CLEÓPATRA, SUA VERDADEIRA HISTÓRIA
SUA ORIGEM
Sobre Cleópatra VII muito pouco se sabe e o que chegou até nós foi porque cruzou o caminho dos governantes romanos como Júlio Cesar, Marco Antonio e Otávio Augusto.
Sua família, de origem grega, havia se estabelecido no Egito através de sua conquista por parte do macedônio Alexandre Magno. No ano de 323 a. C. Ptolomeu Lagos já havia instaurado sua própria dinastia na terra dos faraós, fazendo de Alexandria a mais importante cidade da época. Foi através do historiador grego Plutarco que se soube a data de nascimento de Cleópatra. O autor fala no obra "Vida de Antonio" que a rainha do Egito havia morrido aos 39 anos. Sabendo-se que se suicidou em 12 de agosto do ano de 30 a.C., então ela nasceu no ano 69 a.C.
Cleópatra era filha de Ptolomeu XII, apelidado Auletes (tocador de flauta) e de Cleopatra VI Trifena, provavelmente irmã de seu marido. Não há confirmação de que Cleópatra seja filha da irmã-esposa de Ptolomeu XII e, inclusive cogita-se a idéia de que ela seria uma filha bastarda. Sua irmã mais velha chamava-se Berenice IV e a mais nova, Arsinoe. Como irmãos teve: Ptolomeu XIII e Ptolomeu XVI, com quem, de acordo com o costume egípcio, iria contrair matrimônio para tornar-se rainha.
SUA EDUCAÇÃO
Segundo Plutarco, Cleópatra dominava o arameo, o hebreu, o árabe, o etíope, o latim, etc., num total de 9 línguas. Sua primorosa educação, lhe proporcionaria a bagagem intelectual para, tempo depois, pudesse manipular personagens importantes da sua época com o único objetivo de manter o Egito como um estado independente.
Cleópatra podia tirar proveito do dia a dia da corte, observando as decisões políticas de seu pai, de origem bastarda, que chegou ao trono por não existir herdeiro direto. Mas, sua situação sempre foi marcada pelo temor de perder seu trono e isso o motivou a procurar apoio estrangeiro, que pode encontrar unicamente em Roma. Mediante o pagamento de inúmeras dádivas, Ptolomeu XII conseguiu ter o povo romano como amigo e aliado. Porém, sua má política interna e externa, fez com que perdesse a ilha de Chipre, tradicionalmente egípcia, motivando revolta entre os seus súditos e foi obrigado a abandonar Alexandria no ano 58 a.C.
Sem outro jeito, deixou o poder nas mãos de sua filha Berenice. Exilado e refugiado em Éfeso, dois anos mais tarde com a força das armas e a ajuda do governo romano da Síria permitiram que recuperasse o trono. Como sua filha Berenice reagiu e não quis lhe devolver o poder, mandou executá-la. Desse modo, Cleópatra alcança a primeira posição na linha sucessória.
Quando ficou muito doente, Ptolomeu XII tentou estabelecer uma monarquia colegiada entre seus filhos. Mas, ao morrer, no ano 51 a.C., é Cleópatra que sobe ao trono com apenas 17 anos de idade. Se casou com seu irmão Ptolomeu XIII que contava com 10 anos de idade, já que uma das normas da dinastia ptolomaica regia de que a rainha deveria ser casada.
Ptolomeu XIII, instigado por seus conselheiros, já aspirava matar a irmã-esposa para ficar com o trono do Egito. Há notícias de que no final de 49 a.C. Ptolomeu XIII havia sido declarado amigo e aliado do povo romano e colocado sob a tutela de Pompeu, já que era menor de idade. Cleópatra ante as circunstâncias, declarou guerra ao irmão e teve de fugir para a Síria, onde reuniu um exército para combater o irmão. Pouco depois, no verão do ano 48 a.C. pode organizar-se militarmente com seus fiéis partidários na cidade de Pelúsio.
Júlio César havia conseguido derrotar Pompeu em Farsália em junho de 48 a.C., porém esse pode escapar da morte fugindo para o Egito em busca de refúgio junto a Ptolomeu XIII, de quem havia sido nominalmente tutor. Entretanto, acabou assassinado. César chegou à Alexandria logo após esse crime e logo fica sabendo do enfrentamento entre os irmãos Ptolomeu XIII, governando em Alexandria e Cleópatra, acampada em Pelúsio.
Ptolomeu XIII morreu afogado no Nilo no ano de 47 a.C.
CLEÓPATRA E JÚLIO CESAR
Segundo conta a lenda, para conquistar César, ela se enrolou em um tapete, que o fez chegar até ele como presente. Quando ela saiu lá de dentro, o romano de 54 anos ficou maravilhado ante ao atrativo físico e a graça de uma jovem que só tinha 21 anos. No entanto, tudo não foi tão fácil para Cleópatra, pois Júlio César impôs a reconciliação entre os irmãos.
A tal reconciliação foi algo fictício, pois Ptolomeu XIII sempre havia desejado expulsar de Alexandria César. Durante quatro meses os exércitos greco-egípcios e romano se confrontaram em uma série de escaramuças, uma das quais finalizou com a queima da frota egípcia no porto alexandrino. As chamas também alcançaram os moles e edificações próximas, entre elas, a famosa Biblioteca de Alexandria, construída por Ptolomeu. Durante essas batalhas, acredita-se que Ptolomeu XIII morreu afogado no rio Nilo comandando sua frota. Em 15 de janeiro do ano 47 a.C. César controlava o Egito.
Morto Ptolomeu XIII, no estrito cumprimento do testamento depositado em Roma, César entregou o poder a Ptolomeu XIV, que só tinha 6 anos, obrigando a Cleópatra, que já era amante do romano, a casar-se com seu irmão e formar um novo casal real.
Apesar de César estar muito envolvido com Cleópatra, decide voltar a Roma, mas a deixa grávida de um filho seu. Em 27 de junho de 47 a. C., nasceu Ptomoleu César, que o povo egípcio chamou de Cesarión.
No ano seguinte, com seu marido e filho parte para Roma, onde é recebida como uma rainha por César, mas para o povo romano ela não era mais do que sua amante. Esta viagem, independente de outros valores, nos revela o interesse por conhecer os costumes romanos e inclusive o desejo de uma oriental por ocidentalizar-se. Cleópatra permaneceu um ano e meio em Roma, em uma cidade que não podia se comparar com a bela Alexandria. A rainha estava protegida por César, mas tinha a esperança de alcançar uma união legal, o que nunca aconteceu.
César, nunca se importou com o povo, que não gostava da egípcia e construiu em sua honra uma estátua de ouro no templo de Vênus. Porém, o descontentamento era tal, que em 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi assassinado durante uma reunião do Senado romano.
A morte de César, truncou os planos, mais políticos que pessoais de Cleópatra. Não só o assassinato, mas também o conhecimento do testamento de César, em que tornara seu único herdeiro Otávio, filho de uma sobrinha-neta por parte de sua irmã, fizeram a compreender que momentaneamente deveria renunciar ao seu sonho. Sua vida e de seu filho corriam perigo e logo retornou ao Egito, esperando o desenrolar de novos acontecimentos.
CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
Cleópatra, de volta ao Egito, sabia que ela não poderia manter a unidade de seu reino contra a invasão dos romanos e que seria necessária uma outra aliança para que não fosse atacada. Decidiu então conquistar Marco Antônio, outro membro do Triunvirato que governava a República Romana. Contam que para conquistá-lo, preparou uma grande festa em sua honra, onde não faltaram presentes, belas mulheres e onde se utilizou de todos os seus encantos para seduzi-lo. Marco Antônio não pode resistir à Cleópatra e durante um ano viveram em festa permanente. A rainha ficou grávida de gêmeos, mas o romano não pode vê-los nascer, pois no começo do ano 40 a.C., teve que retornar à Roma, pois Fúlvia, sua esposa, participava de uma conspiração contra Otávio. No final do ano sua esposa morreu e firmou um acordo de paz com Otávio e em sinal de amizade, se casou com a irmã deste, Otávia.
Cleópatra seguiu reinando o Egito. Quatro anos depois Marco Antonio regressou e tiveram seu terceiro filho, Ptolomeu Filadelfo. Durante algum tempo, Marco Antônio não obteve êxito em suas conquistas, perdendo muitos soldados e terras, até que finalmente invadiu a Armênia e regressou triunfante à Alexandria. Cleópatra foi coroada "Rainha dos reis" e todos seus filhos receberam títulos reais.
Cesários, com 13 anos, foi proclamado "Rei dos reis"; Alejandro Helios, de 6 anos, foi nomeado rei da Armênia; Cleópatra Selena, Rainha de Cirenaica e Creta, também com 6 anos; Ptolomeu Filadelfo, com só 2 anos, rei da Ásia Menor.
Marco Antônio e Cleópatra eram fortes aliados e tinham grandes ambições. Recuperaram alguns territórios que a família da rainha havia controlado no passado. Porém Otávio sabendo da ambição de ambos, informou ao Senado romano que Marco Antônio era um traidor. Também tinha tomado o divórcio de Marco Antônio com sua irmã uma ofensa.
O FIM DE CLEÓPATRA
No final de 32 a.C., Otávio declarou guerra à Cleópatra e ao Egito. Marco Antônio atuou na guerra como aliado de Cleópatra contra Roma. Chegaram à Grécia temendo um ataque que levara a perder esse território. O que realmente aconteceu é que os soldados romanos foram vencendo o exército de Marco Antônio, capturando seus fortes e afundando seus barcos.
Pouco a pouco a situação foi piorando, e desesperados, Antônio e Cleópatra decidiram atravessar o cerco romano. Foram derrotados na famosa batalha de Accio (Actium), enquanto Cleópatra conseguiu fugir com sua frota regressando à Alexandria, onde entrou triunfante como se tivesse conquistado uma grande vitória, para evitar que seus inimigos no Egito não a deixassem entrar ao saber que havia sido vencida por Otávio.
Marco Antônio estava desiludido com a desonra e decidiu ocultar-se na ilha de Faros, sem querer ver ninguém. Enquanto isso, Cleópatra seguia pensando na forma de continuar seu governo. Otávio já não tinha suficiente ouro para pagar os exércitos, por isso não poderia atacar tão cedo. Porém se sabia que ele voltaria em busca das riquezas do Egito.
Um tempo depois, Marco Antônio saiu de seu retiro e unindo-se a Cleópatra de novo voltaram a realizar festas no palácio.
Um ano depois, receberam a notícia da chegada de Otávio, e Cleópatra temendo sua reação, lhe enviou uma carta oferecendo-lhe o Egito com a condição de que seus filhos governassem. Porém Otávio não respondeu, pois sua idéia era governar sozinho.
Marco Antônio reuniu seu exército para enfrentar Otávio, mas seus soldados desertaram e culpavam Cleópatra, que assustada com a ira do romano se encerrou num mausoléu. Corriam rumores que a rainha egípcia havia se suicidado. Marco Antônio enlouquecido se cravou sua espada, justamente no momento em que o secretário de Cleópatra chegava com a notícia que ela estava viva. Foi levado então até a rainha e morreu em seus braços.
Pouco depois, com a idade de 39 anos, morreu Cleópatra, a última rainha do Egito. Morre a grande mulher e nasce o mito.
O MITO DA MULHER DE PODER
Sem sombra de dúvida, Cleópatra jamais foi esta mulher tão hostilizada pela literatura greco-romana. Ela é, antes de tudo, uma personagem que tem despertado o interesse de um grande número de historiadores e o que sabe-se hoje, é que a imagem fornecida pela literatura antiga está impregnada de conceitos equivocados, nos forçando a encarar Cleópatra como uma governante ambiciosa e uma mulher desprovida de sentimentos que utiliza sua sexualidade para alcançar objetivos maiores. Na realidade, esta rainha nem tinha tantos encantos assim, mas se utilizava de um cérebro masculino, que aspirava pelo poder.
A superioridade do Ocidente frente ao Oriente, somada à oposição do masculino pelo feminino foram os elementos que desencadearam a luta entre Cleópatra e o romano Otávio.
Graças a recentes publicações, nos foi possível conhecer um pouco mais da Rainha Cleópatra. É hoje, de nosso conhecimento, o seu paralelo papel de mãe, sempre preocupada com o futuro de seus filhos. Os alguns episódios da vida desta mulher que nasceu no ano de 69 a.C. e morreu em 30 a.C., nos permite contemplar uma rainha que refletia e calculava detidamente todas as suas decisões, tendo sempre em conta os interesses do seu reino e de seus filhos. A opção pelo suicídio é prova cabal destes fatos.
Cleópatra lutou até o fim para preservar a independência de seu reino e se equivocou ao pensar que poderia derrotar Roma. A sua enorme popularidade não só no Egito, revelam que efetivamente ela havia sido uma extraordinária mulher e uma rainha-regente muito competente. Sua memória foi honrada através dos séculos pelos egípcios, porque eles sempre entenderam as atitudes e comportamento desta mulher que antes de tudo, queria reinar um Estado livre, sem a presença romana.
CLEÓPATRAS ATUAIS
Hoje, mais do que nunca, encontramos mulheres que conseguiram posições executivas, gerenciais e profissionais, com todos os poderes e responsabilidades que isso acarreta. Seus problemas, portanto, são de mulheres importantes e, as soluções que darão a eles serão diferentes das dos homens, porque são intrinsecamente diferente deles. Biologicamente, as mulheres são diferentes em estrutura e potencialidade. Psicologicamente, os valores femininos tendem a ser ordenados de forma diferente, de forma que suas prioridades podem não se alinhar da maneira como os homens fazem. As escolhas das mulheres são estruturadas em grande parte por relacionamentos. Ao contrário, os relacionamentos entre homens tendem a ser estruturados largamente pelas escolhas que fazem.
Parece que os conflitos psíquicos mais profundos surgem quando se vive de uma forma fortemente unilateral, voltado para a identidade ou para o relacionamento. A mulher bem-sucedida no mundo masculino e que também tem conseguido manter um lar com filhos e marido, está começando a entender o preço demasiado caro que lhe é cobrado para estabelecer sua identidade. Tem sido mais difícil para ela do que jamais pensara que fosse, pois teve que fazer tudo o que os homens fazem e mais, porque ainda carrega a responsabilidade primária de cuidar da família.
Esta mulher sofre com a recusa ou impossibilidade de conviver com ela mesma. Acaba oscilando entre o desespero e a culpa: desespero de saber que nunca poderá estar completamente segura em um mundo de valores patriarcais; culpa, porque mesmo que consiga o reconhecimento neste mundo, uma parte muito importante de seu ser, seu Eros, terá que ser sacrificada no processo. A posição de um ego voltado para objetivos da identidade, reconhecimento e poder dá margem a uma sombra, uma contraparte inconsciente inferior que recusa significado e reprime o sentimento. A mulher nesta posição pode facilmente ser dominada pelos valores patriarcais ao seu redor. Ela poderá então, se tornar ausente em relação ao filho ou marido; uma mulher fria e distante. Por dentro, entretanto, ela é um caldeirão de contradições. O lado feminino, que em sua totalidade baseia-se na função maternal, será vista por esta mulher como uma ameaça à sua identidade.E, deste modo, a mulher fica dividida entre estes dois conjuntos opostos, que acredita que a sociedade impõe à ela. Mas será mesmo que a sociedade impôs isso?
Não podemos negar que em grande parte somos condicionados pela sociedade. Nossos condicionamentos começam quando nascemos, quando começamos a perceber as expectativas de nossa mãe e depois do mundo inteiro. Mesmo assim, se pudermos acreditar que somos algo mais do que condicionamento, que viemos para este mundo com padrões arquetípicos impressos, então, diante de tudo que nos é oferecido, teremos alguma escolha quanto aos padrões que vamos ultrapassar, quais aceitar e quais recusar.
Pode uma sociedade livre impor alguma coisa a alguém se a pessoa não concorda tacitamente com isso? Quando se percebe que nos foi ensinado a seguir a multidão sem querer pensar, podemos descobrir que afinal de contas ainda temos alguma escolha.
RITUAL DE ENSAIO PARA A MORTE
Sabemos que a vida neste corpo e nesta terra é curta. À medida que envelhecemos, nos tornamos mais conscientes desse simples fato. A vida acabará em breve. Já não nos sobra muito tempo dela, talvez mais vinte anos, talvez apenas mais dez, talvez haja apenas amanhã. Será que então passaremos esses poucos dias preciosos oscilando para frente e para trás entre a culpa de termos sido insuficientemente amorosas e a vergonha de não termos conseguido tudo que éramos capazes de conseguir? Será que desperdiçaremos esse tempo precioso desejando que fossemos melhores em uma coisa ou em outra?
Acho que o que necessitamos é ensaiar o último ato do nosso drama terreno, que é o unico sobre o qual se tem certeza e para o qual estamos menos preparadas. Estou falando do ato de morrer. Pois vamos então ao nosso ritual.
Escolha um lugar agradável, de preferência ao ar livre ou que você possa observar o céu.
Sente-se com a coluna ereta, se preferir pode deitar-se. Mantenha os olhos fechados e esvazie sua mente. Inicie a respiração abdominal, procure encher completamente a barriga e os pulmões. Inspire pelas narinas e expire o ar pelos lábios entreabertos. Vá aumentando a intensidade respiratória por pelo menos 6 vezes.
Imgine-se agora em seu leito de morte. Sinta a vida escoando-se lentamente. Só há uma coisa para você fazer agora: deixar-se ir. Deixe as tarefas e preocupações deste mundo se esvaírem. Deixe sua própria identidade se esvaziar. Deixe tudo, sua casa, suas posses, seus sentimentos, seus pensamentos. Deixe-se levar. Você começará a se sentir mais leve. Perderá toda a carga pesada que estava levando e flutuará no espaço. Você está saindo de seu corpo, está morrendo. Você perceberá o quanto tudo é temporal quando encara a morte.
Caminhe livremente pelo espaço e tente encontrar a entrada de uma caverna, quando achá-la entre nela. Como se fosse a ponta de um aspirador o buraco negro que a(o) sugará para baixo, deixe-se cair sem medo. Pense que você está deslizando em um escorregador. No fim do túnel haverá uma luz muito forte. Tente ficar em pé e aguarde que alguém virá buscá-la(o). Quando isto acontecer, é importante avisar que você ali se encontra para uma rápida visita.
Peça então para conversar com um Mestre. Quando ele surgir, observe sua aparência, a forma com que surge, os mínimos detalhes. Conserve com o Mestre e peça-lhe o que for necessário para compreender este momento. Entregue-se a esta sensação, registre as imagens e palavras e guarde tudo em seu coração. Se Ele lhe oferecer para dar um passeio, não recuse a oferta, não tenha medo, pois você verá o que lhe for permitido ver e o conhecerá o que necessita conhecer.
Depois despeça-se do Mestre, faça-lhe uma reverência e agradeça o contato. Retorne então à saída da caverna. Agora, você será puxada(o) para cima e novamente se encontrará solta(o) no espaço. Localize seu corpo e lentamente volte para ele, carregando as mensagens recebidas e agora, consciente do caminho a seguir.
Abra os olhos, espreguice e permaneça deitada (o) alguns instantes assim.
SEJA BEM-VINDA(O) AO MUNDO DOS VIVOS!
Este ensaio de morte, não é coisa fácil, mas a consciência da morte, pode nos ajudar a contentar-nos com fazer um pouco menos e um pouco mais devagar. Talvez o que realmente importa é aceitar de bom grado o que a vida nos oferece.
Não sabemos se ainda temos vinte, quarenta anos ou apenas um dia para pôr em prática o que quer que a vida nos oferece em sua agenda. Por isso, talvez não devêssemos lutar tanto pelos aplausos, porém mais pelo prazer e a graça da dança.
PENSE NISSO!
Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
A.Weegall : " The life and Times of Cleopatra ". Londres , 1914 .
M.Heim : " Cléopâtre ". París, 1962 .
- J.Benoist - Mechin : " Cléopâtre ou le Rêve evanoui ". Lausa ,1964.
M.Peyramoure : " Cleopatra " . Barcelona , 1959 .
- Enciclopedia Universal ilustrada , tomo XIII : " Cleopatra ".
SUA ORIGEM
Sobre Cleópatra VII muito pouco se sabe e o que chegou até nós foi porque cruzou o caminho dos governantes romanos como Júlio Cesar, Marco Antonio e Otávio Augusto.
Sua família, de origem grega, havia se estabelecido no Egito através de sua conquista por parte do macedônio Alexandre Magno. No ano de 323 a. C. Ptolomeu Lagos já havia instaurado sua própria dinastia na terra dos faraós, fazendo de Alexandria a mais importante cidade da época. Foi através do historiador grego Plutarco que se soube a data de nascimento de Cleópatra. O autor fala no obra "Vida de Antonio" que a rainha do Egito havia morrido aos 39 anos. Sabendo-se que se suicidou em 12 de agosto do ano de 30 a.C., então ela nasceu no ano 69 a.C.
Cleópatra era filha de Ptolomeu XII, apelidado Auletes (tocador de flauta) e de Cleopatra VI Trifena, provavelmente irmã de seu marido. Não há confirmação de que Cleópatra seja filha da irmã-esposa de Ptolomeu XII e, inclusive cogita-se a idéia de que ela seria uma filha bastarda. Sua irmã mais velha chamava-se Berenice IV e a mais nova, Arsinoe. Como irmãos teve: Ptolomeu XIII e Ptolomeu XVI, com quem, de acordo com o costume egípcio, iria contrair matrimônio para tornar-se rainha.
SUA EDUCAÇÃO
Segundo Plutarco, Cleópatra dominava o arameo, o hebreu, o árabe, o etíope, o latim, etc., num total de 9 línguas. Sua primorosa educação, lhe proporcionaria a bagagem intelectual para, tempo depois, pudesse manipular personagens importantes da sua época com o único objetivo de manter o Egito como um estado independente.
Cleópatra podia tirar proveito do dia a dia da corte, observando as decisões políticas de seu pai, de origem bastarda, que chegou ao trono por não existir herdeiro direto. Mas, sua situação sempre foi marcada pelo temor de perder seu trono e isso o motivou a procurar apoio estrangeiro, que pode encontrar unicamente em Roma. Mediante o pagamento de inúmeras dádivas, Ptolomeu XII conseguiu ter o povo romano como amigo e aliado. Porém, sua má política interna e externa, fez com que perdesse a ilha de Chipre, tradicionalmente egípcia, motivando revolta entre os seus súditos e foi obrigado a abandonar Alexandria no ano 58 a.C.
Sem outro jeito, deixou o poder nas mãos de sua filha Berenice. Exilado e refugiado em Éfeso, dois anos mais tarde com a força das armas e a ajuda do governo romano da Síria permitiram que recuperasse o trono. Como sua filha Berenice reagiu e não quis lhe devolver o poder, mandou executá-la. Desse modo, Cleópatra alcança a primeira posição na linha sucessória.
Quando ficou muito doente, Ptolomeu XII tentou estabelecer uma monarquia colegiada entre seus filhos. Mas, ao morrer, no ano 51 a.C., é Cleópatra que sobe ao trono com apenas 17 anos de idade. Se casou com seu irmão Ptolomeu XIII que contava com 10 anos de idade, já que uma das normas da dinastia ptolomaica regia de que a rainha deveria ser casada.
Ptolomeu XIII, instigado por seus conselheiros, já aspirava matar a irmã-esposa para ficar com o trono do Egito. Há notícias de que no final de 49 a.C. Ptolomeu XIII havia sido declarado amigo e aliado do povo romano e colocado sob a tutela de Pompeu, já que era menor de idade. Cleópatra ante as circunstâncias, declarou guerra ao irmão e teve de fugir para a Síria, onde reuniu um exército para combater o irmão. Pouco depois, no verão do ano 48 a.C. pode organizar-se militarmente com seus fiéis partidários na cidade de Pelúsio.
Júlio César havia conseguido derrotar Pompeu em Farsália em junho de 48 a.C., porém esse pode escapar da morte fugindo para o Egito em busca de refúgio junto a Ptolomeu XIII, de quem havia sido nominalmente tutor. Entretanto, acabou assassinado. César chegou à Alexandria logo após esse crime e logo fica sabendo do enfrentamento entre os irmãos Ptolomeu XIII, governando em Alexandria e Cleópatra, acampada em Pelúsio.
Ptolomeu XIII morreu afogado no Nilo no ano de 47 a.C.
CLEÓPATRA E JÚLIO CESAR
Segundo conta a lenda, para conquistar César, ela se enrolou em um tapete, que o fez chegar até ele como presente. Quando ela saiu lá de dentro, o romano de 54 anos ficou maravilhado ante ao atrativo físico e a graça de uma jovem que só tinha 21 anos. No entanto, tudo não foi tão fácil para Cleópatra, pois Júlio César impôs a reconciliação entre os irmãos.
A tal reconciliação foi algo fictício, pois Ptolomeu XIII sempre havia desejado expulsar de Alexandria César. Durante quatro meses os exércitos greco-egípcios e romano se confrontaram em uma série de escaramuças, uma das quais finalizou com a queima da frota egípcia no porto alexandrino. As chamas também alcançaram os moles e edificações próximas, entre elas, a famosa Biblioteca de Alexandria, construída por Ptolomeu. Durante essas batalhas, acredita-se que Ptolomeu XIII morreu afogado no rio Nilo comandando sua frota. Em 15 de janeiro do ano 47 a.C. César controlava o Egito.
Morto Ptolomeu XIII, no estrito cumprimento do testamento depositado em Roma, César entregou o poder a Ptolomeu XIV, que só tinha 6 anos, obrigando a Cleópatra, que já era amante do romano, a casar-se com seu irmão e formar um novo casal real.
Apesar de César estar muito envolvido com Cleópatra, decide voltar a Roma, mas a deixa grávida de um filho seu. Em 27 de junho de 47 a. C., nasceu Ptomoleu César, que o povo egípcio chamou de Cesarión.
No ano seguinte, com seu marido e filho parte para Roma, onde é recebida como uma rainha por César, mas para o povo romano ela não era mais do que sua amante. Esta viagem, independente de outros valores, nos revela o interesse por conhecer os costumes romanos e inclusive o desejo de uma oriental por ocidentalizar-se. Cleópatra permaneceu um ano e meio em Roma, em uma cidade que não podia se comparar com a bela Alexandria. A rainha estava protegida por César, mas tinha a esperança de alcançar uma união legal, o que nunca aconteceu.
César, nunca se importou com o povo, que não gostava da egípcia e construiu em sua honra uma estátua de ouro no templo de Vênus. Porém, o descontentamento era tal, que em 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi assassinado durante uma reunião do Senado romano.
A morte de César, truncou os planos, mais políticos que pessoais de Cleópatra. Não só o assassinato, mas também o conhecimento do testamento de César, em que tornara seu único herdeiro Otávio, filho de uma sobrinha-neta por parte de sua irmã, fizeram a compreender que momentaneamente deveria renunciar ao seu sonho. Sua vida e de seu filho corriam perigo e logo retornou ao Egito, esperando o desenrolar de novos acontecimentos.
CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
Cleópatra, de volta ao Egito, sabia que ela não poderia manter a unidade de seu reino contra a invasão dos romanos e que seria necessária uma outra aliança para que não fosse atacada. Decidiu então conquistar Marco Antônio, outro membro do Triunvirato que governava a República Romana. Contam que para conquistá-lo, preparou uma grande festa em sua honra, onde não faltaram presentes, belas mulheres e onde se utilizou de todos os seus encantos para seduzi-lo. Marco Antônio não pode resistir à Cleópatra e durante um ano viveram em festa permanente. A rainha ficou grávida de gêmeos, mas o romano não pode vê-los nascer, pois no começo do ano 40 a.C., teve que retornar à Roma, pois Fúlvia, sua esposa, participava de uma conspiração contra Otávio. No final do ano sua esposa morreu e firmou um acordo de paz com Otávio e em sinal de amizade, se casou com a irmã deste, Otávia.
Cleópatra seguiu reinando o Egito. Quatro anos depois Marco Antonio regressou e tiveram seu terceiro filho, Ptolomeu Filadelfo. Durante algum tempo, Marco Antônio não obteve êxito em suas conquistas, perdendo muitos soldados e terras, até que finalmente invadiu a Armênia e regressou triunfante à Alexandria. Cleópatra foi coroada "Rainha dos reis" e todos seus filhos receberam títulos reais.
Cesários, com 13 anos, foi proclamado "Rei dos reis"; Alejandro Helios, de 6 anos, foi nomeado rei da Armênia; Cleópatra Selena, Rainha de Cirenaica e Creta, também com 6 anos; Ptolomeu Filadelfo, com só 2 anos, rei da Ásia Menor.
Marco Antônio e Cleópatra eram fortes aliados e tinham grandes ambições. Recuperaram alguns territórios que a família da rainha havia controlado no passado. Porém Otávio sabendo da ambição de ambos, informou ao Senado romano que Marco Antônio era um traidor. Também tinha tomado o divórcio de Marco Antônio com sua irmã uma ofensa.
O FIM DE CLEÓPATRA
No final de 32 a.C., Otávio declarou guerra à Cleópatra e ao Egito. Marco Antônio atuou na guerra como aliado de Cleópatra contra Roma. Chegaram à Grécia temendo um ataque que levara a perder esse território. O que realmente aconteceu é que os soldados romanos foram vencendo o exército de Marco Antônio, capturando seus fortes e afundando seus barcos.
Pouco a pouco a situação foi piorando, e desesperados, Antônio e Cleópatra decidiram atravessar o cerco romano. Foram derrotados na famosa batalha de Accio (Actium), enquanto Cleópatra conseguiu fugir com sua frota regressando à Alexandria, onde entrou triunfante como se tivesse conquistado uma grande vitória, para evitar que seus inimigos no Egito não a deixassem entrar ao saber que havia sido vencida por Otávio.
Marco Antônio estava desiludido com a desonra e decidiu ocultar-se na ilha de Faros, sem querer ver ninguém. Enquanto isso, Cleópatra seguia pensando na forma de continuar seu governo. Otávio já não tinha suficiente ouro para pagar os exércitos, por isso não poderia atacar tão cedo. Porém se sabia que ele voltaria em busca das riquezas do Egito.
Um tempo depois, Marco Antônio saiu de seu retiro e unindo-se a Cleópatra de novo voltaram a realizar festas no palácio.
Um ano depois, receberam a notícia da chegada de Otávio, e Cleópatra temendo sua reação, lhe enviou uma carta oferecendo-lhe o Egito com a condição de que seus filhos governassem. Porém Otávio não respondeu, pois sua idéia era governar sozinho.
Marco Antônio reuniu seu exército para enfrentar Otávio, mas seus soldados desertaram e culpavam Cleópatra, que assustada com a ira do romano se encerrou num mausoléu. Corriam rumores que a rainha egípcia havia se suicidado. Marco Antônio enlouquecido se cravou sua espada, justamente no momento em que o secretário de Cleópatra chegava com a notícia que ela estava viva. Foi levado então até a rainha e morreu em seus braços.
Pouco depois, com a idade de 39 anos, morreu Cleópatra, a última rainha do Egito. Morre a grande mulher e nasce o mito.
O MITO DA MULHER DE PODER
Sem sombra de dúvida, Cleópatra jamais foi esta mulher tão hostilizada pela literatura greco-romana. Ela é, antes de tudo, uma personagem que tem despertado o interesse de um grande número de historiadores e o que sabe-se hoje, é que a imagem fornecida pela literatura antiga está impregnada de conceitos equivocados, nos forçando a encarar Cleópatra como uma governante ambiciosa e uma mulher desprovida de sentimentos que utiliza sua sexualidade para alcançar objetivos maiores. Na realidade, esta rainha nem tinha tantos encantos assim, mas se utilizava de um cérebro masculino, que aspirava pelo poder.
A superioridade do Ocidente frente ao Oriente, somada à oposição do masculino pelo feminino foram os elementos que desencadearam a luta entre Cleópatra e o romano Otávio.
Graças a recentes publicações, nos foi possível conhecer um pouco mais da Rainha Cleópatra. É hoje, de nosso conhecimento, o seu paralelo papel de mãe, sempre preocupada com o futuro de seus filhos. Os alguns episódios da vida desta mulher que nasceu no ano de 69 a.C. e morreu em 30 a.C., nos permite contemplar uma rainha que refletia e calculava detidamente todas as suas decisões, tendo sempre em conta os interesses do seu reino e de seus filhos. A opção pelo suicídio é prova cabal destes fatos.
Cleópatra lutou até o fim para preservar a independência de seu reino e se equivocou ao pensar que poderia derrotar Roma. A sua enorme popularidade não só no Egito, revelam que efetivamente ela havia sido uma extraordinária mulher e uma rainha-regente muito competente. Sua memória foi honrada através dos séculos pelos egípcios, porque eles sempre entenderam as atitudes e comportamento desta mulher que antes de tudo, queria reinar um Estado livre, sem a presença romana.
CLEÓPATRAS ATUAIS
Hoje, mais do que nunca, encontramos mulheres que conseguiram posições executivas, gerenciais e profissionais, com todos os poderes e responsabilidades que isso acarreta. Seus problemas, portanto, são de mulheres importantes e, as soluções que darão a eles serão diferentes das dos homens, porque são intrinsecamente diferente deles. Biologicamente, as mulheres são diferentes em estrutura e potencialidade. Psicologicamente, os valores femininos tendem a ser ordenados de forma diferente, de forma que suas prioridades podem não se alinhar da maneira como os homens fazem. As escolhas das mulheres são estruturadas em grande parte por relacionamentos. Ao contrário, os relacionamentos entre homens tendem a ser estruturados largamente pelas escolhas que fazem.
Parece que os conflitos psíquicos mais profundos surgem quando se vive de uma forma fortemente unilateral, voltado para a identidade ou para o relacionamento. A mulher bem-sucedida no mundo masculino e que também tem conseguido manter um lar com filhos e marido, está começando a entender o preço demasiado caro que lhe é cobrado para estabelecer sua identidade. Tem sido mais difícil para ela do que jamais pensara que fosse, pois teve que fazer tudo o que os homens fazem e mais, porque ainda carrega a responsabilidade primária de cuidar da família.
Esta mulher sofre com a recusa ou impossibilidade de conviver com ela mesma. Acaba oscilando entre o desespero e a culpa: desespero de saber que nunca poderá estar completamente segura em um mundo de valores patriarcais; culpa, porque mesmo que consiga o reconhecimento neste mundo, uma parte muito importante de seu ser, seu Eros, terá que ser sacrificada no processo. A posição de um ego voltado para objetivos da identidade, reconhecimento e poder dá margem a uma sombra, uma contraparte inconsciente inferior que recusa significado e reprime o sentimento. A mulher nesta posição pode facilmente ser dominada pelos valores patriarcais ao seu redor. Ela poderá então, se tornar ausente em relação ao filho ou marido; uma mulher fria e distante. Por dentro, entretanto, ela é um caldeirão de contradições. O lado feminino, que em sua totalidade baseia-se na função maternal, será vista por esta mulher como uma ameaça à sua identidade.E, deste modo, a mulher fica dividida entre estes dois conjuntos opostos, que acredita que a sociedade impõe à ela. Mas será mesmo que a sociedade impôs isso?
Não podemos negar que em grande parte somos condicionados pela sociedade. Nossos condicionamentos começam quando nascemos, quando começamos a perceber as expectativas de nossa mãe e depois do mundo inteiro. Mesmo assim, se pudermos acreditar que somos algo mais do que condicionamento, que viemos para este mundo com padrões arquetípicos impressos, então, diante de tudo que nos é oferecido, teremos alguma escolha quanto aos padrões que vamos ultrapassar, quais aceitar e quais recusar.
Pode uma sociedade livre impor alguma coisa a alguém se a pessoa não concorda tacitamente com isso? Quando se percebe que nos foi ensinado a seguir a multidão sem querer pensar, podemos descobrir que afinal de contas ainda temos alguma escolha.
RITUAL DE ENSAIO PARA A MORTE
Sabemos que a vida neste corpo e nesta terra é curta. À medida que envelhecemos, nos tornamos mais conscientes desse simples fato. A vida acabará em breve. Já não nos sobra muito tempo dela, talvez mais vinte anos, talvez apenas mais dez, talvez haja apenas amanhã. Será que então passaremos esses poucos dias preciosos oscilando para frente e para trás entre a culpa de termos sido insuficientemente amorosas e a vergonha de não termos conseguido tudo que éramos capazes de conseguir? Será que desperdiçaremos esse tempo precioso desejando que fossemos melhores em uma coisa ou em outra?
Acho que o que necessitamos é ensaiar o último ato do nosso drama terreno, que é o unico sobre o qual se tem certeza e para o qual estamos menos preparadas. Estou falando do ato de morrer. Pois vamos então ao nosso ritual.
Escolha um lugar agradável, de preferência ao ar livre ou que você possa observar o céu.
Sente-se com a coluna ereta, se preferir pode deitar-se. Mantenha os olhos fechados e esvazie sua mente. Inicie a respiração abdominal, procure encher completamente a barriga e os pulmões. Inspire pelas narinas e expire o ar pelos lábios entreabertos. Vá aumentando a intensidade respiratória por pelo menos 6 vezes.
Imgine-se agora em seu leito de morte. Sinta a vida escoando-se lentamente. Só há uma coisa para você fazer agora: deixar-se ir. Deixe as tarefas e preocupações deste mundo se esvaírem. Deixe sua própria identidade se esvaziar. Deixe tudo, sua casa, suas posses, seus sentimentos, seus pensamentos. Deixe-se levar. Você começará a se sentir mais leve. Perderá toda a carga pesada que estava levando e flutuará no espaço. Você está saindo de seu corpo, está morrendo. Você perceberá o quanto tudo é temporal quando encara a morte.
Caminhe livremente pelo espaço e tente encontrar a entrada de uma caverna, quando achá-la entre nela. Como se fosse a ponta de um aspirador o buraco negro que a(o) sugará para baixo, deixe-se cair sem medo. Pense que você está deslizando em um escorregador. No fim do túnel haverá uma luz muito forte. Tente ficar em pé e aguarde que alguém virá buscá-la(o). Quando isto acontecer, é importante avisar que você ali se encontra para uma rápida visita.
Peça então para conversar com um Mestre. Quando ele surgir, observe sua aparência, a forma com que surge, os mínimos detalhes. Conserve com o Mestre e peça-lhe o que for necessário para compreender este momento. Entregue-se a esta sensação, registre as imagens e palavras e guarde tudo em seu coração. Se Ele lhe oferecer para dar um passeio, não recuse a oferta, não tenha medo, pois você verá o que lhe for permitido ver e o conhecerá o que necessita conhecer.
Depois despeça-se do Mestre, faça-lhe uma reverência e agradeça o contato. Retorne então à saída da caverna. Agora, você será puxada(o) para cima e novamente se encontrará solta(o) no espaço. Localize seu corpo e lentamente volte para ele, carregando as mensagens recebidas e agora, consciente do caminho a seguir.
Abra os olhos, espreguice e permaneça deitada (o) alguns instantes assim.
SEJA BEM-VINDA(O) AO MUNDO DOS VIVOS!
Este ensaio de morte, não é coisa fácil, mas a consciência da morte, pode nos ajudar a contentar-nos com fazer um pouco menos e um pouco mais devagar. Talvez o que realmente importa é aceitar de bom grado o que a vida nos oferece.
Não sabemos se ainda temos vinte, quarenta anos ou apenas um dia para pôr em prática o que quer que a vida nos oferece em sua agenda. Por isso, talvez não devêssemos lutar tanto pelos aplausos, porém mais pelo prazer e a graça da dança.
PENSE NISSO!
Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
A.Weegall : " The life and Times of Cleopatra ". Londres , 1914 .
M.Heim : " Cléopâtre ". París, 1962 .
- J.Benoist - Mechin : " Cléopâtre ou le Rêve evanoui ". Lausa ,1964.
M.Peyramoure : " Cleopatra " . Barcelona , 1959 .
- Enciclopedia Universal ilustrada , tomo XIII : " Cleopatra ".
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