"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


quarta-feira, 31 de março de 2010


"A ti, Oh, Mãe, Oh, Mulher Eterna,
Que seguras a vida de cada uma das tuas filhas Entre as mãos e sobre o coração..."



A Deusa retorna. Negada e reprimida durante milhares de anos
de dominação falocêntrica, ela aprece no momento certo de extrema
necessidade
. A humanidade caminha pelo vale das sombras de destruição
por ela mesma patrocinada, entretanto teme o mal. A Deusa retorna e
promove mudanças e cataclismos, sugerindo a valorização da mulher,
forçando a integração de um novo mitologema da divindade materna que
possa aliviar o ressentimento contra a violência cultural que
descaracterizou o ser feminino. Guardiã da interioridade do ser humano,
a Deusa rege os instintos, os sentimento, a intuição, a emoção e a
profundidade do Feminino.

O simbolismo da Deusa implica na aceitação da materialidade e da corporeidade da vida como sagradas. Como salienta Rachel Pollack, “encontramos o corpo da Deusa no nascimento, na menstruação e na alegria do sexo, mas o encontramos também na morte e na doença, uma vez que estas não são vistas como erros ou punições, mas como parte da existência". De fato, aceitar o corpo como sagrado implica em lidar de outra maneira com a nossa própria corporeidade. Afinal, quando “consideramos Deus como perfeito, imortal e imutável, a morte torna-se uma violação, uma marca da nossa distância de Deus”. Ao contrário, quando consideramos Deus ou a Deusa como algo encarnado nos mistérios da vida, a morte pode ser reinserida em seu lugar na dança cósmica e recuperar a sua sacralidade. Diferentemente do Deus-Pai transcendente, desincorporado e afastado da matéria, a Deusa tem um corpo que é o mundo físico: o céu, a terra, as águas e o submundo. Esta concepção do divino dispensa intermediações, a Deusa – a imanente – está em tudo e é tudo. Todas as coisas: das pedras às árvores passando pelos seres humanos são a Deusa, suas manifestações, suas muitas formas de existir.

Várias fontes.

domingo, 28 de março de 2010

O CULTO A TERRA É UNIVERSAL


JÖRD, A MÃE TERRA

Nas antigas sociedades agrárias, a Terra, rapidamente divinizada, representava tanto o reino da morte, como o lugar onde surge a vida: a Mãe-Terra, a quem eram consagradas todas as crianças que nasciam. As mulheres nórdicas pariam seus filhos de joelho e o recém-nascido caía ritualmente no solo.

Na mitologia Universal a Deusa Terra era conhecida por vários nomes que reenviam a uma mesma e muito primitiva imagem. Assim, a Gaia grega encontrava seu equivalente em Jörd para os nórdicos

Jörd é uma Asynjur que personifica a Terra (Midgard) primitiva, não cultivada e vazia. Também é chamada de Fjörgyn e Hlôdyn (1997:235 de Bellinger). É considerada a esposa ou amante de Odin (na Tetralogia, como Erda, terá de Wotan nove valquírias) e mãe de Thor.

Jörd é uma palavra usada também, para designar a Terra para os velhos nórdicos.

Como Deusa-Mãe Terra que se apresentava, as vezes, como pertencente a família dos Ases e, outras, à raça dos gigantes (esta última dá uma pista de sua antiguidade, já que os gigantes são os seres primordiais destas tradições).

Ela é filha de Nott ou Nat (A Noite) e Annar (deus da água) e irmã de Auð e de Dagr. Seu segundo marido é Ánar (o Outro). Com seu terceiro marido, pertencente a família dos Ases, terá um filho chamado Dia; não é de se estranhar já que, para as antigas sociedades, a noite precedi o dia. Já Tácito nos informou que os calendários germanos eram noturnos: as sociedades do Norte da Europa contavam o tempo por noites, como a imensa maioria dos povos pré-modernos.

E é precisamente o historiador latino o que nos fala do estendido culto à Deusa Terra-Mãe, que viaja em seu carro puxado por bois, pelos povos germanos-escandinavos e intervêm nos assuntos dos homens. Quando sai de seu santuário, em todos os lugares por onde passa reina a paz, o regozijo e o descanso.

Outras denominações de Jörd na mitologia nórdica serão Hlôdyn (provavelmente a mais antiga, foi encontrado ex-votos consagrados a ela nos séculos II e III) e Fjörgyn (significando a que "Concede a Vida"), que, segundo alguns poetas, representaria o poder da produção vegetal da Grande Deusa Terra. Se acredita que Fjörgyn represente um aspecto particular de Jörd, como figuração de vínculo entre a terra e o céu tempestuoso, pois ela era reverenciada no topo das montanhas de onde, segundo o mito, ela esperava para unir-se com o céu.

Jörd é portanto, uma Deusa tão antiga quanto a própria terra, já que é sua encarnação.

O mito narrado por Snorri, em Skáldskaparmal da a Edda Menor, nos apresenta Jörd como uma giganta.

Na memória do antigo Oriente Médio é uma Deusa da fertilidade e Mãe de toda a criação simbolizada pelo milho, pelas cobras, leões e a suástica. Não há qualquer evidência que Jörd tenha sido adorada na época dos Vikings, mas sua antiga importância e fortes ligações com o Deus Trovão são freqüentemente narradas na poesia nórdica. A papoula e a romã são consagradas tanto a Jörd quanto a Thor. Cruzes feitas da árvore de romã eram cravadas no solo para invocar a Bênção do deus e da Deusa para tornar os campos férteis.

JÖRD/ERDA

Jörd está identificada também com a Deusa Erda que aparece na tetralogia de Richard Wagner: Der Ring des Nibelungen (“O Anel dos Nibelungos”). Ela é composta de quatro óperas que estão interligadas e dão continuidade à história. Para escrevê-la, Wagner baseou-se em várias fontes, o "Nibelungenlied", o "Edda" e a "Völuspa Saga".

A primeira ópera intitula-se "Das Rheingold" (O Ouro do Reno) e abre com uma cena no fundo do rio Reno, onde um monte feito de ouro é guardado pelas três Donzelas do Reno (Woglinde, Wellgunde e Flosshilde), também chamadas de Rhienmaidens. O ouro é capaz de dar a quem o possuir imenso poder, desde que essa pessoa renegue o amor. O anão Alberich faz exatamente isto, apodera-se do ouro e faz com ele um anel mágico. Enquanto isto, os dois gigantes, Fasolt e Fafner, que acabaram de construir Valhalla para os deuses, agora pedem o pagamento: a Deusa Freya.

No lugar de Freya, os deuses propõe aos gigantes dar-lhes o ouro do reno e o anel mágico que confere poder. Entretanto, os gigantes levam Freya com eles para assegurarem-se que Wotan trará o anel. Wotan (Odin) e Loki confiscam o ouro e o anel de Alberich, mas não sem antes Alberich amaldiçoar o anel.


O ouro é dado aos gigantes, mas Wotan está hesitante em separar-se do anel amaldiçoado. Em meio de muita confusão, a luz se escurece e a alma antiga da terra, a que tudo sabe, emerge, só até a cintura, das profundezas na qual dorme sua sabedoria. É Erda, a Mãe das três Normas que tece o fio dos destinos. Avisa Wotan de que tudo o que é acaba, prevê um ignominioso fim para os deuses e recomenda que se desfaça do anel.

Wotan medita um pouco e, dá o anel para os gigantes e a maldição causa logo efeito, pois Fafner mata Fasolt e transforma a si mesmo em um dragão que passa a guardar o ouro.

Desgostoso pela ambição sanguinária que os gigantes demonstraram. Donner, deus do trovão, bate seu martelo para chamar uma tempestade de trovões para espantar as nuvens negras. Após a tempestade, uma ponte de arco-íris leva até o caminho do castelo, que Wotan nomeia de Valhalla. Os deuses atravessam a ponte de arco-íris até Valhalla ignorando os gritos das Rhienmaidens lamentando o ouro perdido.

Em resumo, "Das Rheingold" conta que no Reino de Wotan, há um anel, símbolo do poder. A conquista para possuí-lo exige sacrifícios psicológicos graves, principalmente ao que se refere ao amor e à sabedoria. No dizer analítico de Shimoda Bolen, este mito tratará das relações entre o poder, o amor (representado aqui pela Deusa Freya) e a sabedoria (simbolizada pela Deusa Erda). Wotan, na luta psicótica para conseguir o anel e aumentar, assim, ainda mais seu domínio e poder, sacrifica a Deusa do amor, Freya, aos gigantes do Reino, comprometendo seus sentimentos e privando todos os demais deuses da necessária função de Freya. É o que ocorre quando um complexo emocional ou uma rígida estruturação psicótica são mais fortes que qualquer outra necessidade psíquica do indivíduo.

As aparições da Deusa Erda na Tetralogia são breves, mas determinantes. Ela provoca medo em Wotan, que começa quando se torna consciente que tudo que vive há de perecer. Aqui ela aparece como vidente, Deusa da Terra e mãe de Thor. Provavelmente a figura mítica de Gunnlöd, a giganta que guardava o hidromel da sabedoria, esteve no imaginário de Wagner ao modelar o personagem da Deusa.

Erda por força do papel da mulher no mundo germânico de então, e da consagração da supremacia da força do homem sobre a mulher naquela cultura, não é uma Deusa que viva na superfície, ela vive sob a terra acompanhada de três de suas filhas, as Parcas germânicas. Todas elas vivem sob a fonte de Ur, e do Freixo Universal Yggdrasil, o Eixo do Mundo.

CULTO À MÃE TERRA

O culto a Deusa-Mãe Terra é anterior a todas as outras formas de religião. Muito embora, na maioria das partes do mundo essa veneração tenha sido reprimida pela religiões patriarcais, hoje já se reconhece que cuidar da Mãe Terra passou a ser uma necessidade.Cuide você também da saúde do planeta, colaborando para não poluir rios e matas, selecionando e separando seu lixo, e fazendo todo o possível para a restauração da Natureza Universal.
Não permita e denuncie crimes como por exemplo, incendiar bosques ou desmatar florestas.

Não seja tão somente um espectador passivo na destruição da natureza. Sempre que puder faça algo! A nossa missão é proteger nossa amada Terra, herança e futuro de nossos filhos.

A Terra é nossa Mãe. Todos somos filhos dessa Terra, que sempre nos acolhe com os braços abertos, seja na vida ou na morte!

RITUAL DE jÖRD PARA A EMPATIA COM A NATUREZA

Esse ritual deve ser realizado no final do verão, época de colheita e ajudará a te colocar em melhor sintonia com a Terra. Jörd é responsável pela produção dos frutos da terra e atrai vida e fertilidade aos cultivos, de modo que durante todo o dia que realizar o ritual deves comer tão somente produtos recém colhidos e alimentos orgânicos. Nada de carne, por favor!

Esses alimentos podem ser frutos e vegetais que você mesmo (a) cultive. Se tiver que comprar a comida, escolha somente frutos e vegetais orgânicos e não processados. Se tiver que cozinhá-los, o faça de forma simples, sem uso de muitos temperos, que lhe alterem o sabor. Melhor ainda, se você poder , saia de casa e ao ar livre coma: vegetais crus, frutas, nozes, pão integral e mel.

Organize um piquenique com sua família e compartilhe com quem ama sua colheita.

Qualquer coisa que comer, deves guardar uma décima parte da comida para a Deusa Jörd como oferenda para lhe agradecer pelos frutos da natureza. Cave um pequeno buraco na terra e coloque a oferenda ali. Cubra a comida com folhas e depois coloque a terra por cima.

CORES: Marrom, azul escuro e verde escuro
Animais sagrados: Javali, leão e gado.
SEU DIA: 17 de Dezembro

Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia:

Edda Mayor; Madrid, Alianza Editorial, 2000.
Gramático, S.; Historia Danesa (Libros I-IV). Valencia, Tilde, 1999.
Guelpa, P.; Dieux & Mythes Nordiques. Presses Universitaires du Septentrion, 1998.
Sturluson, S.; Edda Menor. Madrid, Alianza Editorial, 2000.
Wagner, R.; El anillo del Nibelungo. Prólogo. El oro del Rin. Madrid, Turner música, 1986.


http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusajord.htm

domingo, 21 de março de 2010

A SOBERANIA INTERIOR DA MULHER


Sou herdeira das Deusas, Rainhas e Sacerdotisas do passado e as represento hoje aqui trazendo a magia da e a força da Grande Mãe à Terra. Nos momentos difíceis da minha vida, nos momentos em que me faltar sabedoria, acredito e tenho a ajuda das minhas antepassadas. Que no momento que eu olhar o céu noturno eu saiba que tenho a mesma força das mulheres e homens que reinaram antes de mil e o fizeram guiados pela sabedoria da Grande Deusa. Que eu como sacerdotisa da Grande Mãe jamais esqueça o meu caminho e quando isto me ocorrer que sempre e sempre eu me religue ao poder da Terra Mãe e a força do Senhor da Natureza. Que eu não tenha medo de olhar o mundo como minhas antepassadas que reinavam sem medo em suas comunidades, países e reinos. Que eu seja sempre a sacerdotisa que acende a fogueira e conhece todos os caminhos do Grande Rito. Que eu seja a bruxa e a feiticeira, a senhora que conhece os segredos da terra e da magia, que eu seja a Senhora da Vida, senhora do meu próprio destino e rainha de mim mesma exercendo minha própria soberania.Que eu jamais me permita subjugar ou controlar um ser para igualmente jamais ser subjugada e controlada.Que eu sempre me lembre que todos os alimentos com que me nutro, as frutas , as ervas, as sementes e os vegetais, o leite e o pão, os animais que lavram a terra e os seres que voam provem do Útero da Mãe e como tal sejam sempre louvados e abençoados para que a colheita da minha vida, da minha alma seja sempre farta.Que não haja em mim medo da morte e da mortalha e que eu saiba que sempre e sempre ressurgirei para uma nova vida, até que eu tenha toda a sabedoria e possa me deixar levar minha alma pelas mares do fluxo da Grande Mãe.Que eu jamais tema a mim mesma, e minha face escura de senhora das mortalhas, ceifadora, rainha do caos, amante e feiticeira pois todos as Faces são Uma e nisto esta a sabedoria.Que eu jamais tema a velhice e o tempo em que o sangue sagrado cessa de ser deitado a Terra, pois após a Jovem e a Mãe, sou a Grande Sábia, a Velha Anciã, a sacerdotisa de tempos passados e nisso se conserva toda a minha juventude e sabedoria. Por isso sou maga, sacerdotisa e feiticeira.

Que assim se faça

sexta-feira, 19 de março de 2010

O MÉDICO E O MONSTRO


A EXPLORAÇÃO DAS MULHERES PELAS FARMACEUTICAS E PELOS MÉDICOS

recebe informações errôneas sobre hormônios, em detrimento da saúde, enquanto os fabricantes de medicamentos colhem enormes lucros à sua custa.

por Sherrill Sellman ...

Por mais de 300 anos, começando no século 13 e continuando até meados do século 16, a Inquisição foi um reinado de terror para a grande maioria das pessoas que viviam na Europa e na Escandinávia. As forças políticas, econômicas e religiosas da época se juntaram para consolidar seu poder, eliminando aqueles que eles considerassem empecilhos aos seus objetivos finais.

.....O azarado alvo de suas investidas eram os guardiões das artes da cura e dos antigos conhecimentos espirituais e culturais. Os historiadores debatem o exato tributo dessa era infernal – se foram várias centenas de milhares ou se chegou a nove milhões de pessoas – mas é inquestionável que a grande maioria das vítimas foi de mulheres. Na verdade, a Inquisição está sendo hoje considerada um período de genocídio contra as mulheres, o qual conseguiu despir a mulher do seu poder, seu auto-respeito, sua riqueza, da arte de curar, bem como da sua proeminência e influência na comunidade.

.....A Inquisição garantiu que os patriarcas da Igreja fossem autoridades espirituais incontestáveis. Teve também êxito em preservar os conhecimentos médicos no domínio dos homens, pois a Inquisição decretou que apenas os médicos formados poderiam praticar as artes da cura e, evidentemente, foi barrado o acesso de mulheres às escolas de medicina (aliás, foi barrado o acesso de mulheres a qualquer forma de educação).

.....Que bom que essa tão violenta Era de aversão às mulheres tenha acabado há muito tempo. Mas será que acabou? Infelizmente, parece que algumas tradições ainda persistem. A mulher de hoje ainda é vítima de gigantescos interesses políticos e econômicos, com terríveis conseqüências para a sua saúde, independência financeira e poder pessoal. Talvez a Inquisição não tenha acabado afinal, apenas adotou uma forma mais sutil e inescrupulosa. .....As mulheres certamente representam um grande negócios para os interesses médicos e para indústria farmacêutica.

...De acordo com o D. Stanley West – um reconhecido especialista em infertilidade, chefe de endocrinologia reprodutiva no St. Vincent’s Hospital de Nova Iorque e autor de O Golpe da Histerectomia – cerca de 90 por cento de todas as histerectomias são desnecessárias. Consultores ginecológicos do Grupo de Pesquisa de Saúde Pública Ralph Nader chegaram a uma conclusão semelhante em 1991, no livro Um Alerta à Saúde das Mulheres. Segundo o Dr. West, a única razão cem por cento justificada para a realização de uma histerectomia é para tratamento de câncer dos órgãos reprodutivos.3 No entanto, as histerectomias são oferecidas com muita freqüência como tratamento para uma variedade de situações, inclusive para endometriose, fibroses, cistos ovarianos, inflamações pélvicas e prolapso uterino.

.....Não é por acaso que os ginecologistas costumam ter a mais alta remuneração entre todas as demais especialidades.

Ao longo de todas as suas vidas, as mulheres são encorajadas a se submeterem continuamente a vários tratamentos e procedimentos médicos. Funções naturais da mulher, desde menstruação até parto e menopausa, são assumidas por intervenção médica e farmacêutica. Bombardeadas por desinformação, mitos, propaganda e, em alguns casos, por pura mentira, não é de admirar que tantas mulheres fiquem completamente confusas acerca de questões relativas aos seus próprios corpos e sua saúde.

Segundo John Archer, autor de Bad Medicine, cerca de 600.000 histerectomias são realizadas anualmente nos Estados Unidos e ao redor de 45.000 por ano na Austrália.1 Em 1994, estimou-se que 45.000 australianas faziam Terapia de Reposição Hormonal (TRH).2 Muitas mulheres são atualmente encorajadas a continuar com a TRH até o resto de suas vidas pós-menopausa.

http://clafilhasdalua.blogspot.com/2010/03/heresia-hormonal-verdade-mortal-sobre-o.html

http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/

http://rosaleonor.blogspot.com/2010/03/exploracao-das-mulheres-pelas.html

domingo, 14 de março de 2010

O ORACULO DA SABEDORIA


SACERDOTISA


Não há em mim nenhuma palavra importante a ser dita no momento
Não há em mim nenhuma palavra de sabedoria ou conforto para que possa te ajudar

Não há em mim nenhuma palavra cósmica mensagem de cristo ou de qualquer mestre que seja ou especial que possa dizer

Tudo que sou é a uma sacerdotisa da Terra
E mesmo isso não sou eu totalmente

Eu sou mais
Eu sou a minha alma e o meu momento
Eu sou a minha própria busca e a minha própria verdade

Agora se vois sois corajosos
Buscai dentro de seu coração
E lá encontrara a sua
Eu sou minha alma
Eu Sou Eu.

E sou todas as coisas
Da Terra e do Mar
Sou uma filha da Deusa
E isso é tudo que hoje tenho para dizer


*

sexta-feira, 12 de março de 2010

O MISTÉRIO DA MULHER

Ela foi lavada e embalsama, cingiram seus cabelos com rosas e passaram hidromel nos seus lábios, perfumaram lhe o corpo com mirra e desenharam lhe a crescente na testa e em seu ventre a meia lua. Todos os antigos símbolos nela foram ocultados, e no portal da vida desenharam serpente que se moviam e retorciam, as Serpentes Sagradas que conheciam todos os mistérios do sexo e haviam nos libertado da prisão de Deus: A expulsão do Éden como uma bênção e a Mulher como uma abençoada.Cante Mulher e sopre vida Nela e Ela há de ressurgir para o mundo.

A Beleza o fascínio e a suavidade feminina são segredos, digo Mistérios do Feminino Sagrado, o toque da alma da Deusa Mãe em cada mulher, o seu brilho e resplendor.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A GRANDE DEUSA DA NOSSA TERRA


A MÃE MUIRAQUITÃ


Antes das Festas do Amor, as índias faziam uma jornada expiatória ao lago do Espelho da Lua (Yacy-Uaruá ), tão belo quanto misterioso e oculto da profanação dos homens pela mais ínvia e mais brutescas das regiões alpestres do nosso continente, na grande ilha, que é a maior do mundo formada pelo Orenoco, o rio Negro e o Amazonas.

Neste recanto mágico, no começo do mundo, foi morada feliz da gloriosa Jaci, nossa lua venusta, Mãe dos claros lagos e enfermeira dos corações doentes.

Reunidas em torno do Lago Sagrado, as Icamiabas, nas noites certas fases lunares, provavelmente na Lua Cheia ou Quarto Crescente celebravam a festa do Jaci, a Deusa da Lua, a Mãe querida e temerosa das filhas selvagens.

Subiam então, aos céus, no meio da imensidade do sertão amazônico, através dos cantos, que nenhum o de homem pode ouvir, nem jamais ouvirá.

O óleo balsâmico do umiri e fina essência do molongó alcançavam os ares como uma oblação aromal à Deusa das noites serenas, que tece cuidadosamente com seus raios de prata os filtros misteriosos os invisíveis amores e as germinações.

Maceradas de longas vigílias e de flagelações, as filhas de Jaci, caíam em êxtase antes de obter a purificação suprema das águas cristalinas do Espelho da Lua, em cujo fundo mora a Mãe dos Muiraquitãs.

Quando, as horas mortas, a face da lua refletia bem clara na superfície polida do seu líquido Espelho, então as amazonas mergulhavam na águas e recebiam das mãos da Mãe dos Muiraquitãs as pedras verdes, como penhor da sua consagração, o presente dessas jóias sagradas. Antes de expostas ao ar e à luz do sol, dos quais recebiam a sua dureza e consistência, eram os Muiraquitãs como barro e assim tomavam do capricho das amazonas que afeiçoavam à sua guisa, as mais bizarras formas: qual de uma flor, uma rã ou ainda a cabeça de uma fera.

O Muiraquitã era um amuleto sagrado e mágico que as Icamiabas presenteavam os homens que anualmente vinham fecunda-las. Dizem que possuem propriedades terapêuticas e grande fortuna trás a todo aquele que possuir um desses singulares amuletos.

Quanto ao significado esotérico de Muiraquitã, devemos decompor seu nome em vocábulos, para compreender sua simbologia feminina: Mura = mar, água, Yara – senhora, deusa, Kitã = flor. Podemos então interpretá-lo como “A Deusa que floriu das águas”.

Esta divindade lunar, considerada a filha de Jaci (Deusa da Lua) era reverenciada pelas mulheres que usavam uns amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muiraquitã. Estes preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muiraquitã.

Nas noites de Lua Cheia as cunhãtay devidamente preparadas esperavam que Jaci espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e então mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes mágicos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões.

Enquanto algumas amazonas mergulhavam, as outras, ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos maracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muiraquitã, ela era modelada em discos com formato de animais, deixando um pequeno orifício no centro. Então todas as amazonas realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muiraquitã e Jaci sobre os amuletos, até que Guaraci, o deus do Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.

Estes amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul, ou cor de azeitona, e eram usados como pendentes no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual, e que podiam ser utilizados para prever o futuro, em certas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Jaci e Muiraquitã.

AS AMAZONAS

A imagem das Amazonas, imagem invertida do ideal masculino sobre o feminino, nem sempre atuou para manter as mulheres em sua situação. Sendo o desempenho guerreiro um papel masculino em toda parte, e também um comportamento em geral vedado às mulheres, a imagem das Amazonas, operou primeiro para ampliar as oposições ao comportamento das mulheres dentro e fora do casamento e segundo para sancionar o motim e a desobediência políticas de homens e mulheres. A representação da Amazonas na literatura e iconografia, freqüente nos séculos XVI e XVII, nos leva a crer que a imagem teria a potencialidade de inspirar em algumas mulheres a ação e levá-las a refletir sobre suas possibilidades. Além do mais, a "mulher fora de lugar" alimentou a fantasia de algumas mulheres reais e pode ter inspirado ações excepcionais.

Na literatura, relatos e provérbios, a imagem das Amazonas em vários momentos foi diretamente recuperada e relacionada às potencialidades femininas, à mulher rebelde, à inversão da sexualidade , ao poder feminino e até à loucura feminina.

Representar a mulher no poder foi recurso de reflexão feminina sobre as potencialidades da mulher. O mito volta periodicamente modificado, alternando-se.

No início do século XVIII, as especulações sobre as "virtuosas" Amazonas estariam relacionadas à legitimação ao governo das rainhas européias, senão também à sugestão da possibilidade de ampliar a cidadania das mulheres. Pierre Petit e Claude Guyon trataram de encontrar argumentos plausíveis para explicar sua bravura, bem como de comprovar a sua existência. Já Poullain de la Barre usou-as em seus argumentos para a entrada das mulheres na magistratura, e nos primeiros anos da Revolução Francesa Condorcet e Olympe de Gouges fizeram um apelo em favor da plena cidadania das mulheres com argumentos sustentados na potencialidade feminina-amazona.

Movimentos de mulheres e feministas durante o século XX também usaram a imagem das Amazonas, instigando à luta pelos direitos femininos de igualdade e de cidadania.

O que me cabe acrescentar é que vivemos ainda em um mundo da “Grande Ilusão da Separação”, onde todos os membros da criação co-existem separadamente entre si como criaturas autônomas sem ligação com a natureza e seu ambiente, buscando gratificações por impulsos de poder, sexo e sobrevivência, em competição com os outros. E, nós mulheres, portanto, permanecemos alienadas de nossos verdadeiros eus, a fonte de todo nosso poder, que podemos caracterizar na simbologia da pedra sagrada, ofertada por nossa Mãe dos Muiraquitãs.

O xamanismo, juntamente com o retorno das Deusas, faz surgir uma possibilidade de lembrar-nos quem realmente somos: almas de grande majestade, beleza e poder criativo. Já nos é possível visualizar novos mitos de nós mesmas, novas maneiras de nos relacionarmos, novos rituais, sonhos e símbolos, novos métodos de fazer a paz e de resolver conflitos de forma não violenta. Já nos é possível definirmos uma nova linguagem e um novo sentido ético, novos modos de curar e educar e uma nova ciência baseada na espiritualidade.

A nossa Mãe Muiraquitã, nos implora para que atuemos em todas as áreas pessoais e planetárias, para trabalhar criativamente e construtivamente no interesse de nosso bem-estar comum. Nos informa ainda, que o trabalho que fazemos é por todas as mulheres e pela própria integridade da vida. A imaginação criativa da experiência das mulheres é a força que molda esta nova ordem, cuja mensagem é a nutrição espiritual de toda a criação. Sem o alimento espiritual o corpo perece.


RITUAL DA MÃE MUIRAQUITÃ (Deve ser realizado em noite de Lua Cheia)


A Mãe Muiraquitã é uma Deusa Lunar, e seus poderes aumentam e diminuem em função das fases da Lua.

Para realização deste ritual prepare seu altar com uma toalha prata ou branca. Acenda uma vela branca e ponha-a no centro. Se desejar, tenha um vaso com flores brancas no altar. Diante da vela, coloque um cálice com água, suco claro ou vinho branco. Queime um pouco de goma mástica e Artemísia. Vista branco ou prata. Ponha uma confortável cadeira próxima do altar e sente-se nela. Se desejar, coloque para tocar uma música instrumental suave e diga:

Amada Mãe Muiraquitã
Oriente-me para as opções corretas
Por todas as noites enluaradas de minha vida
Doce Mãe,
Dê-me a vitória
Guardiã e protetoras das Amazonas,
Dê-me prosperidade,
Conforte-me, Guia-me
Venha a mim nesta hora silenciosa
Fortaleça minha fé
Equilibre minha vida.

Feche os olhos e relaxe o corpo. Inspire e expire por três vezes. Visualize uma mata fechada, onde irá surgir uma trilha prateada. Siga por ela e encontará uma clareira, onde encontrará um lago cheio de lírios d'água. Ao chegar, duas Amazonas irão comprimentá-la e a conduzirão até a borda do lago. Dirão então, que você deve mergulhar em suas águas. Não tenha medo, mergulhe fundo e verá um templo redondo com lados abertos e no seu interior, a Mãe Muiraquitã lhe aguarda, sentada. Ela sorri e a abraça.

-"Irmã", dirá ela, "fico feliz que tenha vindo".

A Mãe Muiraquitã conversará com você sobre seus objetivos espirituais e sobre o que você conseguiu realizar nesta área até aqui. Ela pode dar sugestões sobre o que poderia lhe ajudar. Você pode contar-lhe seus problemas e pedir-lhe conselhos.

Após encerrar a conversa, ela lhe apanhará pela mão e a conduzirá para fora do lago. Um grupo de mulheres Amazonas se aproximam para ficar com vocês. Uma delas lhe alcançará um pote de barro contendo água. Ela o levará a seus lábios e você deve beber.

Ele se inclina e apanha um lírio d'água. Com grande solenidade põe flor no alto de sua cabeça. Você sentirá a flor penetrar em seu corpo. Ela dirá que a flor ajudará a realinhar os centros sagrados em seu corpo astral. Você sentirá o muiraquitã operando sua magia espiritual e se dá conta de um sutil bater de coração ao seu redor. A Mãe Muiraquitã dirá que este é o ritmo da Lua, uma influência que qualquer humano poderia ouvir e sentir se quisesse.

Uma outra Amazona traz um muiraquitã numa corrente. A Mãe o coloca em seu pescoço, explicando que você está recebendo o símbolo de sua iniciação Lunar e que agora poderá voltar sempre que desejar. A Mãe Muiraquitã a beija e mergulha no lago para retornar ao seu templo. Uma das Amazonas lhe acompanhará pela trilha que a trará de volta. Agora você deve, bem devagar voltar para o seu corpo físico. Inspire e expire por três vezes e abra os olhos.

SEJA BEM-VINDA!

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto


IN:
http://www.rosanevolpatto.trd.br/maemuiraquita.htm




DEUSA DA INICIAÇÃO FEMININA


DEUSA ARIANRHOD



Arianrhod é a guardiã da "Roda de Prata", ou "Disco de Prata", que é uma roda de prata com oito raios que representam a roda das estrelas. "Arian" significa "prata" e "rhod" significa roda ou disco.

Considerada uma Deusa do Amor e da Sabedoria, ela representa os elementos Ar e Água. É igualmente Deusa da reencarnação, do tempo cósmico, do carma, da Lua Cheia dos namorados e a Grande Mãe Frutuosa. Essa Deusa era filha de Don, a Deusa-Mãe gaulesa (equivalente a Dana irlandesa) e portanto, irmã de Gwydion, Gobannon e Amaethon. Gwydion é um Deus da bondade, das artes, da eloqüência e magia, um mestre da ilusão e da fantasia, um auxiliar da espécie humana, um príncipe dos poderes do ar, que como mago, pode transmutar de forma.

Na tradição celta, essa Deusa se apresentava de dupla forma, como Virgem e Mãe, Padroeira da Lua, da Noite, da Sexualidade, da Justiça, da Magia e do Destino. Mais tarde, é apresentada como uma Deusa-Mãe, girando a Roda de Prata e transformando-a em uma barca lunar.

É importante lembrar que cada aspecto da Deusa representa um aspecto que você pode reconhecer dentro de si mesma.

Essa Deusa gaulesa é a figura primal de poder e autoridade feminina, considerada a Deusa dos Ancestrais Celtas.

Vive em um reino estelar, Caer Arianrhod, na constelação Corona Borealis, onde fica seu palácio, com suas sacerdotisas e de lá decide o destino dos mortos, carregando-os para a Lua ou para a sua constelação. A Deusa portanto, Doadora da Vida e administradora da morte.
É ainda, uma Deusa de tudo que é eterno. O espírito de Arianrhod é símbolo de profecia e sonhos. Ela controla a dimensão do tempo. O viajante que a seguir deve estar com o coração e a mente aberta para seus ensinamentos. Convide-a para ajudar-lhe com dificuldades passadas e para contatar o "Povo das Estrelas".

A Arianrhod é atribuído os poderes da coruja, que através de seus olhos vê o subconsciente da alma humana. A coruja é um pássaro noturno que simboliza a morte, renovação, sabedoria, a magia da lua e as iniciações.

Outros nomes para Caer Arianrhod são: Tregar-Anhreg, Tregar Anthreg, Tregan Anhreg, Tregan Amthreg, e Tregar Anthrod.

Os gauleses são os celtas mais populares do nosso tempo, pois ficaram muito conhecidos através das histórias em quadrinho do Asterix, que conseguiu popularizar muitos costumes celtas.

Arianrhod aparece no Mabinogion, uma coleção de relatos escritos entre o século XI e XIII d.C., como mãe dos gêmeos Lleu Llow Gyffes e Dylan.

MABINOGION




O quarto relato do "Mabinogion" nos remete ao norte de Gales ou Cymry, tal como dizem seus habitantes em gaélico.
Ali vivia o rei Math ab Mathonwy, Senhor de Gwynedd, que tinha como consultor o irmão de Arianrhod e procurava por uma nova esposa Virgem.

Gwydion sugeriu a irmã que se apresentasse ao rei para uma entrevista. Ela foi e Math ao vê-la, perguntou-lhe:

-"És virgem?".

-"Naturalmente que sou", respondeu friamente Arianrhod.

-"Terás que passar por uma prova, para tornar-te minha esposa e mãe de meus filhos", e o rei depositou ao chão uma vara mágica e disse:

-"Pisa sobre essa vara para provar que estás dizendo a verdade."

Embora muito irritada com o insulto Arianrhod se submeteu ao tal teste, mas quando pisou no bastão, deu à luz a uma criança de cabelo loiro. O recém-nascido chorava alto, quando a Deusa deu nascimento ao seu gêmeo. O rei chamou de Dylan o primeiro bebê e jogou-o no mar.

Quanto a segunda criança, Arianrhod que foi humilhada e ultrajada pelo rei Math, o rejeitou com três maldições:

-"Ele jamais terá um nome e eu não lhe der um. Ele jamais terá uma arma exceto se eu lhe der uma. Ele jamais terá uma esposa da raça que agora habita a terra."

Gwydion, que ficou encarregado da criação do menino, teve que trabalhar duro para livrá-lo da maldição da mãe. Certo dia, vestiu-se de sapateiro, fez o mesmo com a criança e viajou até Caer Arianrhod. Enquanto Arianrhod experimentava os sapatos, a criança atirou uma pedra em um pássaro e habilmente o atingiu. Arianrhod comentou que o menino tinha excelente pontaria.




Mediante essa inteligente estratagema, Gwydion, conseguiu que Arianrhod o batizasse como Lleu Llaw Gyffes, o "Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria".

A Deusa ficou furiosa, quando teve conhecimento da verdade, mas jurou que ele jamais carregaria uma arma e nunca poderia casar-se com uma mulher humana.

Outra vez Gwydion, quebrou a maldição, disfarçando Llew de viajante que procurou refúgio em Caer Arianrhod. Quando lá chegaram Gwydion criou a ilusão de uma poderosa esquadra de navios que avançava sobre Caer Arianrhod. Quando a batalha iria iniciar-se, Arianrhod pede ajuda aos refugiados, entregando uma arma ao Llew disfarçado.

Cheia de raiva por ter sido enganada novamente, só sobrou-lhe o conforto de saber que Llew jamais teria uma esposa.

Entretanto, Gwydion e o rei Math, através da mágica e utilizando-se de flores, criaram uma linda mulher chamada Blodeuwedd, ou "Face de Flor". Lleu a tomou como esposa.

Humilhada por Math, impedida pelo filho e traída pelo irmão, Arianrhod recuou para o seu castelo Caer Arianrhod.

É possível observar, no relato, que quando Math faz Arianrhod passar por cima da vara mágica, essa toma um sentido fálico, pois a Deusa afirma ser virgem e fica por isso, surpresa ao dar à luz aos gêmeos. A história da virgindade de Arianrhod, virgem sem sê-lo, mãe sem a ajuda do homem, toca o problema essencial da Deusa Mãe: nas épocas em que a sociedade era ginecocrática, a Deusa era única, era a Deusa Primordial, a Deusa dos Inícios. Quando pouco a pouco a sociedade se converte em paternalista, se representa a Deusa como um Deus Pai, com o qual compartilha a responsabilidade do mundo e da vida: era o Casal Sagrado, como por exemplo, o casal formado por Ísis e Osíris. Depois, na maioria dos casos, a Deusa desaparece para deixar seu trono ao Deus Pai todo poderoso, do tipo jupiterino ou do tipo hebraico, onde o culto masculino guerreiro conseguiu eliminar a Mulher.
Dando prosseguimento ao relato, vemos que Arianrhod, rechaça seus filhos e mais particularmente Lleu. Aqui estamos diante de um grande mistério, pois acredita-se que o pai dos gêmeos poderia ser o próprio Gwydion. Se trataria pois, de um incesto fraternal, de uma espécie de união sagrada entre irmãos, ambos filhos da Deusa Don. Mas porque recusar os filhos?
Talvez Arianrhod tenha recusado os filhos, justamente por ser virgem e, segundo a definição, uma mulher que não se submete ao homem, portanto não tem nada o que fazer com os filhos, pois eles pertencem de pleno direito à tribo. Uma segunda resposta para essa pergunta era que Arianrhod, representante da antiga lei, não tem nada que fazer na nova sociedade regida por homens e na qual ela só poderia ocupar uma posição subalterna, uma posição de "mãe" submetida a uma autoridade paterna, pois sua qualidade de mãe responsável a situaria automaticamente a um estado de inferioridade.

OS GÊMEOS

O segundo gêmeo Lleu é a versão gaulesa do Lug irlandês. Ele foi um dos patronos da magia e um herói solar. Ao casar-se com uma mulher que nasceu de flores, liga-se à terra. O verdadeiro mago deve casar-se com a natureza para obter sua benção e seus poderes, para poder aplicá-los corretamente.

Seu palácio próximo ao Lago de Bala é conhecido como Mur y Castell. Seu animal totem é a águia.

Dylan, que foi o primeiro dos gêmeos a nascer, era um Deus da Água, que podia nadar tão bem quanto um peixe e foi chamado de "O Filho da Onda", porque nenhuma onda poderia se quebrar sobre ele. Era também um Deus da magia, fertilidade e das crianças mágicas, que foi morto acidentalmente pelo seu tio Gobannan.

Na história, podemos visualizar o grande poder do feminino, que é portador de valores bem definidos, aos quais todo filho deve se submeter. No tempo matrifocal (ginecocrática), era a mãe quem determinava a justiça. E, podemos dizer, que ainda hoje a justiça é feminina, pois é a mulher que está sempre ligada a Mãe-Terra e a Deusa-Lua. A mulher pode ser então criadora de vida, doadora, afetuosa e boa, mas também pode ser aniquiladora do vida que gera, terrível, devoradora e má. Esses dois lados de uma mesma mulher são muito trabalhados em terapia.

DEUSA DA INICIAÇÃO FEMININA

Apenas um décimo da psique humana é consciente, todo o resto são inconscientes. E toda nossa ciência e tecnologia foi construída com à custa dessa visão unilateral, sem levar em consideração o lado inconsciente, entretanto, o mundo inconsciente faz parte de nossa totalidade e está presente em nosso comportamento e ações. A Deusa da razão nos deslocou para uma grande armadilha, pois hoje presenciamos o desequilibrar do mundo que pode ainda acabar com a total destruição do planeta terra.

Todos nós perdemos muito com a sociedade patriarcal, pois ficamos defraudados da nossa própria identidade e integridade. Nós mulheres somos as maiores vítimas, pois acabamos perdendo a consciência de "ser mulher", cabendo-nos a difícil escolha: permanecermos como Belas Adormecidas relegadas, ou temos que assimilar os valores tipicamente masculinos, para nos adaptarmos ao mundo dos homens. Já os homens, por sua vez, perderam a conexão com sua interioridade, com sua "anima" (inconsciente feminino). Insípidas se tornam, portanto, as relações nesse mundo de faz-de-conta.

A conexão com a Deusa Arianrhod poderá nos ajudar a compreender a tarefa histórica da iniciação feminina. É emergindo ao Reino das Deusas que poderemos resgatar o nosso feminino, rejeitado e exilado da cultura consciente há mais de cinco mil anos. Só assim, fazendo a nossa parte, poderemos ajudar a humanidade a recuperar sua própria alma.
O retorno aos braços da Deusa é de vital importância para a mulher moderna em direção à totalidade.

INVOCAÇÃO

Oh Arianrhod, Donzela, Mãe e Amante,
Senhora da Iniciação
Que nos nossos nomes
Que nos deu nossas armas
Para que pudéssemos ter uma nova vida.
De você nós viemos
E para seus braços retornaremos
Deusa resplandecente
Filha da Grande Deusa Don
Nós a convidamos para descer
da sua terra de estrelas e florestas selvagens
Junte-se a nós e inunde-nos com seu poder
Abençoa-nos Arianrhod!
E ilumine nossos caminhos
Através da luz da Lua Cheia
E, faça que em nossos corações
Nasça a compreensão seguida o amor universal
Abençoa-nos Grande Mãe Frutuosa
Pois somos seus filhos mais amorosos!

As mulheres da atualidade estão redescobrindo seus poderes mágicos de imaginação simbólica, necessários para se criar um mundo renovado em nossos corações e interligado com o Universo.

Arianrhod chega até nós para nos revelar a visão do Jardim do Éden Universal, a sua ilha Avalônica Celestial. É uma visão de harmonia e de totalidade. É também, uma visão de justiça entre raças e espécies, onde os dons da vida são incrivelmente bons, embora mortais e efêmeros e, onde nós mulheres podemos libertar nossa afinidade emocional com a natureza.
É hora da dança simbólica da energia cósmica e da beleza sensual. Permita-se abrir para a imaginação e entre neste círculo prateado da criação que lhe garantirá uma sintonia total e o cintilar pulsante das estrelas. Abra seu coração para uma nova ética e novos valores.

Todas nós, possuímos muito para contribuir e retribuir o que assimilamos e está guardado no nosso caldeirão mágico emocional interior. Esta Nova Era necessita urgentemente que se conceba uma nova maneira de amar a nós mesmos e ao nosso planeta. Não é através da ciência e tecnologia que resolveremos nossos problemas graves e atuais e sim, desenvolvendo uma consciência com senso de responsabilidade compartilhada em relação à busca da solução.

É hora de se unir razão com o coração e definir uma nova dimensão de poder alicerçado no amor, e tudo isso, antes que seja tarde demais.


TEXTO PESQUISADO E DESENVOLVIDO POR
Rosane Volpatto

Bibliografia consultada:


O Novo Despertar da Deusa - Shirley Nicholson
Os Mitos Celtas - Pedro Pablo G. May
Os Mistérios da Mulher - M. Esther Harding
Os Mistérios Celtas - John Sharkey
A Grande Mãe - Erich Neumann
O Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur
Druidismo Celta - Sirona Knight
Os Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi
O Livro da Mitologia Celta - Claudio Crow Quintino
Livro Mágico da Lua - D.J. Conway
Hadas y Elfos - Édouard Brasey
Enanos y Gnomos - Édouard Brasey
La Mujer Celta - Jean Markale
Diccionario de Las Hadas - Katharine Briggs
El Gran Libro de la Mitologia - Diccionario Ilustrado de Dioses, Heroes y Mitos - Editora Dastin; Madrid

IN: http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusaarianrhod.htm


RITOS ANTIGOS EM HONRA A VIDA



RITOS DE PASSAGEM

A expressão francesa “Rites de Passage” foi adotada por antropólogos e escritores europeus para definir todos os rituais e cerimônias que propiciam a passagem de uma pessoa para uma nova forma de vida ou um novo status social. Segundo o escritor Arnold van Gennep, os ritos de passagem são cerimônias que existiram e existem em todas as culturas, antigas ou contemporâneas, primitivas ou urbanas, acompanhando cada mudança de idade, de lugar, de estado ou de posição social.
Infelizmente, nas sociedades modernas estas celebrações foram sendo reduzidas - algumas delas mesmo ignoradas - e outras deturpadas. Vivemos nossas vidas, do berço até o túmulo, com apenas algumas poucas cerimônias marcando nossas transições, como batizado, casamento e enterro.
O nascimento de uma criança era considerado antigamente um ato divino, presenciado, assistido e celebrado apenas por mulheres ( parteiras, sacerdotizas, amigas) com cantos, orações e invocações das Deusas “responsáveis” pela gestação e o parto. Por considerarem a Criação um atributo da Mãe Cósmica, os povos antigos honravam as mulheres como detentoras do dom divino da procriação, por isso o ofício sagrado de trazer uma criança ao mundo era uma função natural e exclusiva das mulheres. As habilidades das parteiras eram ensinadas de mãe para filha, e os preparativos para o parto decorriam em uma atmosfera de harmonia e oração, a mãe amparada por ervas, massagens com óleos aromáticos, cânticos e oferendas para as Deusas. O recem-nascido era apresentado às Divindades e abençoado pelas mulheres presentes, invocando atributos e qualidades para a sua vida (foi daí que se originou a lenda das “fadas madrinhas”). O próprio ato de concepção era planejado, preparando os pais para se conectarem com o espírito do seu futuro filho através de rituais, mudanças na alimentação, jejuns, purificações e orações. Acreditava-se que ao se comunicarem com o espírito da criança, antes dela nascer, os pais criavam laços afetivos mais fortes, facilitando o relacionamento e aceitação recíproca. Mesmo hoje os nativos norte-americanos perfazem rituais para chamar e se comunicar com o espírito do futuro filho. A primeira celebração após o nascimento de uma criança era para honrar a mãe (feita pelas mulheres), enquanto os homens festejavam o pai. A cerimônia de “dar um nome” à criança era programada escolhendo os aspectos planetários favoráveis, enterrando o cordão umbelical da criança embaixo de uma árvore frondosa (que então se tornava o guardião e aliado durante os anos de crescimento) e fazendo oferendas às Divindades para abençoar a vida da criança com saúde, segurança, força e abundância.
Os mais importantes ritos de iniciação dos povos antigos eram para celebrar a primeira menstruação das meninas e a entrada dos meninos para o mundo dos homens (marcada pela circuncisão, tatuagens e testes de força e resistência). Por considerarem o sangue menstrual o “sangue da vida” imbuido de “mana” (poder) respeitado e temido pelos homens e oferecido para a Mãe Terra pelas mulheres, procurava-se imitar nos meninos o primeiro sangue das meninas com cortes e flagelações e até mesmo mutilações. Infelizmente, com o advento das sociedades patriarcais a reverência pela sacralidade do sangue menstrual foi sendo substituida por tabus e superstições, segregando e hostilizando as mulheres, que passaram a ser consideradas impuras, indignas e perigosas (por “roubarem” a força dos homens). As celebrações da primeira menstruação foram substituidas por enclausuramento, defloramentos forçados, proibições e restrições, originando posteriormente os conceitos perniciosos e as sensações “vergonhosas” que assombraram as mulheres ao longo dos últimos três mil anos.
Um rito de passagem totalmente relegado ao esquecimento é a celebração da menopausa. Os povos antigos não consideravam que a vida da mulher era definida pela sua capacidade de procriar. Pelo contrário: acreditavam que a partir do momento em que o sangue menstrual não mais era vertido, mas retido no corpo da mulher, aumentava a sua sabedoria e os seus poderes psíquicos e mágicos. Ao passar do estágio de Mãe para a de Anciã (manifestação da própria Deusa, além de Donzela) as mulheres adquiriam um “status” especial, tornando-se conselheiras, curadoras, profetisas e orientadoras espirituais da comunidade. Ritualizando este conhecimento reconhecia-se e se honrava este momento importante de transição na vida da mulher, quando ela podia assumir e desempenhar outros papéis além dos maternos e familiares.
Por que então este acontecimento tão fundamental na vida da mulher passou a ser negligenciado e depois negado pela sociedade, pela história e pela religião contemporânea? Segundo estudiosos e pesquisadores esta negação foi consequência dos conceitos e atitudes patriarcais que valorizavam a mulher apenas por sua capacidade reprodutiva ou os seus encantos sexuais. Crenças como a de que a mulher perdia sua feminilidade após a cessação da menstruação refletiam os medos inconscientes das mulheres alimentados pelas atitudes de indiferença ou desprezo dos homens em relação às mulheres idosas.
Os antigos conceitos espirituais sobre o poder mágico da mulher fértil foram deturpados para as caricaturas medievais das bruxas velhas, com pêlos no rosto e poderes malignos. Das milhões de mulheres torturadas e trucidadas pelos abomináveis tribunais da Inquisição, a maioria era de mulheres velhas, já que “o diabo anda por lugares áridos”.
Hoje em dia a expectativa de vida aumentou e há uma percentagem cada vez maior da população formada por mulheres pos-menopausa. Como esta ocorre por volta dos cinquenta anos, as mulheres têm ainda mais um terço de suas vidas a produzir. A sociedade não pode mais se permitir ignorar ou marginalizar as mulheres após terem deixado de ser reprodutivas ou “atrativas”. Mais importante do que reverter os preconceitos masculinos é a necessidade das próprias mulheres emergirem do seu marasmo secular e assumirem atitudes positivas em relação a este rito de passagem - não como um fim, mas o início de um novo ciclo.
Aceitar esta nova fase e celebrá-la através de rituais e cerimônias contribuirá para a libertação dos medos sobre a perda da feminilidade, a decadência física e mental, a entrega à passividade, ao vazio, à depressão. Sentindo-se aceita, honrada e celebrada pelas suas irmãs e companheiras de jornada a mulher saberá sintonizar-se com os atributos da Mulher Sábia, da Conselheira, da Mestra e da Deusa Anciã, compartilhando os maduros frutos de suas experiências e vivências.

Mirella Faur

PURIFICAÇÃO


Lavaram lhe o cabelo
Cingiram lhe e trançaram
Deram pão e frutas

Adornaram lhe o corpo
Desenhando no ventre
As quatro luas

Banharam lhe com perfume
E deixaram sozinha na floresta
Escoltada apenas por quatro mulheres

No rio fui lavada e santificada
Despi me de tudo que pensava ser
Até que fiquei nua daquilo que de fato sol

Ela era como o gota de orvalho pendente do Galho
Do ramo sagrado, a murta de Hera
Em ti A Serpente Ladon do Lago espera

A chama sagrada no altar esta acesa
E em mim queima o fogo da Deusa
Eu que sou escuridão

Sou a Devoradora e a Grande Porca
Sou aquela que feita de fogo
E sou a Senhora da Madrugada

Sou a Rainha do Caos
E aquela que prepara a mortalha
Sou a Terra seca, velha e estéril

Mas também sou a Resplandecente
Feita em Luz para dar o meu amor
E dele ser partilhado

Eu que conheço todos os signos sagrados
Grandes moradas, grandes mulheres
Senhoras da Terra,Filhas da Deusa Hera

Queima a minha fronte com o Teu selo
Mãe Lua, e me inicia na minha jornada interior
Rainha das Ninfas, a mais digna das Deusas

Deusa Amada, Deusa Sagrada
Senhora do Monte Olimpo, Rainha da Beotia, Cartago e da Líbia
Imperatriz de Argos que faz a lei com amor

Lava meu corpo com tuas ervas sagradas

Eu vou a Ti consagrada e santificada
Em mim ecoa a voz Dela
Para que a vida não falte na Terra

Ecoa nas almas o desejo
O desejo que liga o rei a rainha
E por sua vez a soberania da Terra

Para que a vida não falte na Terra
Que seja o ventre da mulher
O altar santificado

O desejo dos opostos consagrado
Que Ele seja preparado para servir a Ela
Vem Grande Gamo
Vem adornado de ervas

Tua majestade só a Senhora ultrapassa
Vem fecundar a Terra
E nos purificar

E lançar mão de uma nova era
Vem Senhora de Todas as coisas
Mãe de Tudo que á
Vem Grande Mãe Terra
Nas almas e nos corpos

Encerra em nos o destino.

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER....






Blogagem Coletiva (2) '100 anos de Dia Internacional da Mulher - Celebrar o quê?'

Pois é dia as mulheres, o dia internacional da mulher.
Nesta dia de hoje fiquei curiosa sobre o que falariam acerca da Mulher e liguei a TV ( coisa que raramente faço quando estou sozinha) e fui ver...Talvez falassem algo importante, a a única coisa mais ou menos profunda que eu vi foi que hoje tiveram menos comerciais de mulheres semi-nuas a fazer propaganda de cervejas...E também teve um politica brasileira muito inteligente a defender a Amazónia e as nossos resquícios da floresta Atlântica...Fora isso foi tudo propaganda de moda e revistas e entrevistas com mulheres belíssimas e modernas, inteligentes e femininas e muito bem instruídas de fato...Mulheres falando de sapatos, moda, cosméticos e relacionamentos e quase nada a acerca da Alma Feminina ou da dimensão profunda do ser mulher, as vezes algumas criticando o feminismo, com medo de se tornarem homens de saia de fato como acontece com algumas feministas que se esquecem de realizar a busca do feminino ao fundo e ficam apenas na mente...E no poder do dinheiro e da politica!

Não se falou da mulher real, da mulher pobre, da mulher "favelada" que é maioria no nosso país...
Afinal de contas a quem interessa?

A mulher poderosa a mulher que sai com seus filhos no colo para ir no trabalho, a mulher que depois de ser espancada pelo marido se vinga ou o denuncia ( a ultima alternativa nunca deu em nada, pois a politica e o Estado fazem leis para proteger os homens e seus interesses: subjugar as mulher, os filhos, e os efeminados... e é claro ganhar mais dinheiro poluindo a Terra Mãe, pois dinheiro é poder e poder vicia..)
Falou se apenas da moda e em geral dos relacionamentos, mas da mulher em essência, a Mulher Grande Mãe, a Mulher-Deusa, não se falou e se foi citada a mulher como deusa, foi como musa pornográfica das escolas de samba, campanhas de camisinha e cerveja...

O que me admira é que a mulher não chega sequer a notar como é usada a grosso modo, pois vivemos nesta maldita cultura alienante a tempo de mais e eu me pergunto o que estamos a celebrar, pois se for tal como é visto na teve estamos a celebrar a mulher-revista, a mulher-manequim, a mulher top model e não a mulher real que lava a casa ganha dinheiro e em incontáveis vezes é manipulada pelo marido, que lhe toma tudo, até sua dignidade....

Também não se falou da mulher caridosa como tem muitas no nosso pais, da mulher que recolhe crianças na rua e da comida mesmo não tendo sequer um tecto direito...
Não a mulher mãe, biologica ou intuitiva não é mostrada pois não é interesse dos Mídia, a mulher reacionaria, a visionaria, a profetisa ( a não ser que seja do Senhor...) não é revelada nem mostrada e o aumento dos Círculos Femininos e das escolas da sabedoria feminina não é nem ao menos mostrado porque para o Patriarcado e para o Sistema isso não interessa e não existe, pois o sistema nunca mostra "aquilo que não interessa" aquilo que divulga e difama o Patriarcado, mostras as garras da verdade, mostra face da Mulher Sábia ou Generosa e Provedora, não é mostrado é tido como irrelevante!

Eu sei que é uma luta perdida e ninguém da a cara a tapa e as mulheres no fundo ( a sua maioria) não se importam...Mas se eu não falar, e deixar apenas uma mulher falar, depois de nos quem mais terá a coragem de falar, quem mais dirá alguma coisa?
É por isso que eu falo, para que saibam que eu não sou dessas mulheres exotericas, perdidas na mística e na politica do correto e da Nova Era...
Eu mostro a verdade e não sou ouvida, e quando falo isso na vida real sou cruelmente silenciada e tida como doida?

Por isso eu não vou ser falsa e nem vou celebrar "o dia das mulheres" a menos que uma mulher me mostre que o valor do feminino ainda esta no mundo , e que ele é tido como algo sagrado e profundo e não apenas uma distracção para as horas vazias.


Gaia Lil

MULHER SECRETA

Voa meu coração
em direção
A Grande Mulher
Mulher secreta, mulher sagrada
Apaixonada estou pela Tua alma
Eu e tu somos uma só mulher
E no teu abraço de mulher
Eu encontro a Grande Mulher
A Grande Mãe
Mulher secreta, Mulher sagrada
Vem em minha alma
Jubilosa e dadivosa
Mulher velha
Vem com teu abraço de perfume
E tua força de serpente
Vem mulher Terra!
Vem em meu coração
Eu sou mulher
Tu es mulher
Viva a mulher!
Sonho com teu carinho infinito
E com tua voz de oceano
A me embalar

Mulher-Mar
Nascida das ondas
Deusa do Amor
Filha da Grande Mãe
Voemos alto
Em direção a Ti
Dadivosa
Grande Mulher
Feita de cada particula
Cada sonho
cada emoção (boas e ruins)
Das mulheres
Aonde duas mulher comungam
Mais uma mulher comunga
E apartir do Três
Tudo se multiplica...


*Imagem da Deusa Oxum, a Afrodite Negra e abrasileirada...

domingo, 7 de março de 2010

SERVIDORA DA SENHORA E NÃO DO SENHOR...



1 comentários:

Shalomm of God disse...

Assim diz o Senhor, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo; Isaías 44,24
texto
Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus: eu te cingirei, ainda que tu me não conheças,
Isaías 45,5
Para que se saiba, desde o nascente do sol e desde o poente, que fora de mim não há outro: eu sou o Senhor, e não há outro.Isaías 45,6
então jovem creia somente no único verdadeiro Deus que salva,liberta e transforma o pecador em uma nova criatura em Jesus Cristo seu filho ok leia a Biblia.


Com o aparecimento desses invasores nos horizontes pré-históricos — e não, como às
vezes se afirma, com o fato de eles descobrirem que também representavam um papel na
procriação- , a Deusa e as mulheres foram reduzidas a consortes ou concubinas dos homens.
Gradativamente a dominação masculina, a guerra e a escravidão de mulheres e dos homens maisfracos, mais "afeminados", tornaram-se a norma.


Se fizermos uma leitura da Bíblia como literatura social normativa, veremos que a ausência da Deusa é a mais importante evidência sobre o tipo de ordem social que os homens que escreveram e reescreveram ao longo de muitos séculos este documento religioso lutaram para estabelecer e preservar. Simbolicamente, a ausência da Deusa nas Escrituras Sagradas oficialmente sancionadas representava a ausência de um poder divino que protegesse as mulheres e vingasse os erros que lhes fossem infligidos pelos homens.

Isso não significa que a Bíblia não contenha importantes preceitos éticos e verdades místicas, ou que o judaísmo, como se desenvolveu posteriormente, não tenha feito contribuições positivas à história ocidental. De fato, muito embora esteja cada vez mais evidente originarem-se tais preceitos e verdades de antigas sabedorias, grande parte da civilização ocidental humanitária e justa provém dos ensinamentos dos profetas hebraicos. Por exemplo, muitos dos ensinamentos de Isaías, de onde são derivados inúmeros ensinamentos posteriores de Jesus, destinavam-se a uma sociedade de parceria e não de dominação. No entanto, misturado ao que há de humanitário e elevado, muito do que encontramos na Bíblia judaico-cristã é uma rede de mitos e leis destinados a impor, manter e perpetuar um sistema dominador de organização econômica e social

ENXERTOS E O CÁLICE E A ESPADA, RIANE EISLER

Gaia Lil:

Eu tenho por costume depois de responder um comentário de um evangélico ou católico que venha carregado de preconceitos ou ensinamentos, e pseudo-verdades absolutas, exclui lo visto que tais comentários nada tem a haver com o Sagrado Feminino de fato e serem apenas opiniões masculinas ou masculinizadas, que em geral definem sua religião como a única verdadeira, o único deus e a única verdade...Mas nos sacerdotisas, sabemos que tal como a Deusa, a verdade tem muitas faces.
Além do mais (afinal de contas) o Blogue é meu e eu faço o que bem me apetecer...
Alias eu ainda acendo incenso a Rainha dos Céus...

Disseram me Bruxa-Serpente-Feiticeira, os leigos e religiosos que sempre obedeciam...
Souberam me Lua Negra os astrólogos, os místicos que sabiam
Da velha historia das irmãs e feiticeiras que não me deixaram escura só ou traiçoeira
Entenderam me cúmplice as mulheres que intuíram a primeira esperança...
Souberam me parte sua os homens que em seu Feminino tiveram confiança
e ouvindo os dois as coisas que eu dizia
Souberam que eu era alerta e os protegia
Eu Mulher-Astro-Lua-Negra errante sou e quero ser iluminada
Pelo sol que me deixa refleti lo
Não sendo assim opaca ou abandonada
De sua Luz crio o Luar
E me torno Luminosa
E brilho com minha Luz
Em noite misteriosa...

quinta-feira, 4 de março de 2010

AS MULHERES QUE NÃO VEMOS...




Wari, a flor do deserto...

Tão Belas e ternas como as flores que desabrocham...

"A denúncia de mutilação genital das mulheres somalis é o grandioso objetivo da obra Flor do Deserto. Através de sua biografia, a modelo africana Waris Dirie, atravessa as fronteiras da Somália e mostra ao mundo o lado grotesco de sua cultura. Waris conta que foi mutilada aos cinco anos de idade, numa espécie de rito de passagem.
O relato impactante mostra a crueldade e o preconceito aos quais são submetidas as meninas somalis.


Seus clitóris são extirpados com objetos rudimentares, como
facas, tesouras e lascas de pedras, sem preocupação com higiêne, pondo em risco milhares de vidas.


A cultura de seu país atribui à genitália feminina o estigma do mal, por isso toda filha mulher é submetida a ritual de mutilação. A modelo relata sua saga pelo deserto da Somália, fugindo da tirania do pai, cuja mentalidade cultural, permite não só a mutilação, como a escolha do marido para a filha. A menina Waris foge,ainda sangrando para Mogastício a pé, enfrentando animais selvagens e areias escaldantes por 500Kms. A provação de Waris é recompensada em parte, fora do seu país e longe das imposições de sua cultura, ela se torna uma modelo conhecida internacionalmente, o que lhe permite denunciar ao mundo a bárbarie a que são submetidas as mulheres somalis.
Hoje Waris é embaixadora da ONU e responde por assuntos que denunciam a crueldade contra as mulheres de seu país."


Jornal da eBAND


O país era a Somália. O ano, 1970. Wairis Dirie tinha 5 anos. Morava na região de Gallcaio quando foi submetida a um procedimento de circuncisão feminina, também chamada de mutilação vaginal. Aos 13 anos, foi forçada a casar com um homem de 60. Desesperada, fugiu a pé até a capital Mogadíscio. De lá, partiu para Londres, onde foi descoberta pelo fotógrafo britânico Terence Donovan. Logo se tornou uma modelo de sucesso. "Há 15 anos, percebi que poderia fazer algo melhor pelo mundo do que desfilar", contou ao eBand Waris Dirie, que está no Brasil para o Carnaval. Foi quando decidiu contar ao mundo sua história. Em 2002, criou a Waris Dirie Foundation que tem como objetivo acabar com a mutilação genital feminina (MGF).


A MGF é um procedimento que envolve o corte de parte ou toda a genitália. Ela é geralmente feita em meninas entre 4 e 15 anos de idade. No entanto, em alguns países como a Etiópia, há casos de garotas de 1 ano, ou menos, submetidas à circuncisão.


Há polêmica acerca da circuncisão feminina, pois muitos não a veem como um crime, mas sim uma prática cultural. "Sou contra a mutilação, mas é parte de uma cultura tribal", afirma David Wiley , professor de sociologia e estudos africanos da Universidade de Michigan. "Porém, as culturas sempre se modificam e temos de trabalhar para que essas práticas sejam deixadas de lado", pondera.


Já o nigeriano Mallami Azeez Kayode, analista do jornal “African News Switzerland”, condena: "A MGF é um crime contra a humanidade. E discordo totalmente dessa tradição irracional".


Nas regiões em que é praticada, a circuncisão feminina é vista como uma iniciação da mulher à vida adulta ou, até mesmo, como prática higiênica.


"Em Benin [país do oeste africano], não consideramos a mutilação genital feminina crime. É um processo socialmente aceito como um método de limpeza", explica o professor de política internacional Stanley Eke Orobator, da Universidade de Benin.


Em outros casos, está relacionada a rituais ligados ao Corão e ao Hadith (registros sobre a história de Maomé). A ligação com a fé, no entanto, não é justificativa para Waris: “Nenhuma religião diz que em algum momento você pode mutilar meninas ainda bebês", protesta a ex-modelo que também é embaixadora das Nações Unidas. “A ignorância leva pessoas a acreditarem em qualquer coisa".


Tipos
Existem três tipos de MGF: o primeiro, chamado clitoridectomia, consiste na remoção total ou parcial do clitóris. Outro tipo, a extirpação, retira o clitóris e os pequenos lábios. Na infibulação, corta-se ou raspa-se também os grandes lábios, o que provoca estreitamento da abertura vaginal. Em geral, as incisões são feitas com lâminas não esterilizadas sem anestesia, e para a cicatrização amarram-se as pernas da mulher. Quem executa, normalmente, são mulheres da família ou pessoas designadas nas tribos.


De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a falta de antibióticos e instrumentos adequados causa morte imediata de um terço das meninas submetidas à MGF. Segundo o estudo "Mulheres e Saúde: Evidências de Hoje", publicado pela OMS em 2009, na África, cerca de 92,5 milhões de meninas maiores de 10 anos sofrem as sequelas da mutilação. Por ano, 3 milhões de garotas passam pelo ritual no continente africano, onde ocorre o maior número dos casos.


Segundo dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a circuncisão feminina pode causar choque, devido à dor e ao trauma, além de infecções generalizadas. Outros problemas estão ligados ao acúmulo de pus, aumento da propensão a contrair HIV ou hepatite, infertilidade, obstrução da menstruação e formação de pedras na bexiga. O parto das meninas submetidas à mutilação pode causar infecção e até hemorragia - estima-se que 55% morrem depois de dar à luz.


A OMS afirma ainda que a MGF ocorre em países do leste, oeste e nordeste africanos, na Ásia e no Oriente Médio, além de algumas comunidades de imigrantes na América do Norte e Europa. No Egito e na Etiópia, leis proibindo a circuncisão foram criadas mas não provocaram alterações profundas nos quadros. "Eu não sei por que me tornei símbolo de um ato tão perverso. Me sinto muito sozinha nessa luta", lamenta Waris.

IN: http://www.band.com.br/jornalismo/mundo/conteudo.asp?ID=264161



SOMOS TODAS FLORES DO DESERTO...PATRIARCAL...


Isto não é inciação isto é...desumano.É como se o mal, aquilo que provoca dor fosse algo bom. Enquanto falamos de Sagrado Feminino nos esquecemos das mulheres que estão a nossa volta, as mulheres no mundo inteiro!

E os homens como vi em Mulheres & Deusas continuam a se justificar, justificar a violencia contra a mulher pois eles pensam " Que é bom e bem feito"...Desprezam a mulher , odeiam e a temem e querem a todo custo controlar não só o seu corpo mas tambem a sua alma...Enquanto isso essa espiritualidade New Age, nos ensina a abixar a cabeça e dizer sim a tudo, acietar a vida como ela é e sermos bonzinhos pois o mundo, (assim diziam os mestres) vai acabar...

Como pode Mãe, tamanha alienação?
Como pode a Mulher estar tão alienada?
E como pode o ser humano ser capaz de tanta maldade?



BLOGAGEM COLETIVA: DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Indicado por Luciana Onofre




EM BUSCA DA MULHER ABSOLUTA...
SACERDOTISA E SOBERANA DE SI MESMA...



No dia da Mulher eu simplesmente desejo que a Mulher reconheça sua soberania e sua força e dignidade feminina, ao se reconectar com os aspectos de poder da Deusa e não só, e que seja ela tratada com o mais devido respeito para que num futuro, que se a Deusa nos favorecer esteja próximo não mais precisemos de um dia da mulher ou dia das mães...

Que a Deusa desça e permaneça entre nos, em nossas almas e em nossos corpos, que escolhemos nossos parceiros com mais sabedoria e que ajam mais homens valentes, verdadeiros representantes do Deus e filhos da Deusa, diferente destes homens do patriarcado que subjugam a mulher e uma mulher nova e diferente e ao mesmo tempo intemporal, restauradora de sua força como Feiticeira, Filha da Deusa , e Sacerdotisa por direito próprio conquistando seu espaço no mundo sem precisar ter seu mérito validado pelos homens ou pelos deuses dos esquemas patriarcais...
Em suma desejo a Mulher absoluta, Senhora do Seu próprio fluxo e destino, restituída em força e dignidade, sacerdotisa e servidora da Grande Mãe Universal cujo poder se estende por toda a vegetação e natureza...Com seus devidos respeitos, o respeito a Terra Mãe e ao Sagrado Feminino,ao poder regenerativo da Deusa que da e toma a vida pois tanto a Morte como a Vida fazem parte do Todo, do poder absoluto e criador, que é a Deusa, a Deusa Una, Senhora dos Homens e das Mulheres, e também o Seu Filho, Deus da Natureza e não o Senhor das Guerras que cultuamos hoje em dia...
Eu desejo a Deusa Todo-Poderosa e a sua imagem Mulher aqui na Terra a Mulher absoluta , mulher esta que é negligencenciada até mesmo pelas feministas que nunca foram ao fundo da historia, ao fundo dos seus ventres, pois elas são as Mães do Mundo, e tem a chance de serem as Mães de um novo milénio...

Viva a Deusa e a Mulher Absoluta!

A COLHEITA DE MACHA


Deusas celtas, soberanas da terra e da guerra

“A morte nasce conosco e conosco caminha por todos os instantes da vida, mesmo que tentemos ignorá-la”. John O’Donoghue, escritor irlandês.

Mirella Faur

Do grande tronco indo-europeu faziam parte os vários povos celtas estabelecidos em diferentes lugares do continente europeu. Considerados pelos romanos como bárbaros valentes, jamais formaram um império pois lhes faltava uma liderança única, as diversas tribos sempre guerreando entre si. Apesar da sua diversidade étnica, entre os séculos VIII e V a.C. houve uma cristalização da cultura celta com a uniformização dos sepultamentos (os mortos passaram a ser enterrados com armas e pertences e não mais cremados), a construção de fortificações com paliçadas e melhor elaboração dos conceitos e costumes sobre vida e morte. A sociedade celta era dividida em clãs e os laços familiares eram muito valorizados. As mulheres celtas se assemelhavam aos homens não apenas pela sua estatura e altivez, mas também com respeito à coragem e participação ativa nas batalhas, conforme comprovam centenas de relatos de mulheres poderosas e rainhas deificadas como Boudicca e Maeve.

Os celtas respeitavam profundamente a Natureza, honrando a Terra e suas criaturas como elos sagrados na teia da criação e na magia da vida. Esta reverência e o culto de inúmeras divindades ligadas às forças da natureza mantiveram-se intactos mesmo depois da romanização das terras celtas e do sincretismo com os deuses romanos. Porém, a erradicação e perseguição agressiva e opressiva da religião pagã aconteceram com a chegada do cristianismo, que conseguiu impor seus dogmas e proibições apesar da resistência dos druidas e do povo, principalmente o irlandês. Para erradicar a religião pagã e suas tradições os monges cristãos começaram a registrar lendas, mitos, crenças e costumes com as devidas correções e inevitáveis distorções, introduzindo elementos e conceitos cristãos. Mesmo assim, uma boa parte do legado ancestral foi preservada e o substrato original pode ser distinguido se usarmos um “filtro” corretor, olhando além das incongruências conceituais e sobreposições cristãs.

Um dos conceitos celtas mais difíceis de compreender e aceitar - pela nossa cultura cristã e a mentalidade atual - é a associação dos arquétipos sagrados femininos com a guerra. Para transpormos barreiras conceituais devemos conhecer o princípio celta da soberania da terra, sempre representado por uma Deusa Mãe com características protetoras e defensoras. A vida e a sobrevivência dependiam da terra e por isso ela devia ser preservada e protegida, pois desrespeitar a terra e a soberania de um povo significava ofender e ameaçar a própria natureza criadora da vida. A soberania – o verdadeiro poder de quem governava e conduzia os destinos de um povo – pertencia a um arquétipo feminino, a própria Deusa da Terra, com a qual o rei ou governante devia se casar simbolicamente para garantir a prosperidade e paz. O casamento do rei com a Deusa da terra representava as condições indispensáveis para que a soberania se manifestasse: respeito, igualdade, confiança, parceria e solidariedade. A representante da Deusa soberana era uma sacerdotisa ou rainha imbuída de poderes especiais, que até mesmo podia ser divinizada, como se conclui das lendas de Macha, Maeve e Boudicca. Nos mitos aparece de forma metafórica o alerta sobre as conseqüências da opressão, violência e exploração da natureza e da mulher com os inerentes desequilíbrios, a falta de prosperidade e do convívio pacífico.

Em várias lendas, Macha (pronuncia-se Maha) é descrita como uma típica deusa celta tendo um caráter ambíguo: ora generosa e gentil, ora terrível e implacável guerreira.Ela - assim como Maeve – é uma divindade ctônica, ligada às dádivas da terra e à sua necessária defesa e proteção. Maeve (ou Medb) representava o espírito feminino arcaico, existente em cada mulher e que é expresso em grau maior ou menor como comportamento instintivo, impulsivo, corajoso, combativo, sedutor e fértil. Outras fontes citam Macha como sendo uma das faces de Morrighan, a formidável deusa tríplice da guerra, morte e sexualidade (o meio natural para garantir a fertilidade). As faces de Morrighan chamadas de Morrigna eram conhecidas como: Nemain, o frenesi combativo que infundia o terror nos inimigos, Morrighan, a “Grande Rainha” que planejava o ataque e incitava o heroísmo e a valentia dos combatentes, Macha ou Badb, o corvo que se alimentava dos cadáveres dos mortos em combate e que era associada aos sangrentos troféus da batalha (as cabeças decapitadas dos inimigos, consideradas “sua colheita”). Esta triplicidade também era conhecida com os nomes de Banba, Fotla, Eriu, as ancestrais padroeiras da Irlanda.

A natureza das deusas celtas é multifuncional e com complexos significados, mesclando elementos ancestrais dos pacíficos povos pré-celtas (maternidade, fertilidade) com os dos combativos celtas, onde prevaleciam atributos de guerra, morte e sexo, acrescidos de soberania.Várias divindades representam uma paradoxal união de extremos: amor e guerra, guerra e fertilidade, guerra e soberania. Não existe uma deusa do amor no panteão celta, as deidades - deusas e deuses- simbolizam as forças da natureza e a eterna roda da vida/ morte/renascimento, início/ fim/recomeço, em que os opostos se seguem em círculos evolutivos e tem o mesmo peso.

Na filosofia celta não existia vida sem morte, nem paz sem guerra. Cada ser traz em si estes elementos e pela sua percepção vemos a necessidade do seu equilíbrio, que pode ser desestabilizado pela supervalorização de uma característica em detrimento de outra. Nosso desenvolvimento espiritual depende da compreensão e harmonização de todos os elementos que fazem parte do nosso ser. Somente conhecendo a face escura e selvagem e “domando-a”, poderemos tomar consciência da nossa divina complexidade, conhecendo assim a verdadeira e completa natureza. É possível unir as qualidades maternais e femininas com os aspectos guerreiros, os dons da arte, magia e sedução.

Em muitas referências míticas, iconográficas e literárias vê-se a forte ligação entre as deusas da guerra e a presença de mulheres nas batalhas. Indo além das interpretações tendenciosas romanas e as difamações cristãs, percebemos esta ligação como uma associação simbólica entre guerra e ritual. Para os celtas a caça era uma atividade que envolvia rituais para assegurar o sucesso, da mesma forma como as mulheres celtas vestidas de preto, com os braços elevados e proferindo maldições contra os conquistadores romanos tinham um forte componente ritualístico.As sacerdotisas que atuavam nos campos de batalha usavam encantamentos para atrair poderes sobrenaturais e direcioná-las contra os inimigos, fortalecendo seus companheiros para não recuar perante o inimigo. Os historiadores romanos descreveram as mulheres celtas como bruxas ferozes e ameaçadores, altas, robustas, com pele alva e olhos azuis e longos cabelos ruivos, sacudindo os punhos com raiva e gritando maldições. Em outras situações, as mulheres ficavam com seus filhos na retaguarda e incentivavam seus homens com gritos e orações para que lutassem melhor e não desistissem.

Das inúmeras mulheres guerreiras, sacerdotisas e rainhas poderosas sobressaem-se duas famosas rainhas: Cartimandua, dirigente dos Brigantes, sacerdotisa da deusa Brigantia e Boudicca governante dos Iceni, que se tornou famosa por venerar a deusa Andraste ou Andarta, a deusa da guerra citada por várias fontes. O nome Boudicca ou Boadiceia se origina na palavra celta bouda que significa vitória. A sua história é repleta de atos de coragem nas batalhas e crueldade com as prisioneiras, que eram empaladas vivas e mutiladas como oferendas sangrentas para a deusa Andraste e uma vingança pelo estupro das suas filhas e a conquista da terra pelos romanos. Existe um forte elo entre Boudicca e Andraste, podendo serem vistas como aspectos de uma mesma entidade, uma residindo no mundo sobrenatural e a outra sendo uma valente dirigente e cruel guerreira humana, ao mesmo tempo servindo como sacerdotisa da deusa da guerra.

Andraste ou Andred cujo nome significa ”A Invencível’ era uma deusa irlandesa equiparada com Andarte cultuada na Gália e com características semelhantes à Morrighan, sendo evocada na véspera das batalhas para garantir a vitória.Os romanos diminuíram seu status para uma deusa lunar (por ser a lebre seu totem) e a associaram ao amor e fertilidade. No entanto, o arquétipo original de Andraste é de uma deusa escura e ceifadora, invocada apenas nos momentos de extrema necessidade, pois ela exigia sacrifícios de sangue humano, considerado o mais potente substrato mágico.Ela controlava os fios da vida de cada ser humano, do nascimento até a morte, pois a morte era parte inevitável da vida. O seu lado sombrio (da anciã) era amenizado pelos seus atributos de deusa lunar, regente do amor e da fertilidade (como mãe criadora da vida) e regente da caça (na sua face de donzela).

O aparente paradoxo entre os aspectos e naturezas das deusas celtas reflete a profunda compreensão do processo de dar/receber, nascer/morrer, começo/fim. Muitas deusas aparecem como figuras promíscuas e destrutivas, mas elas personificavam aspectos da natureza, como a fertilidade e a soberania da terra, que tinham que ser defendidas a qualquer preço para assegurar a sobrevivência dos descendentes. A criação e a destruição são processos interdependentes, existe uma ausência de vida na escuridão da terra que recebe os mortos, mas também é a terra escura que abriga e promove o desabrochar das sementes, que renascem - assim como os mortos nela enterrados - para uma Nova Vida.

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