos e Não se esqueçam
As estrelas o sol e até mesmo os mestres iluminados nasceram do Útero Escuro da Grande Deusa...
gl
DEPOIS EU POST UM TEXTO CHEIO DE LUZ QUE PRA ACALMAR OS "MESTRES"...
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