"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O FOGO DE HÉCATE


AS DÁDIVAS DA DEUSA HÉCATE

O dia 13 de agosto era uma data importante no antigo calendário greco-romano, dedicada às celebrações das Deusas Hécate e Diana, quando Lhes eram pedidas bênçãos de proteção para evitar as tempestades do verão europeu que prejudicassem as colheitas. Na tradição cristã comemora-se no dia 15 de agosto a Ascensão da Virgem Maria, festa sobreposta sobre as antigas festividades pagãs para apagar sua lembrança, mas com a mesma finalidade: pedir e receber proteção.Com o passar do tempo perdeu-se o seu real significado e origem e preservou-se apenas o medo incutido pela igreja cristã em relação ao nome e atuação de Hécate. Esta poderosa Deusa com múltiplos atributos foi considerada um ser maléfico, regente das sombras e fantasmas, que trazia tempestades, pesadelos, morte e destruição, exigindo dos seus adoradores sacrifícios lúgubres e ritos macabros.Para desmistificar as distorções patriarcais e cristãs e contribuir para a revelação das verdades milenares, segue um resumo dos aspectos, atributos e poderes da Deusa Hécate.

Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento.''Senhora das encruzilhada" - dos caminhos e da vida - e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.

Filha dos Titãs estelares Astéria e Perseu, Hécate usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, Deusa ancestral da noite, Hécate também é uma “Rainha da Noite” e tem o domínio do céu, da Terra e do mundo subterrâneo. “Senhora da Magia” confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações àqueles que A cultuam, enquanto no aspecto de Antea, a “Guardiã dos sonhos e das visões”, tanto pode enviar visões proféticas, quanto alucinações e pesadelos se as brechas individuais permitirem. Como Prytania, a “Rainha dos mortos”, Hécate é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos como Protyraia, para garantir proteção e segurança no parto, vida longa, saúde e boa sorte. Hécate Kourotrophos cuida das crianças durante a vida intra-uterina e no seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet. Possuidora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, Hécate Phosphoros é a guardiã do inconsciente e guia das almas na transição, enquanto as duas tochas de Hécate Propolos, apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento, orientado por Soteira, a Salvadora. Como Deusa lunar Hécate rege a face escura da Lua, Ártemis sendo associada com a lua nova e Selene com a Lua Cheia. No ciclo das estações e das fases da vida feminina Hécate forma uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe - que presidem a primavera, fertilidade e juventude -, Deméter/Ceres/Hera – regentes da maturidade, gestação, parto e colheita - e o Seu aspecto Chtonia, Deusa Anciã, detentora de sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra. Hécate Trivia e Trioditis, protetoras dos viajantes e guardiãs das encruzilhadas de três caminhos, recebiam dos Seus adeptos pedidos de proteção e oferendas chamadas “ceias de Hécate”. Propylaia era reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção.As imagens antigas colocadas nas encruzilhadas ou na porta das casas representavam Hécate Triformis ou Tricephalus como pilar ou estátua com 3 cabeças e 6 braços que seguravam suas insígnias: tocha (ilumina o caminho), chave (abre os mistérios), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento), foice (corta ilusões e medos).

Devido à Sua natureza multiforme e misteriosa e à ligação com os poderes femininos “escuros”, as interpretações patriarcais distorceram o simbolismo antigo desta Deusa protetora das mulheres e enfatizaram Seus poderes destrutivos ligados à magia negra (com sacrifícios de animais pretos nas noites de lua negra) e aos ritos funerários. Na Idade Média, o cristianismo distorceu mais ainda seus atributos, transformando Hécate na “Rainha das Bruxas”, responsável por atos de maldade, missas negras, desgraças, tempestades, mortes de animais, perda das colheitas e atos satânicos. Estas invenções tendenciosas levaram à perseguição, tortura e morte pela Inquisição de milhares de “protegidas de Hécate”, as curandeiras, parteiras e videntes, mulheres “suspeitas” de serem Suas seguidoras e animais a Ela associados (cachorros e gatos pretos, corujas).

No intuito de abolir qualquer resquício do Seu poder, Hécate foi caricaturizada pela tradição patriarcal como uma bruxa perigosa e hostil, à espreita nas encruzilhadas nas noites escuras, buscando e caçando almas perdidas e viajantes com sua matilha de cães pretos, levando-os para o escuro reino das sombras vampirizantes e castigando os homens com pesadelos e perda da virilidade.
As imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes “escuros” da Deusa, padroeira da independência feminina, defensora contra as violências e opressões das mulheres e regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.

No atual renascimento das antigas tradições da Deusa compete aos círculos sagrados femininos resgatar as verdades milenares, descartando e desmascarando imagens e falsas lendas que apenas encobrem o medo patriarcal perante a força mágica e o poder ancestral feminino. Em função das nossas próprias memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a Deusa Escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens destorcidas não são reais, nem verdadeiras, que nos foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

A conexão com Hécate representa para nós um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento inato, desvendar e curar nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique; Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação. Porém, para receber Seus dons visionários, criativos ou proféticos precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando Seu poder e Lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos Sua presença em nós, Ela irá nos guiar nos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações; somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.


IN: http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/69

terça-feira, 15 de dezembro de 2009


Hino Órfico à Hécate


Hécate, a Bela, a ti invoco:
Você, dos caminhos e encruzilhadas,
dos Céus, da Terra e de todos os mares.
Você, vestida de açafrão, entre os túmulos,
dançando os ritos de Baco com as almas dos mortos.
Você, filha de Perses, amante da desolação,
divertindo-se com cervos e cães, na noite escura.
Você, Rainha terrível! Devoradora das bestas!
Inconquistável, possuída por uma forma inatingível!
Você, caçadora das feras, soberana Imperatriz universal:
Você, guia dos caminhos das montanhas, e noiva, e curandeira,
eu suplico, ó donzela, a sua presença nesses ritos sagrados,
com graça e um coração eternamente alegre.
Hécate,
Toda a vida e todos os frutos da terra são seus,
Tudo foi e é gerado pelo seu Útero, ó Grande Mãe de três faces.
Sua é a dança da prosperidade e Você é nossa fortaleza.
Deusa Hécate eu Te agradeço por suas bênçãos e pela abundância.
Junte-se à mim, festeje e divirta-se comigo.
Abençoados Sejamos!
Obrigada Ó Hécate! Mãe da Escuridão, que clareia nossos caminhos!



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A RAINHA DA NOITE

AS TRÊS FACES DE HÉCATE

Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo.
Hécate é, portanto, uma Deusa lunar por excelência e sua presença é sentida nas três fases lunares.
A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da Mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer para renascer.Esta Deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal. Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate era então, a Deusa das bruxas, Padroeira do aspecto virago, mas nos é impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes sacerdotes e confessores cristãos.
Em épocas primevas, antes do patriarcado ter se estabelecido, é mais fácil descobrir a essência interior do arquétipo Hécate e relacionar-se com ele. Hécate está vinculada com as trevas e com o lado escuro do Lua. A Lua, na verdade, não possui luz própria. A luz que se projeta na Lua é a luz solar. Logo, a Lua Cheia é a Lua vista pela luz do Sol. A Lua Nova Negra é, portanto, a verdadeira face da Lua.
Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice: Àrtemis , a virgem, personificava a Lua Crescente que renascia; Hécate personifica a escura Lua Nova e Selene, ou Deméter, eram a Lua Cheia. Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior. Sófocles retrata a Ártemis a imagem e semelhança de Hécate, quando a denomina a "flecheira dos cervos, a que porta uma tocha em cada mão". Em Áulide havia duas estátuas de pedra de Ártemis, uma com arco e flecha e outra com tochas. Parece como se a Deusa originária da lua contivesse o aspecto escuro e luminoso em uma só unidade.Hécate seria uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.
O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.
Hécate, Rainha da Noite, como a chama a poetisa Safo, leva uma diadema brilhante e duas tochas ardentes nas mãos, olhos resplandecentes da escuridão. Talvez se trate de uma imagem da intuição que presente à forma das coisas, mas que todavia, é invisível. Isso explicaria por que, junto com Hermes , deus da imaginação, é guardiã das cruzes dos caminhos, onde não se sabe qual é a direção "correta". Seus companheiros eram os cães, animais que seguem uma rastro "cegamente". Nos lembra o chacal Anubis do submundo egípcio, que podia distinguir o bom do mal, e o Cérbero, o cão de três cabeças que guardava as portas do submundo da antiga Grécia. Na figura abaixo, Hécate tem três cabeças, como Cérbero, e seus braços; aparece desse modo em uma pedra romana como uma figura imponente que recorda a Deusa hindu Kali.


Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino.
O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.
Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.
A Terra é o grande inconsciente uterino de onde brota toda a semente. É também o lugar para onde tudo retornará. Nesse inconsciente ctônico a vida e a morte coexistem em um mesmo processo cíclico. Deste modo, o "ser" e o "não ser" podem viver sem conflito.

MITOLOGIA

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Hécate é uma antiga Deusa de estrato pré-grego de mitos. Os gregos tiveram dificuldade em enquadrá-la em seu esquema de Deuses, mas terminaram por vê-la como filha dos titãs Perseus e Astéria ,Noite Estrelada, que era irmã de Leto, que por sua vez, era mãe de Ártemis e Apolo. A avó de Hécate era Febe, uma anciã titã que personificava a Lua. Dizia-se que Hécate seria uma reaparição de Febe, e portanto uma Deusa Lunar, que se manifestava na lua escura.

Outras tradições tomaram-na por uma Deusa mais primal, fazendo dela irmã de Erebo e de Nix (a Noite).
Zeus deu-lhe um lugar especial entre os Deuses, porque, embora ela não fosse membro do grupo olímpico, permitiu-lhe o domínio sobre o Céu, a Terra e o Mundo Inferior. Ela é, pois, a doadora da riqueza e de todas as bênçãos da vida cotidiana.
Na esfera humana, cabia-lhe presidir os três grandes mistérios do nascimento, da vida e da morte. Seu nome significa "a distante, a remota", sendo ela vista como protetora dos lugares remotos, guardiã das estradas e dos caminhos.
Seu aspecto tríplice tornava-a especialmente presente nas encruzilhadas, ou seja, na convergência de três caminhos. Nesses locais, os gregos podiam encontrar-se com facilidade com Hécate, razão por que os consideravam sagrados, erigindo aí com freqüência estátuas tricéfalas chamadas Hecatéias. Também deixavam oferendas do seu alimento ritual, o "almoço de Hécate", nessas encruzilhadas durante seus festivais especiais.
Os três símbolos sagrados de Hécate são: a Chave, por ser ela carcereira do Mundo Inferior; o Chicote, que revela o seu lado punitivo e seu papel de condutora das almas; e o Punhal, símbolo de seu poder espiritual, que mais tarde tornou-se o Athame das bruxas.

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Todos os animais selvagens eram consagrados à Hécate e por isso, foi mostrada muitas vezes com três cabeças de animais: o cão, a serpente e o leão, ou alternadamente, o cão, o cavalo e o urso. Seus animais mais conhecidos são entretanto, o cão e o lobo. O cipreste era a árvore sagrada da Deusa.
Na mitologia grega, Hécate, como representação da Lua Escura, aparece sempre acompanhada por cães que ladram. Como Deusa Tríplice, podia aparecer na representação de um cão com três cabeças (cão da lua), para lembrar de que em eras passadas ela própria era o cão da lua. Sua qualidade trina é representada também em estátuas posteriores, onde aparece como mulher tripla. Freqüentemente carregava consigo o cão que ela própria havia sido, ou uma tocha, emblema lunar, que é seu poder de fertilidade e seu dom especial.No Submundo, ou Mundo Inferior, Hécate é a carcereira e condutora das almas, a Pritânia, a "Rainha Invisível" dos Mortos. Tendo passado por Cérbero, o cão tricéfalo, e tendo sido julgadas pelos três Juízes dos Mortos (Minos, Radamando e Éaco), as almas devem chegar às encruzilhadas tríplices do Inferno. Nesse ponto, Hécate envia ao reino para o qual foram julgadas adequadas: para as campinas do Asfódelo, para o Tártaro ou para os Campos Elíseos.
Como aspecto de Deusa Amazona, a carruagem de Hécate era puxada por dragões. As mulheres que a cultuavam normalmente tingiam as palmas das mãos e as solas dos pés com hena.Seus festivais aconteciam durante a noite, à luz de tochas. Anualmente, na ilha de Aegina no golfo Sarônico, acontecia um misterioso festival em sua honra.
Hécate está associada a cura, profecias, visões, magia, Lua Nova, magia negra, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.

ARQUÉTIPO DA TRANSFORMAÇÃO E TRANSMUTAÇÃO

Hécate é também um vaso-útero, que recebe os processos passados no interior da psique. Ela é o vaso alquímico que permite a transformação e transmutação dos elementos materiais em espirituais. Hécate habita as grutas e cavernas. E para sermos fertilizados pela semente da criação espiritual e do renascimento psíquico temos de visitar a sua morada, fazer a entrada no reino dessa deusa. Ela é a Caverna-Mãe onde se dão os processos espirituais. Muitos mistérios e ritos de iniciação se passavam no interior das grutas e cavernas.
Hécate é a regente dos processos misteriosos da vida e da morte, das passagens difíceis da vida, da entrada nos caminhos árduos da transformação.
A Deusa nos diz que as mudanças servem para determinar o nosso comportamento e que devemos ter cuidado com os caminhos falsos ou atalhos inadequados. O caminho, por vezes, pode não ter muita importância, mas premente é a necessidade de fazer a passagem.
Hécate estava por perto quando Perséfone foi raptada por Hades, mas não interferiu, porque ela sabia que as passagens são necessárias, às vezes não importam os caminhos. Mas é Hécate que ensina e ajuda a Deméter a achar o caminho para recuperar a filha Perséfone.A entrada no mundo inferior é necessária para o contato com as fontes internas da fertilidade, mas é preciso saber o caminho de volta para poder tornar consciente toda a possibilidade criativa. Enquanto houver o mergulho no mundo inferior, a consciência pode adormecer e descansar, e novamente será renovada e frutificará com a volta.

DEUSA DE MUITOS TÍTULOS E NOMES


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A Deusa Hécate era uma deidade de muitos títulos e nomes. Era chamada de "A Mais Amável", "Rainha do Mundo dos Espíritos", "A Megera dos Mortos", "Deusa da Bruxaria". Especialmente para os trácios, Hécate era a Deusa da Lua, das horas de escuridão e do Mundo Inferior.
Como Propylaia (Aquela que fica na frente do Portão), Hécate oferecia proteção contra o mal. Neste aspecto seu culto era realizado no portão da entrada, lugar onde eram colocadas as estátuas em sua homenagem.
Como Propolos (A Criada que Conduz), Hécate servia como guia de outras deidades. Exemplo deste fato, se dá quando ela conduz Deméter ao Mundo Inferior, para resgatar Perséfone das mãos de Hades.
Como Phophoros (Aquela que traz Luz) ela é portadora de duas tochas, que servem para iluminar o caminho em busca de nosso sombrio inconsciente.
Como Kourotrophos (Aquela que cuida das Crianças), Hécate estava associada às parteiras e era responsável pelo nascimento, já que os poderes que dão vida, também acarretam a morte.Como Chthonia, ela está associada aos poderes da prática de magia, relacionando-se com outros deuses da Terra, como Hermes e Perséfone, no seu aspecto de Deusa-Anciã, Senhora do Mundo Inferior. Era Hécate a guardiã de Cérbero, o cão de Hades, o qual todas as almas deveriam enfrentar ao cruzar os portões do Submundo.
Seus Deuses companheiros eram Thanatos (Morte), Hypnos (Sono) e Morfeu (Sonhos).

PADROEIRA DAS BRUXAS

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A Deusa Hécate, segundo algumas versões, recebeu o título de "Rainha dos Fantasmas" e "Deusa das Feiticeiras". Para protegerem-se, os gregos colocavam estátuas da Deusa na entrada das cidades e nas portas das casas.
Medéia, que era uma de suas sacerdotisas, praticava bruxaria para manipular com destreza ervas mágicas e venenos, e ainda, para poder deter o curso dos rios e comprovar as trajetórias das estrelas e da lua.
Como Deusa Feiticeira tinha cães fantasmas como servos fiéis ao seu lado.
Há um grande números de bruxas que, ainda hoje, são devotas de Hécate , pois se sentem atraídas pelos aspectos escuros da Deusa.
Hécate, como Anciã e Deusa da Lua Escura, compreende o "poder do silêncio". Muitas viagens espirituais incluem um período de muita meditação e silêncio. É essencial praticarmos o silêncio em nossos rituais e meditações, pois só o silêncio abre as portas da consciência universal.
Foi a Deusa Hécate que introduziu o alho como amuleto de proteção contra inimigos, roubo, mau tempo e enfermidades. Todos os anos, a meia-noite do dia 13 de agosto (Noite do Festival de Hécate), deve-se depositar cabeças de alho em encruzilhadas como oferenda de sacrifício em nome de Hécate.

HÉCATE, ARQUÉTIPO DA LUA ESCURA

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Hoje, mais do que nunca o homem têm consciência, que a Lua é um astro que estimula o nosso inconsciente. Isso é verdadeiro para todas as pessoas, pois todos somos dependentes da atividade do inconsciente para a inspiração e a intuição, bem como para o funcionamento dos instintos, e para prover a consciência de "libido". Tudo isso é governado pela Lua, e por essa razão, é necessário permanecer em harmonia coma Lua e manter seu culto.
Foi através dos ciclos da Lua que o homem primitivo tomou consciência do tempo, mas onde a Lua e sua periodicidade mais se manifesta é na Mulher e no Feminino. A mulher não somente está ligada à periodicidade da Lua em suas transformações mentais, muito embora a sua periodicidade interior lunar tenha se tornado independente da lua exterior, como também sua mentalidade é determinada pela lua, e o comportamento de seu espírito é moldado pelo arquétipo da lua como a essência da consciência matriarcal.
A periodicidade da Lua, com seu pano de fundo noturno é símbolo de um espírito que cresce e se transforma em conexão com os processos obscuros do inconsciente. Do mesmo modo, o corpo da mulher passa por fases correspondentes. A partir da primeira menstruação, a mulher está automaticamente iniciada nos mistérios da consciência lunar, que também poderia ser chamada de consciência matriarcal, que jamais está separada do inconsciente, pois é uma fase, uma fase espiritual, do próprio inconsciente. Apta, a mulher poderá passar para segunda fase de sua cronologia que é ser mãe.
Mas é tão somente com a chegada da menopausa, depois de ter passado por todas as fases de desenvolvimento, físico e psicológico, que a mulher estará preparada para ser ela mesma e encarar os mistérios da vida. Essa é a fase da purificação interna da essência feminina e se vincula com o mito de Hécate, Deusa da Sabedoria, resultante da assimilação positiva, e muitas vezes dolorosa, da experiência.No período pós-menopausa, nossas emoções afloram à superfície com mais facilidade e tudo se vive e se sente com mais facilidade. É também, quando a mulher desfruta de sua máxima liberdade, independência, autoridade e sabedoria. É bom que se saiba, que há uma grande diferença entre conhecimento e sabedoria. A sabedoria é uma qualidade da velhice, pois só quem já viveu muito tempo, pode colher sabedoria. Para essa forma de consciência (lunar), o tempo precisa amadurecer e, com ele, assim como as sementes colocadas na terra, o conhecimento amadurece. A sabedoria é portanto, a colheita da vida, é a forma mais profunda do conhecimento.

HÉCATE HOJE

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Hoje podemos nos relacionar com Hécate como uma figura guardiã do nosso inconsciente, que tem nas mãos a chave dos reinos sombrios que há dentro de nós e que traz as tochas para iluminar nosso caminho para as profundezas de nosso interior.
Nossa civilização patriarcal talvez tenha nos ensinado a temer esta figura, mas se confiarmos em suas energias antigas, encontraremos nela uma gentil guardiã.
Ela está presente em todas as encruzilhadas que existem em todos os níveis do nosso ser, manifestando-se como espírito, alma e corpo. Devemos reconhecer que a imagem terrível, tenebrosa e horrenda de Hécate é um mero registro do medo inconsciente do feminino que os homens, imersos em um patriarcado unilateral, projetaram ao longo de milênios nesse arquétipo.

Temos que encarar nossa Hécate interior, estabelecermos uma relação com ela e, confiando na sua assistência, permitir a nós mesmos o desenvolvimento de uma percepção desse rico reino do nosso Mundo Inferior Pessoal. Somente por meio dessa atitude poderemos nos tornar seres integrados, capazes de lidar com as polaridades sem projetar de imediato dualismos.
Ao passar por uma encruzilhada, você irá se deparar com Hécate e ela dirá que nossas vidas são feitas de escolhas. Não existem escolhas certas ou erradas, mas sim, somente escolhas. Independente do que escolher, a experiência, por si só, já é algo valioso. Hécate insiste para que não tenhamos medo do desconhecido. Os desafios apresentados precisam de um salto de fé da pessoa que faz a escolha. Confie que será capaz de fazer uma escolha quando chegar a hora. Conceda-se tempo e espaço, nunca se censure ou se culpe, apenas faça sua escolha.

RITUAL (Realizado na Lua Nova)

Você precisará de um athame, um pequeno caldeirão, uma maçã, um pano preto e uma pequena quantidade de sal, além de seus instrumentos normais.
Ponha a maçã dentro do caldeirão e cubra-o com o pano preto.
Abra o círculo como de costume.
Com o atame na mão de poder, toque o caldeirão por cinco vezes, dizendo:

Sábia Hécate, eu peço sua benção
Erga o véu para que eu possa saudar
Meus ajudantes espirituais,
Antigos amigos de outras vidas,
E os que são novos.
Que apenas aqueles que me desejam o bem
Penetrem neste local sagrado.

Descubra o caldeirão.
Apanhe a maçã, erga-a em oferenda e deposite-a no altar.

Hécate, seu caldeirão mágico
É fonte da morte e do renascimento
Experiência pela qual cada um de nós
Passa por repetidas vezes.
Que eu não tema,
Pois sei de sua delicadeza,
Eis aqui o seu símbolo de vida na morte.

Corte a maçã transversalmente com o athame. Contemple o pentagrama revelado no miolo. Devolva as duas metades da maçã ao caldeirão e cubra-o novamente com o pano preto:

Apenas os iniciados têm acesso
Aos seus Mistérios ocultos. Apenas aqueles que realmente buscam
Conseguem encontrar o caminho em espiral.
Aqueles que conhecem Suas muitas faces secretas,
Podem encontrar a Luz Que leva ao Caminho Interior.

Ponha uma pitada de sal em sua língua:

Eu sou mortal,
Mas ainda assim imortal.
Não há fim para a vida,
Apenas novos recomeços.
Eu caminho ao lado da Deusa
Em suas muitas formas. Não há nada a temer.
Abra a minha mente,
Meu coração e minha alma
Aos profundos Mistérios do Caldeirão.

Efetue uma meditação de busca à Deusa da Lua Nova. Ouça suas mensagens e conselhos. Esteja alerta a novos guias e mestres que podem surgir para ajudá-la (o).

Rosane Volpatto - http://www.rosanevolpatto.trd.br/hecate.htm

sábado, 6 de dezembro de 2008

Hecate lua negra....

Oração à Hécate
(by Althea)

Faça com que o círculo nunca seja quebrado,
Faça com que a terra esteja sempre firme,
Faça com que o vento seja sempre constante,
Faça com que o mar esteja sempre agitado,
Faça com que o fogo nunca se apague, e sua luz mostre o caminho.
Hécate Faça-se sempre viva em minha alma.

Genealogia


Muitas literaturas afirmam que Hécate se originou no sudeste da Ásia Menor e foi incorporada à religião grega no século VII a.C., mas nunca foi uma Deusa Olímpica, era uma Deusa terrena. Detinha os domínios sobre a terra, o mar e o céu; e juntamente com Zeus podia dar ou negar qualquer pedido ou presente aos humanos. Isso demonstra como fora respeitada.

Já, Hesíodo diz que Hécate é uma titânia, filha de Perses que era filho de Euríbia que era filha de Geia com o Mar; ou seja, mostra sua origem como sendo grega, mas pré-olímpica. Sendo uma deusa forte e poderosa que sobreviveu aos ataques dos deuses olímpicos aos titãs. Talvez esse fosse um dos motivos para não se juntar aos deuses olímpicos, preferindo assim a terra.

Abaixo, estará um trecho, que foi extraído do livro Teogonia - A origem dos Deuses de Hesíodo, que fala sobre Hécate e sua genealogia, de forma bem peculiar.

Em outra versão Ela aparece como filha de Euribus e de Nix (noite), tornando-se assim a Deusa da eterna noite, e com exceção a Zeus a última dos Titãs a sobreviver.

Li em algum lugar que também já a consideraram como uma das Fúrias.

A versão de Musaeus diz que Ela é filha de Astéria e Zeus (acho pouco provável).

Eurípedes afirma que Hécate é uma das filhas de Leto.

E uma lenda da Tessália diz ser filha de Admetus e uma mulher de Pherae.

Talvez o mais provável é que sua origem seja da religião egípcia, na era pré-dinástica, onde a matriarca e sábia da tribo era "Heq", que evoluiu para Hequit, Deusa e parteira egípcia (pode aparecer como Heket ou Hekat), aparecendo com a cabeça em forma de sapo. E como Hécate até os nossos dias vem sendo associada ao nascimento, esta talvez seja sua real origem.

Althea



**Livro Teogonia = Origem de Hécate

Este é o mais antigo registro existente sobre a origem dos Deuses pois é todo retirado da tradição oral, no tempo antes da invenção da escrita. O texto inicial trata sobre o numem (algo de sagrado ) que há nas palavras e o quanto foi perdido com a advento da escrita. Muitas vezes a leitura é difícil justamente por ter esta relação tão estreita com a palavra falada, mas nada que algumas leituras atentas não consigam desbloquear.

Althea



Febe entrou no amoroso leito de Coios

e fecundou a Deusa o Deus do amor,

ela gerou Leto de negro véu, a sempre doce,

boa aos homens e aos Deuses imortais,

doce dês o começo, a mais suave do Olimpo.

Gerou Astéia de propício nome, que Perses

conduziu um dia ao seu palácio e desposou,

e fecundada pariu Hécate a quem mais tarde

Zeus Crônida honrou e concedeu esplêndidos dons,

ter parte na terra e no mar infecundo.

Ela também do Céu constelado partilhou a honra

e é muito honrada entre os Deuses imortais.

Hoje ainda, se algum homem sobre a terra

com belos sacrifícios coforme os ritos propicia

e invoca Hécate, muita honra o acompanha

facilmente, a quem a deusa propensa recolhe a prece;

e torna-o opulento, porque ela tem força.

De quantos nasceram da Terra e do Céu

e receberam a honra, de todos obteve um lote;

nem o Cronida violou nem a despojou

do que recebeu entre os antigos Deuses Titãs,

e ela tem como primeiro no começo houve a partilha.

Nem porque filha única menos partilhou de honra

e de privilégio na terra e no céu e no mar

mas ainda mais, porque honra-a Zeus.

A quem quer, grandemente dá auxílio e ajuda,

no tribunal senta-se junto aos reis venerandos,

na assembléia junto ao povo distingue a quem quer,

e quando se armam para o combate homicida

os homens, aí a Deusa assiste a quem quer

e propícia concede vitória e oferece-lhe glória.

Diligente entre os cavaleiros assiste a quem quer,

e aos que lavram o mar de ínvios caminhos

e suplicam a Hécate e ao troante Treme-terra,

fácil à gloriosa Deusa cincede muita pesca

ou surge e arranca-a, se o quer no seu ânimo.

Diligente no estábulo com Hermes aumenta

o rebenho de bois e a larga tropa de cabras

e a de ovelhas lanosas, se o quer no seu ânimo,

de poucos avoluma-os e de muitos faz menores.

Assim, apesar de ser a única filha de sua mãe,

entre imortais é honrada com todos os privilégios.

O Crônida a fez nutriz de jovens que depois dela

com os olhos viram a luz da multividente Aurora.

Assim dês o começo é nutriz de jovens e estas as honra.

Histórico


Relatos do século III ªC mostra Hekate como a senhorita que rege todo o ser humano, e sendo uma Deusa Terrena, todos os mortais surgiram da terra. Eu particularmente compreendo esta leitura comparando Hécate a Gaia, ou seja a criadora de toda a vida.

Como suas histórias são muito variadas, deixo a vocês leitores a escolha de qual Hécate mais convém...

O que pude perceber é que a Deusa da morte, dos fantasmas, de domínios nefastos, a ameaçadora começou a surgir quando o patriarcado começa a despontar, pois não podiam deixar uma Deusa tão poderosa e tão clamada pelo povo e principalmente pelas mulheres num patamar tão elevado, então nada melhor do que distorcer os fatos. Não estou dizendo que Ela não tenha seu lado sombrio, claro que sim, todos os Deuses Gregos o tem, podem curar como amaldiçoar. O que eu digo é que calaram o outro aspecto de Hécate, que talvez comece a ressurgir com as pesquisas. Acho estranho uma Deusa que antes aparecia com uma tocha nas mãos, jovem e com uma estrela na cabeça, de repente se transformar na anciã do submundo, ou na velha má, fazendo com que qualquer mulher que rogasse por ela fosse tachada de bruxa má e louca.

É muito provável que a igreja católica tenha sua interferência no histórico de Hécate, pois tanto poder causa medo e quem tem medo de algo distorce os fatos e em muitas vezes gerando violência e agressividade. Talvez esse seja um fato ocorrido com os seguidores d'Ela e por isso as informações são tão fragmentadas e muitas vezes fantasiosas. Uma deusa como Hekate amedronta muita gente, não é mesmo? E porque também não deuses e a igreja? Fato a ser pensado...

Sem contar que Ela rege tudo o que está fora do nosso controle e limites, além do nosso consciente. Está fortemente ligada a intuição, a sabedoria da mediunidade, aos sonhos e adivinhações. Coisas não palpáveis e abstratas são estranhas ao homem comum, normalmente gera temor.



Envelhecimento


Será possível que a donzela envelheceu com o passar dos anos e com mudanças em seus cultos? Ou será que foi a forma de cultua-la que a transformou na anciã?

Ou ainda, por ter sido cultuada de forma errada com o passar dos tempos a egrégora formada nos trouxe uma Hécate anciã, sábia e detentora de todos os mistérios? Ou ela nunca foi uma jovem? Há a possibilidade d'Ela ser a jovem, a mãe e a anciã, com toda a certeza, há essa possibilidade.

Talvez estas questões nunca sejam esclarecidas com total veracidade. Então usemos do nosso livre arbítrio para cultua-la da forma de melhor nos agradar.