DEUSA ÁRTEMIS/DIANA
Todos nós conhecemos a imagem de Ártemis (Diana, para romanos), que foi esculpida e pintada como uma Deusa lunar esquia, virginal, acompanhada de cães ou leões e trazendo um arco dourado nas mãos. Ela era a Deusa mais popular da Grécia. Ela habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado. Ela era uma Deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da Lua, Virgem, Caçadora e Parteira e de fato representa o feminino em todos os seus aspectos.
Quando Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários.
Ártemis respondeu:
- Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar. Foi feita a sua vontade.
Ártemis, é a mais antiga de todas as Deusas gregas. Alguns autores traçam suas origens às tribos caçadoras de Anatólia, que teria sido a morada das míticas amazonas. Outros afirmam sua descendência provêm da Grande Deusa da natureza Cibele, na Ásia Menor, uma Senhora das Feras que costumava estar sempre rodeada de leões, veados, pássaros e outros animais. Mas de acordo com Walter Burkert em "Greek Religion", é provável que Ártemis remonte à era paleolítica, pois em sua homenagem os caçadores gregos penduravam os chifres e peles de suas presas numa árvore ou em uma pilastra em forma de maça.
ARQUÉTIPO DA MÃE DOS ANIMAIS
Ártemis /Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e profusão.
Na Itália chamaram-na Diviana, que significa a Deusa, um nome que é mais familiar, pois é bem similar ao seu nome original Diana. Ela era de fato a Caçadora, Deusa da Lua e Mãe de todos os animais. Ela aparece em suas estátuas coroada com a lua crescente e carregando uma tocha acesa. A palavra equivalente em latim para vela era "vesta" e Diana era também conhecida como Vesta. Assim, o feixe de lenha, no qual ela veio da Grécia era realmente uma tocha não acesa. No seu templo, um fogo perpétuo era conservado aceso.
Sua festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto.
Neste dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados. Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos servidos bem quentes e maçãs ainda pendentes dos ramos. A Igreja Católica santificou esta grande festa da Deusa virgem, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa Senhora, a 15 de agosto.
A DEUSA E O XAMANISMO
Era muito comum o xamã usar uma pele de urso para que o Grande Espírito dos ursos possa falar por seu intermédio. Nestas práticas visualizamos claramente uma continuidade com a Ártemis grega posterior, cujos principais animais totêmicos eram o urso e o veado. Até a raiz de seu nome, "art", está ligada à raiz indo-européia da palavra urso. Muitos mitos envolve Ártemis com os ursos. Nas primeiras histórias gregas ela aparece como uma ursa ao lado de seus filhotes.
Existiu inclusive, um rito de iniciação à Deusa, onde meninas com menos de 9 anos, dançavam com pele de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram sacrificados nestas cerimônias, para que tais jovens pudessem conhecer também o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios sangrentos da morte, sacrifício e renovação.
Aqui se descortina também, o aspecto feroz e sanguinário de Ártemis, a própria Mãe da Morte, que tem que ser aplacada com oferendas vivas. Os gregos mais sofisticados de Atenas, com o tempo, resolveram sentimentalizá-la, pois eles não ousavam encarar de frente este seu aspecto sanguinário.
DEUSA DA CAÇA
Ártemis é também a Deusa da Caça e dos caçadores. O mito nos pede que entendamos como é que a Mãe de seus animais é, ao mesmo tempo, quem lhes dá a morte. O Hino Homérico a Ártemis, escrito em 700 a.C., a retrata como uma caçadora de cervos, com arco de ouro e flechas que gemem, que corta os bosques escuros lançando gritos, fazendo eco aos alaridos de dor dos animais; uma imagem que expressa a selvageria da caça. Homero diz do caçador que:
"a própria Ártemis lhe havia ensinado
a disparar à todas as feras que o bosque cria nos montes".
O caçador afortunado colocava a pele e os chifres de sua presa em uma árvore ou colocava a coluna consagrada à Ártemis como sinal de agradecimento, e no templo de Despoina em Arcádia sua estátua estava coberta por uma pele de cervo.
Porém, como Deusa dos Animais, as vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.
Parece, portanto, que a figura de Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a presa e a flecha que a abate.
O que pode significar o que, como caçadora, se dispara a si mesma flechas de ouro?
No período Paleolítico matar a um animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser. A pureza do caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou reconstituindo-o através da arte. O urso na parede da caverna de "Les Trois Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista. No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se. Ela é, definitivamente, quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.
Porém, essa dependência da graça da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem convertendo-se sem presas.
DEUSA VIRGEM DO PARTO
Encontramos o eco desta Deusa Ursa Primordial em todas as questões ligadas ao parto e à proteção de crianças e animais de peito.
Ártemis era a que regia os partos: ensinava a mulher que dava à luz a abandonar sua identidade cultural e a permitir que a guiasse a sabedoria do corpo, mais profunda:
"Através de meu ventre se desencadeou um dia esta tormenta, porém invoque a celestial Ártemis, protetora dos partos e que cuido do arco, e favoravelmente acuda sempre as minhas súplicas".
Assim canta o coro na obra de Eurípides.
A imagem leonina de Ártemis volta a expressar o medo ante ao abandono às forças da natureza, que, especialmente no parto, com seu necessário momento de entrega, pode expressar-se como "dom" ou como "maldição".
Existia a tradição também, que toda a mulher que sobrevivesse ao parto, deveria entregar suas vestes ao templo de Ártemis em Brauron, em Atenas.
Como "Mãe Ursa", tão ternamente retratada em uma imagem neolítica de Mãe Ursa com seu cachorro, a Deusa também cuida do recém-nascido, juntamente porque a lactância das crias de toda espécie pertence à esfera dos instintos da natureza. A ursa que está criando a seus pequenos é o animal mais feroz do mundo e, entre todos os animais, exceto os humanos, o simples ato de amamentar assegura a vida e espanta a morte. As jovens dançavam em honra de Ártemis ataviadas com máscaras e disfarces de urso, explorando assim a liberdade de sua própria natureza de urso, pois eram chamadas de "arktoi", "ursas".
Na Creta contemporânea, Maria, em seu papel de mãe, segue sendo honrada como "Virgem Maria do Urso".
No entanto, Ártemis não era mãe. Era a Virgem intacta cuja túnica curta e exercitada musculatura lhe davam um aspecto masculino; as meninas de nove anos, em sua etapa da pré-adolescência, eram suas companheiras favoridas. Durante as danças de suas festas as meninas, as vezes, levavam falos para celebrar que a Deusa continha em si mesma sua natureza masculina. Rodeava à Ártemis uma pureza, um inflexível autonomia, que conectava os amplos espaços inexplorados da natureza com a solidão que todo o ser humano precisa para descobrir uma identidade única.
Como Deusa das jovens solteiras e das mães parturientes, Ártemis une em si mesma, uma vez mais, dois princípios opostos, sendo mediadora de ambos. É possível que isto expresse uma ambivalência real: a do momento em que se chega a uma idade de troca vitais; atrás da perda da liberdade indomável e irresponsável da menina, há uma substituição pela dedicação constante que se necessita para se cuidar de um filho.
Todas as jovens que pensavam em casar e iam dançar em suas festas, na noite antes da da boda deveriam consagrar suas túnicas à Ártemis. Nenhum casamento era celebrado sem sua presença.
ÁRTEMIS E O SACRIFÍCIO
Ártemis era, entre todas as Deusas gregas, quem mais recebia sacrifícios. Pausanias relata um sacrifício anual à Ártemis em Patras: como em muitos outros lugares, toda a classe de animais selvagens eram jogados na fogueira e se queimavam, aves, cervos, lobos, javalis, etc. O mesmo ocorria em Mesene, perto do templo de Ilitía, a antiga Deusa cretense do parto, as vezes associada à Ártemis.
Parece, portanto, que a Deusa que personifica o lado selvagem da natureza é q que provoca o medo mais primitivo a depender de forças que estão muito além do controle humano, e cujas leis podem violar, sem dar-se conta disso.
O poema épico principal da cultura grega, a Guerra de Tróia, começa com um erro desse tipo. Agamenon havia matado um cervo em um bosque consagrado à Ártemis que, como retribuição, exige dele o sacrifício de sua filha Ifigênia. Mediante a astúcia de seu irmãos, Orestes, uma gama é sacrificada em seu lugar, porém a imagem de Ártemis, necessita de sangue humano.
(NOTA PESSOAL: Há muitas controvérsias a respeito do fato pois Ifigênia era sacerdotisa da Deusa e descendente da rainha Clitemnestra, que era também sacerdotisa, que queria pola em sucessão ao trono de Micenas, ora Agamenon nada mais fez que sacrificar a própria filha aos ventos frente ao altar da Deusa, o que impediria Clitemnestra de pola como sucessora, Clitemnestra por sua vez atacou Agamenon e o matou com a ajuda de seu novo consorte, e isto foi visto como vingança da própria Deusa...porém mais tarde Orestes que havia sido enviado para longe voltou e ressentido matou sua mãe, assumindo assim o trono de Micenas, e quanto a outra filha de Clitemnestra, Electra foi dada em casamento a um tratador de porcos perdendo assim o direito de sucessão.)
Na realidade se sacrificava cabras à Ártemis antes de cada batalha, pois a caça e a guerra se apresentavam como equivalentes.
DEUSA TRÍPLICE
Como Deusa do sub-mundo, ela é associada ao Nascimento, Procriação e Morte. Como Deusa da terra, representa as três estações: Primavera, Verão e Inverno. Como Deusa do céu, ela é a Lua nas fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura. Como Deusa Tríplice foi personificada de Mulher Primitiva, Mulher Criadora e Destruidora.
ÁRTEMIS DE ÉFESO
Em Éfeso, na Ásia Menor, onde antigamente a Deusa Mãe da anatólia deu à luz apoiada em seus leopardos, se alçava um esplêndido templo com uma imensa estátua de Ártemis, uma enorme figura enegrecida, com o corpo coberto de cabeças de animais e enormes peitos na forma de ovo. O curioso é a razão pelo qual se deu o nome de Ártemis, pois essa fecunda figura desenvolta fertilidade não parece nada com a angulosa Ártemis da tradição grega. É provável que se tratasse originalmente de uma manifestação local de Cibeles, a que logo os gregos deram o nome de Ártemis.
Sendo que as figuras míticas perderam durante milênios, não deixa de ser significativo que, mais de mil anos mais tarde, também fora Éfeso o lugar em que Maria, mãe de Jesus, foi proclamada "theotokos", "Mãe de Deus".
ÁRTEMIS E APOLO
A versão olímpica da antiga linhagem de Ártemis a faz filha de Zeus e Leto e irmã de Apolo. A história conta que Leto sofreu as dores do parto durante nove dias e nove noites antes de dar à luz aos gêmeos. Ártemis foi a primeira a nascer, e foi um parto sem dor; depois nasceu Apolo. Segundo alguns relados, se converteram na Lua e no Sol.
A relação entre Ártemis e Apolo não foi sempre o simples vínculo entre um irmão e uma irmã que compartilham o arco e as flechas, a lira e a pureza da distância e dos grandes espaços abertos. Em Delos, onde nasceram, o templo mais antigo e de maior tamanho, que mais tarde se converteria em santuário de Apolo, construído em torno de 700 a.C., pertencia a Ártemis. O templo de Apolo foi erguido na periferia. No entanto, em Delfos, que Apolo se apropriou no século VIII a.C., enquanto pertencia antes a Deusa da Terra, Ártemis não está presente. Harrison considera significativa esta exclusão e diz:
"Ártemis, como Mãe, tinha um deus varão ou filho como consorte subordinado, do mesmo modo que Afrodite tinha a Adonis. Quando o patriarcado expulsou o matriarcado, a relação entre o primeiro casal se espiritualiza, logo esse casal se concebe na relação estéril de irmã e irmão. Finalmente, a figura feminina se desvanece por completo e o consorte varão emerge como mero filho de seu pai ou mero porta-voz da vontade de seu pai".
A DEUSA E SEU FILHO AMANTE
O mito da Grande Mãe que se une ao seu consorte para depois sacrificá-lo no rito de matrimônio sagrado pode ver-se claramente no conhecido relato de Actéon, o príncipe tebano, em cuja iconografia o mito antigo se vislumbra. O próprio Actéon era caçador e viu Ártemis enquanto se banhava nua. Para Deusa, um intruso humano em sues ritos sagrados era uma profanação, castigou-o então convertendo-o em um cervo. Os cães de Actéon, incapazes de reconhecer o dono, o fizeram em pedaços. Sua mãe, Autónoe, assumiu o papel de Ísis para com Osíris, reconstituindo seu corpo desmembrado, voltando a unir os ossos do filho.
Um relato, entretanto, mais antigo, pode ser a da união e posterior desmembramento do matrimônio mítico entre Ártemis como cerva e seu filho-amante como cervo. Na figura acima, uma pele de cervo cobre as costas de Ártemis, de maneira que se transforma verdadeiramente em Actéon em uma versão masculina de si mesma, ou seja, em seu consorte.
O banho de Ártemis faz eco ao banho ritual da Deusa, que, como nos conta Tácito, em seu "Germania", só podia se visto por "homens condenados à morrer". Os cães que desmembraram Actéon são também animais sagrados de Ártemis, e suas sacerdotisas usavam máscaras com rosto de cão caçador, o que sugere que o desmembramento era encenado ou imitado pelas sacerdotisas.
A diferença entre o mito antigo e o novo resulta esclarecer a importância do que se perdeu, pois na troca do matriarcado para o patriarcado, houve muitas implicações e não se resume tão somente a perda de poder das mulheres e das Deusas. Mais significativamente, o que se perdeu foi uma história que é verdadeira, no sentido de que articula uma percepção intuitiva da psique, e portanto devolve à psique sua harmonia inerente.
Cassirer falou:
Todos nós conhecemos a imagem de Ártemis (Diana, para romanos), que foi esculpida e pintada como uma Deusa lunar esquia, virginal, acompanhada de cães ou leões e trazendo um arco dourado nas mãos. Ela era a Deusa mais popular da Grécia. Ela habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado. Ela era uma Deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da Lua, Virgem, Caçadora e Parteira e de fato representa o feminino em todos os seus aspectos.
Quando Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários.
Ártemis respondeu:
- Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar. Foi feita a sua vontade.
Ártemis, é a mais antiga de todas as Deusas gregas. Alguns autores traçam suas origens às tribos caçadoras de Anatólia, que teria sido a morada das míticas amazonas. Outros afirmam sua descendência provêm da Grande Deusa da natureza Cibele, na Ásia Menor, uma Senhora das Feras que costumava estar sempre rodeada de leões, veados, pássaros e outros animais. Mas de acordo com Walter Burkert em "Greek Religion", é provável que Ártemis remonte à era paleolítica, pois em sua homenagem os caçadores gregos penduravam os chifres e peles de suas presas numa árvore ou em uma pilastra em forma de maça.
ARQUÉTIPO DA MÃE DOS ANIMAIS
Ártemis /Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e profusão.
Na Itália chamaram-na Diviana, que significa a Deusa, um nome que é mais familiar, pois é bem similar ao seu nome original Diana. Ela era de fato a Caçadora, Deusa da Lua e Mãe de todos os animais. Ela aparece em suas estátuas coroada com a lua crescente e carregando uma tocha acesa. A palavra equivalente em latim para vela era "vesta" e Diana era também conhecida como Vesta. Assim, o feixe de lenha, no qual ela veio da Grécia era realmente uma tocha não acesa. No seu templo, um fogo perpétuo era conservado aceso.
Sua festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto.
Neste dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados. Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos servidos bem quentes e maçãs ainda pendentes dos ramos. A Igreja Católica santificou esta grande festa da Deusa virgem, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa Senhora, a 15 de agosto.
A DEUSA E O XAMANISMO
Era muito comum o xamã usar uma pele de urso para que o Grande Espírito dos ursos possa falar por seu intermédio. Nestas práticas visualizamos claramente uma continuidade com a Ártemis grega posterior, cujos principais animais totêmicos eram o urso e o veado. Até a raiz de seu nome, "art", está ligada à raiz indo-européia da palavra urso. Muitos mitos envolve Ártemis com os ursos. Nas primeiras histórias gregas ela aparece como uma ursa ao lado de seus filhotes.
Existiu inclusive, um rito de iniciação à Deusa, onde meninas com menos de 9 anos, dançavam com pele de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram sacrificados nestas cerimônias, para que tais jovens pudessem conhecer também o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios sangrentos da morte, sacrifício e renovação.
Aqui se descortina também, o aspecto feroz e sanguinário de Ártemis, a própria Mãe da Morte, que tem que ser aplacada com oferendas vivas. Os gregos mais sofisticados de Atenas, com o tempo, resolveram sentimentalizá-la, pois eles não ousavam encarar de frente este seu aspecto sanguinário.
DEUSA DA CAÇA
Ártemis é também a Deusa da Caça e dos caçadores. O mito nos pede que entendamos como é que a Mãe de seus animais é, ao mesmo tempo, quem lhes dá a morte. O Hino Homérico a Ártemis, escrito em 700 a.C., a retrata como uma caçadora de cervos, com arco de ouro e flechas que gemem, que corta os bosques escuros lançando gritos, fazendo eco aos alaridos de dor dos animais; uma imagem que expressa a selvageria da caça. Homero diz do caçador que:
"a própria Ártemis lhe havia ensinado
a disparar à todas as feras que o bosque cria nos montes".
O caçador afortunado colocava a pele e os chifres de sua presa em uma árvore ou colocava a coluna consagrada à Ártemis como sinal de agradecimento, e no templo de Despoina em Arcádia sua estátua estava coberta por uma pele de cervo.
Porém, como Deusa dos Animais, as vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.
Parece, portanto, que a figura de Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a presa e a flecha que a abate.
O que pode significar o que, como caçadora, se dispara a si mesma flechas de ouro?
No período Paleolítico matar a um animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser. A pureza do caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou reconstituindo-o através da arte. O urso na parede da caverna de "Les Trois Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista. No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se. Ela é, definitivamente, quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.
Porém, essa dependência da graça da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem convertendo-se sem presas.
DEUSA VIRGEM DO PARTO
Encontramos o eco desta Deusa Ursa Primordial em todas as questões ligadas ao parto e à proteção de crianças e animais de peito.
Ártemis era a que regia os partos: ensinava a mulher que dava à luz a abandonar sua identidade cultural e a permitir que a guiasse a sabedoria do corpo, mais profunda:
"Através de meu ventre se desencadeou um dia esta tormenta, porém invoque a celestial Ártemis, protetora dos partos e que cuido do arco, e favoravelmente acuda sempre as minhas súplicas".
Assim canta o coro na obra de Eurípides.
A imagem leonina de Ártemis volta a expressar o medo ante ao abandono às forças da natureza, que, especialmente no parto, com seu necessário momento de entrega, pode expressar-se como "dom" ou como "maldição".
Existia a tradição também, que toda a mulher que sobrevivesse ao parto, deveria entregar suas vestes ao templo de Ártemis em Brauron, em Atenas.
Como "Mãe Ursa", tão ternamente retratada em uma imagem neolítica de Mãe Ursa com seu cachorro, a Deusa também cuida do recém-nascido, juntamente porque a lactância das crias de toda espécie pertence à esfera dos instintos da natureza. A ursa que está criando a seus pequenos é o animal mais feroz do mundo e, entre todos os animais, exceto os humanos, o simples ato de amamentar assegura a vida e espanta a morte. As jovens dançavam em honra de Ártemis ataviadas com máscaras e disfarces de urso, explorando assim a liberdade de sua própria natureza de urso, pois eram chamadas de "arktoi", "ursas".
Na Creta contemporânea, Maria, em seu papel de mãe, segue sendo honrada como "Virgem Maria do Urso".
No entanto, Ártemis não era mãe. Era a Virgem intacta cuja túnica curta e exercitada musculatura lhe davam um aspecto masculino; as meninas de nove anos, em sua etapa da pré-adolescência, eram suas companheiras favoridas. Durante as danças de suas festas as meninas, as vezes, levavam falos para celebrar que a Deusa continha em si mesma sua natureza masculina. Rodeava à Ártemis uma pureza, um inflexível autonomia, que conectava os amplos espaços inexplorados da natureza com a solidão que todo o ser humano precisa para descobrir uma identidade única.
Como Deusa das jovens solteiras e das mães parturientes, Ártemis une em si mesma, uma vez mais, dois princípios opostos, sendo mediadora de ambos. É possível que isto expresse uma ambivalência real: a do momento em que se chega a uma idade de troca vitais; atrás da perda da liberdade indomável e irresponsável da menina, há uma substituição pela dedicação constante que se necessita para se cuidar de um filho.
Todas as jovens que pensavam em casar e iam dançar em suas festas, na noite antes da da boda deveriam consagrar suas túnicas à Ártemis. Nenhum casamento era celebrado sem sua presença.
ÁRTEMIS E O SACRIFÍCIO
Ártemis era, entre todas as Deusas gregas, quem mais recebia sacrifícios. Pausanias relata um sacrifício anual à Ártemis em Patras: como em muitos outros lugares, toda a classe de animais selvagens eram jogados na fogueira e se queimavam, aves, cervos, lobos, javalis, etc. O mesmo ocorria em Mesene, perto do templo de Ilitía, a antiga Deusa cretense do parto, as vezes associada à Ártemis.
Parece, portanto, que a Deusa que personifica o lado selvagem da natureza é q que provoca o medo mais primitivo a depender de forças que estão muito além do controle humano, e cujas leis podem violar, sem dar-se conta disso.
O poema épico principal da cultura grega, a Guerra de Tróia, começa com um erro desse tipo. Agamenon havia matado um cervo em um bosque consagrado à Ártemis que, como retribuição, exige dele o sacrifício de sua filha Ifigênia. Mediante a astúcia de seu irmãos, Orestes, uma gama é sacrificada em seu lugar, porém a imagem de Ártemis, necessita de sangue humano.
(NOTA PESSOAL: Há muitas controvérsias a respeito do fato pois Ifigênia era sacerdotisa da Deusa e descendente da rainha Clitemnestra, que era também sacerdotisa, que queria pola em sucessão ao trono de Micenas, ora Agamenon nada mais fez que sacrificar a própria filha aos ventos frente ao altar da Deusa, o que impediria Clitemnestra de pola como sucessora, Clitemnestra por sua vez atacou Agamenon e o matou com a ajuda de seu novo consorte, e isto foi visto como vingança da própria Deusa...porém mais tarde Orestes que havia sido enviado para longe voltou e ressentido matou sua mãe, assumindo assim o trono de Micenas, e quanto a outra filha de Clitemnestra, Electra foi dada em casamento a um tratador de porcos perdendo assim o direito de sucessão.)
Na realidade se sacrificava cabras à Ártemis antes de cada batalha, pois a caça e a guerra se apresentavam como equivalentes.
DEUSA TRÍPLICE
Como Deusa do sub-mundo, ela é associada ao Nascimento, Procriação e Morte. Como Deusa da terra, representa as três estações: Primavera, Verão e Inverno. Como Deusa do céu, ela é a Lua nas fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura. Como Deusa Tríplice foi personificada de Mulher Primitiva, Mulher Criadora e Destruidora.
ÁRTEMIS DE ÉFESO
Em Éfeso, na Ásia Menor, onde antigamente a Deusa Mãe da anatólia deu à luz apoiada em seus leopardos, se alçava um esplêndido templo com uma imensa estátua de Ártemis, uma enorme figura enegrecida, com o corpo coberto de cabeças de animais e enormes peitos na forma de ovo. O curioso é a razão pelo qual se deu o nome de Ártemis, pois essa fecunda figura desenvolta fertilidade não parece nada com a angulosa Ártemis da tradição grega. É provável que se tratasse originalmente de uma manifestação local de Cibeles, a que logo os gregos deram o nome de Ártemis.
Sendo que as figuras míticas perderam durante milênios, não deixa de ser significativo que, mais de mil anos mais tarde, também fora Éfeso o lugar em que Maria, mãe de Jesus, foi proclamada "theotokos", "Mãe de Deus".
ÁRTEMIS E APOLO
A versão olímpica da antiga linhagem de Ártemis a faz filha de Zeus e Leto e irmã de Apolo. A história conta que Leto sofreu as dores do parto durante nove dias e nove noites antes de dar à luz aos gêmeos. Ártemis foi a primeira a nascer, e foi um parto sem dor; depois nasceu Apolo. Segundo alguns relados, se converteram na Lua e no Sol.
A relação entre Ártemis e Apolo não foi sempre o simples vínculo entre um irmão e uma irmã que compartilham o arco e as flechas, a lira e a pureza da distância e dos grandes espaços abertos. Em Delos, onde nasceram, o templo mais antigo e de maior tamanho, que mais tarde se converteria em santuário de Apolo, construído em torno de 700 a.C., pertencia a Ártemis. O templo de Apolo foi erguido na periferia. No entanto, em Delfos, que Apolo se apropriou no século VIII a.C., enquanto pertencia antes a Deusa da Terra, Ártemis não está presente. Harrison considera significativa esta exclusão e diz:
"Ártemis, como Mãe, tinha um deus varão ou filho como consorte subordinado, do mesmo modo que Afrodite tinha a Adonis. Quando o patriarcado expulsou o matriarcado, a relação entre o primeiro casal se espiritualiza, logo esse casal se concebe na relação estéril de irmã e irmão. Finalmente, a figura feminina se desvanece por completo e o consorte varão emerge como mero filho de seu pai ou mero porta-voz da vontade de seu pai".
A DEUSA E SEU FILHO AMANTE
O mito da Grande Mãe que se une ao seu consorte para depois sacrificá-lo no rito de matrimônio sagrado pode ver-se claramente no conhecido relato de Actéon, o príncipe tebano, em cuja iconografia o mito antigo se vislumbra. O próprio Actéon era caçador e viu Ártemis enquanto se banhava nua. Para Deusa, um intruso humano em sues ritos sagrados era uma profanação, castigou-o então convertendo-o em um cervo. Os cães de Actéon, incapazes de reconhecer o dono, o fizeram em pedaços. Sua mãe, Autónoe, assumiu o papel de Ísis para com Osíris, reconstituindo seu corpo desmembrado, voltando a unir os ossos do filho.
Um relato, entretanto, mais antigo, pode ser a da união e posterior desmembramento do matrimônio mítico entre Ártemis como cerva e seu filho-amante como cervo. Na figura acima, uma pele de cervo cobre as costas de Ártemis, de maneira que se transforma verdadeiramente em Actéon em uma versão masculina de si mesma, ou seja, em seu consorte.
O banho de Ártemis faz eco ao banho ritual da Deusa, que, como nos conta Tácito, em seu "Germania", só podia se visto por "homens condenados à morrer". Os cães que desmembraram Actéon são também animais sagrados de Ártemis, e suas sacerdotisas usavam máscaras com rosto de cão caçador, o que sugere que o desmembramento era encenado ou imitado pelas sacerdotisas.
A diferença entre o mito antigo e o novo resulta esclarecer a importância do que se perdeu, pois na troca do matriarcado para o patriarcado, houve muitas implicações e não se resume tão somente a perda de poder das mulheres e das Deusas. Mais significativamente, o que se perdeu foi uma história que é verdadeira, no sentido de que articula uma percepção intuitiva da psique, e portanto devolve à psique sua harmonia inerente.
Cassirer falou:
"o homem só pode chegar a descobrir e a adquirir consciência de seu próprio interior, pensando-o em conceitos mitológicos e instruindo-o em imagens mitológicas". Isso quer dizer, que qualquer diminuição das imagens dos deuses provoca uma diminuição ainda maior, da capacidade dos seres humanos de conhecer-se a si mesmos. A história do matrimônio sagrado da Deusa e do deus, clarifica a relação entre a vida infinita e a finita e, portanto, entre as partes divina e humana da psique, de tal maneira que possam compreender-se mais profundamente as forças interiores enfrentadas.
Ártemis, como alma do selvagem, dá expressão ao lugar da psique onde a humanidade se sente livre das preocupações humanas, e ao mesmo tempo, aberta aos imensos poderes indômitos da natureza. A figura que tomou vida na imaginação grega outorgou um caráter absolutamente sacro aos âmbitos selvagens da natureza e aos âmbitos selvagens do coração humano que os refletem.
ÁRTEMIS/DIANA HOJE
O Arquétipo da feminilidade desta Deusa-Virgem, começa a se tornar importante novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob a influência de uma realidade masculinizada.
Ártemis/Diana é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira infalível, a Deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva.
Além disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.
Uma parte deste redespertar da espiritualidade artemisiana já vem ocorrendo há vários anos na Europa, mas já chegou também ao Ocidente. Na Grã-Bretanha, redescobriu-se a antiga Deusa Branca dos celtas, graças ao maravilhoso livro "White Goddess", de Robert Graves.
Ártemis, como alma do selvagem, dá expressão ao lugar da psique onde a humanidade se sente livre das preocupações humanas, e ao mesmo tempo, aberta aos imensos poderes indômitos da natureza. A figura que tomou vida na imaginação grega outorgou um caráter absolutamente sacro aos âmbitos selvagens da natureza e aos âmbitos selvagens do coração humano que os refletem.
ÁRTEMIS/DIANA HOJE
O Arquétipo da feminilidade desta Deusa-Virgem, começa a se tornar importante novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob a influência de uma realidade masculinizada.
Ártemis/Diana é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira infalível, a Deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva.
Além disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.
Uma parte deste redespertar da espiritualidade artemisiana já vem ocorrendo há vários anos na Europa, mas já chegou também ao Ocidente. Na Grã-Bretanha, redescobriu-se a antiga Deusa Branca dos celtas, graças ao maravilhoso livro "White Goddess", de Robert Graves.
Hoje já há também uma nova compreensão sobre feitiçaria, sob o nome de Wicca. Esta religião-arte, nada mais é do que a "antiga religião" de Diana/Ártemis. Aquelas mulheres que praticavam o culto à Deusa Diana vieram a ser identificadas com as chamadas bruxas e foram perseguidas e exterminadas. Entretanto, junto com a Wicca e outros movimentos semelhantes, está ocorrendo uma importante ressurreição das antigas tradições xamânicas e de cura nos quatro cantos do mundo.
Todos os tipos de neo-pagãos têm buscado as origens reais ou reconstruídas do xamanismo.
EM BUSCA DA INDIVIDUALIDADE PERDIDA
Ártemis atira-lhe sua flecha da individualidade, convidando-a(o) a concentrar-se em si mesma(o). Você tem estado demasiadamente ocupada com outros que esquece de si mesma? Há bastante tempo não tem um espaço só seu? Os limites de sua individualidade encontram-se difusos e indistintos? Sua personalidade é desprezada ou aniquilada pelos outros, pois eles sempre impõe suas necessidades antes das suas? Pois aqui e agora é hora de ser você mesma, se impor como pessoa com identidade própria e não viver mais a vida dos outros. É hora de seu resgate individual, de celebrar e fortalecer a pessoa maravilhosa que você é. Ártemis lhe diz que a totalidade é alimentada quando você se honra, se respeita e dedica um tempo para si mesma. Ela também pergunta como você pode esperar conseguir o que quer se não tiver um "eu" a partir do qual atirar para alcançar seu objetivo?
RESGATE DE SUA MULHER SELVAGEM
Encontre um local em que ninguém possa lhe incomodar, se for ao ar livre, tanto melhor. Sente-se confortavelmente. Inspire profundamente e expire emitindo um som, tipo hhuuuumm! Faça isso por três vezes. Agora você deve visualizar uma frondosa árvore. Imagine-se em frente à ela e em seguida ande a sua volta. Do outro lado do árvore verá uma abertura em seu tronco, como a porta de uma caverna, entre nela sem medo. Dentro do árvore relaxe e sinta-se mergulhar no vazio. Para baixo.....mais para baixo bem devagarinho............ você terá a sensação de estar flutuando. Quando alcançar o final da raiz, sinta como se estivesse caído sobre um travesseiro de penas de ganso, macio..macio. Você chegou às portas do sub-mundo.
É hora de clamar pela Mulher Selvagem. Você pode gritar, uivar, cantar, dançar, bater tambor, o que achar melhor, mas faça bastante barulho, pois talvez ela esteja por demais adormecida dentro de você. Quando você a enxergar, agradeça sua presença e peça-lhe algo, qualquer coisa. Se não tiver idéia sobre o que pedir, peça que ela lhe dê o que mais precisa, que você receberá o presente com o coração aberto. Se ela lhe pedir algum presente, retribua com carinho. Após estas trocas simbólicas, seus laços de amizade estarão reforçados. É hora de retorna, peça-lhe docemente que ela lhe acompanhe. Ela lhe dirá sim e você em retribuição a sua gentileza deve abraçá-la e, ao fazê-lo, sentirá que você e a Mulher Selvagem se fundirão em uma só. Uma onda de felicidade e alegria tomarão conta de todo o seu ser.
É hora de percorrer o caminho de volta, encontre à raiz da árvore que estará atrás de você. Deixe-me novamente flutuar e sentirá que uma brisa fraca a impulsionará para cima...para cima...cada vez mais para cima, até alcançar o interior do tronco da árvore. Ao sair pela abertura, respire bem fundo e a medida que solta o ar, senta seu corpo novamente. Movimente os dedos da mão e assim que estiver pronta abra os olhos. Seja Bem-vinda!
Todos os tipos de neo-pagãos têm buscado as origens reais ou reconstruídas do xamanismo.
EM BUSCA DA INDIVIDUALIDADE PERDIDA
Ártemis atira-lhe sua flecha da individualidade, convidando-a(o) a concentrar-se em si mesma(o). Você tem estado demasiadamente ocupada com outros que esquece de si mesma? Há bastante tempo não tem um espaço só seu? Os limites de sua individualidade encontram-se difusos e indistintos? Sua personalidade é desprezada ou aniquilada pelos outros, pois eles sempre impõe suas necessidades antes das suas? Pois aqui e agora é hora de ser você mesma, se impor como pessoa com identidade própria e não viver mais a vida dos outros. É hora de seu resgate individual, de celebrar e fortalecer a pessoa maravilhosa que você é. Ártemis lhe diz que a totalidade é alimentada quando você se honra, se respeita e dedica um tempo para si mesma. Ela também pergunta como você pode esperar conseguir o que quer se não tiver um "eu" a partir do qual atirar para alcançar seu objetivo?
RESGATE DE SUA MULHER SELVAGEM
Encontre um local em que ninguém possa lhe incomodar, se for ao ar livre, tanto melhor. Sente-se confortavelmente. Inspire profundamente e expire emitindo um som, tipo hhuuuumm! Faça isso por três vezes. Agora você deve visualizar uma frondosa árvore. Imagine-se em frente à ela e em seguida ande a sua volta. Do outro lado do árvore verá uma abertura em seu tronco, como a porta de uma caverna, entre nela sem medo. Dentro do árvore relaxe e sinta-se mergulhar no vazio. Para baixo.....mais para baixo bem devagarinho............ você terá a sensação de estar flutuando. Quando alcançar o final da raiz, sinta como se estivesse caído sobre um travesseiro de penas de ganso, macio..macio. Você chegou às portas do sub-mundo.
É hora de clamar pela Mulher Selvagem. Você pode gritar, uivar, cantar, dançar, bater tambor, o que achar melhor, mas faça bastante barulho, pois talvez ela esteja por demais adormecida dentro de você. Quando você a enxergar, agradeça sua presença e peça-lhe algo, qualquer coisa. Se não tiver idéia sobre o que pedir, peça que ela lhe dê o que mais precisa, que você receberá o presente com o coração aberto. Se ela lhe pedir algum presente, retribua com carinho. Após estas trocas simbólicas, seus laços de amizade estarão reforçados. É hora de retorna, peça-lhe docemente que ela lhe acompanhe. Ela lhe dirá sim e você em retribuição a sua gentileza deve abraçá-la e, ao fazê-lo, sentirá que você e a Mulher Selvagem se fundirão em uma só. Uma onda de felicidade e alegria tomarão conta de todo o seu ser.
É hora de percorrer o caminho de volta, encontre à raiz da árvore que estará atrás de você. Deixe-me novamente flutuar e sentirá que uma brisa fraca a impulsionará para cima...para cima...cada vez mais para cima, até alcançar o interior do tronco da árvore. Ao sair pela abertura, respire bem fundo e a medida que solta o ar, senta seu corpo novamente. Movimente os dedos da mão e assim que estiver pronta abra os olhos. Seja Bem-vinda!
Todos os créditos de pesquisa à Rosane Volpatto
NOTA:
Além do fato deste texto ter sido republicado, gostaria de fazer uma crítica a todos os que pegam os textos referentes as Deusas e ao Feminino Sagrado publicados aqui na Alta Sacerdotisa, uma vez que não são meus, sempre deixo os direitos autorais e não gosto quando me confundem com o autor...
Porque pelos meus textos posso me responsabilizar pelo conteúdo mas os de outros autores não. Assim como não peguei este texto do site de Rosane Volpatto mas publiquei com o nome dela porque foi tirado do site dela sem que se fosse dado qualquer crédito pela pesquisa (os textos dela são enxertos de textos de outros autores que ela copiou e publicou junto com seus nomes ou titulos de livro na biografia. Aliás quase todos os sites de Deusas/Wicca se utilizam de suas pesquisas sem dar nenhum crédito a ela!)
Porque pelos meus textos posso me responsabilizar pelo conteúdo mas os de outros autores não. Assim como não peguei este texto do site de Rosane Volpatto mas publiquei com o nome dela porque foi tirado do site dela sem que se fosse dado qualquer crédito pela pesquisa (os textos dela são enxertos de textos de outros autores que ela copiou e publicou junto com seus nomes ou titulos de livro na biografia. Aliás quase todos os sites de Deusas/Wicca se utilizam de suas pesquisas sem dar nenhum crédito a ela!)
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