"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


domingo, 31 de maio de 2009

VERDADES ABSOLUTAS


Cada um mantém a fé naquilo que deseja saber ou acreditar mais no fundo no fundo ninguém,nem os profetas,religiosos ou políticos,sabem algo e se sabem como poderemos saber se o que sabem é verdade?

Primeiro temos que tentar entender a nos mesmos o que para mim é muito difícil,e quando dei conta de que jamais intenderei a mim mesma decidi que ia ao menos deixar sentir deixar que meu coração se imunda se de amor ou êxtase(se preferir)e dar o nome que parece ser mais afinado ao meu coração....mas como disse um sábio do qual esqueci o nome;"não existem verdades absolutas e sim fragmentos da verdade"...
Espalhados no tempo e na memoria...

Gaia Lil

sábado, 30 de maio de 2009

O CHAMADO DA DEUSA


Quando uma alma responde espontaneamente ao chamado da Deusa Mãe, chamamos isso de "Senda Divina". Fica evidente que não foi pela primeira vez que a ouviu, ou que sentiu necessidade de encontrar seus irmãos de Religião.

Significa que em vidas passadas atravessou o véu do templo, e guarda na alma sua história, e no subconsciente está uma vasta memória das suas origens.

Sabemos que quanto mais cedo a alma encontrar seus semelhantes encarnados neste momento histórico, mais fácil será encontrar sua família cósmica. Porque só podemos encontrar a nossa verdadeira família cósmica buscando junto aos vários grupos de pagãos.

Aí, então, passamos a sentir uma saudade, sem saber do quê e de quê, até que finalmente encontramos um grupo afim e o identificamos como a nossa família cósmica verdadeira.

A partir de então, o caminho que a alma tem a seguir está traçado na sua formação missionária inconsciente, que só será desvendada quando o despertar da luz divina se estabelecer na formação da (o) iniciada (o) de forma correta e normativa,(...) para que, depois de muitos estudos e trabalho cuidadoso e precioso, se desvendem os véus restantes, os quais chamamos de "Teias Sensoriais".

A disciplina da Senda não pode ser aprendida em livros; só a experiência nos dá a realização, e as vivências, a prática.

Primeiro, luta-se para adquirir o domínio de si mesma (o), que é a busca incansável do autoconhecimento. Pois sabe-se que só a real e verdadeira segurança de quem se é como Bruxa (o), e a do que se quer realizar, é que proporcionará a necessária serenidade em todas as circunstâncias que se apresentem, onde tenha que suportar o que não puder ser remediado.

A Bruxa (o) é preparada (o) para ser um ser humano imperturbável, porque aprende a se dominar completamente, desenvolvendo ao longo dos anos (...), hábitos de completo domínio sobre as emoções, através de duros exercícios e treinamentos para a lapidação do Ego.

O domínio das emoções - uma vez, pois, que tenha conseguido esse controle automaticamente, também saberá controlar com responsabilidade os poderes adquiridos pelo conhecimento dos mistérios.

(...)A Bruxa (o) vive a vida diária de acordo com os Princípios das leis que regem o universo, procurando liquidar os ranços enraizados no psiquismo existencial, com os quais foi condicionada (o) ao longo dos últimos dois mil anos, de forma a compreender verdadeiramente o significado da LIBERDADE DE EXISTIR, e fazer jus a ela conscientemente.

Entende que é dever individual e coletivo, como missionária (o) da Deusa Mãe, resistir a todas as injustiças e impor a lei da Paz entre os homens, preservar todos os seres vivos deste grande útero que nos acolhe, que é o Planeta Terra, conquistando assim a libertação dos Deuses nos corações preconceituosos dos homens.

Das experiências assim vividas, provém a preparação da alma para o avanço dos mistérios da Deusa, uma vez que já se tenha ganhado a graduação necessária para ser uma condutora de almas no caminho do oculto.

Lembramos que é muito comum que algumas almas de Bruxas (os), que já tenham avançado nos caminhos dos mistérios, se deixem prender de novo por laços de cadeia física, caindo nas armadilhas do ego, forjando assim novas cadeias cármicas - na maioria das vezes, essas quedas se devem às paixões dos sentidos e da vaidade.

Assim sendo, a vigília das emoções deve ser como um ritual diário, observando constantemente as fraquezas do ego.

As regras da Senda Divina não constituem um código escrito por nenhum líder religioso, nem exigem uma conformidade cega. Mas, sim, a dedicação, o comprometimento e a devoção a um ideal que implica em autoconhecimento e autodisciplina, com o objetivo de alcançar a plenitude de um ser que integra o sistema coletivo da espécie humana, para juntos formarem a grande engrenagem cósmica universal.

O crescimento da alma da Bruxa (o) vai se produzindo através de numerosas encarnações, e em cada uma das etapas deste desenvolvimento, vivem-se novas experiências de acordo com cada momento histórico, entretanto, mantém-se o mesmo objetivo sempre, pois esse pertence à essência primordial de cada ser.

(...)A iniciada (o) está sempre reavaliando a sua SENDA DIVINA, para compreender o seu crescimento. Sabe que sua verdadeira conquista está exatamente na liberdade da alma, e que essa só se torna real com a evolução da sabedoria.

A Bruxa (o) vive gloriosamente, porque vive fazendo o caminho de fora para dentro, buscando filtrar tudo o que deve e o que não deve deixar entrar no seu templo sagrado, que é seu ser inviolável. Tem consciência dos seus erros, sem fantasias ou culpas infundadas. Sua noção de segurança individual e coletiva lhe promove uma vida de bem-aventurança pela virtude da prosperidade e da abundância.

Finalmente, a Bruxa (o) aprende a se purificar vivendo com realismo, dentro da sua verdade, porém com a simplicidade dos Deuses, sem se abster das coisas que lhe foi permitido reger e proteger.

Por tudo acima descrito, é que costumamos afirmar que: "no caminho da Bruxaria são muitos os que buscam, e muito poucos os que chegam."

Assim foi, assim é, e assim será para o bem de todos!

- Graça Azevedo/ SENHORA TELUCAMA -

http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/2009/05/senda-divina-o-chamado-da-deusa-mae.html

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=3266

CIBELE,A MAGNA MATER


Nos tempos dos gregos e romanos, Cibele era chamada de A Mãe dos Deuses. O grande Sófocles a chamava de a Mãe de Tudo.
Seu culto teve início na Anatólia Ocidental e na Frígia, onde era conhecida como "A Senhora do Monte Ida".
A montanha, a caverna, os pilares de rocha e rochedo, são locais numinosos, de uma vitalidade pré-orgânica, que foram vivenciados em participação mística com a Grande Mãe, na qualidade de trono, assento, moradia, e como encarnação da própria Deusa.
Cibele era a deusa dos mortos, da fertilidade, da vida selvagem, da agricultura e da Caçada Mística. Tamboretes, pratos e tambores eram utilizados em seus rituais. Uma estátua grega mostra a deusa sentada em um trono e ladeada de leões. Era representada como uma mulher madura, com grandes seios, coroada com espigas de trigo, vestida com flores e folhas e carregando várias chaves. Os romanos decoravam suas estátuas com rosas. O culto de Cibele tornou-se tão popular que o senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se vira obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais da deusa-mãe.
O templo de Cibele, em Roma, foi transformado pela Igreja Católica na atual Basílica de São Pedro, no século IV, quando uma seita de cristãos montanheses, que ainda veneravam Cibele e admitiam mulheres como sacerdotes, foi declarada herética, sendo abolida e seus seguidores queimados vivos.
Cibele possuía seus próprios Mistérios sagrados, do mesmo modo que as deusas Perséfone e Deméter. Suas cerimônias eram celebradas à noite, pois ela era a Rainha da Noite. Era também conhecida por possuir uma profunda sabedoria a qual compartilhava apenas com seus seguidores legítimos.
Homens esmasculados dedicados ao seu culto eram considerados encarnações de seu filho Atis, um deus lunar que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo tanto filho como amante de sua mãe Cibele, a deusa da Lua.
o Mito de Átis relata que ele estava para se casar com a filha do rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele, tornou-o louco. Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante da Grande Deusa. Anualmente, em um culto que data de 900 a.C., em 24 de março é celebrada a tristeza de Cibele por seu filho. O pranto por Átis, lembra a tristeza de Istar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.
Mas no culto de Cibele foi dada grande proeminência a um elemento especial. O terceiro dia da festa era chamado "dies sanguinis". Nele a expressão emocional por Átis alcançava o máximo. Cantos e lamúrias misturavam-se, e o abandono emocional levava a um auge orgiástico. Então, num frenesi religioso, os jovens começavam a se ferir com facas; alguns até executavam o sacrifício último, castrando-se frente à imagem da Deusa e jogando as partes ensangüentadas sobre sua estátua. Outros corriam sangrando pelas ruas e atiravam os órgãos em alguma casa por onde passassem. Esta casa era então obrigada a suprir o jovem com roupas de mulher, pois agora havia se tornado um sacerdote eunuco. Depois da castração usavam cabelos longos e vestiam-se com roupas femininas.
Neste rito sangrante, o lado escuro ou inferior da Grande-Deusa é claramente visto. Ela é verdadeiramente a Destruiodora. Mas, muito estranhamente, seus poderes destrutivos parecem ser dirigidos quase que tão somente para os homens. Eles, quando escolhidos, precisavam sacrificar sua virilidade completemante e de uma vez por todas, num êxtase louco onde a dor e a emoção misturavam-se inextrincavelmente. Mas...como diziam os primitivos: "a Lua é destrutiva para os homens, mas é de natureza diferente para as mulheres, apresentando-se como sua patrona e protetora."

ARQUÉTIPO MÃE-AMANTE

O primeiro amor na vida de um homem é a própria mãe. No recôndito de sua alma, ele ficará sempre ligado a esse primeiro amor, e nunca irá esquecê-lo, mesmo que não tenha consciência do fato. Assim, ele passa a vida tentando reencontrar esse primeiro, único e afortunado amor. Ele o busca em outras mulheres ou em seus ideais. Nunca o homem consegue superar a deceção que sua mãe lhe proporciona no momento que o abandona ao se dedicar a qualquer outra pessoa, como o pai, um irmão ou irmã. Para o filho, a mãe é o único e verdadeiro amor, potanto, ela também deve permanecer sua única amante. É isso que todo homem, muitas vezes de maneira completamente inconsciente, sente nas profundezas de sua alma.
O homem precisa da mulher. Todavia, nenhuma é como aquela que ele amou primeiro. Se o homem não consegue renunciar ao primeiro objeto de amor de sua vida, a mãe, embora com muito pesar, sem ódio, e se dedicar afetivamente a outras pessoas, ele fica preso na cilada desse primeiro relacionamento, e sua vida vai ser de algum modo infeliz ou insatisfatória. O que deve fazer é vivenciar positivamente este arquétipo materno. Os atributos do arquétipo materno são, conforme Jung salienta: “o “maternal”, simplesmente a mágica autoridade do feminino; a sabedoria e a elevação espiritual além da razão; o bondoso, o que cuida, o que sustenta, o que proporciona as condições de crescimento, fertilidade e alimento; o lugar da transformação mágica, do renascimento, o instinto e o impulso favoráveis; o secreto, o oculto, o obscuro, o abissal, o mundo dos mortos, o devorador, sedutor e venenoso, o apavorante e fatal.”
O homem não deve esquecer que a mãe é amor, deleite, bem-aventurança, significado central para toda a humanidade.
O homem, filho amado de sua mãe, livre dos laços deste primeiro amor, deve seguir seu caminho e com isso fica livre para distribuir o amor, que de outra maneira ficaria aprisionado na união com sua mãe.
RITUAL DA LUA NOVA

Para ter uma questão respondida, ou perguntar sobre a sua vida de modo geral, realize este ritual na noite de Lua Nova.
Tome um banho ritual de limpeza e vista-se com uma túnica escura ou mesmo nu. Abra o círculo como de costume, ou ao menos consagre sal e polvilhe ao redor de sua área de trabalho. Acenda uma vela preta de cada lado do altar. Deixe preparado um incenso apropriado. Coloque suas cartas de tarô ou suas runas no centro do altar. Deixe seu bastão ao lado das cartas. De pé, com os braços estendidos, diga:
O ciclo da Lua fecha-se mais uma vez.
A Lua oculta sua luz aos não-iniciados.
Aqueles que seguem os Antigos Caminhos sabem que seu poder não desapareceu, nem diminuiu.
A sabedoria da Mãe Obscura está à disposição dos que realmente a procuram.


Bata três vezes com seu bastão:

Ouça-me, ó Guardiã da Sabedoria.
Minha voz voa pela noite até você.
Mostre-me novos caminhos a seguir
Para mudar minha vida e torná-la nova.

Acenda o incenso e erga-o sobre o altar:

Trago uma oferenda, bela e fina.
O aroma se ergue ao ar.
Para alcançar seus domínios
Abençoa-me ó Senhora da Lua Escurecida.


Bata mas cartas ou no saco de runas por três vezes com seu bastão e, em seguida, circunde-o no sentido horário três vezes usando o bastão. Bata mais três vezes, para atingir o número nove, um número lunar.

Deixe o bastão de lado e embaralhe as cartas ou misture as runas.
Divida as cartas em três montes, da esquerda para a direita; ou deite três runas, da mesma forma. À esquerda, o passado, no meio, o presente; à direita, o futuro.
Vire a carta superior de cada monte e analise o que vê. Esteja aberto, mesmo se não compreender a mensagem. Fará sentido mais tarde. Vire uma segunda carta em cada monte e pense no que vê. Repita pela terceira vez. Se algo não estava claro na primeira carta, provavelmente estará agora.


Se desejar usar tanto o tarô quanto as runas, vire a primeira leva de cartas. Escolha a seguir uma runa e deite-a próxima a cada carta virada. Por fim, deite uma segunda leva de cartas.

Isso também vale para mais de um baralho de tarô ou tipo de baralho. Por exemplo, pode-se utilizar um tarô padrão, as cartas Medicinais e as cartas Portal das Estrelas.
Anote o que lhe foi revelado. Assim, será mais
fácil lembrar e compreender os eventos quando estes começarem a acontecer no futuro.

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
in:http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusacibeletexto.htm

sexta-feira, 29 de maio de 2009

SONHOS

Hoje o dia amanheceu frio e claro como um diluvio,a noite mal dormida porque desde meu ultimo transe fiquei pensando em Hera sentindo seu poder em meu corpo,seus olhos concentrados e claros e muito concentrados seu porte de Rainha ,Magna Dea,Deusa Mãe dos Deuses em seu poder sua elegância,nas mulheres vestidas com túnicas dançando diante dos seus templos,dos homens que corriam em honra a Deusa,de suas sacerdotisas,amazonas sonhei esta noite o sonho das noites dos tempos,quando a Deusa ainda era a Rainha e mestra de todas as coisas concentradas em redor de si,senhora da Terra e da aboboda celeste,a energia de Hera fluindo dentro de todas as coisas se expandido morrendo e nascendo de novo num ciclo infindável,nas pessoas que morriam e iam com seus copos para a Terra e voltavam a vida na próxima primavera do ano,no sou filho-amante original,quando a mulher e a vida ainda eram sagrados...Sonhei com todas as coisas que perdemos por causo do estabelecimento de um único Deus pai,e de como seria bom se este sonho se torna se de novo realidade quando só houver o amor da Deusa unindo as pessoas.Ah, Mãe como eu queria....a alma e o espírito da eterna mulher ,a eterna sacerdotisa da Deusa unidas num só corpo numa mesma alma.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

MAGNA DEA


Palavra da Deusa Hera:


Eu sou Hera Mãe dos Deuses
Sou solene e bela
Senhora do monte Olimpo
Rainha das plantas e das eras
rainha dos ramos das Árvores
senhora de tudo que cresce e morre
e cresce de novo na primavera
meu culto devera ser resgatado
Vestidos de branco como o céu e azul claro
é assim que meus ritos serão celebrados
alimente se dessa força rapaz
pois és digno do meu poder
e alegre se porque eis jovem e digno do meu poder
e de estar diante de minha honra
eu lhe ensinarei meus segredos sagrados
darei alivio aqueles que você ama
e tornarei a você sábio
como todos os homens deveriam ser
sábios justos e valentes
masculinos e feminino ao mesmo tempo
Eu sou que da dignidade as mulheres
e bondade aos homens
dou tudo que brota da terra
e o casamento sagrado será celebrado
mais uma vez
o matrimonio entre Hera e Heracles será
Exaltado
Aonde o feminino se encontro com o masculino
no calor e na bondade da natureza
aonde o Deus acaricia Deusa e a torna parte de si
durante o amor dos Deuses
Cresce o amor dos homens
jamais tema o poder maduro do feminino,permita que esse se harmonize com seu masculino e terás o amor genuíno
Gloria as Deusas

poema feito durante o transe....com um amigo homem.


HERA - Anne Baring (Por Priscila Manhães)

"O medo de não ser páreo para a maturidade feminina é a principal causa da dominação e sujeição patriarcal da mulher."

Hera: um nome; diversas interpretações. Para muitos, Hera é a ciumenta e vingativa irmã esposa de Zeus, o todo-poderoso deus do Olimpo. Essa imagem estereotipada, contudo, oculta uma outra visão; na verdade, Hera é uma das mais grandiosas deidades femininas: muito, muito antiga, as origens de seus cultos se perdem na noite dos tempos, recuando ao menos até 10.000 a.C. Suas raízes remontam à Deusa Mãe do Neolítico, associada à vida, à morte e à regeneração, temas que fazem dela mais uma representação perfeita da Grande Deusa em sua típica triplicidade. Originária provavelmente de Creta, Hera possui muitos elementos em comum com Cibele, a conhecida e adorada deusa da Anatólia cujo culto atravessou muitos séculos.

Freqüentemente, Hera é representada na companhia de leões, serpentes e aves aquáticas. Na Ilíada, ela é chamada de "Rainha dos Céus," e também de "Hera do Trono de Ouro." Outro nome que costuma ser associado a Hera é "a deusa dos braços brancos." De todas as Deusas gregas, Hera é a única que realmente apresenta traços de soberania.

Ela é a DEUSA DO MATRIMÔNIO - não da beleza ou da atração sexual, ou ainda da maternidade, mas da união como um princípio. Como regente do casamento, é Hera que dá validade e importância a essa união. Hera é também a protetora das mulheres e de todas as formas femininas da vida.

Na Grécia, Hera era vista principalmente como a Deusa da Lua. O mês era dividido em três fases, a saber: o crescente, a plenitude e o minguar da lua. Por vezes, Hera era representada como a Deusa Tríplice, nas formas de Donzela ou Virgem, A Plena ou mãe, e a Viúva, ou a Separada. Hera, portanto, representa O PRÓPRIO CICLO DA MULHER EM TODO O SEU PODER E TOTALIDADE.

Ademais, Hera é o Princípio Feminino. É também uma díade mãe-filha, pois Hera e sua filha Hebe formam um todo, assim como Deméter e Perséfone. Na iconografia, seus símbolos são a romã e uma flor em forma de estrela. Tais flores eram trançadas em guirlandas e usadas para adornar seus bustos e estátuas. Assim como Cibele, Hera trazia nas mãos a romã. Um lindo diadema de ouro na forma de folhas e frutos de murta foi encontrado nas proximidades de seu templo em Crotona, mais uma associação. Mas a mais simbólica e profunda associação de Hera com o reino vegetal é a espiga de trigo, conhecida como "a flor de Hera."

Um de seus epítetos, Hera "dos Olhos de Vaca," não deixa dúvidas quanto à sua associação com o gado. Bois e vacas eram-lhe sagrados, até porque seus chifres se assemelham à lua crescente. Como Rainha do Céu e da Terra, ela traz semelhanças com a deusa egípcia Hathor. A Via Láctea era conhecida, simplesmente, como "a Deusa."

Na mitologia grega, Hera é, sem dúvida, a mais elevada das Deusas. Hera é mais conhecida como irmã e esposa de Zeus, mas tal associação é muito posterior. A mitologia mais antiga apresenta elementos que comprovam que a Hera original era independente e não possuía marido.

Posteriormente, é possível que tenha desposado Dioniso ou Héracles, que descem ao Mundo Inferior na Lua Nova para resgatá-la, trazendo-a na forma da Lua Crescente. O nome Héracles significa simplesmente "Glória a Hera." Por sua associação solar, Héracles, juntamente com Hera, representa a antiga imagem do filho-amante da deusa, e sua união é a união do sol e da lua quando esta se encontra em sua fase cheia.

Através de seus truques, Zeus leva Hera a adormecer, e Hermes põe Héracles ainda bebê em seu seio. Ele a morde e, ao despertar, Hera o empurra para longe; o leite que jorra de seu seio espalha-se nos céus, formando a Via Láctea.
Em seus locais sagrados, Hera era cultuada por dezesseis mulheres.

Após seu 'retorno' do Mundo Inferior, elas banhavam sua estátua numa nascente sagrada, restaurando assim sua virgindade - uma cerimônia que ocorria anualmente, antes da luz nova. O grande ritual do casamento entre Hera e Zeus ocorria no período da lua cheia, celebrando a união da lua e do sol. Irmão e irmã; marido e mulher: o Hieros gamos, o 'casamento sagrado', uma tradição mantida de uma era anterior.

Num nível mais profundo e ancestral, o casamento entre Hera e Zeus pode ser visto como a relação entre os dois grandes arquétipos da vida que só podem ser representados por um rei e uma rainha, ou um Deus e uma Deusa. Seu casamento regenera o universo, numa união criativa retratada no hieros gamos entre Hera e Zeus. Este sentimento era provavelmente compartilhado por todos os participantes de seus ritos, os quais celebravam seus próprios matrimônios no mesmo período do casamento entre a Rainha da Vida e o Senhor da Vida; um casamento que unia cosmicamente os dois grandes aspectos da vida.

Posteriormente, esses aspectos passam a ser vistos como a terra e o céu, sendo a terra representada pela deusa e o céu pelo deus. Contudo, por princípio, ambos estão muito além de suas representações. Para se ter uma noção mais correta da profundidade dessa união, é necessário conhecer a grande união abordada na mística tradição judaica da Kabbalah.

Mitologicamente, a Terra gerou a grande árvore de maçãs douradas das Hespérides em homenagem ao casamento entre Hera e Zeus; contudo, acredito que essa árvore fora outrora sagrada a Hera, e possivelmente as 'maçãs douradas' eram, na verdade, romãs. Para mais detalhes sobre sua maravilhosa união, recomendo a leitura do 14o. livro da Ilíada.

Templos gigantescos foram erguidos em sua honra em Samos e no sul da Itália, além de outras localidades. Hera era cultuada em sua forma humana como uma manifestação da lua. Seu templo principal, porém, ficava na planície de Argos: o Heraion. Reconstruído três vezes, o primeiro Heraion foi erguido por volta de 1000 a.C., nas fraldas do Monte Euboia, num amplo terraço de frente para a grande planície do Argos. Uma vez por ano, durante uma lua cheia, tinha lugar a procissão ritual de Hera, que passava pelas cidades do Argos: Micenas, Tiryns, Argos, Midea. Para os gregos de então, o Heraion possuía a mesma importância que o Templo de Jerusalém possui para o povo de Israel: ele era "o" templo, um santuário para toda a terra. O mais antigo dos templos possuía enormes alicerces, os quais ainda podem ser vistos.

Voltando à mitologia, lemos que Zeus assume a forma de um cuco, abrigando-se no colo de Hera durante uma tempestade. Com pena do pequeno pássaro, ela o cobriu com sua túnica. Por conta disso, o cuco figura na ponta de seu cetro e também é esculpido em seus templos. A lenda mostra claramente como Zeus não passa de um intruso nos domínios matriarcais de Hera. Através do simbolismo do cuco, Zeus passa a integrar a lenda do culto a Hera.

Trata-se de um culto bastante místico, cujo símbolo era a romã. Hera era cultuada como uma divindade numinosa, que se manifestava para as pessoas. Seus seguidores não lhe dirigiam pedidos, e ela provavelmente era cultuada como o princípio regenerador da vida, regente do Mundo Inferior, da cúpula celeste e da terra. "Se não conseguir demover os deuses do alto, volto-me para o Mundo Inferior", diz Juno na Eneida. Tais palavras, porém, ecoam uma imagem mais antiga da Grande Deusa. A romã de Hera passou para Perséfone.

Seus devotos entoavam-lhe canções, e sem dúvida eles eram capazes de "vê-la"; afinal, falamos de uma época em que a experiência visionária ainda era aceita.

O mais velho de todos os seus templos ficava em Olímpia, e é anterior ao ano 1000 a.C. - muito mais antigo do que o templo de Zeus. Ali, Hera regia os torneios, onde as mulheres corriam tão bem quanto os homens. As corridas entre as mulheres eram divididas em três categorias - cada uma de acordo com a idade. (seria esta uma referência à triplicidade Donzela-Mãe-Anciã?) Os torneios ocorriam no dia seguinte à lua cheia.
No interior do templo de Olímpia, uma estátua apresenta Hera sentada em seu trono, a Rainha dos Céus. Ao seu lado, Zeus está armado como um guerreiro, mostrando claramente que ele é quem fora escolhido como o favorito da deusa, e não o contrário. Através de Hera, as mulheres eram enaltecidas e os homens desenvolviam sua onisciência do feminino.

Se Olímpia é seu mais velho templo, o maior era o de Samos. O primeiro altar possuía 32 metros quadrados; anos depois, foi construído outro muito maior, com 120 x 54 metros, decorado com um friso por toda a sua volta, como no templo de Pergamon. Em termos de locais sagrados, a ilha de Euboea era-lhe dedicada, e templos enormes foram-lhe erguidos na Beócia, na Sicília, e em Paestum, na Itália, onde existia uma rede de templos que se assemelhava a uma cidade a ela dedicada. Aqui, Hera era a Deusa do Mundo Inferior, além de ser Rainha dos Céus.

Como a lua crescente, Hera ressurgia dos mortos; portanto, era ela quem restaurava a vida aos mortos. Seu templo em Crotona, no sudeste da Itália, fornecia um elo de ligação entre a planície de Argos e Paestum. Atualmente, uma solitária coluna é tudo o que restou desse outrora grandioso templo.

Posteriormente, através de Homero, Hera passa a ser vista como a esposa ciumenta e aborrecida de Zeus, sempre tentando recuperar seu poder perdido, manipulando por trás de um casamento infeliz com um marido patriarcal. Isto ecoa a antiga voz da deusa, que tenta encontrar seu papel no novo mundo patriarcal. Reflete também a completa submissão das esposas gregas diante de seus maridos. Ela se vinga de Zeus em suas amantes, e também nos frutos dessas uniões - uma paranóia da esposa rejeitada, ciumenta, manipuladora. Por sua parte, Zeus se mostra constantemente infiel, provocando-a e ameaçando- a: "Nem com você, nem com tua ira eu me importo." Dessa união, surgem dois filhos: Hefestos, o aleijado, e Ares, deus da guerra e da discórdia.

Na Ilíada, percebemos a necessidade do macho imaturo em difamar e satirizar as mulheres poderosas e a antiga rodem social matriarcal; a necessidade de negar às mulheres seu grande poder e sua profunda relação com a vida. Em Homero, Hera então é reduzida a uma figura risível, ciumenta e vingativa, num contexto que retrata uma cultura dedicada à guerra, ao sacrifício humano e à glória. Zeus, por sua vez, encaixa-se no papel arquetípico do 'Don Juan', é a imagem do macho fálico que passa a dominar a cultura grega. Agora, Hera não passa de uma deusa conquistada e subjugada, oriunda de uma ordem mais antiga. Zeus surge de uma cultura invasora, que cultuava deuses do céu e que chegou ao Mediterrâneo vinda do norte, impondo-se sobre as culturas anteriores que ali existiam: a invasão dórica.

Num nível mais profundo, os problemas de relacionamento entre Hera e Zeus simbolizam a dificuldade em se unir as tradições Lunar e Solar na mente humana, pois devemos descobrir como elas podem coexistir e frutificar. Trata-se de dois tipos diferentes de consciência: a Solar: heróica, com sua abordagem linear, lutando pela supremacia e pela perfeição; e a Lunar: cíclica, em busca da harmonia do relacionamento, da conexão, da integração ou da síntese, da totalidade.

Por aí, podemos perceber o quanto temos a aprender com Hera.


RITUAL DO TEMPLO DE HERA

As mulheres-Heras são anciãs sábias que já alcançaram a comunhão espiritual com a Grande Mãe. Medita-se com Hera para contatar a nossa Deusa Interior e buscar um novo Renascimento.

Encontre um local reservado em sua casa para este ritual. Crie condições que lhe propiciem esta viagem, acendendo um incenso ou uma vela e colocando um relaxante som ambiental. Sente-se confortavelmente com a coluna ereta e feche os olhos. Inspire e expire profundamente através de uma respiração abdominal. Já soltando o corpo e girando o pescoço no sentido horário. A seguir, no sentido anti-horário. Comece então a visualizar um caminho que a levará ao topo de uma montanha. Lá surgirá entre uma névoa o Templo de Hera. Caminhe por entre as colunas e vá até seu trono. Curve-se diante dela demonstrando respeito. Ela descerá de seu trono e virá recebê-la. Beije sua mão e ela a abraçará. Em seguida será encaminhará pelas escadarias e a colocada em seu trono. Sente-se, sem receio. Hera perguntará a você agora, o que faria se fosse lhe concedido o benefício de ser rainha por um dia. É hora de você avaliar sua vida e verificar tudo o que gostaria ainda de fazer para ajudar em primeiro lugar a si mesma e depois aos outros. Pense baixo ou fale em voz alta, como lhe aprouver. Sinta-se Rainha e Dona não só de seu interior como do mundo. Inspire e expire este poder.

Refaça suas escolhas, reorganize sua essência, reprograme sua mente, mas acima de tudo defina um propósito de vida e prepare-se para incorporar uma nova mulher. Suas derrotas ou vitórias dependem do grau de intensidade do seu sentir e do seu referencial interno sobre o mundo. Você como rainha tem o mundo em suas mãos e souber administrar este poder com os olhos do coração, entenderá que o bom o ruim são apenas manifestações que não estamos aptos a aceitar.

Quando você se achar pronta, levante-se do trono e agradeça à Hera esta rara oportunidade. Ela lhe acompanhará até a entrada do templo e você seguirá sozinha o resto do caminho. Volte a inspirar e expirar vagarosamente sentindo seu coração lotado de prazer. Abra os olhos e se espreguice. Recomece neste instante uma nova vida, mais aberta à capacidade de transformação.

AS MULHERES SELVAGENS



"Chamo-a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a la puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher.
Llamar o tocar a la puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta.



Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras selvagem e mulher intuitivamente.(...)


Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma instintiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem , a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora vagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.Portanto, o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vide em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, mulher e selvagem, fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver.
O arquétipo da mulher selvagem pode ser expresso em outros termos igualmente apropriados. Pode-se chamar essa poderosa natureza psicológica de natureza instintiva, mas a Mulher Selvagem é a força que está por trás dela .(...)A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino.
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar do oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana. Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade.(...)E então, o que é a Mulher Selvagem? do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como da tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto-ela é a base. Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida."...


Clarissa Pinkola Estés, Mulheres que Correm com os Lobos

copiado de :http://lealdadefeminina.blogspot.com/2009/05/mulher-selvagem.html

vindo de:MULHERES & DEUSAS

O PATINHOS FEIOS

DA SACERDOTISA:

Esta historia incrivelmente sensível deve ser lida por todas nos mulheres selvagens e renegadas,nela encontrei muito de mim mesma e muito de como minha família me trata e de certo modo encontrei um certa dose de esperança.



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O PATINHO FEIO




A procura da nossa turma: a sensação da integração como uma bênção. A descoberta daquilo a que pertencemos.


"Trata-se de uma história básica em termos psicológicos e espirituais. Uma história básica é aquela que contém uma verdade tão fundamental para o desenvolvimento humano que, sem a incorporação desse fato, o avanço se torna duvidoso e ninguém consegue prosperar sob aspecto psicológico enquanto não perceber essa verdade."





Já estava quase na época da colheita. As velhas faziam bonecas verdes com a palha do milho. Os velhos remendavam cobertores. As moças bordavam flores de um vermelho vivo nos seus vestidos brancos. Os rapazes cantavam enquanto empilhavam o feno dourado. As mulheres tricotavam blusões ásperos para o inverno que viria. Os homens ajudavam a colher, arrancar, cortar e ceifar os frutos que os campos haviam produzido. O vento apenas começava a soltar as folhas um pouco mais, e mais um pouco a cada dia que passava. E lá para os lados do rio, uma pata chocava uma ninhada de ovos.

Tudo estava indo como deveria para essa mãe pata e, afinal, um a um, os ovos começaram a tremer e sacudir até que as cascas racharam e deles saíram cambaleantes seus novos filhotes. Restava, porém, um ovo, um ovo muito grande. Ele estava ali parado como uma pedra.

Uma velha pata veio visitar, e a mãe pata exibiu seus filhotes.

- Eles não são lindos? - gabou-se ela. Mas o ovo ainda sem rachar chamou a atenção da velha pata, e esta tentou dissuadir a mãe de continuar a chocar aquele ovo.

- É um ovo de peru - exclamou a velha pata - Absolutamente não serve como ovo. Não se pode levar um peru para dentro d'água, você sabia? - Ela sabia, porque já havia tentado.

A mãe pata, no entanto, achou que estava chocando há tanto tempo que mais um pouquinho não ia fazer mal.

- Não estou preocupada com isso - disse ela. - Mas você sabia que o safado do pai desses patinhos ainda não veio me visitar uma vez sequer?

Afinal, o ovo grande começou a estremecer e a rolar. Acabou quebrando, e dele saiu uma criatura grande e desajeitada. Sua pele era marcada por veias sinuosas azuis e vermelhas. Seus pés eram de um roxo claro. Seus olhos, de um rosa transparente.

A mãe pata inclinou a cabeça, esticou o pescoço e o contemplou. Não pôde se conter: ele era feio mesmo. "Talvez seja mesmo um peru", preocupou-se ela. Contudo, quando o patinho feio entrou na água acompanhando os outros filhotes, a mãe pata viu que ele nadava muito bem. "É, ele é dos meus, apesar de ter essa aparência tão estranha. No fundo, porém, do ângulo certo... ele é quase bonito."

E assim ela o apresentou às outras criaturas do quintal da fazenda, mas, antes que percebesse, outro pato atravessou o quintal a toda e bicou o patinho feio bem no pescoço.

- Pare com isso! - gritou a mãe pata.

- Ora, ele é tão feio e esquisito. Ele precisa que o maltratem - retrucou o valentão.

- Oh, mais uma ninhada! Como se já não tivéssemos bocas demais a alimentar! - exclamou a pata rainha com o trapo vermelho na perna - E aquele lá, aquele grandão e feio. Bem, aquilo sem dúvida é um engano.

- Ele não é um engano - disse a mãe pata. - Ele vai ser muito forte. Foi só que ele ficou tempo demais dentro do ovo e ainda está meio deformado. Mas ele vai se recuperar. Vocês vão ver. - Ele limpou com o bico as penas do patinho feio e lambeu seu topete.

Os outros, no entanto, faziam o que podiam para importunar o patinho feio. Voavam para atacá-lo, bicavam-no e gritavam com ele. E à medida que o tempo passava, eles o atormentavam cada vez mais. Ele se escondia, se desviava, saía em ziguezague, mas não conseguia escapar. O patinho era a mais infeliz das criaturas.

A princípio, sua mãe o defendia, mas com o tempo até ela cansou daquilo tudo.

- Como eu queria que você fosse embora - exclamou exasperada. E foi assim que o patinho feio fugiu. Com a maior parte das suas penas arrancada e todo enlameado, ele correu e correu até chegar num pântano. Ali ele se deitou à beira d'água com o pescoço esticado e sorvia um pouco d'água de vez em quando.

Dos juncos dois gansos o observavam. Eram jovens e cheios de si.

- Ei, você aí, criatura horrorosa - disseram, rindo à socapa. - Quer vir conosco até o próximo condado? Há um bando de gansas solteiras por lá, prontas para serem escolhidas.

De repente ecoaram tiros. Os gansos caíram com um baque e a água do pântano ficou vermelha com seu sangue. O patinho feio mergulhou para se abrigar, e por toda a parte só havia tiros, fumaça e cães latindo.

Afinal, o pântano ficou tranquilo, e o patinho saiu correndo e voando a maior distância possível. Perto do anoitecer, ele chegou a um pobre casebre. A porta estava pendurada de um barbante, e havia mais fendas do que paredes. Ali vivia uma velha esfarrapada com seu gato desgrenhado e sua galinha vesga. O gato fazia jus a morar com a velha por apanhar camundongos. A galinha, por botar ovos.

A velha achou que estava com sorte por ter encontrado um pato. Talvez fosse uma pata e também botasse ovo sem se não fosse, podemos matá-lo para comer. E assim o pato ficou, mas ele era perseguido pelo gato e pela galinha.

- Para que você serve se não bota ovos e não sabe apanhar camundongos? - perguntavam-lhe os dois.

- O que mais gosto de fazer - disse o patinho com um suspiro - é ficar "debaixo", quer seja debaixo da amplidão azul do céu, quer debaixo do frescor azul da água. - O gato não via nenhum sentido em querer ficar debaixo d'água e criticou o patinho pelos seus sonhos idiotas. A galinha não conseguia ver a graça de ficar com as penas molhadas e também debochou do patinho. No final das contas, ficou claro que aqui também não haveria paz para o patinho, e por isso ele partiu para ver se as coisas podiam ser melhores mais adiante.

Ele encontrou por acaso um laguinho e, enquanto estava nadando, foi ficando cada vez mais frio. Um bando de aves passou voando lá em cima, as mais lindas que ele já havia visto. Elas gritaram para cumprimentá-lo, e ouvir suas vozes fez com que o coração do patinho saltasse e se apertasse ao mesmo tempo. Ele gritou de volta com uma voz que nunca havia emitido antes. Ele havia visto criaturas mais lindas, e nunca havia se sentido mais desolado.

Ele gritou e gritou na água para observá-las enquanto desapareciam nos céus e depois mergulhou até o fundo do lado e se aninhou trêmulo. Estava fora de si por sentir um amor desesperançado por aqueles enormes pássaros brancos, um amor que ele não conseguia entender.

Um vento mais frio começou a soprar e foi ficando cada vez mais forte com o passar dos dias. E a neve caiu sobre o gelo. Os velhos quebravam o gelo nos baldes de leite, e as velhas fiavam até tarde da noite. As mães alimentavam três bocas de cada vez à luz de velas, e os homens saíam à procura de ovelhas sob o céu branco da meia-noite. Os jovens entravam na neve até a cintura para ir ordenhar, e as moças imaginavam ver o rosto de rapazes bonitos nas chamas do fogão enquanto cozinhavam. E no lago ali por perto, o patinho precisava nadar casa vez mais rápido em círculos para manter um lugar aberto no gelo.

Um dia de manhã, o patinho se descobriu preso no gelo e foi aí que ele sentiu que ia morrer. Dois patos selvagens vieram voando e chegaram escorregando no gelo. Eles observam o patinho.

- Como você é feio - Grasnaram - Que pena. É uma tristeza. Não se pode fazer nada por alguém como você. - E saíram voando.

Felizmente, um lavrador passou por ali e libertou o patinho quebrando o gelo com seu cajado. Ele levantou o patinho, abrigou-o no casaco e voltou para casa. Na casa do lavrador, as crianças quiseram pegar o patinho, mas ele teve medo. Voou até os caibros do telhado, fazendo com que toda a poeira caísse na manteiga. De lá de cima, ele mergulhou direto para dentro do balde de leite e, enquato ia saindo todo molhado e grudento, caiu no barril com uma vassoura enquanto as crianças riam a mais não poder.

O patinho saiu agitado pela porta do gato e, lá fora afinal, caiu quase morto na neve. Dali, ele se forçou a prosseguir até chegar a mais um lago, a mais uma casa, a outro lago, a outra casa, e o inverno inteiro transcorreu dessa forma, alternando entre a vida e a morte.

Mesmo assim, a brisa suave da primavera voltou. As velhas vieram arejar os acolchoados, e os velhos guardaram suas ceroulas compridas. Novos bebês chegavam no meio da noite, enquanto seus pais andavam de um lado para outro no quintal, debaixo do ceú estrelado. Durante o dia, as moças enfiavam narcisos nos cabelos, e os rapazes examinavam os tornozelos femininos. E num lago por ali, a àgua ficou mais agradável e o patinho feio que nela boiava abriu as asas.

Como eram grandes e fortes as suas asas. Elas o levaram bem para o alto acima da terra. Dos céus, ele via os pomares com seus mantos brancos, os lavradores arando, os jovens de toda a natureza saindo da casca, tropeçando, zumbindo e nadando. Também brincando na água do lago havia visto três cisnes, as mesmas criaturas maravilhosas que ele havia visto no outono; aquelas que lhe haviam causando um aperto tão forte no coração. Ele sentiu um impulso de se unir a elas.

E se fingissem que gostam de mim, e depois, assim que eu me aproximar, saírem voando às risadas? pensou o patinho. Ele desceu planando o pousou no lago, com o coração batendo forte.

Assim que o viram, os cisnes começaram a nadar na sua direção. Sem dúvida, estou a ponto de encontrar meu fim, pensou o patinho, mas, se tenho de ser morto, melhor que seja por essas lindas criaturas do que pela mão de caçadores, donas-de-casa ou longos invernos. E abaixou a cabeça para aguardar os golpes.

Que surpresa! Na imagem na água ele viu um cisne em traje a rigor: plumagem branca como a neve, olhos escuros e tudo mais. O patinho feio a princípio não se reconheceu porque era exatamente igual aos belos estranhos, igual àqueles que ele havia admirado de longe.

E acabou se revelando que ele era um deles no final das contas. Seu ovo por acaso havia rolado para um ninho de patos. Ele era um cisne, um cisne magnífico. E pela primeira vez sua própria família se aproximava dele, tocando-o com cuidado e carinho com as pontas das asas. Eles lhe limparam as penas com seus bicos e nadaram muito ao seu redor para cumprimentá-lo.

- Ei, tem mais um cisne! - gritaram as crianças que vinham trazer migalhas de pão para os cisnes. Como costumavam fazer as crianças de qualquer lugar, elas correram para contar a todos. As velhas vieram até a beira d'água, destrançando seus longos cabelos prateados. Os rapazes juntaram nas mãos em taça um pouco de água limpa e a atiravam na direção das moças, que enrubeciam como pétalas. Os homens tiraram uma folga da ordenha só para tomar um pouco daquele ar. As mulheres pararam um pouco de remendar só para rir com seus parceiros. E os velhos começaram a contar histórias sobre como a guerra é longa e a vida é curta.

E um a um, fosse pela vida, pela paixão, fosse porque o tempo estava passando, todos se afastaram dançando. Os rapazes, as moças, todos foram embora dançando. Os mais velhos, os maridos, as esposas, todos foram embora dançando. As crianças e os cisnes também se afastaram dançando... deixando alí só nós... a primavera... e mais uma mãe pata chocando seus ovos junto ao rio.

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"'O patinho feio' tem muitas versões, todas contendo o mesmo número de significados; mas cada uma, cercada de diferentes enfeites e franjas que refletem o meio cultural da história bem como o talento poético de cada narrador.

Os significados básicos que nos interessam são os seguintes: o patinho da história simboliza a natureza selvagem, que, quando forçada a enfrentar circunstâncias pouco propícias, luta instintivamente para continuar viva apesar de tudo. A natureza selvagem sabe instintivamente agüentar e resistir, às vezes com elegância, às vezes sem muito estilo, mas resistindo assim mesmo. Graças a Deus por esse aspecto. Para a mulher selvagem, a continuidade é uma das suas maiores forças.

Outro aspecto importante da história é o que, quando a vibração específica da alma de um indivíduo, que tem tanto uma identidade instintiva quanto uma espiritual, é cercada de aceitação e reconhecimento psíquico, a pessoa sente a vida e a força como nunca sentiu antes. Descobrir com certeza qual é a sua verdadeira família psíquica proporciona ao indivíduo a vitalidade e a sensação de pertencer a um todo."


A rejeição à criança diferente

"As meninas que demosntram ter uma forte natureza instintiva muitas vezes passam por sofrimentos significativos no início da vida. Desde a época em que são bebês, são mantidas presas, domesticadas, e ouvem dizer que são inconscientes ou teimosas. Suas naturezas selvagens revelam-se bem cedo. Elas são curiosas, habilidosas e possuem excentricidades leves de vários tipos, características estas que, se desenvolvidas, constituiriam a base para sua criatividade para o resto das suas vidas. Considerando-se que a vida criativa é o alimento e a água para a alma, esse desenvolvimento básico é de importância dolorosamente crítica.

Geralmente, o isolamento precoce começa sem que seja por nenhuma culpa da criança e é exacerbado pela incompreensão, pela crueldade da ignorância ou pela perversidade proposital dos outros. Nesse caso, o self básico da psique é ferido desde cedo. Quando isso acontece, a menina começa a acreditar que as imagens negativas dela mesma, referida pela família e pela cultura em que vive, são não só verdadeiras mas também totalmente isentas de preconceito, de influência da opinião e de preferências pessoais. A menina começa a acreditar que ela é fraca, feia, inaceitável, e que isso continuará a ser verdade não importa o esforço que ela faça para reverter a situação.

A menina é rejeitada pelos mesmos motivos que vemos na história do patinho feio. Em muitas culturas, existe uma expectativa, quando nasce uma filha, de que ela é ou será um certo tipo de pessoa, que aja de um certo modo consagrado pelo tempo, que siga um certo conjunto de valores que, se não forem idênticos aos da família, pelo menos se baseiem nos valores da família, e que seja como for não abale os alicerces. Essas expectativas têm definições muito estritas quando um dos pais, ou ambos, sofre do desejo de ter um 'anjo de filha', a criança 'perfeita' e obediente."

"Nem a criança, nem sua psique, podem, aceitar essa situação. A pressão no sentido de se 'adequar', seja qual for a definição que a autoridade dê ao padrão, pode perseguir a criança até que ela fuja para longe, para um mundo oculto ou para vaguear muito tempo à procura de um lugar para se abrigar e viver em paz.

Quando a cultura define detalhadamente no que consiste o sucesso ou a perfeição desejável sob qualquer aspecto - na aparência, na altura, na força, na forma física, no poder aquisitivo, na economia, na masculinidade, na feminilidade, na atitude de bom filho, no bom comportamento, na crença religiosa - existem ditames correspondentes e tendências à avaliação na psique de todos os seus membros. Portanto, as questões da mulher selvagem rejeitada geralmente são duplas: a íntima e pessoal, e a externa e cultural."

quarta-feira, 27 de maio de 2009

SACERDOTISA DO AMOR

Dance com Teu corpo
Dance com tua alma dance em torno de si mesma
Dance com a Deusa
Abra a caverna que habita no âmago do Teu ser
Volte a essência
Sacerdotisa da Deusa do amor
Faça a amor com tua alma
e com tua Deusa no interior
mulher de encantos e perfumes
Dispace de tua vaidade
E descubra na tua mulher oculta
o Teu duplo luminoso
A Tua mulher Celeste




Nos antigos ritos de fertilidade amor,eram celebrado o Hiero Gamos um ritual aonde a Mulher fazia amor com um homem encarnada como a Deusa,nestes tiros de fertiliadade a mulher entrava em contacto com sua Deusa interior,com seu Eros ,com sua pisque,e reavi parte de seu poder perdido na noite dos tempos




Durante os rituais da Deusa do Amor(Inanna,Ísis,Afrodite,Cibele,Frigga,Ishtar) a mulher se reconectava com seu animus e o homem com sua anima,a sacerdotisa do amor(chmada de prostituta sagrada em outros livros e textos) se reconectava com sua essência num êxtase aonde se misturavam essências físicas,espirituais,emocionais e míticas.




Os rituais aonde a mulher se "prostituía" em nome da Deusa também era rituais sazonais e de passagem de ano.Nos templos de Inanna estes rituais aconteciam com descrição e respeito sem no entanto serem escondidos ou perseguidos como nas épocas cristãs.




As mulheres atuais podem usar um pouco desse conhecimento perdido para uma reconecção com a Deusa do amos,não se trata no entanto de uma aceitação do seu lado "prostituta" pois este na verdade não existe foi uma mera invenção do patriarcado que detém certo poder na psique de alguns,sendo assim a aceitação deste lado da feminidade trata se de uma aceitação do arquétipo de Sacerdotisa do amor,aonde a mulher não se entrega nem se subjuga ao macho ou ao falo e sim se entrega a sua verdadeira essência e a seu poder espiritual além de destravas os bloqueios sexuais que podem interferir no seu relacionamento(com homens e mulheres) sexual e emocional além de psicológico.
O pouco que sabemos destes ritos provem dos ensinamentos da Tradição da Lua ou Tradição da Serpente(não confundir com wicca),os quais nos falam da necessidade de estar com os cinco sentidos funcionando durante o sexo(com amor)assim temos que sentir um cheiro que deve ser agradável como o incenso,um gosto(salgado ou doce)tato(contato físico profundo com o parceiro que envolva o tato)um som que desperte a audição(musica ou m baralho natural)além do que é um relacionamento intimo e aprofundada com a pessoa escolhida para esse ritual,lembre se você esta dedicando este momento a Deusa do Amor então peça lhe ajuda para esta empreitada.
Mas porem antes de realizar tal ritual convém que a mulher tenha se analisado profundamente antes ,para que ela tenha absoluta certeza que se desfez dos conceitos e ideias criadas pelo patriarcado.
Gaia Lil

GESTAVIT IN UTERO SUO



Aonde habitam suas sagradas moradas
leve me em direção a noite escura
num abismo aonde remota o caos
aonde as palavras e os significados não são necessários
aonde a Essência de todas as coisas habita
Aonde a Deusa me esperara
aonde serei acolhida em seus francos braços
e serei levada mais ao norte
de mim mesma na gruta dos infinitos passos
passos cativos ,solenes e libertadores
na solenidade de seu Útero
da onde todas as coisas emanam.
Sozinha e Infinita e Eternamente Vela
Velada e Consagrada
Eternamente Sagrada
Oh,arranca me pois sou erva daninha
no solo de tuas rosas e madressilvas!
E com tua magia torna me
Mais uma vez rosa
Torna me Musa
Flor,beleza e encanto
Que eu seja a erva tenra de sua suavidade
encantada em sua beleza
na firmeza do Teu Útero

Gaia Lil

SACERDOTISA CELESTE


Tente me alcançar
toque em mim
Estou sempre além do seu alcance
Não tente imaginar como eu sou
porque você não pode
Sou o sempre presente e insondável
desconhecido
sou a imensidão do céu estrelado
Estou além da compreensão humana
na amplidão do meu ser
sou um mistério
até mesmo para mim"
Fonte: Livro "O Oráculo da Deusa

NUT na Mitologia

Deusa egípcia do céu noturno que acolhe os mortos no seu império, é muitas vezes representada sob a forma de uma vaca. Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra. Nut e Geb são pais de Osiris, Isis, Seth, Néftis e Hathor.
Nut é uma Deusa que as vezes se fundia com Ísis e Hator. Era Deusa do Céu e também mãe do sol, da lua e das estrelas, as vezes chamada de "A que deu luz aos deuses". Nut era desenhada como uma mulher que arqueava seu corpo sobre o corpo do deus da terra, seu marido Geb. Seus dedos das mãos e dos pés se apoiavam sobre a terra nos pontos oriental e ocidental do horizonte. O corpo da Deusa constitui o tempo, o espaço e as leis que estruturam o universo encarnado.De acordo com a perspectiva matriarcal, Nut é a forma feminina de Nun, o oceano primordial que tudo abarca; é imutável, duradoura, o receptáculo fundamental. O sol, a lua e as estrelas são seus filhos temporais que se alçam e caem com as marés de seu corpo.


Significado do Oráculo

A abóbada celeste brilhante de NUT se expande na sua vida para lembrá-la de que você deve estar aberta ao mistério.
Você tem tudo planejado na sua vida, não deixa espaço para o mistério?
A sua vida se desenvolve apertada demais?
Você está tentando fazer tudo com segurança, definindo, rotulando, sabendo de tudo?
Entregue-se ao mistério, ao incognoscível.
A mulher sábia conhece muitas coisas no universo que continuarão sendo um mistério, e deixa espaço para ele ao tecer a sua vida.
NUT diz que o caminho para a totalidade agora é confiar em que o mistério que você compreendeu será exatamente o que você precisa para sua jornada rumo à totalidade.
Fonte: livro "O Oráculo da Deusa"

" A Deusa em mim saúda a Deusa em Você"

Magdala - Clã Feminino Essencial/RS
Estudos de Espiritualidade Feminina, Thealogia e Sagrado Feminino

http://femininoessencial.blogspot.com/2008/09/mensagem-da-deusa-nut-e-o-mistrio.html

DEUSA-LUA ISHTAR



ISTHAR, DEUSA DA FERTILIDADE (adaptação da Deusa Suméria Inanna)

A DEUSA-LUA cujo culto foi mais disseminado na Antiguidade foi Isthar da Babilônia. Foi também Astarte em Canaã, Atar na Mesopotâmia, Astar em Moab, Estar na Abissínia e Astarte na Grécia. Entretanto, Deméter parece ser o termo genérico para qualquer manifestação desta grande deusa poderosa, a "Magna Dea do Oriente".
Ishtar, a deusa da lua babilônica, era relacionada com nascentes e com o orvalho. O orvalho é símbolo de fertilidade, e na Idade Média um banho de orvalho era frequentemente prescrito como feitiço de amor. Mas, esta deusa, também ficou conhecida como Rainha-da-poeira e Soberana-do-campo.

No Egito, sua contraparte era Ísis, cujo culto espalhou-se até a Grécia e Roma e continuou a florescer nos primeiros séculos da época cristã.
Isthar é a personificação da força da natureza que tanto dá quanto tira a vida. É a Mãe de todos, Deméter de muitos seios. Carrega outros títulos como: Brilho-prateado, Produtora de sementes e Grávida. É a deusa da fertilidade que doa o poder de reprodução e crescimento aos campos e para todos os animais, inclusive para nós homens. Através de uma transição natural, torna-se a deusa do amor sexual e protetora das prostitutas. É aquela que abre o útero, o único refúgio das mães nas dores de parto. Como se vê, toda vida Dela emana.
Mas como toda a deusa lunar ela tem um caráter duplo. Assim como é provedora da vida, é também destruidora, pois é a própria lua, em cuja fase crescente todas as coisas crescem e em cuja fase minguante todas as coisas minguam e são enfraquecidas. Mas este não é o fim, pois logo a lua crescente volta.
A luz sempre vence a escuridão e a deusa reaparece mais uma vez na sua fase criativa e benéfica. Isthar assim governa, sucessivamente, em todos os ciclos da Lua ou meses do ano E, ainda a fertilidade do ano, tudo o que nasce é considerado como sua prole. Essa idéia aparece de um modo lindo na crença de que seu filho, Tamuz, era a vegetação de toda a Terra.
O mito diz, que ao obter a virilidade, ele torna-se seu amante. Entretanto, ano após ano, ela o condena à morte. Na passagem do ano, época do Solstício de Verão, ele morre e vai para o submundo. Por ocasião deste evento, a deusa e todas as mulheres choram por ele, e isso ocorre no mês que tem seu nome, Tamuz ou Du'úzu.
Os hinos de lamentação foram preservados até hoje, e diz o seguinte:
"Levanta-te, então vai, herói,
pela estrada do "Não-Retorno"
Ai herói! guerreiro, un-azu
Ai herói! herói, meu deus Damu
Ai herói! filho-meu, fiel senhor
Ai herói! Gu-silim dos olhos brilhantes
Ai herói! Tu és minha luz divina."





Isthar e as outras mulheres ficavam de luto pelo deus Verde, até que ela empreendia a perigosa jornada para a Terra-do-não-retorno, a fim de salvá-lo. Lá suas jóias brilhantes lhe são retiradas, ao passar por cada uma das seis portas que guardam o lugar.


No final desprovida de suas jóias e forças deve lutar com sua irmã Alatu pela posse de Tamuz. Nesta versão, Isthar é considerada Rainha do submundo, pois como a Lua ela caminha por entre os mundos, o Superior e o Inferior. A perda de suas jóias em seis estágios é o equivalente à fragmentação do deus lunar e representa os seis pedaços noturnos que são tirados da Lua nas seis noites do último quarto.

Quando a senhora Ishtar faz sua descida ao Mundo dos Mortos, nenhuma paixão é sentida na terra e a esterilidade governa:

"Desde que a Senhora Ishtar desceu
à Terra-do-não-retorno
O touro não cobre a vaca,
o asno não se curva sobre a fêmea,
O homem não corteja a mulher na rua,
O homem dorme em seu quarto
A mulher dorme sozinha."



Novamente, em seu retorno à terra, a vida e o amor são despertados, como Isthar exclama em uma ode:

"Eu volto a macho para a fêmea:
Eu sou aquela que enfeita o macho para fêmea,
Eu sou aquela que enfeita a fêmea para o macho."

Era somente depois de sua volta à Terra que o poder da fertilidade e também do desejo sexual podiam operar novamente. Ela é a deusa que desperta o impulso sexual nos animais e nos homens. Sua atividade sexual era enfatizada em descrições como "a doce e sonora dama dos deuses", apesar de ser conhecida também por sua cruel e implacável volubilidade em relação aos seus amantes. Uma vez que era ela quem trazia o amor e a felicidade sexual, ela também detinha o poder de retirá-los. Sem essa Deusa sedutora de seios fartos, nada que dissesse respeito ao ciclo da vida poderia consumar-se.


É muito importante o reconhecimento do papel da Lua em nosso inconsciente. Os antigos já retratavam os movimentos de uma força psicológica que operava no inconsciente do homem e eles sabiam muito sobre estas forças, pois registraram-nas de uma forma totalmente sem preconceitos. Nós é que somos preconceituosos e descartamos qualquer teoria que não se ajuste a algo materialmente observável. Grande erro, pois o funcionamento de fatores psicológicos não são suscetíveis à experimentação e observação direta.

Como Sinn (deus da lua), que a precedeu, Isthar é trina, pois é a Lua em seus três aspectos. Em sua forma brilhante ou do Mundo Superior, era cultuada como a Grande Mãe que havia frutificado a terra e cuidava de seus filhos. Tal fato é afirmado quando se concebe que quando ela estava ausente o homem e os animais perdiam seu desejo e poder de fertilidade. Quando retornava, o amor brotava outra vez por todo o mundo. Os poderes do amor e fertilidade eram os efeitos de um espírito vivo que ela carregava consigo e que afetava a todos como um contágio.



RAINHA DO CÉU

Como Rainha-do-céu era concebida como a condutora das estrelas. Ela própria tinha uma vez sido estrela, a estrela da manhã e a estrela da tarde, que acompanhava Sinn, o então deus da Lua, como sua esposa. Posteriormente ela o substitui, passando a reinar e tornando-se Rainha-das-estrelas e Rainha-do-céu. Percorria o céu todas as noites em uma carruagem puxada por leões ou bodes.

Isthar regia o planeta Vênus, quando se apresentava como guerreira destemida (na forma de estrela matutina) ou a cortesã sedutora (na forma de estrela vespertina). Por vezes, as duas formas se fundiam emergia a Senhora da Vida e da Morte. Invoque sempre Isthar ao cair da tarde e conecte-se com o planeta Vênus. Medite e peça à Deusa suas bençãos e reforce sua feminilidade e fertilidade.


As constelações zodíacas eram conhecidas pelos antigos árabes como as Casas-da-Lua, enquanto que o cinto zodiacal inteiro era chamado de "Cinto de Ishtar", um termo que se refere ao calendário da Lua dos antigos, para os quais os meses do ano eram as doze luas do ano solar. Assim, Ishtar era a Deusa-do-tempo, cujos movimentos governavam a semeadura e a colheita, e controlavam o ciclo anual das atividades agrícolas. Era conhecida como governante moral dos homens.

O nome do deus Sinn, é familiar para nós, se pensarmos no monte Sinai, que significa "Montanha-da-Lua". Esse fato lança uma luz interessante sobre a história judaica, pois foi no monte Sinai que Moisés recebeu as Tábuas da Lei. Sinn, como deus da Lua, era o antigo legislador, antecedendo de muito a Moisés. Foi portanto em um lugar muito apropriado que este procurou e encontrou as tábuas enviadas pelo poder divino.



RAINHA DO SUBMUNDO

Como Rainha-do-submundo, ISTHAR entretanto, tornava-se inimiga do homem e destruía tudo aquilo que havia criado durante sua atividade no mundo superior. Era, então, cognominada a Destruidora-da-vida, a Deusa-dos-terrores-da-noite, a Mãe Terrível, deusa das tempestades e da guerra. Era também a provedora de sonhos e presságios, da revelação e compreensão das coisas que estão escondidas.

O submundo dos antigos representava, as profundezas escondidas e desconhecidas do inconsciente. Mas, quando nós reconhecemos que o inconsciente está dentro de nós, sendo a parte escondida de nosso psique, ele torna-se um lugar geográfico real, para o qual alguém poderia ir em uma jornada de barco ou carruagem.


A afirmação de que a Deusa-do-submundo possuía poderes mágicos, equivale a dizer que o inconsciente funciona de maneira secreta e desconhecido, isto é, mágica. Este fato é prontamente admitido por qualquer pessoa que dele tenha pelo menos um leve conhecimento.

Já que sofremos as conseqüências de seu poder inexplicável, seria interessante se pudéssemos manter uma boa relação com ele. Pois, para os antigos, a deusa da Lua era a rainha deste reino. Tinha ali tanto poder quanto no mundo superior. Uma relação segura e útil com os poderes do submundo podia ser obtida através de uma aproximação adequada com ela.


FORMAS MUTANTES

Em suas forma mutantes, Ishtar desempenha todos os papéis femininos possíveis. É chamada de filha como também de irmã do deus Lua, que é ao mesmo tempo seu próprio filho (Tamuz). É mulher, a personificação do Yin, do princípio feminino e do Eros. Para as mulheres ela é o próprio princípio de ser. Para os homens é a mediadora entre eles mesmos e a fonte secreta da vida, escondida nas profundezas do inconsciente.


Como seu filho, Tamuz, Ishtar era chamada Urikittu ou a Verde, a produtora de toda a vegetação. Seu símbolo era uma árvore convencional, chamada Asera, que era venerada como se fosse a própria deusa.

O poder e significação desta grande Deusa da Lua, Rainha-do-céu, que caiu nas águas do Eufrates e foi trazida à praia por um cardume de peixes servos, se encontram explicados num hino que encontra-se em uma das "Sete tábuas da Criação", que datam do século VII a. C, embora o próprio hino seja muito mais antigo.


Isthar foi conhecida ainda como Grande Deusa Har, Mãe das Prostitutas. Sua alta sacerdotisa, Harina, era considerada a soberana espiritual "da cidade de Isthar". Antigo entalhe em uma parede de mármore retrata Isthar sentada à beira de uma janela. Nessa típica pose da prostituta, ela é conhecida como "Kilili Mushriti", ou "Kilili que se inclina para fora." Diz ela: "Uma compassiva prostituta eu sou".

Ishtar é "Diva Astarte, Hominum deorumque via, vita, salus: rusus eadam quae est pernicies, mors, interitus." (Divina Astarte, o poder, a vida, a saúde dos homens e o oposto disso que é o mal, a morte e a destruição).



ISHTAR DAS BATALHAS

Por dois dias, ao final do mês de maio, os romanos celebravam a Festa da Rainha do Submundo, uma celebração em honra as deusas do submundo Hécate, Cibele e Ishtar.

Apesar de Isthar ser conhecida no Oriente Médio como a deusa do amor, ela era conhecida também por sua ferocidade nas batalhas e na proteção de seus seguidores. Quando neste aspecto, Isthar conduzia uma carruagem puxada por sete leões, ou sentava-se num trono ornado com leões, portando um cetro de serpente duplo e ladeada por dragões. Ela era chamada de Possessora das Tábuas com os Registros da Vida, a Guardiã da Lei e da Ordem, a Dama das Batalhas e da Vitória. Seus símbolos eram a estrela de oito pontas, o pentagrama, o pombo e as serpentes. Usava um colar de arco-íris, muito semelhante ao de Freia nórdica. Como deusa guerreira, ela levava um arco.


Durante as noites de Lua Cheia (conhecidas como Shapatu), alegres celebrações aconteciam em seus templos. Nestes ritos, chamados chamados de Qadishtu sagrados, as mulheres viviam como sacerdotisas e em seus templos recebiam amantes para expressar a sexualidade como um dom sagrado de Ishtar. Estes ritos permitiam aos homens que comungassem com a deusa.

Ishtar é a deusa dos lados positivo e negativo que tudo regia; patrona das sacerdotisas, guardiã da lei, mestre. Amor, fertilidade, vingança, guerra, desejo amoroso, casamento, leões, cetro e serpente dupla, lápis lázuli, poderes de morte e concepção do mundo, purificação, iniciação, suplantar obstáculos.
Dois de junho era um dos dias sagrados de Ishtar na Babilônia.



RITUAL DE BANIMENTO e LIBERTAÇÃO

Este ritual deve ser realizado durante a Lua Nova ou Minguante. Pode ser efetuado para uma pessoa ou problema específico que esteja lhe atrapalhando. É também indicado quando precisar encerrar um relacionamento.

Serão necessários um incenso de banimento, um pequeno pedaço de papel, lápis, óleo de patchuli ou cânfora, uma adaga ou espada, um vasilha com pequenas quantidades de louro e olíbano em pó e um caldeirão metálico.


Acenda o incenso. Escreva o nome do problema ou da pessoa no papel e deposite-o no altar ao lado do óleo de patchuli. Em uma pequena vasilha deverão estar o louro e o olíbano.
Erga a espada ou adaga à sua frente, apoiando a ponta no caldeirão. Bata seu pé contra o chão e diga:


Ouça-me, ó poderosa Isthar.
Este é um período de libertação, de livrar-se de algo.
Eu corto todos os laços com (nome da pessoa ou problema).
Envie seus grandes poderes para que isso (ele/ela) saia da minha vida.

Permaneça segurando a espada à sua frente enquanto mentalmente visualiza a pessoa ou o problema afastando-se rapidamente da ponta da espada. Veja-o despencando dentro do caldeirão até desaparecer. Tente vê-lo desaparecer por completo. Não especifique o modo como deseja que isso ocorra, deseje apenas que o problema não mais lhe cause transtornos.
Apanhe o papel e espete-o na ponta da lâmina, dizendo:

Todos os laços estão cortados.
Nada mais nos une.
Você está sendo carregado pelos ventos da Senhora das Batalhas.

Remova o papel da lâmina. Ponha uma gota de óleo de patchuli ou cânfora nos quatro cantos e no centro. Queime dentro do caldeirão.


Rainha dos Céus, Deusa da Lua,
Lance seus poderosos raios sobre meus inimigos.
Que eles se curvem em derrota.
Defenda-me, Senhora das Batalhas e da Vitória!

Polvilhe um pouco de ervas picadas sobre o papel enquanto este queima; se este já estiver consumido, faça um pequeno montinho de ervas e acenda-o. Diga:

A renovação vem do caldeirão do Submundo.
Assim como Isthar ascendeu vitoriosa de sua jornada,
Eu me renovo através de seu amor e sabedoria.

Livre-se do papel e das ervas queimados usando a descarga de seu banheiro, uma simbologia adequada para livrar-se de problemas.



ORAÇÃO À DEUSA ISTHAR


Ó deusa dos homens, ó deusa das mulheres,
tu, cujo desígnios ninguém pode compreender,
Onde olhas com compaixão o morto vive outra vez,
o doente é curado, o aflito é salvo de sua aflição.
Eu, teu servo, pesaroso, em suspiros
e em angústia, te imploro.
Considera-me, ó minha senhora,
e aceita a minha súplica.
Compadece-te de mim e ouve a minha oração!
Grita para mim "Basta!" e deixa que
o teu espírito seja apaziguado.
Por quanto tempo irá meu corpo, que está cheio
de inquietação e confusão, lamentar?
Guia meus passos na luz, que entre os homens
eu possa gloriosamente procurar o meu caminho!
Deixa minha oração e minha súplica chegar a ti,
E deixa tua grande compaixão cair sobre mim,
Para que aqueles que para mim olharem,
possam exaltar o teu nome,
E que eu possa glorificar a tua divindade
E o teu poder diante da humanidade!

Rosane Volpatto

terça-feira, 26 de maio de 2009

AS NOVE MUSAS

AS MUSAS

As Deusas gregas da arte e da inspiração ainda têm relevância para nós hoje, pois nos vincula com importantes arquétipos que ainda podem ser vivenciados por pessoas criativas que procuram no íntimo de sua própria alma a fonte de inspiração.

As Musas foram o resultado da união entre Zeus e Mnemósine (Memória). Ele fizeram amor por nove noites. Um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo do Monte Olimpo. Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário.

O coro das Musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais. Elas também freqüentavam o Monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse de suas águas. Ao lado dessas fontes, as Musas faziam gracioso movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas.

Os nomes e atributos das nove irmãs são:


1. Clio (a quem confere fama) era a Musa da História, sendo símbolos seus o clarim heróico e a clepsidra e ainda, um antigo relógio de água. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado "Tucídide". Aos seus atributos acrescentam-se ainda o globo terrestre sobre o qual ela descansa, e o Tempo que se vê ao seu lado, para mostrar que a História alcança todos os lugares e todas as épocas.

2. Euterpe (a que dá júbilo) era a Musa da Poesia Lírica e tinha por símbolo a flauta, que era de sua invenção. Ela é uma jovem, que aparece coroada de flores, tocando o instrumento de sua invenção. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Por estes atributos, os gregos quiseram exprimir o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam.

3. Tália (a festiva) era a Musa da Comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga.

4. Melpômene (a cantora) era a Musa da Tragédia; usava máscara trágica e folhas de videira. Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos. Às vezes dão-lhe como séquilo o Terror e a Piedade.

5. Terpsícore (a que adora dançar) era a Musa da Poesia Lírica e da Dança. Também regia o canto coral e portava a cítara ou lira. Apresenta-se coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos. Alguns autores fazem-na mãe das Sereias.

6. Érato (a que desperta o desejo) era a Musa do verso erótico ou da Poesia Amorosa. É uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno Amor que beija-lhe os pés.

7. Polímnia (muitos hinos) era a Musa dos Hinos Sagrados e da Narração de Histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca.

8. Urânia (celeste) era a Musa da Astrologia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática. Urânia era a entidade a que os astrônomos/astrólogos pediam inspiração.

9. Calíope (bela voz), a primeira entre as irmãs, era a Musa da Poesia Épica e da Eloqüência. Seus símbolos eram a tabuleta e o buril. É representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro, emblema que, segundo Hesíodo, indica sua supremacia entre as outras Musas. Está ornada de grinaldas, com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia.
As Musas eram representadas como jovens de rosto sorridente, grave e pensativo, de acordo com sua função. Não somente as Musas eram consideradas como Deusas, mas prodigalizaram-se-lhes todas as honras da divindade. Em seu louvor, faziam-se sacrifícios em muitas cidades da Grécia e da Macedônia. Geralmente o templo das Musas era também o das Graças, visto que os cultos eram comuns e raramente separados. Nas festividades eram sempre invocadas e saudadas com uma taça em punho. Entretanto, ninguém as honrou mais do que os poetas, que jamais deixam de invocá-las, no começo de seus poemas.

O Parnaso, o Hélicon, o Pindo, o Piero eram a sua moradia costumeira. O cavalo alado Pégasus, que só aos poetas empresta o dorso e as asas, ia pastar habitualmente nessas montanhas e nos arredores. Entre as fontes e os rios, o Hipocrênio, a Castália e o Permesso eram-lhes consagrados. E, entre as árvores, a palmeira e o loureiro. Quando elas passavam juntas, Apolo, coroado de louros e com uma lira na mão, abria marcha e conduzia o cortejo.

Apelidavam-nas em Roma de Camenes, expressão que significa "agradáveis cantoras". O seu sobrenome Piérides origina-se de Piero, monte da Macedônia, que elas freqüentavam. Alguns poetas, porém, dão a essa palavra outra explicação. Piero, rei da Macedônia, dizem eles, tinha nove filhas, exímias todas na Poesia e na Música. Orgulosas do seu talento, elas ousaram ir desafiar as Musas no próprio Parnaso. A luta foi aceita e as ninfas da região, designadas para árbitros, pronunciaram-se em favor das Musas. Indignadas por esta decisão, as Piérides se arrebataram e despojadas de senso esportivo, quiseram mesmo bater em suas rivais. Mas Apolo interveio e as metamorfoseou em pegas. Em conseqüência dessa vitória, as Musas tomaram o nome de Piérides.

Em uma época anterior, foram adotadas em forma tríplice. No Monte Hélicon eram conhecidas originalmente como Mélete (praticar), Mneméia (lembrar) e Aiodê (cantar).

As Musas trabalham para nos inspirarem. Vivem constantemente sob as imagens fugidias e os pensamentos sempre inconstantes que formam o tecido da nossa consciência. Se estivermos atentos, se nos prepararmos e tivermos uma atitude interior positiva, as Musas se manifestarão e porão constantemente diante de nós idéias e imagens inspiradoras que podemos encadear e manejar criativamente por intermédio da nossa mente consciente. Se cultivarmos uma boa relação com nossas Musas interiores, poucas vezes nos faltará inspiração. Essa fonte e nascente interior da intuição e da inspiração pode nos impor com tamanha força o seu fundo criativo de idéias e imagens que os artistas e pessoas criativas em geral muitas vezes se vêem levados de roldão pela sua correnteza.

Trazer as Musas para nossa vida cotidiana é comemorar a nossa própria divindade. Um dos maiores problemas que nos impedem de alcançar uma liberdade verdadeiramente criativa é a necessidade de tentarmos a perfeição. A maioria das vezes, gastamos tempo demasiado tentando transformar um trabalho já bastante aceitável e nos esquecemos que a perfeição é um ato impossível. Coube então, as Musas, a missão de livrar nós mortais desta insatisfação perante o mundo. São elas que nos levam a uma liberação criativa inspirada.

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto in:
http://www.rosanevolpatto.trd.br/musas.htm

DEUSA DAS PROFETIZAS

"Eu sou naquela que fala da boca da Terra,do centro da Terra..."

A verdadeira Deusa da profecia era Gaia a Mãe Terra, mãe de todas as coisas,em Delfos Gaia ,a Grande Mãe Terra possuía um templo muito anterior ao de Apolo,aonde suas sacerdotisas as pítias ou pitonisas profetizavam,em Delfos que era um local aonde a Deusa Gaia mantinha seu caldeirão sagrado,símbolo da inspiração profética e das habilidades místicas de prever o futuro aonde se encerravam todos os mistérios da vida humana.

O nome pítia ou pitonisa ao contrario do que se deve pensar não vem de Apolo,e sim do nome da Serpente-Dragão filha da Deusa da Terra,simbolizando aqui que toda profetiza era filha da serpente,alias a serpente em todo mundo é uma das manifestações do Feminino Sagrada,a Grande Deusa da Lua Cibele é vista num espelhos etrusco oferecendo uma caneca a uma serpente sagrada,no Egipto Ísis (Aset)era representada com uma serpente e as vezes era ela própria a serpente, no Brasil a Grande Mãe Anandercy aparece para os índios tupis guaranis em forma de serpente e lhes ensina a usarem as ervas sagradas.

Sendo assim a serpente esta associada a lua e a adivinhação.

O templo de Delfos o mais celebre e conhecido Templo era um templo aonde Gaia (TERRA)profetizava,que depois passou a Têmis (TRANSE) sua filha,depois para Febe (ESCURIDÃO) e só depois veio a ser de Apolo o divino Deus solar e patriarcal que mata a serpente filha da Deusa, simbolizando assim a queda da Grande Mãe Profetiza em detrimento a um novo sistema solar e patriarcal.

O ato de entrar em contacto com a Deusa da Terra ajuda a sacerdotisa(pitonisa, sibila ou melissa) a entrar em contacto com sua própria alma e estabilizar suas energias para melhor servir a Deusa,além disso o poder da Terra dava o impulso espiritual para que a mulher chega se ao estado de êxtase,o transe e que lhe desse vazão ao poder divino que tomava lhe o corpo e a induzia a profecia,deixando lhe em um estado altera do consciência.

Durante a sua profecia a sacerdotisa ficava sentada no trípode (cadeira alta de três pés).Mas antes disso ela participava de uma série de rituais aonde renovava seu poder espiritual e concentrava seu contacto com a Deusa,em um lago na Castália ela se banhava simbolizando sua limpeza e sua reconecção com a Deusa, jejuava três dias e mascava folha de loireiro sem morde lo utilizando apenas a língua e sentindo um enraizamento com a folha,além disso ela também cumpria uma serie de rituais aonde se recolhi para melhor meditar sobre os mistérios da Deusa da Terra.

Durante o ritual o Oráculo da Deusa a terra tremia simbolizando o poder da Deusa de actuar e mudar a realidade,enquanto isso a pítia era conduzida pelo sacerdotes até o trípode, Enquanto gritava e se mexia e uiva parecia possuída pela própria Deusa.


Como sibilas são conhecidas as mais famosas profetizas da Deusa,aquelas cujos fragmentos de suas historias encontramos a historia de uma sibila que havia sido seduzida pelo deus solar que roubou o oráculo da Deusa da adivinhação Apolo:

-"Ele prometeu-me satisfazer minha vontade, se eu concordasse em ser sua. Tomei um punhado de areia e estendendo o braço, pedi-lhe para ver tantos aniversários quantos grãos tinha na mão. Infelizmente, esqueci-me de pedir a juventude. Posso viver setecentos anos, mas meu corpo enfeza-se à medida que os anos passam e um dia morrerei, mas a minha voz permanecerá e as idades futuras respeitarão minha palavra."

Vemos ai claramente uma citação ao seu poder profético


O TEMPLO ASTRAL


Sentada no chão, diante de você, coloque uma garrafa com vinho ou hidromel. Posicione suas mãos em forma de cuia em torno da garrafa. Comece agora a iniciar o relaxamento e depois inspire e expire pela boca quatro vezes sucessivamente, enquanto encolhe os músculos da barriga levemente. Isso aumentará o ar fora do estômago e a auxiliará a encher apenas os pulmões.
Feche os olhos e agora visualize o seu templo, com você caminhando até ele. Permita que sua imaginação aja livremente. Suba pelas escadarias e entre no templo.
A seguir, crie mentalmente um altar no centro do templo. Imagine-se construindo este altar ou formando-o magicamente por meio de gestos rituais. Não se esqueça que este é seu universo e você é a criadora deste espaço. Entretanto, procure simplificá-lo o máximo que puder, pois você terá de acessar mentalmente as imagens que criar no cenário nas primeiras vezes que adentrar o templo.
Coloque uma cadeira trípode (três pés) em frente ao altar. Ao terminar, é hora de olhar à sua volta e contemplar o que você criou. Caminhe mentalmente ao redor e preste atenção a tudo.
A seguir, sente na cadeira e chame por uma Sibila. Provavelmente não demorará muito para ela aparecer e você dirá que veio em busca de orientação.
Conversem o tempo que desejar e depois despeça-se agradecendo.
Para sair do templo basta estalar os dedos ou bater palma três vezes. A garrafa que esteve em suas mãos durante todo o ritual, estará agora carregada com a essência de tudo que você experimentou. Nas próximas vezes que entrar no templo, tome um gole da garrafa antes para fortalecer seu trabalho mental/astral.
Deste dia em diante, o templo astral estará lá a seu dispor, até que você mentalmente o dissolva. Sempre que você desejar, poderá ter outros encontros com as Sibilas e pedir orientação para os seus trabalhos e sua vida.

http://www.rosanevolpatto.trd.br/sibila.htm
http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusatemis.htm