"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


terça-feira, 27 de julho de 2010

O PRAZER RECONSAGRADO


A Fonte da Vida

Nem a sociedade humana, nem a história humana podem ser compreendidas sem se levar em conta os modos diferentes como uma sociedade usa a dor e o prazer para motivar o comportamento humano. [11]
A visão de que o sexo tem uma dimensão espiritual é tão estranha a tudo que aprendemos que deixa quase todo mundo completamente confuso.[17]
Nossos ancestrais do paleolítico e do começo do neolítico imaginavam o corpo da mulher como um receptáculo mágico. Devem ter observado como sangra de acordo com a lua e como miraculosamente produz gente. Também devem ter se maravilhado com o fato de ele prover alimento, produzindo leite. Acrescente a isso o poder aparentemente mágico de fazer com que o órgão sexual masculino se erga e a capacidade extraordinária do corpo da mulher para o prazer sexual – tanto para experimentá-lo quanto para oferecê-lo – e não é de admirar que o poder sexual da mulher tenha infundido tanto respeito em nossos ancestrais.
Nem é de admirar eu a genitália masculina, junto com o touro e outros animais de chifres e cascos, símbolos da potência masculina, deva ter sido contemplada com reverência e admiração. Ou que a união sexual entre a mulher e o homem, a fonte da vida, amor e prazer, tenha sido, para nossos ancestrais um tema mítico-religioso importante.[39-40]
A condenação moral da sexualidade foi muito mais do que um desequilíbrio psicológico. Foi parte integrante da estratégia altamente política da Igreja para impor e manter o controle sobre o povo que se recordava vagamente de tradições religiosas muito antigas e ainda se apegavam a elas. Se a Igreja queria consolidar seu poder e se firmar como a única e exclusiva fé, a persistência de mitos e rituais de um sistema religioso antigo e arraigado – no qual a Deusa e seu filho ou consorte divino eram adorados, mulheres eram sacerdotisas e a união sexual entre homens e mulheres possuía uma marcante dimensão espiritual – não podia ser tolerada.[46]
Em geral pensamos os rituais como associados à religião. Mas de uma perspectiva antropológica, os rituais são comportamentos formais que transmitem significados simbólicos geralmente compreendidos. Como os rituais são freqüentemente associados a situações altamente carregadas de emoção, toda sociedade humana tem algum tipo de ritual associado ao nascimento, cópula e morte.[62]
Se analisarmos todo o escopo de nossa história planetária, parece haver nela um impulso de ensaio em relação a essas características que na linguagem da espiritualidade foram chamadas de mais evoluídas – características vigorosamente expressas no esforço humano em direção à beleza, verdade, justiça e amor.[68-69]
A sexualidade humana não é um estorvo e sim uma ajuda na busca humana de uma consciência superior de formas, cultural e socialmente, mais evoluídas e igualitárias de organização.[69]
Na verdade, é bastante possível que, em nossa pré-história, houvesse ritos eróticos sagrados em ocasiões religiosas importantes, como o retorno anual da primavera, no qual a união da fêmea com o macho era celebrada como uma epifania ou manifestação sagrada dos poderes misteriosos que concedem e mantém a vida.[78]
Para nossos ancestrais pré-históricos que consideravam o sexo parte integrante da ordem cósmica, os ritos eróticos deveriam ter significado muito diferente. Para eles, os ritos eróticos teriam sido rituais de alinhamento com os poderes femininos e masculinos, com o poder de conceber vida, com o cosmo. Para eles, compartilhar os prazeres do sexo não teria sido pecaminoso e sim uma maneira de se aproximar da Deusa.[79]
Nossos ancestrais exaltavam o sexo não apenas em relação ao nascimento e procriação, mas como a fonte misteriosa tanto do prazer quanto da vida. Os mitos e ritos eróticos pré-históricos não eram apenas expressões de alegria e gratidão pela dádiva da vida concedida pela Deusa, mas também expressões de alegria e gratidão pelas dádivas do amor e do prazer.[81]
Para nossos ancestrais a vida e o prazer pertenciam ao domínio do sagrado. Nossos ancestrais sacralizavam o prazer, particularmente o prazer físico mais intenso: o prazer do êxtase sexual.[82]
O reconhecimento do sexo e particularmente do poder sexual criativo da mulher, como central para os ciclos de nascimento, morte e regeneração também é um tema importante no período neolítico.
Aí encontramos figuras representando os poderes do universo de conceder e nutrir a vida. E a articulação dos princípios masculino e feminino.
O principio masculino é geralmente simbolizado por um animal de chifres. Vemos cena após cena da Deusa em combinação com chifres de touros ou pinturas de touros. Esses touros provavelmente retratavam o filho ou o consorte da Deusa como representantes da potência sexual masculina. O que encontramos é uma convenção artística que perfigura as imagens posteriores de um Deus Touro que era venerado nos tempos antigos.[85-86-editado]
Há indicações de que o casamento sagrado da Deusa e o Deus Touro era celebrada toda primavera, como parte de um festival que talvez tenha sido a ocasião para ritos humanos de cópula.[110]
Nossas antigas imagens místicas refletiam uma visão de mundo em que a morte não era um evento isolado, nem um destino final no céu ou inferno. Mas sim parte de um mesmo ciclo: o ciclo do sexo, nascimento, morte e renascimento, no qual a Deusa regenerava o que lhe cabia conceder e no qual o sexo desempenhava um papel misterioso, mas central.
Nossos ancestrais ao perceberem que as mulheres só davam a luz depois de manterem relações sexuais concluíram que o renascimento da vida vegetal e animal [e o renascimento do sol] a cada primavera também era gerado através de algum tipo de união sexual. Desse modo, nossos ancestrais adaptavam ritos, através dos quais nós humanos também pudéssemos nos unir às forças misteriosas que governam o universo. Podia-se acreditar que através de ritos eróticos de alinhamento com o poder misterioso do sexo, nós humanos além de encontrarmos proteção e conforto na dor, tristeza e morte inevitáveis, aumentamos a chance, de geração a geração, de uma vida alegre e generosa.[168-editado]
O touro como símbolo da potência masculina remonta ao período paleolítico como, muito provavelmente, o mito da sagrada união do principio criativo feminino com um touro.[171]
O que vemos na arte minoana são cenas de jovens e donzelas dançando com touros, no que parece ter sido um ritual importante de habilidade atlética e devoção religiosa.[174]
Na perspectiva de uma ideologia de alinhamento com os poderes da natureza de conceder a vida e de ameaça de morte, as indefesas donzelas e jovens minoanos dançavam com esse animal poderoso, legendário por sua potência sexual e por sua potência destrutiva, seu significado seria simplesmente o que é literalmente: um ato de equilíbrio em que o amor dessas pessoas pela vida era simbolicamente preparado para a possibilidade, sempre presente, da morte.[174-editado]
A busca mística parece ser uma experiência exclusivamente humana. Assim também parece ser o estado místico ou extático que oferece aqueles que o experimentam uma sensação de paz interior indescritível, de beatitude e acesso aos poderes curativos, juntamente com a sensação de unidade ou unicidade, que os místicos ao longo do tempo chamaram de Amor Divino.
Há vários caminhos para o estado extático ou místico. As artes paleolítica, neolítica e minoana sugerem que bem no começo da cultura ocidental, a dança era usada para alcançar o transe místico. Desde os tempos antigos, as pessoas também usavam a meditação, os exercícios de respiração, os alucinógenos, o jejum e a privação do sono para induzir estados de consciência elevados ou alterados. Como vimos há uma forte evidencia de que o êxtase sexual foi um caminho importante para os estados místicos e extáticos.
A antiga percepção de que o sexo envolve o que hoje chamamos de estado alterado da consciência e de que a união sexual de mulher e homem pode ser um caminho para a beatitude e iluminação espiritual, ainda é evidente em várias tradições religiosas orientais.[190-editado]
O vinculo físico entre as mulheres e os filhos através do parto e entre as mulheres e os homens através do sexo eram percebidos como sagrados e não profanos. Pareciam ter percebido a sabedoria que jaz no cerne de nossas tradições religiosas e místicas mais enaltecidas que somente através da união, do amor, podemos realizar o nosso potencial mais elevado.[205]
A busca dos místicos dessa sabedoria perdida é a busca da reconexão, é a busca de uma maneira de se relacionar, de meios de remediar o que foi brutalmente separado: a conexão fundamental erótica e espiritual entre mulheres e homens.[205-editado]

Riane Eisler - O Prazer Sagrado - Editora Rocco

IN; RASCUNHOS DE UM PAGÃO

segunda-feira, 26 de julho de 2010

MEDO E ÓDIO IRRACIONAIS...


Eu danço a minha vida para mim mesma
Sou inteira
Sou completa
Digo o que penso
E penso o que digo

Eu danço a escuridão e a luz
O consciente e o inconsciente
O sadio e o insano
E falo por mim mesma
Autênticamente
Com total convicção
Sem me importar com as aparências

Todas as partes de mim
Fluem para o todo
Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um

Eu ouço
O que é preciso ouvir
Nunca peço desculpas
Sinto os meus sentimentos

Eu nunca me escondo
Vivo a minha sexualidade
Para agradar a mim mesma
E agradar aos outros

Expresso-a como deve ser expressa
Do âmago do meu ser
Da totalidade da minha dança

Eu sou fêmea
Sou sexual
Sou o poder
E era muito temida.

(Amy Sophia Marashinsky)

"No alto do ramo mais alto, uma tão rosa maçã. Mulher. Esqueceram-na os apanhadores de frutas? Não. Mãos não tiveram para a colher..." (Safo)

MEDO DO PRINCÍPIO FEMININO
Toda a ideologia do patriarcado concebe o "feminino" como uma força irracional destrutiva. Entretanto, a desvalorização do Feminino deve ser entendida como uma tentativa de superação do medo do Feminino e de seu aspecto perigoso como a "Grande Mãe" e como a "anima".

No patriarcado, o inconsciente, o instinto, o sexo e a terra, enquanto coisas terrenas, pertencem ao "feminino negativo", ao qual o homem associa a mulher, e que todas as culturas patriarcais, até o presente momento, a mulher e o Feminino têm sofrido sob a atitude defensiva e o desprezo masculinos.
Essa avaliação negativa não se aplica apenas ao caráter elementar e ao aspecto matriarcal, mas igualmente ao seu transformador. Para o homem, que considera-se "superior", a mulher se torna feiticeira, sedutora, bruxa, e é rejeitada em virtude do medo associado ao Feminino irracional. O homem denuncia o Feminino como escravizador, como algo confuso e sedutor, que pode colocar em risco a estabilidade de sua existência. Ele rejeita o feminino, especialmente porque ele o prende no casamento, na família e na adaptação à realidade, e o confunde quanto o pensar de si próprio. Como o indivíduo do sexo masculino é dominado pelo elemento espiritual superior, ele foge da realidade da terra e prefere ascender rumo ao céu.
O resultado dessa postura unilateral, torna o homem não integrado que é atacado por seu lado reprimido e em muitas vezes sobrepujado por ele.


A negativização do Feminino não deixa que o homem experiencie a mulher como uma igual, mas com características distintas. A conseqüência da altivez patriarcal leva à incapacidade de fazer qualquer contato genuíno com o Feminino, isto é, não apenas com a mulher real, mas também com o Feminino em si, com o inconsciente.
Enquanto o indivíduo do sexo masculino não deixar desenvolver o Feminino (anima) em uma psique interior, jamais chegará a alcançar a totalidade. A separação da cultura patriarcal do Feminino e do inconsciente torna-se assim, uma das causas essenciais da crise de medo que agora se encontra o mundo patriarcal.

E COMO TÃO BEM SALIENTA ROSA LEONOR:

O DESPERTAR DA MULHER...

Gaia Lil
deixou um novo comentário na sua mensagem
"O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA":

Todos temem o poder da Deusa ou a capacidade da mulher tanto que é comprovado pelo que os cristãos falam desse assunto hoje em dia. Sem o re-despertar da mulher e da Deusa verdadeira não haverá força cósmica nem matriz energética ou uma consciência desperta que baste para despertarmos. Digo isto porque estou sofrendo uma chuva de criticas católicas e evangélicas e não consigo compreender o motivo porque visitam meu blogue se não gostam do conteúdo, você Rosa compreende?
Porque é que as pessoas só para validarem o caminho que escolheram tentam provar que todos os outros são falsos?
»»»»

A MULHER COMO CÁLICE...

- Compreendo muito bem o que me diz e essa é uma grande verdade: as pessoas para validarem o seu caminho querem sempre destruir as convicções dos outros, negando outras verdades, outra visão da realidade. Não são só os católicos e evangelistas, sempre os mais mais fanáticos, iguais ou piores que os fundamentalistas muçulmanos, pois são normalmente grupos compostos por pessoas sem qualquer nível de consciência individual, sem conhecimento próprio, psicológico e emocional, sem aprofundamento nenhum das verdadeiras questões e que apenas comungam de dogmas, preconceitos e tabus há muito estabelecidos, mas também as ideologias políticas, as filosofias ou qualquer outro tipo de crenças arreigadas que fazem o mesmo, que é serviram apenas para manipular e controlar as populações que são mantidas como carneiros (os cordeiros de deus-pai…) e que seguem os “bons” pastores das suas seitas…os mesmos que violam crianças e permitem que violem e matem mulheres…

São essas mesmas pessoas "guias", padres, “educadores”, professores e familiares, por vezes mesmo os “melhores” amigos,
como diz uma amiga minha, que nos controlam em nome de um deus ou dessa Matriz de Controlo que domina o mundo há séculos, impondo a sua Ordem demoníaca, através de dogmas, conceitos e preconceitos, inculcando medos e paranóias, julgando, criticando e dando opiniões, hoje em dia através dos meios de comunicação, gerando pânico e ódio, sobre o que afinal é a nossa liberdade de escolha individual, a nossa evolução pessoal. E esse controlo foi principalmente feito através da repressão da mulher e da destruição da Deusa, da negação dessa capacidade que a mulher tem para intuir e sentir a Verdade e a Justiça.

Por isso sempre foi e é a mulher o “bode expiatório” em todo o mundo, foi ela que sofreu e ainda sofre as maiores perseguições da Igreja, do Estado e da sociedade. É ela sempre a primeira vítima das guerras e do caos…

É como se esta sociedade, cujo Sistema se baseia e domina através da culpa e do medo, do terror mesmo, através dos seus membros, nomeadamente através das suas religiões e crenças, nos manipulasse a todos para que ninguém possa pensar ou agir por si e fazer escolhas de vida diferentes, pois desse modo deixaríamos de ser escravos dela…

Portanto cada um de nós tem um polícia dentro de casa, um carrasco como vizinho, um controlador amigo/a…que nos quer “ajudar” a ver melhor as coisas…como ele/a…ou como O "SEU" deus...

No caso da mulher foi sempre o Pai, o marido, o irmão ou o filho e mandar e a comandar a sua vida… Não é por acaso que se manifesta ainda e tão frequentemente na violência doméstica…nem no assassinato das mulheres e amantes, das namoradas, tão em voga nas nossas sociedades ditas “civilizadas"...É por isso minha querida que o Sistema falocrático teme a Mulher e a Deusa…e continua a desacreditar o seu potencial mediúnico e a desvirtuar as suas capacidades inatas como ser dotado de e predestinada a uma função superior que é dar a vida e preservá-la.

Se a mulher despertar esse potencial e se tornar um Ser inteiro, uma Mulher completa, consciente desse potencial e da sua força interior, a sociedade machista e patriarcal deixará de dominar e as guerras pelo dinheiro e pelo controlo das sociedades com foco na economia e no consumo, também, porque a Mulher respeita a Vida e ama os seus filhos, nunca os deixará ir à guerra nem matar qualquer ser vivo, esta é a minha convicção.

Se a mulher integrar as duas mulheres – a Eva e a Lilith – divididas pelo patriarcado para poder reinar pela força da espada e ela for capaz de assumir o seu poder interior e usar essa consciência em prol da Terra e do Mundo, o mundo mudará rapidamente…pela Magia do Santo graal, o Cálice que contem o sangue da vida e não da morte…

A mulher é a grande Economista do Novo Mundo!
O seu foco será a Paz e o Amor UNIVERSAIS.

Rosa Leonor Pedro

O CHAMAMENTO DA MÃE


Vem vida profunda.
Vem vida violenta que me habitou e me fecundou
Vem rasgas com meu sangue
Vem o vida, gosto de vinho e veneno
Deleite eterno, beijo de Afrodite

Vem, Ó Fonte de Vida
E queima na minha fronte
O Teu Sagrado sinal
Signo antigo que se tornou mito
Igual o Santo Graal...

Enrolo me no diadema do Dia
a coroa da Deusa já me adorna
E a serpente está aos meus braços
E a serpente está aos meus pés
Imaculada e apaixonada

Carrego a Tocha do Submundo
Levando a Luz da Deusa a quem a tem
Levo me junto em murmúrios
Já me chama o oceano
A amar me de paixão...

Ardo e rasgo por Dentro
E grito o nome Secreto da Criação:
Deusa!
Deusa Mãe!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

OS SERES ELEMENTAIS


Mirella Faur
Os espíritos da Natureza

As antigas culturas e tradições, de todo o mundo, conheciam e honravam a existência de seres espirituais dos reinos da natureza, bem como os seres sobrenaturais de vários planos sutis. Apesar do ceticismo moderno, que levou à perda do contato com a dimensão sutil e mágica do universo, somos permanentemente cercados por seres espirituais, que podem influenciar nossa vida de maneiras positivas ou dramáticas. Ao resgatarmos nossa conexão ancestral com a “Grande Família”- da qual fazem parte todos os seres da Criação -, iremos reconquistar a nossa plenitude interior, a percepção sutil e o olhar “mágico” para ver e sentir tudo o que está ao nosso redor. Se abrirmos sem reservas o nosso coração e a nossa mente para buscar a sintonia com nossos “irmãos menores” e a integração no fluxo da vida, ultrapassaremos a ilusão da separatividade e a nossa pretensa superioridade. Em várias tradições, os seres da natureza são descritos como fazendo parte de três reinos: o mundo subterrâneo, o mundo mediano (físico e humano) e o mundo superior ou cósmico, ao qual pertencem principalmente os seres sobrenaturais. No entanto, a realidade é mais complexa e abrangente, pois o espírito permeia o Todo e tudo que dele faz parte. Todas as manifestações da realidade têm um aspecto espiritual, que pode aparecer de maneira ativa ou passiva, de curta ou longa duração. Os espíritos de um determinado ambiente natural são tão variados quanto a fauna e a flora; por existir um contínuo movimento de desenvolvimento e mudança, que diminui os limites entre as diversas formas, a gama das suas apresentações fica muito mais ampla e diversificada. As classificações dos seres espirituais dependem da cultura ou escola metafísica, existindo nuances entre as divisões mais tradicionais. De forma simplista, podemos usar a divisão em devas, espíritos elementais e os seres elementares.


Devas


Os devas são seres sutis, de vibração elevada, celestes e brilhantes, cuja estrutura é etérea e especifica ao elemento ao qual pertencem. Eles atuam como intermediários entre os anjos e a humanidade, associados a determinada área ou forma vegetal, mais ligados ao “mundo verde” do que às coisas materiais ou intelectuais. Por serem naturalmente alinhados com a Fonte Divina, eles guardam na sua consciência a matriz ou a memória do substrato ao qual são ligados, na sua forma mais perfeita. Em outras palavras, têm acesso à “ideia perfeita” a criação, antes da sua manifestação na realidade física e que representa o alvo dos seus esforços. Porém, a sua habilidade de criar formas perfeitas pode ser prejudicada ou bloqueada pela poluição – do ar e da terra -, pelas catástrofes naturais ou pelo campo mental, emocional e material humano. Os devas são seres evoluídos, possuindo chacras, cujo número e tamanho mostram a natureza e o grau de elevação do seu trabalho. São semelhantes aos anjos, dos quais se diferenciam pela quantidade e qualidade da luz irradiada, seu trabalho sendo conjunto e entrelaçado, sem que haja uma demarcação clara, apenas uma mescla ou sobreposição de funções. Os devas recebem as energias irradiadas pelos anjos e as retransmitem para os níveis astrais de menor vibração, onde existem outros espíritos da natureza. São seres grupais, entrelaçados pelas energias e padrões vibratórios do seu respectivo grupo; uma “família” formada por muitos seres dévicos tem uma única consciência e alcança uma maior área de atuação, sendo ligada às divindades. Os devas são associados a certos lugares específicos, como montanhas, rochedos, geleiras, planícies, florestas e áreas cultivadas, onde supervisionam os processos naturais, emitindo impulsos adequados para o desenvolvimento harmonioso de cada habitat. Devido à sua consciência expandida, um deva pode abarcar todos os processos do plano em que atua, bem como coordenar as atividades dos espíritos de menor evolução. Por serem conscientes das atividades dos seres humanos, respondem com uma aceleração da sua vibração e luminosidade a todos os que percebem, admiram ou se alegram com a sua presença, podendo, em certas ocasiões, ter contatos telepáticos com eles. A vibração dos devas é luminosa e harmoniosa, alegre e compassiva, eles não têm opiniões individuais, nem julgam o que acontece ao seu redor. Existe um tipo especial de devas, que não são confinados apenas nas áreas puras ou selvagens da natureza, mas se encontram nas cidades, perto de usinas, empresas e moradas e que trabalham para “limpar” a terra, o solo, o ar poluído e a egrégora humana e animal. Os de níveis mais elevados aparecem como anjos que cuidam dos doentes, de crianças e animais domésticos, das estações elétricas, do tratamento de resíduos tóxicos e do lixo, com a mesma dedicação como os que cuidam de árvores e flores. Às vezes, a poluição, a negatividade e densidade do ambiente físico e psíquico podem baixar a sua vibração e alguns deles desenvolvem padrões comportamentais negativos, que exigem a ajuda e a compaixão dos seres humanos mais evoluídos e conhecedores de técnicas de transmutação, cura e elevação espiritual. Isso pode acontecer com os espíritos de todos os reinos, dando origem às histórias dos “espíritos maus”, que aumentam a egrégora negativa repleta de medos, maldades, violências, doenças, desequilíbrios diversos, juntamente com seus efeitos reais sobre os seres humanos, que podem responder com o mesmo teor energético (no nível mental, emocional, psíquico, material, mágico), de forma consciente ou inconsciente e criando assim os seres elementares, de baixo teor vibratório. Estes seres aparecem como fantasmas, larvas astrais, “encostos”, “quiumbas”, obsessores ou vampiros energéticos, cuja descrição foge ao propósito deste artigo.


Espíritos elementais


Tudo no mundo físico, incluindo os seres humanos, é formado pela combinação dos quatro elementos estruturadores - fogo, água, ar e terra – sendo que um ou mais destes elementos podem predominar na sua constituição. Desde Aristóteles é também levado em consideração um quinto elemento, a “quintessência”, o éter, de origem celeste e radiante, ligado à essência espiritual. Os seres menos evoluídos pertencem a um só elemento específico e têm uma vibração energética simples; os mais evoluídos são complexos e conectados a outros elementos além do seu próprio. Por exemplo, um elemental da tempestade combina na sua estrutura ar e água, além de ter a presença do fogo nos relâmpagos. Um grupo maior destes elementais forma um titã ou gigante, que são os mais antigos seres, associados às grandes mudanças climáticas e planetárias, responsáveis por terremotos e maremotos, deslizamento das placas tectônicas e o movimento dos continentes. Alguns destes espíritos são compostos de matéria astral e etérea, que lhes dá uma aparência radiante. Eles canalizam as forças astrais para vitalizar o campo etéreo e as retransmitem para sua manifestação no mundo físico, tendo um maior nível de consciência do que os que trabalham apenas no campo etéreo. À medida da sua evolução, eles podem se individualizar tornandose conscientes do seu ambiente e interagindo com as forças ao seu redor. Eles não têm livre arbítrio, mas têm vontade própria, podendo responder em função das suas ações e propósitos dentro do seu campo de atuação. Na sua aparência, aqueles que auxiliam os seres humanos assumem feições ou características humanas, por serem formados da mesma matriz e com a mesma geometria sagrada. Mas nos ambientes em que as pessoas não conseguem viver sem suporte artificial - como nos oceanos ou na profundidade da terra – suas formas variam, alguns aparecem como seres indefinidos ou grotescos, tendo esboçados a cabeça, o corpo e os membros. Eles possuem centros energéticos simples, alguns são alados, principalmente os associados a plantas, ar e fogo, diferenciando-se assim dos associados à água, mais fluidos e mutáveis e à terra e rochas, mais densos. Os seres elementais são conhecidos como “criadores de formas”, pois traduzem as formas mentais dos anjos menores em formas etéreas e depois físicas. Possuem corpo etéreo, falam e se comunicam entre si, se nutrem energeticamente e se reproduzem. Não podem ser destruídos por elementos materiais, mas não são imortais, podendo viver entre 300 e 1000 anos; quando seu trabalho termina, são reabsorvidos no oceano do espírito. Seu tamanho é variável e pode ser mudado junto com a sua aparência, mas usando o mesmo elemento de origem, que é responsável pela sua classificação em gnomos, salamandras, silfos e ondinas. Os Gnomos, fazem parte do elemento terra, cuidando dela, bem como dos minerais, metais, plantas e árvores. Sua aparência é rude, com feições envelhecidas ou retorcidas; eles compreendem o que veem e ouvem, tendo uma consciência clara, com percepção interior, conhecimento imediato e intelecto universal. As plantas recebem as energias cósmicas e as conduzem para o solo, onde os gnomos coletam a informação e a retransmitem à terra e aos minerais. Eles vivem em comunidades debaixo da terra, nas florestas, grutas ou frestas sendo regidos por Gobi; são ariscos e não confiam nos seres humanos, muito sensíveis às fases da Lua e evitam os raios solares que podem petrificá-los. Conhecem-se vários subgrupos: dríades, anões, pigmeus, leprechauns, kobolds, brownies, landvaettir, espíritos protetores das casas, sátiros e faunos, entre outros. As Salamandras pertencem ao elemento fogo e diferem entre si pelo tamanho (que elas podem modificar), aparência e qualidade, sendo os elementais mais poderosos, no nível construtivo ou destrutivo. As salamandras atuam como mediadoras entre os anjos e os níveis físicos da criação. Seu regente é Djin e elas são consideradas agentes de transformação, envolvidas nos processos de decadência, morte e regeneração. Aparecem como seres radiantes - nas chamas das fogueiras ou dos vulcões (onde podem assumir formas humanas com aspecto demoníaco) - ou como luzes brilhantes oriundas dos processos de decomposição (conhecidas como “fogo-fátuo” visto nos cemitérios). Os Silfos são ligados ao elemento ar e têm a frequência vibratória mais elevada, possuindo tamanhos variáveis, do pequeno ao gigante; são seres voláteis e mutáveis, alados ou não, podendo assumir formas humanas por pouco tempo. Seu regente é Paralda, seu veículo o vento, trabalham no éter e aparecem como seres amistosos, que ajudam os seres humanos nas artes criativas, conferindo-lhes inspiração. Eles vivem no topo das montanhas por centenas de anos e não aparentam envelhecer, mas são sensíveis às mudanças atmosféricas. Podem aparecer no meio das nuvens, nos redemoinhos de poeira e nos tufões; são associadas aos pássaros e às borboletas e transferem luz para as plantas. Em algumas tradições consideram–se os elfos e as fadas como pertencendo aos silfos, porém com características e tributos diferenciados. As Ondinas habitam no interior da água, controlam suas funções e acompanham seu movimento, cuidam das plantas aquáticas e dos seres que habitam nas águas. Aparecem com lindas e graciosas formas femininas, às vezes tendo caudas de peixes e cavalgando as ondas, envolvidas por uma substância etérea, luminosa e iridescente, que brilha com as cores do mar, predominando verde e azul. Também são encontradas nos rios, fontes, córregos, cachoeiras e lagos, como lindas e louras jovens, penteando seus longos cabelos. Às vezes moram nas cavernas de corais ou sob as pedras do fundo do mar ou rio, se escondem entre as raízes das plantas aquáticas, deslizam brincando nas cachoeiras ou ficam nas rochas das margens dos rios. As ondinas trabalham com a essência vital das plantas, dos animais e seres humanos, estando presentes em tudo que contém água; sua regente se chama Niksa, que elas servem e obedecem com amor. São seres sensíveis e emotivos, sonhadores e mutáveis, que adoram música e dança; aparecem e desaparecem com rapidez, mas também podem assumir comportamentos prejudiciais aos homens, atraindo-os e os encantando, para depois deixá-los se afogarem. Dependendo do seu habitat e da sua tradição de origem, seus nomes variam entre sereias, ninfas, náiades, oceânides, nereidas, iaras ou nixies. Além dos seres ligados essencialmente à natureza, existem elementais associados à estrutura humana.


O Elemental dos Grupos: formado junto com a estruturação de um grupo, sua força e energia dependem das emoções, pensamentos e integração dos seus membros. Ele influencia os integrantes conectando-os e permitindo - ou barrando - a entrada de um novo membro, se o seu campo emocional ou mental for dissonante da egrégora grupal.


O Elemental do Corpo: é situado no corpo etéreo, sendo a sua função criar a forma física do corpo (na concepção e gestação), depois cuidando do seu crescimento e amadurecimento, até a morte. Ele é responsável pelo bem estar do corpo, manipulando as energias da natureza, transferindo-as para os corpos sutis e depois ao físico, ajudando assim na homeostase cotidiana. É um fator importante na autocura, por conhecer intimamente a estrutura molecular até o nível celular (DNA) e por ter ajudado a criar o corpo, como um invólucro temporário da alma. Ele sabe onde os traumas e as memórias são armazenados e tem o mapa dos lugares com problemas energéticos ou físicos, sendo capaz de resgatar a informação e liberar o conhecimento atávico para ajudar no processo de cura. Acredita-se que é localizado entre o plexo solar e cardíaco, conectando alma e corpo com a mente divina, seu fluxo energético seguindo a coluna vertebral até a cabeça. Pode ser contatado durante a meditação, nas sessões de cura ou regressão de memória, mas ele não pode atuar sozinho, cabendo à pessoa assumir a responsabilidade para mudar e melhorar seu estilo de vida. Para isso é importante que cada um de nós cuide da sua alimentação, atividade física, repouso e higiene mental, modificando comportamentos prejudiciais e tóxicos, buscando a conexão e sintonia com os reinos da natureza, empenhado - seno aprimoramento espiritual e na ampliação da sua consciência, para assim se integrar e harmonizar com todos os seres, elementos e reinos da Criação.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

O DESPERTAR DA MÃE


"Sintam no âmago das suas identidades, a nutrição, a dádiva e o Mistério da Mãe. Haverá um retorno e um despertar da Deusa Mãe."

"A Deusa é a Consciência que permite todas as coisas. É a fonte que mantém a união dos elementos, e liga toda a criação.”

Mencionei a frequência da Luz – Luz sendo informação – e a frequência do amor, atraindo a criação. A face inferior mais profunda da informação pleiadiana é a sua sensualidade e a sua sexualidade – sua criação através da vibração de amor com a Deusa.
Trabalhar com a energia da Deusa requer uma exploração mais profunda do princípio feminino.

Conforme avançar a década, haverá um aumento pronunciado de líderes e mestres do sexo feminino, pois a Deusa encarna através do seu género. Isto não quer dizer que Ela não trabalhe com a energia do masculino, pois os homens também aprenderão como encarnar a Deusa. Ela não faz discriminações nem contem raiva. É uma entidade bastante compassiva. Permitiu que durante eons muitas coisas pudessem acontecer de maneira a que todos, homens e mulheres, pudessem aprender o mais possível. Agora a Deusa espera e exige que ambos honrem aquilo que Ela permitiu ser criado através do Mistério do Sangue – através da dádiva de Seu próprio Útero.
O sangue e os seus mistérios constituem a chave para compreensão de vocês mesmos, da vossa linhagem genética e da própria Biblioteca Viva que vocês são."

A GALVANIZAÇÃO DA DEUSA-TERRA -
CHAVES PEIADIANAS PARA A BIBLIOTECA VIVA
BÁRBARA MARCINIAK

terça-feira, 20 de julho de 2010

SABEDORIA DA TERRA


Terra, ensina-me imobilidade
Como a das tuas campinas imóveis sob a luz.
Terra, ensina-me a sofrer
Como as tuas velhas pedras que sofrem com as lembranças.
Terra, ensina-me a ser humilde
Assim como os brotos são humildes em seu começo.
Terra, ensina-me a ser cuidadosa
Como uma fêmea que cuida dos filhotes.
Terra, ensina-me a conviver com as limitações
Como a formiga que caminha pelo chão.
Terra, ensina-me liberdade
Como a da águia que voa no alto céu.
Terra, ensina-me resignação
Como as folhas que morrem a cada outono.
Terra, ensina-me regeneração
Como as sementes que brotam na primavera.
Terra, ensina-me a me esquecer de mim mesma
Como a neve que derrete para que a vida brote.
Terra, ensina-me a recordar da bondade alheia
Como os teus campos secos quando recebem a abençoada chuva.

Prece da tribo Ute


Está mesma imagem da Deusa Terra é aquela que me utilizo no altar que fiz junto com uma estatueta da Mãe e outra da Deusa das Serpentes.
Foi um download da imagem da internet imprimido e colado em papelão...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A DEUSA VIRGEM-LUA


DEUSA ÁRTEMIS/DIANA

Todos nós conhecemos a imagem de Ártemis (Diana, para romanos), que foi esculpida e pintada como uma Deusa lunar esquia, virginal, acompanhada de cães ou leões e trazendo um arco dourado nas mãos. Ela era a Deusa mais popular da Grécia. Ela habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham. Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado. Ela era uma Deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da Lua, Virgem, Caçadora e Parteira e de fato representa o feminino em todos os seus aspectos.

Quando Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários.
Ártemis respondeu:
- Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar. Foi feita a sua vontade.

Ártemis, é a mais antiga de todas as Deusas gregas. Alguns autores traçam suas origens às tribos caçadoras de Anatólia, que teria sido a morada das míticas amazonas. Outros afirmam sua descendência provêm da Grande Deusa da natureza Cibele, na Ásia Menor, uma Senhora das Feras que costumava estar sempre rodeada de leões, veados, pássaros e outros animais. Mas de acordo com Walter Burkert em "Greek Religion", é provável que Ártemis remonte à era paleolítica, pois em sua homenagem os caçadores gregos penduravam os chifres e peles de suas presas numa árvore ou em uma pilastra em forma de maça.

ARQUÉTIPO DA MÃE DOS ANIMAIS


Ártemis /Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e profusão.

Na Itália chamaram-na Diviana, que significa a Deusa, um nome que é mais familiar, pois é bem similar ao seu nome original Diana. Ela era de fato a Caçadora, Deusa da Lua e Mãe de todos os animais. Ela aparece em suas estátuas coroada com a lua crescente e carregando uma tocha acesa. A palavra equivalente em latim para vela era "vesta" e Diana era também conhecida como Vesta. Assim, o feixe de lenha, no qual ela veio da Grécia era realmente uma tocha não acesa. No seu templo, um fogo perpétuo era conservado aceso.
Sua festa anual na Itália era comemorada no dia 13 de agosto.

Neste dia os cães de caça eram coroados e os animais selvagens não eram molestados. Bebia-se muito vinho e comia-se carne de cabrito, bolos servidos bem quentes e maçãs ainda pendentes dos ramos. A Igreja Católica santificou esta grande festa da Deusa virgem, transformando-a na festa católica da Assunção da Nossa Senhora, a 15 de agosto.

A DEUSA E O XAMANISMO

Era muito comum o xamã usar uma pele de urso para que o Grande Espírito dos ursos possa falar por seu intermédio. Nestas práticas visualizamos claramente uma continuidade com a Ártemis grega posterior, cujos principais animais totêmicos eram o urso e o veado. Até a raiz de seu nome, "art", está ligada à raiz indo-européia da palavra urso. Muitos mitos envolve Ártemis com os ursos. Nas primeiras histórias gregas ela aparece como uma ursa ao lado de seus filhotes.

Existiu inclusive, um rito de iniciação à Deusa, onde meninas com menos de 9 anos, dançavam com pele de urso a dança do urso em seu templo. Bodes eram sacrificados nestas cerimônias, para que tais jovens pudessem conhecer também o lado sombrio da Deusa-Lua e os seus mistérios sangrentos da morte, sacrifício e renovação.

Aqui se descortina também, o aspecto feroz e sanguinário de Ártemis, a própria Mãe da Morte, que tem que ser aplacada com oferendas vivas. Os gregos mais sofisticados de Atenas, com o tempo, resolveram sentimentalizá-la, pois eles não ousavam encarar de frente este seu aspecto sanguinário.

DEUSA DA CAÇA


Ártemis é também a Deusa da Caça e dos caçadores. O mito nos pede que entendamos como é que a Mãe de seus animais é, ao mesmo tempo, quem lhes dá a morte. O Hino Homérico a Ártemis, escrito em 700 a.C., a retrata como uma caçadora de cervos, com arco de ouro e flechas que gemem, que corta os bosques escuros lançando gritos, fazendo eco aos alaridos de dor dos animais; uma imagem que expressa a selvageria da caça. Homero diz do caçador que:

"a própria Ártemis lhe havia ensinado
a disparar à todas as feras que o bosque cria nos montes"
.

O caçador afortunado colocava a pele e os chifres de sua presa em uma árvore ou colocava a coluna consagrada à Ártemis como sinal de agradecimento, e no templo de Despoina em Arcádia sua estátua estava coberta por uma pele de cervo.
Porém, como Deusa dos Animais, as vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.
Parece, portanto, que a figura de Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a presa e a flecha que a abate.
O que pode significar o que, como caçadora, se dispara a si mesma flechas de ouro?

No período Paleolítico matar a um animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser. A pureza do caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou reconstituindo-o através da arte. O urso na parede da caverna de "Les Trois Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista. No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se. Ela é, definitivamente, quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.

Porém, essa dependência da graça da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem convertendo-se sem presas.

DEUSA VIRGEM DO PARTO

Encontramos o eco desta Deusa Ursa Primordial em todas as questões ligadas ao parto e à proteção de crianças e animais de peito.
Ártemis era a que regia os partos: ensinava a mulher que dava à luz a abandonar sua identidade cultural e a permitir que a guiasse a sabedoria do corpo, mais profunda:

"Através de meu ventre se desencadeou um dia esta tormenta, porém invoque a celestial Ártemis, protetora dos partos e que cuido do arco, e favoravelmente acuda sempre as minhas súplicas".

Assim canta o coro na obra de Eurípides.
A imagem leonina de Ártemis volta a expressar o medo ante ao abandono às forças da natureza, que, especialmente no parto, com seu necessário momento de entrega, pode expressar-se como "dom" ou como "maldição".
Existia a tradição também, que toda a mulher que sobrevivesse ao parto, deveria entregar suas vestes ao templo de Ártemis em Brauron, em Atenas.

Como "Mãe Ursa", tão ternamente retratada em uma imagem neolítica de Mãe Ursa com seu cachorro, a Deusa também cuida do recém-nascido, juntamente porque a lactância das crias de toda espécie pertence à esfera dos instintos da natureza. A ursa que está criando a seus pequenos é o animal mais feroz do mundo e, entre todos os animais, exceto os humanos, o simples ato de amamentar assegura a vida e espanta a morte. As jovens dançavam em honra de Ártemis ataviadas com máscaras e disfarces de urso, explorando assim a liberdade de sua própria natureza de urso, pois eram chamadas de "arktoi", "ursas".
Na Creta contemporânea, Maria, em seu papel de mãe, segue sendo honrada como "Virgem Maria do Urso".

No entanto, Ártemis não era mãe. Era a Virgem intacta cuja túnica curta e exercitada musculatura lhe davam um aspecto masculino; as meninas de nove anos, em sua etapa da pré-adolescência, eram suas companheiras favoridas. Durante as danças de suas festas as meninas, as vezes, levavam falos para celebrar que a Deusa continha em si mesma sua natureza masculina. Rodeava à Ártemis uma pureza, um inflexível autonomia, que conectava os amplos espaços inexplorados da natureza com a solidão que todo o ser humano precisa para descobrir uma identidade única.

Como Deusa das jovens solteiras e das mães parturientes, Ártemis une em si mesma, uma vez mais, dois princípios opostos, sendo mediadora de ambos. É possível que isto expresse uma ambivalência real: a do momento em que se chega a uma idade de troca vitais; atrás da perda da liberdade indomável e irresponsável da menina, há uma substituição pela dedicação constante que se necessita para se cuidar de um filho.

Todas as jovens que pensavam em casar e iam dançar em suas festas, na noite antes da da boda deveriam consagrar suas túnicas à Ártemis. Nenhum casamento era celebrado sem sua presença.

ÁRTEMIS E O SACRIFÍCIO

Ártemis era, entre todas as Deusas gregas, quem mais recebia sacrifícios. Pausanias relata um sacrifício anual à Ártemis em Patras: como em muitos outros lugares, toda a classe de animais selvagens eram jogados na fogueira e se queimavam, aves, cervos, lobos, javalis, etc. O mesmo ocorria em Mesene, perto do templo de Ilitía, a antiga Deusa cretense do parto, as vezes associada à Ártemis.

Parece, portanto, que a Deusa que personifica o lado selvagem da natureza é q que provoca o medo mais primitivo a depender de forças que estão muito além do controle humano, e cujas leis podem violar, sem dar-se conta disso.

O poema épico principal da cultura grega, a Guerra de Tróia, começa com um erro desse tipo. Agamenon havia matado um cervo em um bosque consagrado à Ártemis que, como retribuição, exige dele o sacrifício de sua filha Ifigênia. Mediante a astúcia de seu irmãos, Orestes, uma gama é sacrificada em seu lugar, porém a imagem de Ártemis, necessita de sangue humano.

(NOTA PESSOAL: Há muitas controvérsias a respeito do fato pois Ifigênia era sacerdotisa da Deusa e descendente da rainha Clitemnestra, que era também sacerdotisa, que queria pola em sucessão ao trono de Micenas, ora Agamenon nada mais fez que sacrificar a própria filha aos ventos frente ao altar da Deusa, o que impediria Clitemnestra de pola como sucessora, Clitemnestra por sua vez atacou Agamenon e o matou com a ajuda de seu novo consorte, e isto foi visto como vingança da própria Deusa...porém mais tarde Orestes que havia sido enviado para longe voltou e ressentido matou sua mãe, assumindo assim o trono de Micenas, e quanto a outra filha de Clitemnestra, Electra foi dada em casamento a um tratador de porcos perdendo assim o direito de sucessão.)

Na realidade se sacrificava cabras à Ártemis antes de cada batalha, pois a caça e a guerra se apresentavam como equivalentes.

DEUSA TRÍPLICE

Como Deusa do sub-mundo, ela é associada ao Nascimento, Procriação e Morte. Como Deusa da terra, representa as três estações: Primavera, Verão e Inverno. Como Deusa do céu, ela é a Lua nas fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura. Como Deusa Tríplice foi personificada de Mulher Primitiva, Mulher Criadora e Destruidora.

ÁRTEMIS DE ÉFESO


Em Éfeso, na Ásia Menor, onde antigamente a Deusa Mãe da anatólia deu à luz apoiada em seus leopardos, se alçava um esplêndido templo com uma imensa estátua de Ártemis, uma enorme figura enegrecida, com o corpo coberto de cabeças de animais e enormes peitos na forma de ovo. O curioso é a razão pelo qual se deu o nome de Ártemis, pois essa fecunda figura desenvolta fertilidade não parece nada com a angulosa Ártemis da tradição grega. É provável que se tratasse originalmente de uma manifestação local de Cibeles, a que logo os gregos deram o nome de Ártemis.

Sendo que as figuras míticas perderam durante milênios, não deixa de ser significativo que, mais de mil anos mais tarde, também fora Éfeso o lugar em que Maria, mãe de Jesus, foi proclamada "theotokos", "Mãe de Deus".

ÁRTEMIS E APOLO

A versão olímpica da antiga linhagem de Ártemis a faz filha de Zeus e Leto e irmã de Apolo. A história conta que Leto sofreu as dores do parto durante nove dias e nove noites antes de dar à luz aos gêmeos. Ártemis foi a primeira a nascer, e foi um parto sem dor; depois nasceu Apolo. Segundo alguns relados, se converteram na Lua e no Sol.

A relação entre Ártemis e Apolo não foi sempre o simples vínculo entre um irmão e uma irmã que compartilham o arco e as flechas, a lira e a pureza da distância e dos grandes espaços abertos. Em Delos, onde nasceram, o templo mais antigo e de maior tamanho, que mais tarde se converteria em santuário de Apolo, construído em torno de 700 a.C., pertencia a Ártemis. O templo de Apolo foi erguido na periferia. No entanto, em Delfos, que Apolo se apropriou no século VIII a.C., enquanto pertencia antes a Deusa da Terra, Ártemis não está presente. Harrison considera significativa esta exclusão e diz:

"Ártemis, como Mãe, tinha um deus varão ou filho como consorte subordinado, do mesmo modo que Afrodite tinha a Adonis. Quando o patriarcado expulsou o matriarcado, a relação entre o primeiro casal se espiritualiza, logo esse casal se concebe na relação estéril de irmã e irmão. Finalmente, a figura feminina se desvanece por completo e o consorte varão emerge como mero filho de seu pai ou mero porta-voz da vontade de seu pai".

A DEUSA E SEU FILHO AMANTE

O mito da Grande Mãe que se une ao seu consorte para depois sacrificá-lo no rito de matrimônio sagrado pode ver-se claramente no conhecido relato de Actéon, o príncipe tebano, em cuja iconografia o mito antigo se vislumbra. O próprio Actéon era caçador e viu Ártemis enquanto se banhava nua. Para Deusa, um intruso humano em sues ritos sagrados era uma profanação, castigou-o então convertendo-o em um cervo. Os cães de Actéon, incapazes de reconhecer o dono, o fizeram em pedaços. Sua mãe, Autónoe, assumiu o papel de Ísis para com Osíris, reconstituindo seu corpo desmembrado, voltando a unir os ossos do filho.

Um relato, entretanto, mais antigo, pode ser a da união e posterior desmembramento do matrimônio mítico entre Ártemis como cerva e seu filho-amante como cervo. Na figura acima, uma pele de cervo cobre as costas de Ártemis, de maneira que se transforma verdadeiramente em Actéon em uma versão masculina de si mesma, ou seja, em seu consorte.

O banho de Ártemis faz eco ao banho ritual da Deusa, que, como nos conta Tácito, em seu "Germania", só podia se visto por "homens condenados à morrer". Os cães que desmembraram Actéon são também animais sagrados de Ártemis, e suas sacerdotisas usavam máscaras com rosto de cão caçador, o que sugere que o desmembramento era encenado ou imitado pelas sacerdotisas.

A diferença entre o mito antigo e o novo resulta esclarecer a importância do que se perdeu, pois na troca do matriarcado para o patriarcado, houve muitas implicações e não se resume tão somente a perda de poder das mulheres e das Deusas. Mais significativamente, o que se perdeu foi uma história que é verdadeira, no sentido de que articula uma percepção intuitiva da psique, e portanto devolve à psique sua harmonia inerente.

Cassirer falou:

"o homem só pode chegar a descobrir e a adquirir consciência de seu próprio interior, pensando-o em conceitos mitológicos e instruindo-o em imagens mitológicas". Isso quer dizer, que qualquer diminuição das imagens dos deuses provoca uma diminuição ainda maior, da capacidade dos seres humanos de conhecer-se a si mesmos. A história do matrimônio sagrado da Deusa e do deus, clarifica a relação entre a vida infinita e a finita e, portanto, entre as partes divina e humana da psique, de tal maneira que possam compreender-se mais profundamente as forças interiores enfrentadas.

Ártemis, como alma do selvagem, dá expressão ao lugar da psique onde a humanidade se sente livre das preocupações humanas, e ao mesmo tempo, aberta aos imensos poderes indômitos da natureza. A figura que tomou vida na imaginação grega outorgou um caráter absolutamente sacro aos âmbitos selvagens da natureza e aos âmbitos selvagens do coração humano que os refletem.

ÁRTEMIS/DIANA HOJE

O Arquétipo da feminilidade desta Deusa-Virgem, começa a se tornar importante novamente. Por muito tempo permanecemos à sombra da feminilidade absoluta, sob a influência de uma realidade masculinizada.

Ártemis/Diana é tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases de nossa vida. Amazona e arqueira infalível, a Deusa garante a nossa resistência a uma domesticação excessiva.

Além disso, como protetora da fauna e flora, ela é uma figura associada à ecologia contemporânea, onde há necessidade de salvaguardarmos o que ainda nos resta.
Uma parte deste redespertar da espiritualidade artemisiana já vem ocorrendo há vários anos na Europa, mas já chegou também ao Ocidente. Na Grã-Bretanha, redescobriu-se a antiga Deusa Branca dos celtas, graças ao maravilhoso livro "White Goddess", de Robert Graves.

Hoje já há também uma nova compreensão sobre feitiçaria, sob o nome de Wicca. Esta religião-arte, nada mais é do que a "antiga religião" de Diana/Ártemis. Aquelas mulheres que praticavam o culto à Deusa Diana vieram a ser identificadas com as chamadas bruxas e foram perseguidas e exterminadas. Entretanto, junto com a Wicca e outros movimentos semelhantes, está ocorrendo uma importante ressurreição das antigas tradições xamânicas e de cura nos quatro cantos do mundo.

Todos os tipos de neo-pagãos têm buscado as origens reais ou reconstruídas do xamanismo.

EM BUSCA DA INDIVIDUALIDADE PERDIDA

Ártemis atira-lhe sua flecha da individualidade, convidando-a(o) a concentrar-se em si mesma(o). Você tem estado demasiadamente ocupada com outros que esquece de si mesma? Há bastante tempo não tem um espaço só seu? Os limites de sua individualidade encontram-se difusos e indistintos? Sua personalidade é desprezada ou aniquilada pelos outros, pois eles sempre impõe suas necessidades antes das suas? Pois aqui e agora é hora de ser você mesma, se impor como pessoa com identidade própria e não viver mais a vida dos outros. É hora de seu resgate individual, de celebrar e fortalecer a pessoa maravilhosa que você é. Ártemis lhe diz que a totalidade é alimentada quando você se honra, se respeita e dedica um tempo para si mesma. Ela também pergunta como você pode esperar conseguir o que quer se não tiver um "eu" a partir do qual atirar para alcançar seu objetivo?

RESGATE DE SUA MULHER SELVAGEM


Encontre um local em que ninguém possa lhe incomodar, se for ao ar livre, tanto melhor. Sente-se confortavelmente. Inspire profundamente e expire emitindo um som, tipo hhuuuumm! Faça isso por três vezes. Agora você deve visualizar uma frondosa árvore. Imagine-se em frente à ela e em seguida ande a sua volta. Do outro lado do árvore verá uma abertura em seu tronco, como a porta de uma caverna, entre nela sem medo. Dentro do árvore relaxe e sinta-se mergulhar no vazio. Para baixo.....mais para baixo bem devagarinho............ você terá a sensação de estar flutuando. Quando alcançar o final da raiz, sinta como se estivesse caído sobre um travesseiro de penas de ganso, macio..macio. Você chegou às portas do sub-mundo.

É hora de clamar pela Mulher Selvagem. Você pode gritar, uivar, cantar, dançar, bater tambor, o que achar melhor, mas faça bastante barulho, pois talvez ela esteja por demais adormecida dentro de você. Quando você a enxergar, agradeça sua presença e peça-lhe algo, qualquer coisa. Se não tiver idéia sobre o que pedir, peça que ela lhe dê o que mais precisa, que você receberá o presente com o coração aberto. Se ela lhe pedir algum presente, retribua com carinho. Após estas trocas simbólicas, seus laços de amizade estarão reforçados. É hora de retorna, peça-lhe docemente que ela lhe acompanhe. Ela lhe dirá sim e você em retribuição a sua gentileza deve abraçá-la e, ao fazê-lo, sentirá que você e a Mulher Selvagem se fundirão em uma só. Uma onda de felicidade e alegria tomarão conta de todo o seu ser.

É hora de percorrer o caminho de volta, encontre à raiz da árvore que estará atrás de você. Deixe-me novamente flutuar e sentirá que uma brisa fraca a impulsionará para cima...para cima...cada vez mais para cima, até alcançar o interior do tronco da árvore. Ao sair pela abertura, respire bem fundo e a medida que solta o ar, senta seu corpo novamente. Movimente os dedos da mão e assim que estiver pronta abra os olhos. Seja Bem-vinda!

Todos os créditos de pesquisa à Rosane Volpatto


NOTA:
Além do fato deste texto ter sido republicado, gostaria de fazer uma crítica a todos os que pegam os textos referentes as Deusas e ao Feminino Sagrado publicados aqui na Alta Sacerdotisa, uma vez que não são meus, sempre deixo os direitos autorais e não gosto quando me confundem com o autor...
Porque pelos meus textos posso me responsabilizar pelo conteúdo mas os de outros autores não. Assim como não peguei este texto do site de Rosane Volpatto mas publiquei com o nome dela porque foi tirado do site dela sem que se fosse dado qualquer crédito pela pesquisa (os textos dela são enxertos de textos de outros autores que ela copiou e publicou junto com seus nomes ou titulos de livro na biografia. Aliás quase todos os sites de Deusas/Wicca se utilizam de suas pesquisas sem dar nenhum crédito a ela!
)


FORÇA QUE UNE TODA A CRIAÇÃO


Virgem-Deusa guia de todas as mulheres
Mãe Terra dos muitos seios
Senhora e Doadora da Vida
Guie me nos caminhos que devo agora percorrer
Senhora da Terra e dos Céus
Mãe Serpente do Mundo Subterrâneo
Senhora da Lua Escura e Mãe do Sol
Seja minha guia nesta Sagrada Jornada
Que trilho seguindo Seus caminhos
E Pegadas...

"Na Antigüidade, o princípio feminino na imagem da Deusa simbolizava o princípio do relacionamento - a conexão oculta existente entre todas as coisas. Em segundo lugar, simbolizava a justiça, a sabedoria e a compaixão. Em terceiro, e principalmente, o princípio feminino era identificado com a dimensão invisível que existe para além do mundo conhecido - uma dimensão que pode ser vista como uma vasta e invisível matriz ou teia, ligando o espírito não-manifesto à matéria manifesta. A palavra então usada para identificar essa matriz era Grande Mãe ou Deusa; posteriormente, passou a ser chamada de Alma. O princípio feminino oferece uma imagem da integração, sacralidade e inviolabilidade de toda a vida; o mundo dos fenômenos (natureza, matéria, corpo) era visto como sagrado por ser a teofania ou manifestação do espírito cósmico.
A grande falha da civilização patriarcal tem sido sua ênfase excessiva do arquétipo masculino (identificado com o espírito) e a desvalorização do feminino (identificado com a natureza). Isto se reflete no fato de que a figura divina não possui uma dimensão feminina, e também no desprezo pela alma e na misoginia responsável pela repressão e pelo sofrimento das mulheres.

Anne Baring - O Mito da Deusa

AGRADEÇO VOSSO CARINHO


Blogger S. Thot disse...


QueridA Gaia!

Vou abrir meu coração uma vez que abriu o seu. Tenho cromossomos XY.

Já me disseram que eu não poderia seguir a Deusa porque não tenho útero. Ora, mas como explicar que A sinto dentro de mim, junto com o Deus, a 10 anos?

Quando escreve você é tocado por Ela. Presumo que quando fala, idem. Logo, a Deusa mora em você e em mim. A diferença é que as mulheres XX concebem crianças. Nós não. Mas como humanos somos capazes de criar maravilhas, independente de nossa natureza genética.

A Deusa que mora em mim, em lágrimas, abraça a Deusa que há em você.

Saúde, amizade, liberdade.

Sergio.

Ps.: mantenha o blog.

15 de julho de 2010 00:28


MeraLuna
disse...

Acho que apesar de tudo o te poderia dizer aqui o Sérgio acabou por colocar uma mensagem com quase tudo o que é importante saberes...

Não sei ao certo aquilo que pretendes fazer ou não, ou o que realmente se passa contigo... Mas acho que bem importante é mesmo lembrar que somos todos filhas e filhos da Deusa e que, como a Natureza, também nós estamos em constante mudança... No inverno as folhas das árvores secam e caem e as árvores ficam nuas, no verão essas mesmas folhas estão verdes, resplandecentes de vida, cobrindo as árvores... E é assim com os nossos ciclos de seres mutantes que somos, que a Mãe nos ama. Feminino ou masculino somos todos fruto do ventre dela... E agora, como Mãe suprema que ela é, penso que só ela tem o poder de aceitar qualquer atitude que decidamos na nossa vida, ela e o seu amor infinito percebem qualquer coisa, desde que seja feito com o coração, basta meditar e falar com ela... Afinal de contas é a ela e à sua essência que temos nas horas mais difíceis... Ela nunca nos abandona!

Coragem, não penses pela tua familia, pela sociedade..., pensa por ti, pelo teu sagrado corpo,...
Não penses com a mente... Pensa com o coração... É aí que a Deusa está!!

Um grande sorriso.
(Trunfinhas)

15 de julho de 2010 05:11

Excluir

Blogger Gaia Lil disse...


Calma meus amigos, que eu não vou excluir o blog, nem parar este trabalho, pelomenos não agora.Só o farei quando meu destino estiver parcialmente concluido.E eu sinto a Deusa em mim. Creio que serei alegre ou antes terei a Vida em si mas não creio que sera um tipo de alegria que alguém venha a invejar, pois no fundo gostaria de ser alguem simples como Terra farta e generosa, vida simples e morte bonita, mas não eu sou muito águas fundas para isso.Amor é uma coisa que independe de sexo mas eu já escolhi um caminho e creio que até o momento final serei guiada.

Abraços

15 de julho de 2010 15:25

Excluir

Blogger Beto disse...

eu faço eco a todos teus amigos.
eu te digo, caríssima: tu és e sempre serás sacerdotisa da Deusa, desde que nasceu.
o corpo age de acordo com o espírito que o possui. então que importa a estes seus devotos como teu corpo está ou vai ficar?
não, não desista. o que será do sol se não tiver a lua? onde arderá o fogo se não houver a vestal?

15 de julho de 2010 18:16

Excluir

Blogger Trunfinhas disse...

Minha linda sabes que mais? Quero que saibas que quando quiseres e desejares falar mais abertamente sobre o assunto manda email para solpadma@hotmail.com
Nem que seja apenas para ouvir (ler), ou dar uma mão amiga... Lutarmos lado a lado, afinal estamos todos juntos nesta batalha...

16 de julho de 2010 04:29

Excluir
A "VESTAL" RESPONDE:

Agradeço a todos os "meus" devotos (ou antes, creio eu, da Deusa) o carinho, embora eu não tenha muita certeza de ser dignatária de tal título...
Mão excluirei o blog agora mas continuarei até onde me for dado continuar, pois já tive vontade e oportunidade de parar antes e se antes não parei não será agora que o irei fazer...


Fato é que todos temos nossa Jornada Pessoal em ruma a nossa historia de vida, e as vezes penso que o único objectivo da Criadora seria ver a beleza de sua criação e suas criaturas criam beleza, através de suas historias e de suas vidas, de seus corações.
E eu fui chamada a este trabalho muito jovem para parar agora que já avanço em direção a maior idade, mas também não seria justo continuar com as pessoas pensando que sou uma mulher assim nascida embora já tenha explicado e exposto a situação um sem par de vezes, algumas pessoas que contactam ainda crêem eu ser uma mulher biológica e ficam muito surpreendidas...Algumas pensam até que minto o fato de não ter nascido mulher, coisa que fico vagamente grata pois me é um alivio pelo menos passar um identificação mais feminina na linguagem que por enquanto é até onde eu posso ir.
Fingir 24 horas por dia e controlar o seu modo de agir é algo que cansa, por isso que adoro ficar sozinha e quando ninguém me vê posso me dar ao luxo de ser eu mesma e ai sim criar alguma coisa...é simplesmente como se eu jamais fosse ao meu potencial total as pessoas, fosse apenas parcialmente quando sei que posso ir além.
É mais ou menos ai que entra a perspectiva da dita cirurgia e foi assim que tomei esta decisão.
É melhor que fingir a vida inteira!
Também é melhor que fazer caricatura, seja de homem ou de mulher. Quanto ao fato de ser uma sacerdotisa, eu o sou antes e o serei depois...E para sempre, como Beto disse.
"Na vida ou na morte e para Além da Vida e da Morte, e além da eternidade...Serei Tua ,Ó Mãe..."

Foram os votos que fiz (perpétuos) frente ao altar Dela e a Ela continuarei pedindo orientação e sabedoria até o momento final.

Abraços ( a MeraLuna ao Sérgio e ao Beto e a todos que lêem A Alta Sacerdotisa e naão menos importânte a Matriarca que sei que leu o que escrevi, e espero não ter lhe causado muita dor) e saibam que não pretendo excluir a Página A Alta Sacerdotisa.

Gaia Lil

quarta-feira, 14 de julho de 2010

'...DÁ FRUTO?..."

Trunfinhas disse...

" carateristica desagradavel
publicada por Gaia Lil às A Alta Sacerdotisa - Há 11 horas
** *MEU PROBLEMA É QUE EU DESTRUO MUITO ANTES DE CRIAR ALGUMA COISA*"


Acho que partilho do mesmo problema que tu... Destruir muitas coisas antes de as fazer, como dizia na janela do meu blog acerca do teu novo post que eu já não consegui ler, com muita pena minha!!

Sabes?? Não sei muito do que falava esse teu suposto post, mas caso ajude, e já agora por mera curiosidade, gostava que soubesses que leio o teu bog quase desde o inicio em que foi criado... Mas apenas decidi comentá-lo agora por recentemente ter tido a coragem para dar o salto dentro do mundo do Blogspot...

Um grande abraço sorridente e luminoso desta tua irmã***



UM PRELÚDIO DO FIM...

Cara amiga, agradeço muito o seu carinho e o carinho de todos os que me lêem e fiquei surpreendida por você ter pego está mensagem que postei durante a madrugada e exclui por motivos obviamente pessoais. O que acontece não é apenas um problema acerca da destruição criativa propriamente dita mas sim a incongruência da continuação da Página A Alta Sacerdotisa que está cada vez mais a perder a lógica. Quando digo isso estou querendo falar ao mesmo tempo da imagem que as pessoas fazem de mim, não apenas a minha família ou a sociedade que me cerca mas também as pessoas da dita "Blogsfera" que é como outra realidade social, outro mundo aonde eu sou outra pessoa...
E estou farta de ser duas pessoas ao mesmo tempo, quero ser apenas uma, uma única pessoa e assumir minha identidade como mulher totalmente o que implica (visto eu não ser mulher biologicamente) na dita cirurgia de Redesignação Sexual ( coisa que a principio eu havia descartado) e este era um tema o qual eu sabia, tinha plena certeza teria de tratar aqui na Alta Sacerdotisa pois afecta e muito a minha validação como Sacerdotisa da Deusa e minha continuação na Área do Sagrado Feminino, sendo que se eu fizer tal e me expor ao riscos cirúrgicos estarei contradizendo a mim mesma e as próprias doutrinas da Natureza Mãe que eu tenho insistentemente pregado ao longo destes poucos anos.
Uma vez tomada a decisão de fazer a cirurgia , eu deveria (assunto que aliais eu comentei com minha amiga) excluir ou largar de mão este blog uma vez que ficaria impossibilitada de ser aceite como sacerdotisa da Deusa e respeitada ou vista como tal a não ser é claro nalguns grupos diânicos que abrem excessões as pessoas, digo mulheres, que optam por isso.
Na verdade a questão cirurgiaca era algo que eu deveria deixar para comentar depois pois mal havia ainda começado a reunir o dinheiro ( só quero fazê lo quando tiver emprego fixo) para a cirurgia. Algures que podem vir a me dizer que eu deveria me contentar com o corpo que tenho e um sem par de bombardear de ensinamentos místicos e suas variantes, mas sejamos realistas do ponto de vista social e na vida pratica tais conhecimentos não passam de conceitos. É o que chamamos de Ilusão de Vida (não os ensinamentos mas o ponto de vista social e "real".

Eu não me sinto nem me vejo como um homem e me sinto muito infeliz de fingir isto ( masculinidade) as pessoas e ainda mais a minha mãe a quem muito amo e é muito importante para mim...Sei que uma vez tomada essa decisão corro o risco de perder contato com minha família, mas também viverei eternamente infeliz se me fingir de caricatura masculina ou tentar passar por homossexual, isto que eu também não penso em mim nem me sinto de tal modo.
Quando digo um preludio do fim quero dizer que tão logo em faça a cirurgia, tão logo cancelo, desisto ou excluo o blog a Alta Sacerdotisa, o que só não faço porque agora finalmente este trabalho tem tomado algum conhecimento por parte das pessoas e as pesquisas das faces da Deusa (algumas exclusivas desta página) terem sobrevivido ao naufrágio de outros sites e pessoas...

Deusas Terra como a africana Asae, faces da Grande Mãe algumas pesquisas históricas e deusas menos conhecidas são exclusivas deste blog e por isso e só pela importância deste trabalho eu não o excluo.

Também temos a questão da falta de utilidade dessas informações para as pessoas mas ontem mesmo recebi um email aonde uma mulher me contava de um ritual em honra a Grande Deusa e que tal foi baseado nas informações disponíveis aqui...
E então está pagina provou seu valor a mim mesma e acabei cedendo e dizendo a mim mesma que seja com for a exclusão deste blog é impossível.
Quando a questão da cirurgia quero apenas salientar que a Deusa não está envolvida nisso. Quero dizer que não o faço por Ela mas por mim mesma que é uma escolha minha. No fundo no fundo jamais conseguirei me afastar Dela e continuarei devotada a Ela aconteça o que me acontecer. Tem muitas coisas acontecendo nas minha vida agora e eu estou começando a sair da adolescência e amadurecer, embora certar decisões já estejam tomadas. Acontece o que acontecer entrego minha vida e meu destino nas Mãos Dela.
Deixo está frase referente a carta da Alta Sacerdotisa no Tarot e rezo para que seja verdadeira:

"Tudo que Ela planta dá frutos"

Gaia Lil acrescenta fervorosamente:

Tomara que assim seja!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A DEUSA DA CURA E DA NATUREZA

AIRMID
DEUSA DAS PLANTAS MEDICINAIS


Airmid é a Deusa da Cura dos celtas. É filha de Daincecht, avô de Lugh, e possuía quatro irmãos: Miach, Cian, Cethe e Cu.
Lugh foi o guerreiro que tinha uma lança mágica que disparava fogo e rugia e libertou o rei Nuada e os Tuatha Dé Danann das mãos dos Formori, os demônios da noite que tinham um só olho. Nuada perdeu sua mão direita durante um combate e, para que pudesse continuar a ser rei, ele precisava estar inteiro, então, o médico Dianchecht construiu uma maravilhosa prótese de prata, o que rendeu a Nuada o apelido de "Mão de Prata".
A estória da Deusa Airmid inicia-se quando faz uma visita ao castelo do rei Nuada.
Conta-se que os portões do castelo do rei Nuada era guardado por um homem que não tinha um dos olhos e trazia escondido em sua capa um gato. Quando Airmid e seu irmão Miach, em visita ao castelo, apresentaram-se como curandeiros, o tal homem pediu-lhes para reconstituir o olho perdido. Os deuses médicos concordaram e transplantaram o olho do gato para o espaço do olho vazio do porteiro. Entretanto, não tinham como mudar as características do olho do animal. Sendo assim, a noite ele ficava aberto em busca de caça e durante o dia fechava-se exausto. Mas o porteiro ficou muito feliz por ter novamente os dois olhos.

A RIVALIDADE DE DIANCECHT E SEU FILHO MIACH

O Rei Nuada estava usando sua prótese de prata feita por Dianchecht. Então Miach oferece-se para criar uma nova mão de carne e sangue, usando seus poderes. Este último, não concordava com as práticas médicas de seu pai e utilizando-se de seus poderes mágico-médicos, após três dias e três noites reconstituiu a mão do rei que voltou a ficar inteiro de verdade. Tal feito causou ciúmes e inveja ao pai, que propôs testar os poderes do filho, arremessando uma espada de encontro a sua cabeça, cortando levemente a sua pele. O rapaz imediatamente curou o ferimento com suas habilidades mágicas. Diancecht então enfureceu-se mais e lançou a espada, agora com mais força, cortando a carne da cabeça até alcançar o osso. Novamente Miach curou-se com seus poderes mágicos. O pai alvejou-o uma terceira vez, mas foi somente no quarto arremesso que matou Miach.
Sem remorso, enterrou-o e 365 ervas, uma para cada dia do ano, nasceu de sua sepultura. Airmid, sua irmã, recolheu todas as ervas em seu manto e separou-as de acordo com suas propriedades. Mas Diancecht, ainda consumido pelo ódio, arrancou do manto de Airmid todas as ervas, misturando-as, para que nunca mais ninguém obtivesse delas algum conhecimento mágico.
Cada uma das ervas que Airmid havia colhido estavam associadas as diferentes partes do corpo humano. Uma erva para cada tendão e junção. Poderíamos portanto, construir um corpo só de ervas, a exemplo de Blodwedd, que era um ser vivo, e foi criada a partir de nove tipos de ervas.
Para os celtas, as plantas tinham espírito e sentimentos, igual a qualquer ser humano e eram mais importantes em um sentido biológico. Isto porque, as plantas podem existir sem nós, mas sem elas não haveria nenhuma possibilidade de vida animal. Para os celtas, a associação das plantas com o corpo era considerado um conhecimento essencial. Um texto médico medieval galês, dizia que o corpo humano está associado ao cosmo. Nossos olhos seriam as estrelas, o Sol corresponderia ao rosto, a respiração seria o vento, as pedras seriam os osso, a água seria o sangue e a terra seria a carne.
A Deusa Airmid também era guardiã das fontes sagradas e segundo uma lenda, foi ela que ajudou seu pai a criar a Fonte da Cura, Tiobraid Slane, enquanto os Tuatha de Dannan se preparavam para a segunda batalha de Mag Tuired. Recolhendo ervas da Irlanda e citando encantamentos para cada uma delas, colocou-as na fonte. Todos os guerreiros feridos que se banhavam na fonte, ficavam completamente restabelecidos.

FLORES MÁGICAS DA VÉSPERA DO SOLSTÍCIO DE VERÃO

Na França e a Inglaterra, países sob a influência dos druidas, a véspera do solstício de verão ainda é a época de colher certas plantas mágicas cuja virtude evanescente só pode ser assegurada por esta mística estação.
A véspera de São João era o grande dia para a coleta de ervas mágicas que proporcionavam meios de combater a febre e de curar muitas enfermidades e proteção contra feiticeiros e seus sortilégios. Mas, para alcançar os resultados, era preciso observar duas condições. Primeiro, era necessário estar jejuando no momento de colher as ervas; segundo, era necessário cortá-las antes do nascer do sol. Se tais condições não fossem respeitadas, as plantas perderiam suas virtudes especiais.
Diríamos então, que as flores, colhidas nesta época do ano, são dotadas da virtude de transferirem para a humanidade um pouco dos eflúvios da luz e do calor do sol, que lhes dá, por algum tempo, poderes acima dos normais para curar enfermidades e desmascarar e confundir todos os males que ameaçam a vida do homem.
Dia 27 de julho é, na Irlanda, o dia considerado favorável à colheita de ervas curativas. Homenageia-se também, Airmid, a Deusa da Cura e da Magia, guardiã da fonte sagrada da saúde. As pessoas vão em peregrinação para as fontes sagradas e oram em prol da cura, amarrando pedaços de suas roupas ou fitas coloridas nas árvores que circundam as fontes.
Neste dia, ore para a Deusa Airmid, pedindo que a ajude à livra-se de seus problemas de saúde.

JORNADA À AIRMID

Material:

Uma guirlanda de flores naturais
Fósforo e jornal para acender uma fogueira.

Procure um campo afastado onde haja árvores e flores selvagens.
Construa um círculo com pedras que achar no local e com gravetos que encontrar acenda uma fogueira.
Sentada aguarde o crepúsculo e as primeiras estrelas cintilarem para iniciar o ritual.
Quando chegar a hora, dance em torno do fogo, concentrando-se nas batidas de seu coração. Quando estiver bemn cansada, sente-se e observe o trepidar das labaredas da fogueira.
Chame mentalmente pela Deusa Airmid e diga que sua presença é bem-vinda.
Mentalize a imagem da Deusa e você sentirá as energias místicas da natureza.
Se você mantiver seus ouvidos fiéis ao som das batidas de seu coração e os olhos fixos no fogo, poderá vê-la dançar entre as árvores.
Coloque a guirlanda ao lado do fogo e diga:

"Esta guirlanda é meu presente para a Deusa Airmid".

Você deixará o presente neste local.
Visualize em seguida, um feixe de luz descendo do céu que transformará seu corpo em uma estrela ardente.
Sinta esta energia aquecê-la e medite mais alguns minutos.
Agradeça à Deusa sua agradável companhia e despeça-se.
Apague o fogo com terra e volte para casa.
Deixe uma caneta e um papel ao lado de sua cama, pois seus sonhos, esta noite, serão tocados pela magia da Deusa Airmid.
Não esqueça, na manhã seguinte, de anotar tudo o que sonhou.
Airmid é a Deusa que nos ajuda a encontrar um lugar sagrado no mundo e dentro de nós. É ela que nos mantêm enraizadas com a terra. Convide-a para uma visita quando se sentir desconectado dessa fonte natural.

CONECTANDO-SE COM A ENERGIA VEGETAL

Para sentir a energia das plantas, você necessita primeira compreendê-las Procura uma descrição mais detalhada da erva que escolheu, familiarize-se com ela.
Prefira uma plantinha que cresça em seu jardim, como um trevo por exemplo. Coloque a sua mão na terra em torno da raiz da planta e prenda-a, sem machucar. Feche os olhos e tente conectar-se com o ritmo de suas vibrações. Una-a a ela em completa simbiose. Some sua energia com a do trevo. Fique assim durante alguns minutos. Depois cheire sua plantinha e despeça-se dela.
Quando você se conecta com uma planta, ela vibra no mesmo ritmo que você e poderá instruí-lo(a) para que tipo de cura ela deve ser usada. Experimente!
Os poderes mágicos da Deusa Airmid podem ser encontrados no chá do nosso dia-a-dia.

Cores da deusa:
verde, ouro, marrom

por Rosane Volpatto

Dias especiais para a Deusa Airmid

27 de julho - Na Irlanda, este é um considerado muito favorável à colheita de ervas curativas. Homenageia-se Airmid, a Deusa da Cura e da Magia, Guardiã da fonte sagrada da saúde. As pessoas vão em peregrinação para as fontes sagradas e oram em prol de sua cura, amarrando pedaços de suas roupas ou fitas coloridas nas árvores que circundam as fontes.

3 de dezembro - Antiga comemoração de Airmid, a Deusa irlandesa da cura. Embora pouco conhecida, Airmid era uma famosa curandeira, utilizando ervas e pertencia aos Tuatha de Danaan, grupo de divindades pré-celtas. Ela surgia vestida com um manto coberto de ervas e protegia todos aqueles que as utilizavam em curas.
Celebrá-la neste dia afasta os males físicos e espirituais, e traz boas vibrações e saúde. Acenda uma vela verde e um incenso herbal. Feche os olhos e, sentindo o aroma do incenso, invoque a Deusa Airmid e peça-lhe que sua companhia esteja sempre com você.

fonte: Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur