Ilmatar, a princípio, vivia no céu e durante muito tempo permaneceu em absoluta castidade, pois tinha a sorte de habitar os planos celestes.
Chegou certo dia, que Ilmatar se aborreceu com a vida que estava levando, sempre vagando só pelo espaço e decidiu então, visitar um outro mundo. Desceu ao mar e flutuou nas ondas gigantes do oceano. Enquanto ela se divertia na água, um golpe de ar que veio do Oriente agitou seu corpo e desencadeou uma tormenta. Em poucos instantes, o mar se viu coberto de espumas e ondas gigantescas se elevavam ao céu.
O vento a desejava e ondas serviram para transportar a Deusa virgem por imensos vales do oceano. Conta-se que o vento conseguindo seu intento, penetrou em seu corpo e a engravidou.
A virgem, entretanto, foi obrigada a permanecer no balanço das ondas por sete séculos, impossibilitada de dar à luz porque não havia terra firme. A pobre Ilmatar, nadava para Oeste, depois para Leste, Norte e Sul, mas não encontrava nenhum ponto seguro, para que seu filho divino pudesse vir ao mundo. Ela orava constantemente ao deus Ukko, o maior dos deuses, para que a ajudasse, dizendo:
-Oh poderoso Ukko, deus supremo! Tu, que sustentas os firmamento, vem em minha ajuda, eu te suplico. Livra-me destas dores que me consomem. Venha salvar-me, do contrário morrerei!
Ukko escutou suas preces e se compadeceu dela. Em meio a tempestade que sacudia o mar, um clarão abriu-se e surgiu uma bela pata. Voava pelo ar cansada, como se buscasse um lugar seguro para fazer seu ninho, construir sua casa, para que pudesse assim, dar continuidade a sua espécie.
A Deusa, observava o vôo e pensava para onde iria se dirigir. A pata então voou mais baixo e Ilmatar ofereceu seu joelho para que pudesse construir seu ninho. A ave agradeceu e sob os cuidados e a proteção da Deusa, colocou oito ovos. Os sete primeiros eram de ouro e o último de ferro. Sem fazer distinção a pata cobriu todos eles com seu corpo. Mas, era tanto o calor, que a Deusa, sentia arder sua pele virginal. Temendo queimar-se, Ilmatar submergiu nas profundezas das águas. Foi então, que os ovos da pata caíram ao mar. Ao tocar a superfície fria da água, se romperam em pedaços e se transformaram em mil coisas úteis.
A metade da casca de um ovo, formou a base da terra e a outra metade o firmamento que contemplamos. A gema, passou a ser o Sol que ilumina nosso Universo e a clara converte-se na Lua prateada. O ovo de ferro não se partiu, mas transformou-se em uma estrondosa nuvem negra de tempestade.
Ilmatar agora, finalmente pode levantar-se das águas e iniciar a criação do mundo. Onde pousava sua mão algo se criava e a cada movimento gerou tudo que existe na terra.
Todo este trabalho levou trinta anos e seu filho Vainamoinen ainda não havia nascido, sendo assim, o ser humano não existia. O futuro homem ainda sonhava dentro do ventre de sua mãe. Um certo dia, entretanto, sua vida iniciou-se em uma pequena morada onde o brilho da Lua jamais chegava e o Sol nunca lançava seus raios. Sozinho e triste, dizia:
- Oh Lua, Oh Sol, acuda-me e guia-me para fora desta escuridão, tira-me deste claustro estreito e leva-me para a Terra, pois o filho do homem aspira conhecer o dia! Quero ver a Lua no céu, quero sentir o calor do Sol, quero conhecer todas as estrelas!
Mas a Lua não veio em sua ajuda e o Sol nem tomou conhecimento de sua existência. Foi ele mesmo que conseguiu libertar-se de seu cárcere, empurrando a porta com um de seus pés. Mas quando conseguiu sair, caiu entre as ondas do mar e lá permaneceu por trinta e um anos, a mercê das correntes marinhas.
Quando conseguiu alcançar a terra, esta era árida e seca. Feliz, sentou-se, para contemplar a Lua, aquecer-se nos auríferos raios do Sol e a buscar a Ursa Maior, para conhecer todas as estrelas. Foi assim que nasceu Vainamoinen (deus da música), o primeiro homem.
Chegou certo dia, que Ilmatar se aborreceu com a vida que estava levando, sempre vagando só pelo espaço e decidiu então, visitar um outro mundo. Desceu ao mar e flutuou nas ondas gigantes do oceano. Enquanto ela se divertia na água, um golpe de ar que veio do Oriente agitou seu corpo e desencadeou uma tormenta. Em poucos instantes, o mar se viu coberto de espumas e ondas gigantescas se elevavam ao céu.
O vento a desejava e ondas serviram para transportar a Deusa virgem por imensos vales do oceano. Conta-se que o vento conseguindo seu intento, penetrou em seu corpo e a engravidou.
A virgem, entretanto, foi obrigada a permanecer no balanço das ondas por sete séculos, impossibilitada de dar à luz porque não havia terra firme. A pobre Ilmatar, nadava para Oeste, depois para Leste, Norte e Sul, mas não encontrava nenhum ponto seguro, para que seu filho divino pudesse vir ao mundo. Ela orava constantemente ao deus Ukko, o maior dos deuses, para que a ajudasse, dizendo:
-Oh poderoso Ukko, deus supremo! Tu, que sustentas os firmamento, vem em minha ajuda, eu te suplico. Livra-me destas dores que me consomem. Venha salvar-me, do contrário morrerei!
Ukko escutou suas preces e se compadeceu dela. Em meio a tempestade que sacudia o mar, um clarão abriu-se e surgiu uma bela pata. Voava pelo ar cansada, como se buscasse um lugar seguro para fazer seu ninho, construir sua casa, para que pudesse assim, dar continuidade a sua espécie.
A Deusa, observava o vôo e pensava para onde iria se dirigir. A pata então voou mais baixo e Ilmatar ofereceu seu joelho para que pudesse construir seu ninho. A ave agradeceu e sob os cuidados e a proteção da Deusa, colocou oito ovos. Os sete primeiros eram de ouro e o último de ferro. Sem fazer distinção a pata cobriu todos eles com seu corpo. Mas, era tanto o calor, que a Deusa, sentia arder sua pele virginal. Temendo queimar-se, Ilmatar submergiu nas profundezas das águas. Foi então, que os ovos da pata caíram ao mar. Ao tocar a superfície fria da água, se romperam em pedaços e se transformaram em mil coisas úteis.
A metade da casca de um ovo, formou a base da terra e a outra metade o firmamento que contemplamos. A gema, passou a ser o Sol que ilumina nosso Universo e a clara converte-se na Lua prateada. O ovo de ferro não se partiu, mas transformou-se em uma estrondosa nuvem negra de tempestade.
Ilmatar agora, finalmente pode levantar-se das águas e iniciar a criação do mundo. Onde pousava sua mão algo se criava e a cada movimento gerou tudo que existe na terra.
Todo este trabalho levou trinta anos e seu filho Vainamoinen ainda não havia nascido, sendo assim, o ser humano não existia. O futuro homem ainda sonhava dentro do ventre de sua mãe. Um certo dia, entretanto, sua vida iniciou-se em uma pequena morada onde o brilho da Lua jamais chegava e o Sol nunca lançava seus raios. Sozinho e triste, dizia:
- Oh Lua, Oh Sol, acuda-me e guia-me para fora desta escuridão, tira-me deste claustro estreito e leva-me para a Terra, pois o filho do homem aspira conhecer o dia! Quero ver a Lua no céu, quero sentir o calor do Sol, quero conhecer todas as estrelas!
Mas a Lua não veio em sua ajuda e o Sol nem tomou conhecimento de sua existência. Foi ele mesmo que conseguiu libertar-se de seu cárcere, empurrando a porta com um de seus pés. Mas quando conseguiu sair, caiu entre as ondas do mar e lá permaneceu por trinta e um anos, a mercê das correntes marinhas.
Quando conseguiu alcançar a terra, esta era árida e seca. Feliz, sentou-se, para contemplar a Lua, aquecer-se nos auríferos raios do Sol e a buscar a Ursa Maior, para conhecer todas as estrelas. Foi assim que nasceu Vainamoinen (deus da música), o primeiro homem.
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A mitologia da Finlândia é matriarcal e Ilmatar é considerada a Mãe Criadora e a Deusa do vento e da água. Ela é também conhecida como Luonnotar, Filha da Natureza.
Ilmatar é uma Deusa amável e é muito popular entre todos os povos de Kalevalan. Foi ela também que gerou o primeiro ser humano, Vainamoinen, gerado da união do vento e da água. Foi ele que inventou a cítara e era um músico tão soberbo que suas melodias dominavam os animais selvagens.
A Deusa Ilmatar chega até nossas vidas para nos dizer que mesmo nos tornando adultos, a nossa criança interior, sempre permanecerá criança. Portanto, não importa a idade que hoje temos, pois sempre conservaremos a alegria infantil que a vida nos proporcional. Mas não se trata de lembranças e sim de sentir a qualidade essencial das crianças. Na criança interior encontramos o "mar da plenitude", onde ainda estamos ligados, pelo cordão umbilical celeste à nossa Mãe primordial.
Todas as mulheres do mundo que alcançaram sucesso, via de regra, são "filhas do pai" e estão bem adaptadas à sociedade orientada pelo masculino, mas para tanto, tiveram de sacrificar seus próprios instintos femininos.
O retorno à Deusa é a reconexão com o "si mesma", o arquétipo da totalidade e o centro regulador da nossa personalidade. "Sou quem Sou", esta é a questão!
Infelizmente, as mulheres da atualidade, já nascem órfãos de suas verdadeiras mães. São ainda criadas em lares difíceis, cortadas do contado direto com a terra e por isso, acabam por identificar-se com o pai e a cultura patriarcal, alienando-se de sua essência feminina. Para estas mulheres, o contato com a Deusa é fundamental para que possam se sentir completas. Cair nas águas frias do "mar da plenitude" da Deusa Ilmatar é a única forma de acordar a força e a paixão do feminino que está há milênios adormecida dentro de nós.
Comemora-se esta Deusa no dia em 26 de agosto. A Deusa Ilmatar pode ser invocada para melhorar a nossa criatividade e quando há dificuldade para concepção.
RITUAL (Eclipse Total Solar ou Lua Cheia)
A época ideal para realização deste ritual deveria coincidir com o eclipse total do Sol, evento em que se celebra a criação espiritual universal. Com o eclipse forma-se o "olho cósmico", que possui um simbolismo mágico e poderoso para inúmeras culturas.
Material:
Sete ovos pintados de dourado
7 velas douradas
1 ovo pintado de prata
1 vela da cor prata
1 cálice com água salgada
Decore seu altar com flores e ao lado de cada ovo, coloque sua vela correspondente. Trace o círculo e chame os quatro elementos. Acenda as velas.
Visualize um círculo de poder que circundará seu corpo e depois torna-se-a cada vez maior, até circundar toda a Terra, trazendo luz e proteção à todos os seres que aqui habitam. Depois clame pela Deusa, convidando-a à participar da celebração que realiza em sua homenagem. Com certeza ela não demorará a aparecer como uma mulher linda renascida das águas para conversar com você.
Convide-a para sentar no chão e conecte-se com a terra pela planta dos pés. Converse com a Deusa e diga que lhe oferece oito ovos para que ela lhe ajude a dar mais criatividade a sua vida. Se você está tendo problemas para engravidar, exponha suas angústias. Depois de conversarem bastante, despeça-se agradecendo sua divina presença.
Apague as velas, enterre os ovos e caminhe no sentido anti-horário para desfazer o círculo.
Rosane Volpatto
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