DESPERTAR DE UM NOVO HOMEM
Aloha!
Temos visto que no decorrer da nossa história humana, após o declínio das grandes civilizações ancestrais e do matriarcalismo primordial, houve o crescimento de um patriarcalismo selvagem que predomina desde o império romano com maior ênfase. Nossa organização social até a metade do século passado não respeitava o direito da mulher de votar. Temos que convir que essa organização judaíco-cristã contribuiu muito para a subjugação da mulher durante todo esse período negro da nossa história mundial. Na década de 60, as mulheres ganharam maior espaço no cenário mundial, com a criação dos movimentos estudantis e de grupos feministas. No início, estes grupos lutaram pelos direitos civis e políticos da mulher, procurando equipará-las ao homem. Para atingir esses objetivos, as líderes destes movimentos juntamente com suas companheiras depreciavam o patriarcado, elegendo-o como único culpado na discriminação da mulher.
Como sabemos, foi constatado que elas estavam certas. Ainda é grande o domínio do masculino sobre o feminino. Durante eras existiu esse domínio, e ainda o vemos hoje em dia, em certas nações indígenas aqui mesmo no Brasil, em certas nações africanas, em que os clitóris das mulheres são cortados para que elas não tenham prazer. Em grande parte do mundo, as mulheres vivem à margem da vida social. Elas continuam sofrendo diversos tipos de preconceitos, tais como: salários menores para o desempenho de uma mesma função e uma minoria em cargos políticos. Nas forças armadas,só os homens é que são líderes, e só há bem pouco tempo foi aberto um espaço para elas. Mas ainda não encontramos nenhuma no comando de uma força.
Analisando a tradição Lakota, notei que existe um enorme respeito do filho homem para com a mãe durante toda sua infância e adolescência. Eles só podem olhar para a mãe dentro de seus olhos e falar com ela quando se tornarem guerreiros. Alguns machistas de plantão podem dizer que há um ressentimento muito grande do homem em relação à mulher, devido a eles serem dependentes delas na infância. Freud dizia que a culpa era da mãe, afirmação da qual discordo. Tudo isso vem de longa data, e aumentou mais com o crescimento do capitalismo. Vemos uma onda de consumismo crescente em nosso mundo. Vejam só como o mercado aqueceu com o fortalecimento do real, diminuição dos juros e queda do dólar. Os homens que estão no poder e estão à frente da ciência não admitem limites. Eles querem superar todos os limites, mas esquecem que para atingir esses limites eles têm que respeitar certas leis. Eles esquecem a primeira delas que é a preservação da Mãe Terra. Não podemos esquecer que estamos entrando numa era em que começará a haver uma luta pela água.
No início dos movimentos feministas, os homens achavam graça no que as mulheres faziam e não as levavam a sério, como se fosse mais uma moda. Mas a disseminação e persistência dos movimentos, a adesão da imprensa e os resultados alcançados deixaram os homens perplexos. A profusão de autoras feministas e a quantidade de títulos publicados, batendo sempre na mesma tecla, incentivaram a participação cada vez maior de ativistas e a criação de círculos de mulheres, inclusive com conotações espirituais, tais como o ressurgimento e valorização do culto da Deusa. Tanto esse caminho, como o xamanismo, estão voltados para o respeito à Natureza, procurando viver em harmonia com ela. E nós, como guerreiros deste caminho que não tem nenhum cunho religioso, procuramos superar outro limite, que não seja o de bens materiais ou exploração da Terra. Temos sim que expandir a nossa consciência para a construção de um novo homem, um Homem com H maiúsculo, para que junto com sua companheira, a Mulher, trabalhem para a cura da nossa Mãe Terra. É isso que proponho a vocês.
Não podemos e nem devemos negar que as mulheres estão nas ruas, nos escritórios, nos clubes, nos bares, em casa, e até nas forças armadas, como já citei. Também não podemos questionar sua inteligência. Pergunto a vocês: E o homem? Qual será o papel dele daqui algum tempo? Será que eles estão prontos para serem o companheiro e amante desta nova mulher? Pelo que eu tenho observado, ainda não. Estou cansado de receber em meu consultório, homens sofrendo por se sentirem inferiorizados à mulher. Eles ainda trazem em suas mentes tacanhas aquela velha frase de que o homem tem que sustentar a família. A maioria dos homens ainda não sabe que as exigências sociais mudaram e, portanto, também eles precisarão mudar. Eles precisam se transformar em um novo homem. O homem que se transformará no amante, parceiro, companheiro e marido dessa nova mulher que desponta a cada dia.
É uma utopia acreditarmos que o machão, aquele que espera da mulher ser boa mãe, boa cozinheira, mantenha a casa em ordem, administre o lar com a mesma competência revelada nas horas diárias que ela dedica à empresa onde trabalha, simplesmente vai deixar de existir de maneira cordata e pacífica. O homem terá de dividir o espaço da casa e todas as obrigações com a mulher, como está dividindo no mercado de trabalho. Temos que nos lembrar, que a busca da igualdade de direitos não elimina as diferenças, nem os valores já incorporados. O perigo que está criando em torno do novo papel da mulher na sociedade tende a transformar o homem, cada vez mais, no vilão da história. Creio que interromper esta tendência e revalorizar o homem, indo ao encontro das aspirações femininas, não será menos doloroso do que foi a revolução feminina, iniciada há mais de quarenta cinco anos.
Baseado em tudo que falei até o momento, está havendo um despertar deste novo homem. Nos quatro cantos do mundo, está surgindo grupos de homens, que juntos, num ambiente de confiança mútua, congraçamento e convívio fraterno se reúnem sempre, procurando discutir sobre esse tema e nossas aspirações. Procurando saber o que deve ser feito. E, principalmente, como fazer. Criando, assim, condições para o ressurgimento do homem que atenda às exigências da nova Sociedade.
(...)
Munay...
Wagner Frota
"Jaguar Dourado" (Xamanista e Membro-fundador do Clã Lobos do Cerrado).
http://itodas.uol.com.br/Portal/voce/espiritualidade/materias/materia.itd.aspx?cod=5741&canal=498&Pagina=1
IN: http://www.rosaleonor.blogspot.com/
Aloha!
Temos visto que no decorrer da nossa história humana, após o declínio das grandes civilizações ancestrais e do matriarcalismo primordial, houve o crescimento de um patriarcalismo selvagem que predomina desde o império romano com maior ênfase. Nossa organização social até a metade do século passado não respeitava o direito da mulher de votar. Temos que convir que essa organização judaíco-cristã contribuiu muito para a subjugação da mulher durante todo esse período negro da nossa história mundial. Na década de 60, as mulheres ganharam maior espaço no cenário mundial, com a criação dos movimentos estudantis e de grupos feministas. No início, estes grupos lutaram pelos direitos civis e políticos da mulher, procurando equipará-las ao homem. Para atingir esses objetivos, as líderes destes movimentos juntamente com suas companheiras depreciavam o patriarcado, elegendo-o como único culpado na discriminação da mulher.
Como sabemos, foi constatado que elas estavam certas. Ainda é grande o domínio do masculino sobre o feminino. Durante eras existiu esse domínio, e ainda o vemos hoje em dia, em certas nações indígenas aqui mesmo no Brasil, em certas nações africanas, em que os clitóris das mulheres são cortados para que elas não tenham prazer. Em grande parte do mundo, as mulheres vivem à margem da vida social. Elas continuam sofrendo diversos tipos de preconceitos, tais como: salários menores para o desempenho de uma mesma função e uma minoria em cargos políticos. Nas forças armadas,só os homens é que são líderes, e só há bem pouco tempo foi aberto um espaço para elas. Mas ainda não encontramos nenhuma no comando de uma força.
Analisando a tradição Lakota, notei que existe um enorme respeito do filho homem para com a mãe durante toda sua infância e adolescência. Eles só podem olhar para a mãe dentro de seus olhos e falar com ela quando se tornarem guerreiros. Alguns machistas de plantão podem dizer que há um ressentimento muito grande do homem em relação à mulher, devido a eles serem dependentes delas na infância. Freud dizia que a culpa era da mãe, afirmação da qual discordo. Tudo isso vem de longa data, e aumentou mais com o crescimento do capitalismo. Vemos uma onda de consumismo crescente em nosso mundo. Vejam só como o mercado aqueceu com o fortalecimento do real, diminuição dos juros e queda do dólar. Os homens que estão no poder e estão à frente da ciência não admitem limites. Eles querem superar todos os limites, mas esquecem que para atingir esses limites eles têm que respeitar certas leis. Eles esquecem a primeira delas que é a preservação da Mãe Terra. Não podemos esquecer que estamos entrando numa era em que começará a haver uma luta pela água.
No início dos movimentos feministas, os homens achavam graça no que as mulheres faziam e não as levavam a sério, como se fosse mais uma moda. Mas a disseminação e persistência dos movimentos, a adesão da imprensa e os resultados alcançados deixaram os homens perplexos. A profusão de autoras feministas e a quantidade de títulos publicados, batendo sempre na mesma tecla, incentivaram a participação cada vez maior de ativistas e a criação de círculos de mulheres, inclusive com conotações espirituais, tais como o ressurgimento e valorização do culto da Deusa. Tanto esse caminho, como o xamanismo, estão voltados para o respeito à Natureza, procurando viver em harmonia com ela. E nós, como guerreiros deste caminho que não tem nenhum cunho religioso, procuramos superar outro limite, que não seja o de bens materiais ou exploração da Terra. Temos sim que expandir a nossa consciência para a construção de um novo homem, um Homem com H maiúsculo, para que junto com sua companheira, a Mulher, trabalhem para a cura da nossa Mãe Terra. É isso que proponho a vocês.
Não podemos e nem devemos negar que as mulheres estão nas ruas, nos escritórios, nos clubes, nos bares, em casa, e até nas forças armadas, como já citei. Também não podemos questionar sua inteligência. Pergunto a vocês: E o homem? Qual será o papel dele daqui algum tempo? Será que eles estão prontos para serem o companheiro e amante desta nova mulher? Pelo que eu tenho observado, ainda não. Estou cansado de receber em meu consultório, homens sofrendo por se sentirem inferiorizados à mulher. Eles ainda trazem em suas mentes tacanhas aquela velha frase de que o homem tem que sustentar a família. A maioria dos homens ainda não sabe que as exigências sociais mudaram e, portanto, também eles precisarão mudar. Eles precisam se transformar em um novo homem. O homem que se transformará no amante, parceiro, companheiro e marido dessa nova mulher que desponta a cada dia.
É uma utopia acreditarmos que o machão, aquele que espera da mulher ser boa mãe, boa cozinheira, mantenha a casa em ordem, administre o lar com a mesma competência revelada nas horas diárias que ela dedica à empresa onde trabalha, simplesmente vai deixar de existir de maneira cordata e pacífica. O homem terá de dividir o espaço da casa e todas as obrigações com a mulher, como está dividindo no mercado de trabalho. Temos que nos lembrar, que a busca da igualdade de direitos não elimina as diferenças, nem os valores já incorporados. O perigo que está criando em torno do novo papel da mulher na sociedade tende a transformar o homem, cada vez mais, no vilão da história. Creio que interromper esta tendência e revalorizar o homem, indo ao encontro das aspirações femininas, não será menos doloroso do que foi a revolução feminina, iniciada há mais de quarenta cinco anos.
Baseado em tudo que falei até o momento, está havendo um despertar deste novo homem. Nos quatro cantos do mundo, está surgindo grupos de homens, que juntos, num ambiente de confiança mútua, congraçamento e convívio fraterno se reúnem sempre, procurando discutir sobre esse tema e nossas aspirações. Procurando saber o que deve ser feito. E, principalmente, como fazer. Criando, assim, condições para o ressurgimento do homem que atenda às exigências da nova Sociedade.
(...)
Munay...
Wagner Frota
"Jaguar Dourado" (Xamanista e Membro-fundador do Clã Lobos do Cerrado).
http://itodas.uol.com.br/Portal/voce/espiritualidade/materias/materia.itd.aspx?cod=5741&canal=498&Pagina=1
IN: http://www.rosaleonor.blogspot.com/
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