"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O CÁLICE SAGRADO


“Quando nos iniciamos nos Mistérios do Feminino, descobrimos que somos as portadoras de um Cálice Sagrado e que o Graal se manifesta através de nós”

(Jean Shinoda Bolen)


O Símbolo da Deusa, cujo corpo é o Cálice Sagrado contendo o milagre do nascimento e o poder de transformar a morte em vida através da regeneração misteriosa e cíclica da Grande Mãe Natureza.

(O Cálice e a Espada - Riane Eisler)



...o Graal é o corpo santo da mulher e que remonta ao tempo em que a mulher era sagrada e o seu corpo a revelação-iniciação à divindade do ser e o Cálice do qual se bebe e se vive para a eternidade o Símbolo dessa iniciação da origem da vida e do amor. Porque essa era a Grande iniciação ao Amor Supremo do Ser Humano, através da Mulher, como o era o da Vida ao nascer, da Mãe. O Homem atingia o supremo amor da Deusa e a Mulher dava-lhe corpo e consubstanciava-a…a União era eterna. O Cálice …era…a suprema dádiva.

(MULHERES & DEUSAS - Rosa Leonor)


“O Graal simboliza a Deusa perdida. Quando apareceu o cristianismo, as antigas religiões pagãs não desapareceram da manhã para o dia. As lendas da busca dos Cavaleiros do Graal perdido eram histórias que explicavam as andanças para recuperar a divindade feminina. Os cavaleiros que diziam partir em busca do “Cálice”, falavam em código para proteger-se de uma Igreja que tinha subjugado as mulheres, proibido a Deusa, queimando os crentes nas fogueiras e censurado o culto pagão da divindade feminina."

(El código da vince - Dan Brown)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

GRAAL A MULHER SAGRADA


O CÓDIGO DO GRAAL

O Código do Graal é cantado em versos nas lendas do Feminino e é também um modo de vida...

Muito tempo atráz,de 7000 a 1400 a.C.,pelo menos,os povos primitivos que viviam da terra reverenciavam um criador do sexo feminino que, segundo acreditavam,era responsável pela fertilidade e pela abundância na vida deles.
Para esses povos,qualquer fêmea era sagrada,pois só as mulheres podiam criar a vida a partir do próprio corpo,à semelhança do criador em que acreditavam.

Esses povos viveram milhares de anos em harmonia.O foco da sua civilização era a arte e a criação,a sua economia baseava-se na parceria e na partilha,os seus governadores eram servidores que se encarregavam do bem-estar de todos,a sua filosofia defendia e beneficiava a vida.
As mulheres eram tidas em alta conta.Elas eram juízas, sacerdotisas, legisladoras, curandeiras e fazendeiras.Qualquer tipo de trabalho imaginável podia ser executado por um homem e por uma mulher,que trabalhavam lado a lado.

A sexualidade era sagrada.A sexualidade da Deusa com o seu consorte,o Deus,criava abundância para as pessoas da Terra.A sexualidade era considerada uma dádiva da Deusa e um caminho para a Divindade.
As crianças também eram vistas como dádivas e as concebidas durante épocas sagradas do ano eram particularmente abençoadas e especiais...

Por volta de 4000-3500 a.C.,invasores chamados kurgans vieram do norte trazendo armas e um deus guerreiro.Esses kurgans ,durante milhares de anos,subjugaram a civilização da Deusa, transformando uma civilização caracterizada pela parceria em outra de dominadores.
O enfoque deixou de ser a arte,a criatividade,a expressão jovial da sexualidade e da fisicalidade e passou a ser a guerra,o medo,as armas.
O culto festivo e celebratório,que celebrava a vida,tornando-a um paraíso na Terra,passou a ser cheio de dor,sofrimento,morte e a certeza de um paraíso apenas para alguns,depois da morte;danação e tortura eterna para o resto.

Durante um certo período,os reis cretenses consideravam sagrado o matrimônio com uma mulher - que por ser representante da Deusa era também a Terra - e asseguravam à ela o direito de governar.
A sexualidade era associada com a Deusa e os invasores temiam o poder que Ela concedia às mulheres.
Os sacerdotes do deus guerreiro viam o ato de amor,de expressão sexual,como algo maléfico e vergonhoso e acabaram por destruir toda experiência saudável do sexo com o epíteto: pecaminoso.

Os sacerdotes dos invasores percebiam que o Feminino ainda era forte.Eles nada podiam fazer contra a magia da criação,o fato de que as mulheres,e somente elas,podiam dar à luz uma nova vida dentro do corpo. Então eles defendiam a idéia de que a contribuição do homem era mais importante do que a das mulheres para a concepção de uma nova vida.
Eles canalizavam livros e faziam sermões inspirados pelo seu deus,afirmando que o Feminino era responsável pelo pecado original, era maléfico e sem valor.
Os seus seguidores,diante da opção de acreditar nesses sacerdotes ou serem queimados e condenados à danação eterna,preferiam acreditar.
Até mesmo quando o ungido trouxe a sua mensagem ,que era igual a da deusa dos antigos - amor, perdão, sabedoria, luz - os sacerdotes,com receio de perder o poder e o prestígio,repudiaram a mensagem verdadeira que ele trazia e reescreveram os seus ensinamentos,segundo os próprios interesses.

Quando as mulheres foram estigmatizadas como criaturas malignas, pecaminosas, filhas do demônio, e depois subjugadas e dominadas pelos homens, o que perdemos foi o Feminino e tudo o que ele incorpora e significa.
A guerra, embora desconhecida no passado, aos poucos foi se tornando uma coisa normal.A criatividade,direito inato de todos, passou a ser exclusividade de um grupo seleto de "artistas".
Embora antes houvesse partilha, compaixão e cuidado uns com os outros e com a comunidade, o tecido da sociedade se esgarçou pela ganância das autoridades para tudo possuir e preservar.
A parceria foi substituida pela competição,pela dominação e pela vitória do macho alfa.

A terra e a fartura eram herança das mulheres,com a qual elas sustentavam os filhos.Esse direito passou a ser exclusivamente ds homens.Às vezes eles garantiam o sustento dos filhos,às vezes não.Se antes todas as crianças eram bem-vindas,depois somente as legitimadas pelo casamento dos pais passaram a ser valorizadas;todas as outras eram consideradas bastardas.
Se antes os regentes visavam ao bem de todos,depois eles passaram a se apoderar de quase tudo:
as pessoas eram escravizadas por reis e papas corruptos a quem tinham que servir.

Quando o Feminino se perdeu,o sexo masculino e o feminino se separaram.
Em vez de lutarem juntos pela sobrevivência,contribuindo igualmente para expressar a singularidade do masculino e do feminino e criar a totalidade do Divino,a psique tanto dos homens quanto das mulheres sofreu uma ruptura e ficou dividida.
A guerra dos sexos se iniciou,resultando num relacionamento desigual do tipo mestre e escravo,dominador e vítima.

A espiritualidade foi usurpada do indivíduo - a sua relação direta com a Divindade - e passou a ser propriedade da Igreja,que passou a tratá-la como uma mercadoria.
Já não era seguro comungar com o Divino em meio à natureza.Todo o contato com o Divino tinha de ser feito por meio da Igreja, do contrário era tido como adoração ao demônio. Qualquer coisa que se desviasse das regras e normas da Igreja era considerada heresia.

Contudo,não se pode destruir ou sufocar o poder do Feminino para sempre...
O Código do Graal é o que vivíamos nas civilizações antigas da Grande Deusa,
antes que as mulheres fossem usadas como bode expiatório e os valores do Feminino desacreditados e descartados.
Desde que ele foi expurgado da espiritualidade predominante, ao longo do último milênio,temos sidos condenados a vagar sem rumo pela face da Terra,testemunhando a guerra, a destruição, a poluição, a extinção,a ganância e a corrupção tornando-se norma.
Em decorrência da perda e da desvalorização do Feminino,nós nos alienamos da nossa fonte verdadeira de espiritualidade e da terra sobre cujo solo sagrado nós vivemos.

"O ORÁCULO DO CÓDIGO DO GRAAL", Amy Sophia Marashinsky, Ed. Pensamento
IN:
http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A BUSCA DA VERDADEIRA MULHER


“A Procura do Graal mistura-se com a Procura da Mulher. Aquele que encontra a Mulher, encontra o Graal. (...)
Mulher que segura a Taça, o Cálice ou a Pedra, essa mulher que é a Sacerdotisa de um culto do qual jamais conheceremos o verdadeiro significado."


J.M.



Que Mulher é essa que se confunde com o Graal?

Uma coisa é certa: mais uma vez, nos encontramos na presença de uma memória do culto da antiga deusa, destronada pelos deuses machos: é o sentido da violação cometida pelo rei Amangon contra uma das donzelas ou fadas do castelo do Graal. Amangon forçou o destino, curvou o poder feminino pela força cega e brutal do macho, derrubando a sua soberania sob a forma simbólica do seu golpe. Com efeito é o Pai que acaba de instaurar a sua autoridade exclusiva. Desde esse tempo, a sociedade anda à procura de um equilíbrio que não poderá instaurar senão quando o Jovem filho da Deusa Mãe, vier matar ou castrar, ou eliminar o Pai, a fim de devolver à Mãe a sua Soberania de antigamente.

Assim, idealmente e miticamente, e muito antes da cristianização do mito, a Procura do Graal é, ela, a Glorificação da Eleita, a mulher eterna, divina, de múltiplos aspectos, que reina nos subterrâneos do mundo, e que não espera senão pelo o seu filho mais jovem para reaparecer ao ar livre e retomar o seu título de Grande Rainha equilibrando de novo a sociedade dos seus filhos desunidos e que se reconciliar no amor da Mãe.” (...)

In “A Mulher Celta”

Não é certamente a Mulher perdida da própria mulher, submetida às instituições e dominada pelos homens como um objecto de uso pessoal e social que nada tem a ver com a Mulher Divina ou a Musa, mulher essencial porque mágica e fada, detentora de sortilégios e poder de curar, aliada da natureza e dos animais! Nem a mulher violada secularmente pelo poder patriarcal que destitui a Deusa Mãe e fez da sacerdotisa uma prostituta e da mulher livre “a casada” e portanto, sujeita às suas leis, nem da "bruxa" queimada pela Inquisição por usar um dom inato e que fazia perigar o poder dos fanáticos cristãos?
Esse Feminino eterno e parte do princípio que rege o universo é rechaçado e denegrido ao longo dos séculos destituindo a mulher de identidade por predominância exclusiva do princípio masculino da força e do autoritarismo, negando às sociedades esse equilíbrio dos dois princípios em harmonia que a Deusa Mãe impunha como justiça e lei e não a força da Espada!

A mulher moderna, perdida da sua origem e essência, é uma espécie de apátrida sem sentimentos ou consciência própria. Absorve, diz e escreve e sente-se como o homem a fez...é a polícia travesti, é a médica inumana, é o soldado que vai à guerra é a mãe sem coração nem amor pela maternidade! ? uma Atenas saída da cabeça de Zeus ao serviço do patriarcalismo sem consciência nenhuma de si própria em profundidade. Reflecte-se apenas no homem na sua posse ou possuída e não é senão uma sua extensão, um sexo. Falar de feminino, pela sua ausência de sentido profundo, é falar apenas de sexo e a confusão inerente estabelece-se. Ou se é feminista ou lésbica...

Mas a mulher não é apenas um sexo! Todavia, como se desconhece em essência e se sente perdida de si mesma, educada e suportada em sociedades falocráticas, não têm nenhum sentido em si mesma ou centro e enche-se do valor que os homens lhe dão que é o de uma mente racional atulhada de conceitos lógicos onde prevalece tacitamente a superioridade do Homem em nome de quem ela fala. Acontece cpom as mulheres mais inteligentes, as universitárias etc. Elas falam exclusivamente do seu ciclo vicioso As Faces de Eva, descenhecendo a outra Mulher que vive na Sombra e que foi renegada da história e do seu interior...Por essa ignorância a mulher está presa num ciclo vicioso que é o conhecimento adquirido que a sociedade falocrárica lhes impôs e de que elas não conseguem sair sem ir às origem da própria pré-história...onde efectivamente começa a sua história ou o poder da Grande Deusa onde todos os mitos têm origem.



A história da Mulher não é apenas a de uma “lavagem ao cérebro” mas a de uma lavagem às suas entranhas da maneiras como lhe tiraram a Voz de Oráculo da Terra Mãe e agora o Útero sob qualquer pretexto. Anula-se a mulher dos seus valores intrínsecos, da sua intuição e percepção extra-sensorial, da sua sensibilidade tão própria aliada à emoção e reduz-se a sua razão de ser a uma reprodutora com prazo de validade ou a um objecto de luxo e plásticas, o estereotipo do travesti que o homem inventou e que levou a mulher a identificar-se com essa imagem e de que os jornais e revistas e televisão estão cheios até á saturação. A mulher é imbecilizada a cada passo e as próprias mulheres hoje em dia não têm a menos noção ou respeito pelo seu SER Ancestral, por essa Voz secular que lhe foi roubada pelos padres!
A sua cultura ou erudição basea-se toda no princípio masculino que a reduz a um zero à esquerda (e à direita!).

E não tenham esperanças as mulheres que lhes reste ainda alguma verdade e dignidade própria de que serão aceites se se expuserem nesta sociedade machista e falocrática com uma voz genuína senão for para os servir e fazer de figura de estilo, quer como mulheres, quer como políticas, ministras ou executivas ou mesmo escritoras! As polícias são brutais como os machos e as ministras duríssimas e inflexíveis nos seus propósitos rígidos sem qualquer humanismo. Não é pois, desse “Feminismo” que falamos nem o que nos falta a nós mulheres. E muito menos é essa a mulher da Procura do Graal. Ou por outra, a Mulher que se perdeu nos primórdios dos tempos é que tem de se buscar a si mesma dentro do seu coração e como Voz do Útero sendo a Taça que dá a beber e não espera beber do outro para ser ela própria porque a mulher é ela o Cálice.
Só depois da Mulher ser Mulher inteira, o verdadeiro Cavaleiro voltará e o Filho da Deusa a respeitará.
A Mulher em si é a Chave do Mito.

Rosa Leonor Pedro
http://rosaleonor.blogspot.com/2004/06/procura-do-graal-mistura-se-com.html



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

GRAAL-A BUSCA PELA FEMININIDADE


De todos os mitos celtas, o Mito do Graal é o mais fecundo em quanto suas proporções, suas variantes e suas interpretações. Em sua origem,o Graal e a lenda que o rodeia procede de um tema celta de "vingança por sangue". Não obstante, pretender que a Busca do Graal é só uma narração de vingança, há autores que atribuem essa "busca" há uma espécie de iniciação à realeza e à soberania. Já outros, a vêem na regeneração do País do Graal por um Cavaleiro eleito, como uma espécie de ritual de fecundidade. Enquanto que Jessie Weston, em uma série de obras discutíveis, mas apaixonantes, emitiu a hipótese de que os elementos do Cortejo do Graal tinham todos um valor simbólico e ritual, e que, a lança que sangra representa o princípio masculino, o Graal, ou seja, a taça, representa o princípio feminino. Seria pois, a união dos princípios que devolveria ao País do Graal, devastado e estéril, sua riqueza e fertilidade de antigamente.O simbolismo sexual do Graal é indiscutível: é uma taça e, como tal, é a imagem do seio que despensa alimento.
Por analogia, é um continente, e seu conteúdo, na versão cristianizada, é o sangue de Jesus.
Por isso, é fácil deduzir que o Graal, mais do que a imagem do seio, representa o útero da Deusa Mãe, que dá vida a todas as criaturas do Mundo, a condição de ser fecundada. Sabemos que o País do Graal é estéril, está devastado e que esperam o cavaleiro eleito que deve devolver a fertilidade perdida. Como o Rei Pescador tem um ferimento que afetou suas partes viris, portanto, a taça do Graal como "útero materno", só poderá ser fecundado por um homem eleito.
Por analogia, Jesus seria esse eleito, mas qual foi o útero que Ele fecundou?Portanto, "O Código da Vinci" de autoria de Dan Brown, não é um "insulto à inteligência", como muitas pessoas já se referiram à obra, mas sim, mais uma das muitas interpretações cabíveis no que se refere a "taça do Graal". O Graal é pois, incontentavelmente um símbolo "Feminino" e a "Busca" que o cavaleiro empreende para encontrar o Graal, é uma busca de feminilidade. Um estudo de várias versões de sua lenda, nos permitirá constituir um dossiê a favor dessa opinião.
Rosane Volpatto