"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


sábado, 20 de novembro de 2010

A MULHER É O ORÁCULO

“A INTUIÇÃO SAGRADA,
essa “ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança,” é a Chave da sabedoria inata e de que a mulher é em essência a fiel mediadora - entre o visível e o invisível, o manifesto e o oculto - sendo ela própria o Oráculo. Assim era em Delfos, lugar sagrado, considerado o ônfalo (seio) da Terra, o lugar ou gruta onde a Serpente Piton revelava os SEUS mistérios através das suas Pitonisas. A profecia, é a palavra sagrada que nasce no útero da vida e da Terra, a Voz do Útero na mulher e que lhe dá essa “intuição sagrada”, de que ela foi CRIMINOSAMENTE desapossada pelos sacerdotes guerreiros do deus Apolo…e continuadamente até aos nossos dias pelas pelos padres das religiões patriarcais.

É por essa razão que devemos voltar-nos para a fonte dessa sabedoria, despertar em nós essa Intuição Sagrada e confiar em absoluto nela. A Mulher deve recuperar essa confiança no seu Útero onde reside a sua força e na Terra Mãe e na Deusa E OS SEUS MISTÉRIOS...
…"E são estes mistérios que convem abordar. Com
respeito, com audácia e inocência, tentando recorrer à intuição sagrada, essa
“ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança.”
Porque:
“A Deusa é generosa e regeneradora; ela é bela, com o seu cinto de ouro e de serpentes, estendendo os braços para a vida, pressionando os seus seios com as mãos para os fazer deitar leite como Reia – cujo nome significa “jacto de leite” e que se projecta na Via Láctea.
(…)

De facto a Deusa Terra, a Magna Mater, recusa-se a fazer parte desses “homens castrados” que são suposto serem mulheres. Para Freud, não havia libido feminino correspondente à libido masculina – o que Lacan retomará dizendo que não há felicidade senão no phallus, o que, acrescenta ele, não significa que “o portador do dito seja feliz” (e que, diga-se de passagem, nos faz pensar que com efeito o homem é, muito mais do que a mulher, capaz de viver como que “separado”, clivado entre o seu phallus e o seu ser).
Outros psicanalistas, como Erich From, recusam-se a seguir Freud nesse terreno. Ele crê na igualdade real entre homem e mulher: “A hipótese segundo a qual uma metade da raça humana seria uma versão mutilada da outra metade não é senão um absurdo”; interpretação alias contestada hoje pelos psicanalistas de escolas diversas que consideram a pseudo-misoginia de Freud como um contra-senso fundamental…Se E. From crê nesse “instinto de morte”, é exclusivamente enquanto parte “destrutiva da libido sádica anal” o seu aspecto necrófilo. Ora a Deusa enquanto Deusa da fertilidade não é profundamente necrófila? Não é essa a sua dimensão primeira?
Mas ela é a Mãe e é aí que começa o drama. Ela está dentro deste fervilhamento da vida fundamental cercada pelas tempestades da morte”, como o diz de forma soberba Otto Walter. Mas o homem seria, ele por si só, excluído destas “tempestades da morte”?
(…)
Uma coisa é certa: o culto da Deusa Mãe está centrado nos Mistérios, no ciclo Vida/Morte/Renascimento e que está no coração de todas as interrogações metafísicas desde o começo dos tempos.
E são estes mistérios que convem abordar. Com respeito, com audácia e inocência, tentando recorrer à intuição sagrada, essa “ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança.”
(…)
(excerto traduzido do francês)
In A DEUSA SELVAGEM
Joelle de Gravelaine

IN: MULHERES & DEUSAS

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A OBRA DA GRANDE MÃE

SACERDOTISA E BRUXA, COM MUITO AMOR!

Eu agradeço a todos os comentários mas gostaria de dizer que não foi só uma opção mas também uma obrigação minha como sacerdotisa da Deusa em responde lo mesmo não sendo ouvida e nem tampouco acreditada.

Sempre nos depararemos com indivíduos como esses que temem a face obscura da Deusa porque jamais mergulharam na sombra de sua alma, ainda mais este senhor e sua esposa que se utilizam de subterfúgios para ter acesso a magia e a Visão... Para mim o dom tem ser desenvolvido naturalmente e no caminhar de cada um e não estimulado por bebidas sagradas, que são em si mesmas parte de rituais indígenas e não os oficializados ritos new age, nova era...
E eu prosseguirei no meu trabalho e não pensem que isso me abala. Este senhor até me enviou outro texto de resposta mas não me dei ao trabalho de ler nem de responder...Se não entro no jogo do Patriarcado de guerra e luta, bate e rebate.
É muito triste e desagradável encontrar gente que se diz espiritualizada mas ainda limita se as ditames do patriarcado-espiritual, temendo o potencial fecundo da Deusa Mãe e de suas sacerdotisas, as grandes bruxas queimadas ao longo da história nas fogueiras da inquisição e não só, também do preconceito, machismo e cepticismo. O que eu não concordo e não concordarei de jeito algum é que se utilizem do nome da Grande Deusa para dividir ainda mais a mulher nos dois arquétipos da Santa Virgem e da Prostituta Bruxa, uma boa e uma má, uma espiritualizada e pura, e outra mundana e impura.
E ainda mais foi o fato dele não ter levado as informações que dei em consideração e tentar me convencer que o desejo que faz parte da Natureza Mãe, o desejo que a força cósmica da Deusa que une macho e fêmea ou ser e ser, enfim o desejo é por si só impuro.
Estas são as mesmas pessoas que nós convenceram que mulheres não tem a capacidade para liderar rituais e canalizar poderes, essas são as mesmas pessoas que temem a Mãe Terra e a chamam de Mãe Terrível, estas são as mesmas pessoas que convencem que as mulheres não são sagradas por si mesmas e sim e tão somente se fizerem tudo que seus "mestres" mandam....

E finalmente estas são as mesmas pessoas que parecem tornar o esoterismo e a espiritualidade numa salada louca aonde informações históricas não são mescladas com intuição mas com pura imaginação e filosofia abstracta advindo das espiritualidades patriarcais solares, que negam a vida na Terra Mãe, negam a Sabedoria das mulheres antigas que nutriam, livres de corpo e alma, os campos para a próxima colheita e realizavam os festivais em honra a Senhora, as mesma grandes sacerdotisas e bruxas que invocavam o Galhudo no momento em que se deitavam nos campos para ligar o poder da Deusa de Todas As Coisas, a Terra Mãe ao Senhor do Conhecimento, ao Velho Sábio...

Enfim são pessoas que sempre temeram e sempre temeram o Princípio Feminino e o poder da Grande Mãe e as mulheres e há muito pouco que possamos fazer por elas.
Por isso a questão não é o que faremos por elas, e sim por nós. Olhe com atenção para esse tipo de comportamento patriarcal-espiritual e tente se lembrar de todas as vezes que pensou ou agiu assim ou concordou com essas idéias absurdas que negam o amor e o desejo de homens e mulheres e agora diga a si mesma que nunca mais vai se permitir agir assim.
O culto a Deusa ( e não preciso tomar ayahuaska nenhuma para dizer isso) ainda vai enfrentar muitos desafios na sua busca de integração homem-mulher, no seu ideal de libertação e união das mulheres cingidas pelo patriarcado, na busca de uma vida equilibrada entre espiritualidade e a prática mas um trunfo nós já temos. Estamos nós tornando as pessoas mas conscientes que já houveram e cada vez mais temos sentido o poder dessa Grande Deusa que habita em nós, em nossa alma, e em nosso coração, essa Mãe Divina que é Origem da Origem e Força por detrás de todas as faces. Vamos deixar que a Deusa aja em nós de dentro pra fora, numa caminhada de vida positiva, nessa caminhada magica que cada ser humano, homem ou mulher traça, sabendo e sendo uma nova face dessa nossa Grande e Amada Deusa na Terra.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DIFERENTES PONTOS DE VISTA

Para mim meu caro senhor a um evidênte conflito de interesses e eu não me baseio apenas em memorias de vidas passdas se é que são emorias e não fantasias. Sou tão sacerdotisa quanto qualquer outra mulher que sirva a /deusa porém eu celebro a vida com o meu corpo e a vida fisica , a natureza que me rodeia. Uma sacerdotisa da Deusa sabe que a virgindade da Senhora é apenas simbolica no ponto de vista de que a Deusa dá mas nunca é tomada pois é uma em si mesma. Creio que leh falta sim conhecimento sobre ois mitos e mistérios da Deusa e eu não vou voltar atrás em minha pinião ou filosofia. Faço o seu trabalho da maneira que achar correto e melhor e saiba que me recordo de minhas vidas passdas sim mas não me baseio tão somente nisso para desenvolver meu trabalho culto da Grande Mãe.

Abraços e bêmçãos e passar bem

From: institutoayahuasca@institutoayahuasca.com.br
To: estrela_despertina.mistic@hotmail.com
Subject: Re: MULHERES CELTAS
Date: Fri, 5 Nov 2010 12:23:01 -0200

Cara Gaia,
A senhora(ita) recorda de suas outras vidas? Os textos são baseados nas recordações minhas e de minha esposa, é fruto do despertar da consciência através da Morte do Ego através do pedido à Divina Mãe para que elimine tal ou qual elemento prejudicial, é similar a uma fita de vídeo que após ser vista e feito consciência se pode dar ao luxo de queimar.
O crescente lunar não é mito, a algumas semanas minha esposa esteve em Avallon, está vazia, só há um Guardião, é amigo meu, faz a guarda, nós adentrávamos através das Brumas, tínhamos o poder para tal, minha esposa usava o sol, vejo-o agora com minha imaginação-clarividente.
A sexualidade é o mais digno, o que se pratica hoje é resultado daquelas que queriam entrar em Avallon, porém não eram castas nem como solteiras, nem como casadas, gostavam do orgasmo fisiológico e se dedicaram a realizar suas magias e viagens astrais pelo astral lunar, 1° Círculo Dantesco Infradimensional, sendo a chave o relacionamento sexual entre esposo e esposa sem haver o orgasmo fisiológico, não é sexo com seu homem, é com seu esposo-sacerdote; conheci Merlin, Árthur, Ginevere, Parsifal, Lancelot entre outros, não falamos do que lemos, mas do que vivemos, são lembranças vivas, a senhora(ita) lembra o que tomou de café da manhã a dois dias atrás? Lembranças são lembranças, ou as temos ou não.
Use sua frase para si mesma, "falta-lhe conhecimentos sobre o Sabrado Feminino e sob os abectos mais antigos da Grande Deusa e Seus Mistérios".
Quanto as bruxas, defina-se, mulheres que se dedicam ao orgasmo fisiológico com fundos místicos, realizam a viagem astral e suas poções malignas, habitantes do abismo, adoradoras de Hécate, a Rainha dos Infernos e da Morte.
Definam-se Sacerdotisas, mulheres de todos os tempos que se dedicaram à prática da Meditação e se dedicaram à castidade científica em louvor à Divina Mãe Kundalini .
No site não há nada a ser corrigido, as informações são precisas de Minha Consciência, auxiliada pelos Professores Jagube e Chacrona e Orientado pelo VM Anúbis, Jerarca dos Jerarcas, Tribunal do Karma, aliás, já esteve no Tribunal? Orientou-se com a Jerarquia? Teve acesso ao seu Livro da Vida?
Esperando termos sido úteis e desejando sucesso espiritual,
Anelamos boa sorte,
José Fernando Cracco
Ayahuasca Institute ®
O Coração ao Infinito e a mente no aqui e agora!
----- Original Message -----
Sent: Thursday, November 04, 2010 8:07 PM
Subject: MULHERES CELTAS

Nome: Gaia Lil
Fone:
Cidade:
Estado:
E-mail: estrela_despertina.mistic@hotmail.com
Assunto: MULHERES CELTAS
Mensagem: Discordo plenamente do seu texto que carrega um forte estilo patriarcal (aquele que fala de mulheres celtas) e ainda se utiliza de informações inconfirmaveis como o fato de sacerdotisas celtas usarem o crescente lunar na testa, tal informação tirada dos livros de Marion Zimmer Brandley, a idéia da autora foi retirada do fato nas e representações estatuetas da Deusa Diana (também cultuada pelos celtas como Arduina) haver um crescente em sua testa.Ainda por cima ao falar mal das bruxas é apenas confirmado o velho temor dos homens diante da sabedoria natural da Deusa e da inteligencia das mulheres. o texto em si teria de ser refeito pois até mesmo o conceito de \"castidade\" foi incluido no tema. Naquela época e nos periodos em que a Deusa era suprema a sexualidade fazia parte do serviço sagrado a`{a sendo uma oferende e um veiculo do Seu poder aos homens e as mulheres ( as representantes da deusa tinham o direito de ter vida ativa e participação em todas as ativ! idades socias inclusive a magia e átraves do simbolo da Deusa Virgem (não porque intocada pelos homens mas pelo fato de possuir a energia feminina e masculina e ser uma-em-si-mesma) elas tinha tanta liberdade sexual quanto os homens sem que isso fosse considerado maligno ou impuro. Falta lhe conhecimentos sobre o Sagrado Feminino e sobe os aspectos mas antigos da Grande Deusa e Seus Mistérios. Falta também a opinião de uma sacerdotisa da Deusa. apesar de tudo não lhe desejo nenhum mal nem ao seu trabalho e espero que as informações sejam corrigidas. Se desejar posso lhe enviar informações sobre as mulheres celtas segundo o ponto de vista das atuais sacerdotisas da Deusa e movimentadoras da irmandade do sagrado feminino.Creio que tudo foi um grande equivoco e que suas infromações e pesquisas realmente não foram a fundo no tema quer das mulheres sábias ou bruxas se preferir ou na situação das sacerdotisas celtas.

NOTA:

Eu queria apenas salientar que não estou em guerra com ninguém e muito menos com gente que serve a Deusa mas tão pouco posso concordar com os pontos de vista de Jose e de sua dita esposa que me pareceram muito fantasiosos e não são baseadas em quaisquer informações históricas. E dizer que eu com tanto tempo de trabalho e luta não compreendo os Mistérios da Deusa não foi algo muito educado. Ademais eu não vou voltar atrás em minhas opiniões , muito menos quando julgo estar certa. Para mim o tema do Sagrado Feminino é um assunto muito importante e nã pode ser baseado apenas em fantasias exotericas...

Espero que Jose não se importe com minha pinião se acredita estar fazendo o que é certo, mas eu também acredito estar fazendo o meu melhor e estou a muito tempo nesse trabaho para ser acreditada como uma bruxa má e louca...Ou que minha ponião não seja respeitada sem qualquer consideração.

De qualquer modo que a Deusa continue a iluminar seus caminhos e atentar sobre os desvios das ilusões humanas...e do imaginario em geral.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

80 ANOS DA MÃE DO FEMINISMO NO BRASIL


Do matricentrismo à androginia
Em busca do homem-mãe

Ano Zero – maio de 1992

Por Pedro Camargo, colaborou: Alexandre Mansur

Para Rose Marie Muraro, cabe à mulher o papel principal no
projeto de impedir a destruição do planeta e estancar a pilhagem da
riqueza pública pelas elites do mundo. Ela sustenta que a alma
feminina possui o sentido de partilha, enquanto o poder,
masculinizado, deixou de ser serviço e tornou-se privilégio
. Mas a
ascensão da androginia na Nova Era inaugurará o relacionamento
real entre homem e mulher, condição básica para a geração de um
novo equilíbrio. Em entrevista especial a ANO ZERO, Rose Marie
comenta estas e outras idéias expostas em seu novo livro, A
mulher no Terceiro Milênio.
ANO ZERO — Em seu novo livro, você observa que a sociedade
patriarcal é recente. Seria possível resumir isso?
Rose Marie Muraro — Procurei mostrar cientificamente que
durante quase dois milhões de anos o poder era considerado um
serviço e não um privilégio. A solidariedade e a partilha dos
pequenos grupos - que dependiam uns dos outros para sobreviver
- geravam uma psique isenta de possessividade, de não
propriedade. Nessa época o homem ainda não saía para a caça e
por isso a mulher era socialmente mais importante, considerada
sagrada porque reproduzia a vida. A propriedade fundamental era a
reprodução. Os homens pensavam que elas ficavam grávidas dos
deuses. Já no século XX foi descoberta nas ilhas Trobriand uma
civilização que ainda vivia esse sistema. Malinowsky conta que
201
deixou um habitante de Trobriand danado da vida ao tentar
convencê-lo de que a gravidez durava nove meses. O sujeito disse
que viajara por dois anos e, ao voltar, sua mulher o presenteara
com uma linda criança...
AZ — Ou seja, naqueles tempos a força física ainda não era
instrumento de poder.
RMM — Sim. Depois, a propriedade mais importante passou a ser
a força física. Era necessário caçar animais pesados. Nesse novo
período era como se o homem procurasse se vingar da sua relativa
inferioridade diante da mulher. No patriarcado, quem se sente
inferior é ela. As vezes eu falo que o culpado disso é o Gênesis. Na
Bíblia está escrito que Eva foi criada a partir de uma costela de
Adão. O Gênesis, portanto fez o homem parir uma mulher, para
santificá-lo e desqualificar o parto. Uma metonímia no sentido
lacaniano do termo, um mecanismo de defesa muito comum.
AZ — E possível localizar cronologicamente essa mudança de
comportamento, do sistema de partilha para a sociedade
patriarcal?
RMM — Foi há cerca de 10 mil anos, quando os homens tiveram
de brigar por comida e desenvolveram a possessividade, assim
como a divisão entre cabeça e corpo, mente e emoção. Dessas
sociedades de caça surgiu o patriarcado. Então, enquanto a
agressividade tem apenas 10 mil anos, a solidariedade tem quase
dois milhões. Nós, mulheres conservamos estes princípios
arcaicos e todo mundo dizia, inclusive Freud, que isso era nossa
inferioridade. Tanto que no mundo competitivo do trabalho essas
qualidades não são valorizadas. Ser solidário, hoje, tornou-se um
diploma de fracasso.
202
AZ — Quer dizer que o matriarcado aconteceu antes do período
da caça?
RMM — O matricentrismo, porque esse termo matriarcado é coisa
dos homens, que são fantasiosos. Só teria existido se a mulher
houvesse usado o poder em proveito próprio. No tempo da Grande
Deusa, ninguém queria tê-lo. Havia um rodízio de lideranças. Não
será possível revertera processo atual de destruição do planeta
enquanto o poder não voltar a ser considerado um serviço e o
Estado não voltar a ser composto por cidadãos. As elites de todos
os países estão rapinando o Estado para botar o dinheiro no
próprio bolso ou na Suíça, que lava mais branco. Você sabe que há
três trilhões de dólares girando no mundo dentro do sistema
financeiro sem qualquer aplicação prática? E tanta gente morrendo
de fome...
AZ — Qual a fonte dessa estatística?
RMM — Maria da Conceição Tavares, que entende muito bem do
riscado.
AZ— E essa coisa da Suíça lavar mais branco?
RMM — Isso é outra história. A Suíça era um país que só
fabricava relógios. Então, quando surgiu o dinheiro sujo do século
XX, criaram bancos com contas sigilosas. Todo o dinheiro foi para
lá. Eles ficaram riquíssimos!
AZ — E os três trilhões de dólares?
RMM — Estão girando em países como Japão, Alemanha, Estados
Unidos e Suíça, sendo aplicados e gerando filhotes dissociados da
realidade. No Brasil, a década economicamente perdida de 80 a 90
ocorreu porque o pessoal colocava o dinheiro no over.
AZ — Muitos indicadores econômicos não têm relação direta com
o bem-estar social. É a isso que você está se referindo?
203
RMM—Exatamente. É a maneira feminina de reverter esse quadro
é botar conteúdo humano nos agregados matemáticos que são
frios e formais. Nos números você não vê miséria, doença ou
morte. De um modo geral, a ciência é aética. Mas se fizermos com
que ela se baseie na partilha e não na divisão, poderemos fugir ao
modelo usado hoje, de Erich Von Newmann.
AZ — O que propõe o Newmann?
RMM — Ele diz que, se um ganha, outro perde, não admitindo
empate. Assim, o poder jamais será um serviço que vem da
partilha. O que estamos falando pode ser chamado de eco
feminismo. O feminismo estaria hoje obsoleto se tudo que
dissemos nos anos 70 não estivesse sendo agora uma trágica
realidade.
AZ — Voltando ao assunto das ilhas Trobiand, foi constatado que
naquela sociedade as crianças não eram consideradas filhos deste
ou daquele casal, mas pertenciam a toda a comunidade. A idéia de
menor abandonado seria inconcebível numa sociedade solidária?
RMM — Sim, nas tribos mais primitivas a criança era cuidada por
toda a aldeia. Na favela de hoje ocorre algo parecido. Por exemplo,
há um ditado que diz: “mãe é quem está perto”. Porque a mãe
natural, geralmente uma empregada doméstica, vai trabalhar, deixa
a criança lá e todos cuidam dela. Menino de rua é um
desvirtuamento disso. Hoje, se a mãe se afasta, a criança na rua
será marginalizada, acabará aderindo ao “cada um por si e Deus
por ninguém”. É matar ou morrer.
AZ — A sociedade de partilha é necessariamente socialista?
RMM — O verdadeira socialismo é a sociedade de partilha. Foi o
que Rosa de Luxemburgo queria quando foi assassinada pelos
comunistas, que fizeram um Estado mais competitivo de que o
204
capitalismo. Ela queria um socialismo pluripartidário, de baixo para
cima. E o que você quer de um Estado com partido único? A
corrupção era tão grande que as contas mais gordas na Suíça são
as provenientes da antiga União Soviética e do México, cuja dívida
externa foi toda para o PRI.
AZ — Estamos hoje presenciando o que Thomas Khun chamou de
revolução de paradigma. Como você encara este momento?
RMM — O Michel Foucault a chama de epísteme. Acontece como
na Renascença, quando se transformaram todas as idéias e
instituições. Saímos da sociedade de estamentos para a de classes
e para o mundo de nações. A ciência, que era magia, ganhou
Descartes e Galileu. Houve então uma mudança de paradigma, que
não chegou a todo mundo porque ainda hoje há muita gente
primitiva. Mas agora, com a televisão e o computador, estamos
chegando a uma nova mudança de paradigma. Tudo que foi feito há
dez anos atrás está sendo jogado no lixo. E o processo atual é mil
vezes mais importante do que o que ocorreu na Renascença.
AZ — Segundo Peter Russell, este é o fato mais importante
ocorrido na Terra desde o surgimento da vida, há 3,5 bilhões de
anos. Que aspectos você destacaria nessa transformação que
estamos vivendo?
RMM — Primeiro, saímos da Terra e fomos para o espaço, o que era
impensável. Segundo, temos armas com fabulosa capacidade
destrutiva. É a ciência chegando ao coração da matéria como um
aprendiz de feiticeiro. O homem macho só vai conseguir dominar
isso quando tiver uma epistemologia baseada na partilha e na
solidariedade, isto é, estruturalmente ética. Outra coisa, já
conhecemos a profundidade do ser humano, podemos fazer
engenharia genética, construir cIones do ser humano, pegar um
205
embrião e fazer quatro Rose Marie igualzinhas. Além disso, a
comunicação eletrônica já atingiu todos os confins da Terra. E
mesmo com tudo isso o homem está destruindo o planeta.
Precisamos reprogramar o homem desde antes do nascimento.
AZ — As pessoas costumam julgar as mulheres a partir do
exemplar mas próximo, que em geral não corresponde ao conceito
de mulher que você defende. Por exemplo, a Margareth Thatcher
corresponde a esse conceito?
RMM — Claro que não. Ela representa a supermãe, a mãe do
patriarcado, juntando o pior da mulher com o pior do homem. A
mãe verdadeira não é controladora. Pelo contrário, ama o filho de
dentro para fora e, de certa forma, é libertadora.
AZ— E a Betty Friedam, uma das fundadoras do feminismo?
RMM — Também não. Eu conheço bem a Betty Friedam, que é o
arquétipo da bruxa. Tem uma posição de baixa sensibilidade e forte
agressividade, como o homem em geral.
AZ — Como você se conceitua?
RMM — Sou uma sindicalista. Não tenho trauma ou frustração
com homem, não quero ter pênis. Estou muito feliz em trazer uma
coisa nova para a humanidade: entender o feminino e o masculino
como o conjunction opositorum de Jung, como dois pólos do imã,
opostos e complementares.
AZ — Mas parece que não era assim no início do movimento.
Tanto que as pessoas costumam dizer que existem as feministas e
as femineiras. Em sua opinião, por que feminismo e não
humanismo?
RMM — Há vinte anos atrás, a primeira pergunta que me fizeram
foi: mulher quer ser igual ao homem? Vamos lá, o feminismo nada
mais é do que um sindicato. Quando a mulher entrou para a força
206
de trabalho, veio com dez mil anos de opressão. Saía de casa, sem
a prática do poder que o homem tinha. Às vezes era mais
qualificada do que o homem, trabalhando o dobro do tempo dele
mas ganhando metade do salário. É uma estatística das Nações
Unidas, não fui eu quem inventou. Além disso, de toda a riqueza do
mundo, 1% está em mãos de mulheres e 99%, de homens. A mesma
percentagem ocorre na distribuição do poder. Claro que, nestas
condições, quando a mulher entrou no mercado de trabalho, foi
rigorosamente explorada. Nesta época, ela se organizou para exigir
salário, poder e condições iguais.
AZ— Foi a essas alturas que entrou a questão do orgasmo?
RMM — Exatamente. Surgiu o problema da sexualidade, pois a
mulher passa a exigir também o orgasmo. Durante dez mil anos, as
mulheres orgásticas foram assassinadas como bruxas. Ora, o
pessoal veio dizendo que o feminismo queria a mulher igual ao
homem. De fato, na primeira fase, o tratamento para os dois era tão
diferente que foi preciso batalhar por um mínimo de equiparação
financeira.
AZ — Quando o discurso do feminismo começou a mudar?
RMM — Já em 1977, escrevia-se que a mulher era radicalmente
diferente do homem. Enquanto ele agia mais na área do destrutivo,
do Tânatos, ela era construtiva, próxima ao Eros. Essa idéia foi
lançada por Herbert Marcuse que, numa conferência, nos inspirou a
todas. A gente não podia perder o caráter erótico, de construção da
vida. Surgiu então uma série de estudos analisando como os dois
sexos pensavam. Tivemos que rever todas as ciências para que
não fossem machistas pois, sendo neutras, seguiam o sexo
dominante. ldem para o Estado, a empresa, a Igreja, o sindicato, os
partidos políticos, etc. De outra forma, não seriam democráticos.
207
Foi um grande espanto para todos, pois pensava-se que nada disso
seria preciso. Portanto, respondendo á sua pergunta anterior, é
necessário um feminismo de raça para haver um humanismo.
Senão, corremos o risco de voltarmos para o neutro.
AZ — Então, o feminismo seria fundamental para uma mudança
de mentalidades?
RMM — A grande descoberta do século vinte, e que servirá de
modelo para o próximo, é que devemos ter uma luta de classes
complementada por uma revolução na subjetividade, naquilo que é
mais íntimo da gente. A União Soviética, por exemplo, tentou mudar
o objetivo sem considerar o subjetivo e danou-se. O pessoal
passou a consumir e minou as bases do regime. Nos Estados
Unidos, houve o contrário: fizeram a revolução das cabeças sem
mexer no regime. Parece-me que está dando mais certo. No final do
século, um dos modelos que vão sair do Terceiro Mundo será o da
luta do oprimido sobredeterminando todas as outras opressões: de
sexo, raça, etc. Esta descoberta ocorrida nos anos 70 é muito séria.
Foi na nossa mão, minha e do Leonardo Boff, que nasceu o
movimento de mulheres e a Teologia da Libertação. Agora estou
fazendo teologia feminista libertadora.
AZ — Você falou que, nos EUA, foi alterado o subjetivo e não o
objetivo. Em um livro escrito pela secretária da primeira dama
Eleonor Roosevelt, consta que esta lhe teria dito: “Os homens são
uma coisa que temos que admitir.” Isto em pleno século vinte. Será
que hoje o movimento feminista norte-americano atingiu realmente
todas as camadas da população?
RMM — Sim. Morei lá e sei que, durante o período da Guerra do
Vietnã, a grande idéia da década de 60 foi que quem tendesse para
uma cabeça progressista na sexualidade, faria o mesmo em relação
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à política. Foi contra isso que a Heritage Foundation, a American
Enterprise Association e outras fundações reacionárias fizeram um
trabalho louco para que a maioria silenciosa voltasse ao poder em
1979. Conto tudo isso no meu livro Os seis meses em que fui
homem.
AZ — Como a conscientização das mulheres começou a ganhar
corpo?
RMM — Isso está no livro A mulher no Terceiro Milénio. No
começo da industrialização, em 1848, ocorreu a primeira grande
reunião de mulheres. No ano em que Marx escrevia o Manifesto
Comunista, as mulheres se reuniam numa cidade norte-americana
chamada Soneca Falls, reclamando estarem entrando no mercado
de trabalho de maneira desvantajosa por terem ficado em casa
tanto tempo. À partir daí, iniciou-se uma campanha que durou
quase cem anos. Norte-americanas, inglesas, francesas e
holandesas andaram pelo mundo inteiro e só conseguiram alguma
coisa no início do século vinte, quando conquistaram o direito ao
voto em seus países. É um acontecimento muito recente, quase
instantâneo, em termos de história da Humanidade. E assim
mesmo a mulher votava de maneira conservadora. Pensava-se que
votar bastaria para que ela automaticamente se libertasse.
Libertou-se coisa nenhuma! Começou a votar com o marido, voto
de cabresto. A mulher só foi se libertando na medida em que
chegou ao segundo feminismo, que mexeu com sua cabeça.
AZ — Talvez os homens - e algumas mulheres - não tenham
entendido naquela época que o movimento estava apenas se
iniciando e começaram a ridicularizá-lo.
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RMM — Claro. Na década de 70, chamavam a gente, aqui no Brasil,
exatamente como chamavam as sufragistas: feia, mal amada,
prostituta, etc.
AZ — Por que se diz que feminismo é coisa de mulher mal amada,
com complexo de inferioridade? Tem algo a ver com a cultura
ocidental, que tem tendência a confundir sexo com libertinagem?
RMM —Acontece que somos um sindicato. E no século XIX, os
sindicatos foram o grande bicho-papão dos empresários. Se você
ler O Capital, de Marx, verá como era desgraçada a vida dos
operários e que lucro monumental davam ao patrão. Eram 16 horas
de trabalho por dia e o salário se reduzia a uns tostões. Pior do que
o salário mínimo daqui. Morriam de miséria. Essa foi a origem da
acumulação primitiva do Império Britânico. A partir daí surgiram os
sindicatos, que puseram um cobro à ambição desmedida dos
patrões. No fim do século XIX, já se tinha uma jornada de trabalho
de 8 horas, um salário razoável e um forte movimento sindical. Se
ele se atrelou aos patrões em meados do século XX, em
compensação, desenvolveu os países. Porém, antes de 1054
sindicalista era sinônimo de comunista, ateu, gente que comia
criancinhas, coisas assim. Então, nós estávamos nesta área de
organização do feminino, fomos vítima de muito preconceito.
AZ — Como você, possoalmente, reage a isso?
RMM — Acho um atraso de cabeça tão descomunal que não me
preocupo muito. Quer que eu diga por quê? Em janeiro deste ano, li
uma enquete de opinião pública feita pelo Gallup norte-americano,
encomendada pelo governo e publicada pela revista Diálogo em
uma matéria escrita por Barbara Ehrenreich. Segundo a pesquisa,
56% de todas as norte-americanas se declaravam feministas. Isto
são mais de 50 milhões de mulheres válidas, e que não são mais
210
crianças. Quando se diz aqui que feminista come criancinha, é uma
babaquice tão grande que as norte-americanas ficam uma arara. O
fato é que ser feminista hoje sinaliza modernização de cabeça.
AZ — Na sua opinião, o feminismo é somente professável pelas
mulheres, ou os homens também podem ser feministas?
RMM — Podem, claro. Hoje somos metade da força de trabalho, e
donas da própria sexualidade. Quando as mulheres começaram a
se libertar, os homens passaram a ficar perdidos.
AZ — Todos os homens?
RMM — Os companheiros dessas mulheres. No Primeiro Mundo,
todos. Aqui ainda não chegamos a esse estágio. Esses homens
começaram a repensar sua sexualidade. Na Editora Rosa dos
Tempos, da qual sou sócia, tenho uma linha inteira sobre
sexualidade masculina. A grande moda hoje é repensar a posição
do homem. E a tal mudança de cabeças sem a qual não se
consegue reverter o processo de destruição do planeta. Nos anos
80 como um todo, houve uma coincidência de dois assuntos.
Primeiro, o homem macho estava destruindo a Terra. A
industrialização e os países desenvolvidos poluíam o planeta
culpando os países subdesenvolvidos. Segundo, todas as
mulheres válidas já haviam entrado no mundo masculino. Acabou a
diferença entre o masculino e o feminino. As mulheres entraram no
mercado de trabalho não porque foram distorcidas, mas porque o
capitalismo produziu mais máquinas do que machos, diminuiu o
salário dos homens e obrigou as mulheres a trabalharem para
complementar a renda doméstica. Sem saberem, elas chegaram às
fábricas com uma cabeça completamente diferente da dos homens.
AZ — Mas isso de apenas gerar um complemento de salário não
era inferiorizante?
211
RMM — Primeiro, pensava-se que isso fosse uma inferioridade.
Hoje sabemos que a cabeça dos homens é que estava
esquizofrenizada, fazendo uma persona no trabalho e outra em
casa, dividindo o mundo em classes, o conhecimento em ciências
especializadas, a arte em compartimentos, as classes em clãs, etc.
Você tem que ler o Os seis meses em que fui homem para saber
por que o homem é dividido e a mulher não. Foi o próprio sistema
que diabolicamente carimbou o homem para ser dividido e a
mulher para ser construtiva. E a mulher ficou alocada para Ter os
bebês, criá-los. O homem é egoísta e a mulher altruísta. Ele é capaz
de matar sem culpa, ela não faz mal à uma mosca. Ambos estão
errados.
AZ — Que tal se você transgredisse pela primeira vez seus
hábitos e dissesse o que Rose Marie Muraro acha de Rose Marie
Muraro?
RMM — Bom. Já estou com 60 anos e, nessa altura da vida, a
pessoa pode fazer um balanço do que passou. Posso dizer até que
acabei realizando muitas fantasias que nunca tive, porque era
estreita demais para isso. Principalmente quando fui a países
desenvolvidos, como os EUA, onde era considerada uma pessoa
de ponta, das mais modernizadas. Isto, morando num país
subdesenvolvido, considerado atrasado. Lembro que, quando eu
trouxe o feminismo para o Brasil, ele era recente nos EUA e
Europa. Tanto que o movimento em nosso país data de 1970, no
resto da América Latina, chegou na década de 80? Por isso a
cabeça da mulher brasileira é muito mais modernizada do que no
resto da América Latina, onde tenho a impressão de estar ainda no
século XIX.
AZ — Como foi sua formação acadêmica?
212
RMM — Fiz o curso de Física. Acho que por isso cheguei ao
misticismo. Os físicos desmistificam a matéria, e serão os grandes
místicos do Terceiro Milênio. Estudei na antiga Universidade do
Brasil, de 1949 a 1952. Saí no último ano, quando faria física
teórica.
AZ — No último ano?!
RMM — Mas já dava para ter uma idéia geral. Nesta época, meus
amigos matemáticos estavam todos sendo psiquiatrizados. Eu
achava que eles eram gênios e eu não. Foi quando li uma frase de
Chesterton que dizia: “Louco não é o que põe a cabeça na Lua, mas
o físico que quer pôr a Lua na cabeça.” Então, fugi da faculdade
quando faltavam três meses para me formar.
AZ — Uma de suas idéias de ponta, atualmente, é o conceito de
androginia como modelo futuro de relações humanas. Você
poderia explicar isso melhor?
RMM — Sou uma mulher basicamente voltada para os homens,
pois minha orientação é heterossexual. Mas tenho dentro de mim a
mulher e o homem, que é a definição do andrógino. O homem
andrógino é basicamente voltado para a mulher, mas também tem
uma dentro do si. Assim, a relação entre andróginos é mais fácil.
São quatro se relacionando, há ao mesmo tempo a semelhança e a
diferença. Já o homossexual, tanto masculino quanto feminino, só
transa a semelhança, tem medo da diferença. O homossexual
homem é o mais masculino dos homens porque imita a mulher para
se ver livre dela. E a homossexual feminina é a mais feminina das
mulheres porque imita o homem para ver-se livre dele. Presenciei
as relações entre os gays em Nova lorque, eram tipicamente
masculinas: impessoais, violentas, dissociadas. E as relações entre
mulheres eram assim: ou casais com carícias que não acabavam
213
nunca, um cuidado extremo... Naquela época o psicólogo Neil
Simon publicou um artigo na Psichology Today exibindo uma
enquete sobre o número de parceiros. Segundo ele, 2% dos
homossexuais haviam tido mil ou mais parceiros sem valor, 80%
tiveram mais de cem parceiros e apenas 2% eram casais. Entre as
lésbicas acontece justamente o contrário. Nenhuma havia tido mil
parceiras, 2% tiveram mais de cem parceiras o 80% viviam em
casais estáveis. Você vê como há diferença entre as cabeças do
homem e da mulher em seus extremos?
AZ — E o que você tem a dizer sobre a androginia em relação à
Nova Era?
RMM — Androginia é a maior riqueza que existe no ser humano.
Mas esse sistema competitivo nos afasta cada vez mais dela. Na
medida que dissocia classes sociais, mente de corpo. etc., também
tende a dissociar o homem da mulher. Então o homem tem medo
de seu lado feminino e a mulher de seu lado masculino. Ao mesmo
tempo, ser o outro sexo é o ideal mais profundo do inconsciente
humano, mais do que a relação com o todo, porque ela deriva de se
ter, dentre do si, a totalidade. Freud dizia que, após muitos anos,
via o desejo da androginia nos sonhos do seus pacientes. Ser
bissexual e hermafrodita, a pessoa que se fecunda a si mesma.
AZ — Você está propondo uma revolução absoluta na
sexualidade humana. Qual seria o caminho para isso?
SE/li — A gente só chega lá se modificar totalmente o sistema,
levando-o a tender para a integração. Conforme havíamos falado
sobre o novo paradigma, o ser humano da Nova Era é andrógino e
só pode ser filho da mulher que trabalha e do homem que volta
para casa. Assim, no momento em que o pai passa a se comportar
como a mãe, o menino pode se identificar sexualmente com elecomo amigo e não como a figura de opressor. Somente assim o
garoto perde e medo de afeto. A sexualidade masculina já não
estará ligada à morte e sim à vida. Ele vai ser altruísta. Olha só que
reviravolta fantástica. Acaba aquele carimbo que o sistema havia
colocado sobre a gente.
AZ -— E quais são os efeitos desta postura sobre a mulher?
RMM — Com a mulher, a mesma coisa. Ela não precisará mais ser
simplesmente altruísta apenas no sistema. No sistema patriarcal
ela é ligada à mãe da mesma maneira que o menino. Quando se
apaixona pelo pai, não tem nada a perder, porque já vem
castrada! Não há ameaça de morte imaginária. Ela pode se dar ao
luxo de amar sem sentir medo. Passa então a se identificar
sexualmente no amor do outro. No momento, o amor que salva a
mulher é o amor do outro. O que salva o homem é o de si. Não é
possível uma relação com estes dois tipos. Tanto que nunca
houve relação entre homem e mulher. Só haverá quando ambos
forem andróginos. Esta dialética é uma cumplicidade profunda e
ao mesmo tempo um desafio para os dois sexos. O homem só
entenderá a mulher, e vice-versa, quando ele também souber ser
mãe.

Encontrado em MATER MUNDI

domingo, 7 de novembro de 2010

HOMENAGEM AS AYABÁS E TODAS DEUSAS AFRICANAS



As Ayabás
Maria Bethânia
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil

Nenhum outro som no ar
Pra que todo mundo ouça
Eu agora vou cantar
Para todas as moças
Eu agora vou bater
Para todas as moças
Eu agora vou dançar
Para todas as moças
Para todas ayabás
Para todas elas

Iansã comanda os ventos
E a força dos elementos
Na ponta do seu florim
É uma menina bonita
Quando o céu se precipita
Sempre o princípio e o fim

Obá
Não tem homem que enfrente
Obá
A Guerreira mais valente
Obá
Não sei se me deixo mudo
Obá
Numa mão, rédeas, escudo
Obá
Não sei se canto ou se não
Obá
A espada na outra mão
Obá
Não sei se canto ou se calo
Obá
De pé sobre o seu cavalo

Euá, Euá
É uma moça cismada que se esconde na mata
E não tem medo de nada
Euá, Euá
Não tem medo de nada
O chão, os bichos, as folhas, o céu
Euá, Euá
Virgem da mata virgem
Da mata virgem, dos lábios de mel

Oxum
Oxum
Doce Mãe dessa gente morena
Oxum
Oxum
Água dourada, lagoa serena
Oxum
Oxum
Beleza da força da beleza da força da beleza
Oxum
Oxum

13 LUAS, 13 FORÇAS, 13 ENERGIAS PARA A CURA


A LENDA DAS TREZE MATRIARCAS

"Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos "Conselhos de Mulheres" e nas "Tendas Lunares", as tradições herdadas de suas antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das "Treze Mães das Tribos Originais", representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.

Neste momento de profundas transformações humanas e planetárias, é importante que todas as mulheres conheçam este antigo legado para poderem se curar antes de tentarem curar e nutrir os outros. Dessa forma, as feridas da alma feminina não mais se manifestarão em atitudes hostis, separatistas, manipuladoras ou competitivas. Alcançando uma postura de equilíbrio, as mulheres poderão expressar as verdades milenares que representam, em vez de imitarem os modelos masculinos de agressão, competição, conquista ou domínio, mostrando, assim, ao mundo um exemplo de força equilibrada, se empenhando na construção de uma futura sociedade de parceria.

Como regentes das treze lunações, as Treze Matriarcas protegem a Mãe Terra e todos os seres vivos, seus atributos individuais sendo as dádivas trazidas por elas à Terra. O símbolo da Mãe Terra é a Tartaruga e seu casco, formado de treze segmentos, simboliza o calendário lunar.

Conta a lenda que, no início da no nosso planeta, havia abundância de alimentos e igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra de sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em consequência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, esse primeiro mundo foi destruído pelo fogo.


Assim, com o intuito de ajudar em um novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manisfestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze lunações de um ciclo solar e atributos de força, beleza, poder e mistério do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor e o bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria se manifestar em um novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra teriam aprendido todas as lições e alcançado a sabedoria.

Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado "A Casa da Tartaruga" e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram em seu lugar treze crânios de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, em uma das treze ancestrais, as mulheres atuais podem recuperar sua força interior, desenvolver seus dons, realizar seus sonhos, compartilhar sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra.
Somente curando a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando seus corpos, suas mentes e suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar seus sonhos.

Falando suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo, assim, a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra.

1.Primeira Lunação Plenilúnio em Câncer Lua da renovação da terra (Sol em Capricórnio)

"Aquela Que Fala Com Todos os Seres", a Guardiã do aprendizado da verdade, do tempo e das estações. Ela nos ensina nosso parentesco com todos os seres da criação e a necessidade de honrar a verdade de cada ser. respeitando os direitos de todas as formas de vida e abrindo o coração. Sua sabedoria esta na sintonia com os ritmos da vida e no uso dos quatro elementos para alcançar o equilíbrio. !

Esta Lua convida para um tempo de descanso e renovação. Ela não permite transparecer as emoções, mas sinaliza para interiorizar e descansar. Refletir as ações do passado, preparando-se para o futuro. Os nascidos nesta lua devem prevenirem-se para não ficarem bloqueados, perfeccionistas e para arrumar tempo para lazer. Ela pede para ser adaptável, flexível, prudente, correto na conduta.

Em Câncer, a Lua Cheia, senta-se no seu trono. Câncer é o signo da maternidade, e esta fase simboliza trazer ao mundo uma criança saudável. A energia é predominantemente feminina, fértil, uma Lua Cheia no auge. Favorece o crescimento dos frutos, vegetais, flores ou projetos. A Lua mais indicada para trabalhar as emoções. Nos convida para um tempo de descanso e renovação. Para refletir as ações do passado, preparando-se para o futuro. Esta é a posição para um potencial de grande poder, nos ensina a ser fluidos, mas corretos na conduta bem como tão claros, adaptáveis, prudentes e sábios.

Esta Lua Cheia afasta influencias antigas, nutre nossa criança interior, reavalia temas antigos, descarta o que não nos serve mais, harmoniza a vida familiar.

2.Segunda Lunação Plenilúnio em Leão (Sol em Aquário)

É a Guardiã da Sabedoria, a guardiã das tradições sagradas e da memória planetária. Ela nos ensina a encontrar a sabedoria, tornando-nos receptivos aos pontos de vista dos outros e aprendendo com as experiências alheias. Aceitando a verdade e o espaço sagrado de cada ser expandimos a noção da família planetária e reafirmamos nossos laços com todos nossos irmãos de criação.
Esta lua tem a dádiva de fazer o coração ficar leve e ser brincalhão . Você pode realmente gostar de outras pessoas e de você mesmo. Ser humanitário. Também para a purificação..
Inspira a aperfeiçoar a comunicação, desenvolver o intelecto a transmitir mensagens de forma gentil e harmoniosa. Expande o poder intuitivo traz recordações de vidas passadas . Esta Lua ajuda a desenvolver habilidades psíquicas e para descobrir o aspecto corajoso e humanitário de nosso próprio ser.


3.Terceira Lunação Plenilúnio em Virgem Lua das Sementes (Sol em Peixes)

E "Aquela Que Avalia a Verdade", a Guardiã da Justiça que ensina os princípios da Lei Divina, a lei da ação e reação, o reconhecimento de nossa força e a aceitação de nossa fraqueza, mostrando-nos como avaliar as situações com imparcialidade, aceitando a verdade sem ferir ninguém. Energia propícia ao plantio de novas sementes em nossa vida, flexibilidade, cura, percepção e aceitação.

Traz a dádiva natural de habilidades curativas e psíquicas. Para aprender sobre sensibilidade profunda e a descobrir o próprio poder natural, sobre os mistérios da vida e a necessidade de estabelecer um território seguro. Inspira a acessar poderes de fora do mundo ordinário, a expandir o dom natural para os mistérios da vida e do Universo.

Esta é também uma Lua de Mistério. Pede mudanças rápidas, e preparação para tempos de crescimento. Intensifica lado inquieto da natureza, aumenta a habilidade para lidar com energias próprias. Sua dádiva de pureza ajuda a ter pureza espiritual.


4.Quarta Lunação Plenilúnio em Libra Lua das Arvores que Crescem (Sol em Áries)

E "Aquela Que Vê Longe", a Guardiã dos Sonhos. Ela nos ensina a usar a forca de nossos pensamentos e sentimentos para alcançar os resultados almejados. Ela também nos mostra o valor de nossos sonhos e nos guia para us armo s nossa habilidade no descobrimento e desenvolvimento de nosso potencial pessoal.

Esta lua tem a dádiva da liderança, da clareza de visão e adaptabilidade. Para aprender a temperar as energias de fogo, criar raízes e voar.

Esta Lua convida a encontrar meios de evolução pessoal para si e para os outro. Ensina sobre energia, intensidade, destemor. Ensina a canalizar energia, conter emoções e a ser pacientes com os outros. A temperar a energia que o fogo dá, para que o fogo interior possa trazer calor e luz para tudo o que e entrar em contato.
Energia propícia para renovação e crescimento

5.Quinta Lunação
Plenilúnio em Escorpião Lua das Flores e do Retorno dos Sapos (Sol em Touro)


É "Aquela Que Ouve", a Guardiã do Silêncio. Seu ensinamento é silenciar para ouvir as mensagens do nosso interior, da natureza, dos Mestres, do Criador Encontraremos, assim, a calma e a paz necessárias para avaliar, ordenar e transformar nossa vida
Esta lua tem a dádiva de poder tornar agradáveis os ambientes, de cada um se auto-sustentar e sustentar os outros: a estabilidade.

Esta Lua os encorajarão para irem além do plano material a buscar qualquer iluminação espiritual que puder encontrar.
Ensina sobre perseverança, paciência, estabilidade e praticidade. Inspira a colocar a própria casa em ordem, para que possa ter um lugar tranqüilo e de contentamento.

6.Sexta Lunação Plenilúnio em Sagitário Lua dos Cavalos (Sol em Gêmeos)


É "A Contadora de Histórias" que, por meio de seus contos, ensina o relacionamento correto com nossos irmãos de criação, como usar o humor para afastar os medos, como equilibrar o sagrado e o profano e preservar a tradição oral de nossos ancestrais. A Energia propícia recolhimento e equilíbrio dos instintos, direcionamentos das energias, centramento.
Esta lua traz a dádiva das habilidades de cura se aprender a desenvolve-la. Para adquirir habilidades em qualquer área que queira trabalhar, aprender sobre a própria beleza , dos outros e do meio ambiente.

Esta Lua ensina sobre as próprias habilidades, a serem mais sensitivo, mais veloz, e apreciar a beleza em todas as suas formas. Revela forças e as fraquezas que vem da energia vital.

7.Sétima Lunação Plenilúnio em Capricórnio Lua da Luz Forte e da Benção (Sol em Câncer )

E "Aquela Que Ama Todas as Coisas", a Guardiã do Amor Incondicional. Ela ensina o amor e a compaixão em todas as manifestações da vida. Amar o self sem restrições, quebrar os padrões impostos de dependências, ajudara nossa criança a interior a aceitar e dar amor, curando as feridas do passado.
Esta lua tem a dádiva da intuição e inspira a ser amante da família. Para aprender sobre a importância das relações e a necessidade de um lar forte.

Esta Lua educa sobre a lei dos relacionamentos e sobre a família. Ela ensina sobre as necessidades de dar e receber amor. De seguir as próprias percepções e intuições, para aprender sobre o próprio sentido de segurança e encontrar uma direção espiritual que ajude a canalizar as energias da vida que sempre fluem através de todos nós.

8.Oitava Lunação Plenilúnio em Aquário Lua dos Frutos Maduros (Sol em Leão)

E "Aquela Que Cura", a Guardiã das artes curativas e dos ritos de passagem. Ela mostra a humanidade que cada ato da vida e um passo no caminho da cura. Abrindo mão dos julgamentos e condicionamentos do passado, seremos capazes de curar o medo do futuro e lniciar um novo ciclo por meio de um rito de passagem.

Energia propícia fortalecimento do valor absoluto, interação, iniciar novo ciclo.
Esta lua tem a dádiva de saber demonstrar afeição e de encarar temores. Deve aprender que o coração é a fonte de sua força e desenvolver habilidades de liderança.

Esta Lua ensina como a trabalhar o centro do coração, como demonstrar afeição, como encarar os medos, e como desenvolver habilidades de liderança. Ajuda a desenvolver a coragem e o poder.

9.Nona Lunação Plenilúnio em Peixes Lua da Colheita (Sol em Virgem)

É "A Mulher do Sol Poente", a Guardiã das gerações futuras. Ela nos ensina a encontrar a verdade pessoal, encarando o futuro sem medo e manifestando nossas visões na Terra. Somos responsáveis pelas próximas sete gerações e não devemos lhes deixar um legado negativo, doentio ou fragmentado.

Esta Lua tem a dádiva de tomar decisões justas, da perseverança e da habilidade para analisar . Poderá aprender os conceitos do dever e do trabalho, e adquirir bom senso e confiança.

Esta Lua ensina sobre justiça, discriminação, habilidades de raciocínio e análise.
Ensina a equilibrar suas próprias energias espirituais e físicas, dá habilidades para penetrar em regiões secretas do coração e da alma, e despertar a curiosidade


Energia propícia fertilidade, prosperidade, preparação para o futuro.

10.Décima Lunação Plenilúnio em Áries Lua do Vôo (Sol em Libra)

E "Aquela Que Tece a Teia", a Guardiã da Força Criativa que nos ensina a desenvolver nossas habilidades, destruindo as limita,coes, saindo da estagnação e materializando nossos sonhos. Nossa criatividade e determinada por nossa capacidade de sonhar e usar nossa imaginação
Esta lua, tem a dádiva do equilíbrio e da harmonia, e de como entender as mensagens de seu coração, através de sua introspecção e força. Para aprender realmente o que é equilíbrio, mesmo que necessite sentir desconforto para fazer isso.

Esta Lua ensina sobre os paradoxos da própria vida, de uma maneira mais direta e intensa, pela própria experimentação. Ensina a mostrar a afeição fícsica e como se sentir confortável, tanto no Céu como na Terra, e a compreensão dos relacionamentos com grupos.

Energia propícia avaliação para o equilibrio e a harmonia, descoberta e a libertação.


11.Décima Primeira Lunação Plenilúnio em Touro Lua Escura das Folhas que Caem (Sol em Escorpião)

É "Aquela Que Anda Com Firmeza", a Mãe da inovação e da perseverança. Ela nos ensina o uso adequado da vontade e do poder para modificar as circunstancias da vida pela ação pessoal, sem depender dos outros para agir, afirmando nossa auto-estima e auto-suficiência.Esta lua, tem a dádiva de inspirar um mensageiro para os aspectos espirituais da vida. A adaptabilidade e a capacidade de viajar em silêncio em lugares de maiores medos.

Para aprender a focalizar as energias, a ser mais sensível a elas e a desenvolver habilidades de cura .
Esta Lua ensina sobre a força de transformar o seu mais íntimo ser, trazendo todas as lições que se tenha aprendido. Ensina sobre a extensão da própria energia, habilidade para criar mudanças, curiosidade, desejo de verdade, adaptabilidade, paciência, tenacidade, ambição , poder e a deixar nossa marca bem penetrante.


12.Décima Segunda Lunação Plenilúnio em Gêmeos Lua dos Dias Sagrados (Sol em Sagitário)

É "Aquela Que Agradece as Dádivas", que nos ensina a agradecer por tudo que recebemos na vida, abrindo, assim, espaco para a futura abundancia. Não importam quais sejam as dificuldades ou desafios que enfrentamos, devemos agradecer por essas oportunidades que nos permitem desenvolver e revelar nossa força interior. Como a "Mãe da Abundância", ela nos mostra o valor do dar para receber.
Esta Lua inspira a receber e a transmitir conhecimentos ancestrais, para meditar nos próprios dons, enxergar a vida com mais clareza. Permita que esta energia do Universo venha energizar os seus dons e assim poderá ter acesso, como um aparelho dos grandes poderes do Universo.

Esta Lua convida para um tempo de descanso e renovação. Ela não permite transparecer as emoções, mas sinaliza para interiorizar e descansar. Refletir as ações do passado, preparando-se para o futuro. Os nascidos nesta lua devem prevenirem-se para não ficarem bloqueados, perfeccionistas e para arrumar tempo para lazer. Ela pede para ser adaptável, flexível, prudente, correto na conduta.
Para trabalhar a concentração, pois pode gerar dispersão. Para trabalhar a comunicação consigo mesmo, o auto conhecimento, buscar o Eu Superior. Favorece a comunicação, o bom uso da palavra, energia para adatar-se às mais diversas situações. Saber também a hora certa de calar, de ouvir e de falar.

Para curar as más palavras que usamos contra nós mesmo, as limitações que nos impomos através da palavra. Trabalhar as afirmações positivas e curar suas programações negativas através delas. Para que façamos um balanço entre aquilo que falamos com aquilo que o nosso coração realmente sente. Sabermos honrar os compromissos feitos através da nossa palavra, da nossa comunicação.

13.Décima Terceira Lunação

A LUA AZUL

O que é Lua Azul?
Chama-se Lua Azul a segunda lua cheia num mesmo mês do calendário gregoriano ou a Lua Cheia do décimo terceiro ciclo de lunação, fechando o ano solar.

Lua Azul é regida pela Matriarca da 13 Lunação.

Ela é
“Aquela Que se Torna a Visão”, a Guardiã de todos os ciclos de transformação, a Mãe das Mudanças. Esta Matriarca nos ensina a importância de seguir nosso caminho sem nos deixar desviar por ilusões que possam vir a interferir em nossas visões. Cada vez que nos transformamos, realizando nossas visões, uma nova pespectiva e compreensão se abre, permitindo-nos alcançar outro nível na eterna espiral da evolução do espírito. A última visão a ser alcançada é a decisão de simplesmente SER. Sendo tudo e sendo nada, eliminamos os rótulos e definições que limitam nossa plenitude.

“Com o surgimento do calendário Juliano, no início do cristianismo, o culto à Lua Azul passou a ser reprimido por ser considerado uma exacerbação da simbologia lunar, do poder feminino e do culto às Deusas, assuntos perseguidos e proibidos. Mesmo assim, permaneceu sua aura romântica e poética e a Lua Azul passou a ser associada à crença de que era propícia ao romance e ao encontro de parceiros. Surgiu o termo inglês blue moon, significando algo muito raro, impossível, dando origem a inúmeras músicas e poemas melancólicos ou esperançosos”.

Texto de autoria de Mirella Faur
Extraído do livro "Anuário da Grande Mãe"
(Postado no site Teia de Thea)