"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


sábado, 20 de fevereiro de 2010

RAINHA DA ÁFRICA...


Nzinga Mbandi Ngola, A Rainha Ginga
(1587-1663)

Indomável e inteligente Soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dosmbundus no território Ndongo, hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro, ambos pareceram compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo. Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses, incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um tratado (1656) com o governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu, então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu, continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha, reine d’Angleterre Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766). Ainda hoje é reverenciada como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores, antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência à ocupação dos portugueses do território angolano e o conseqüente tráfico de escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança desta rainha africana na defesa de sua nação.
Fonte:

dec.ufcg.edu.br/biografias/Ginga000.html

NA ERA DA FILHA...

Porque a mulher atual não toma como exemplo a força das governates, sábias e sacerdotisas do passado e tenta mais uma vez voltar se para politica não tentando ser como um homem mas tentando negociar e levar a cabo uma politica de parceria entre homens e mulheres e descentralizando o poder do estado e da politica que parece pertencer apenas aos representantes masculinos da nação e até estando na mão dos religiosos...
Até hoje quem toma as decisões acerca do que acontecem com as mulheres, isto é, assuntos femininos são tão somente os homens ...Eles discutem legalização da prostituição e o aborto...O incrível é que estas decisões que cabem quase que exclusivamente ao poder de decisão mulher a cerca de seu corpo estejam nas mãos dos homens e não das mulheres...É mais ainda incrível que as mulheres não se levantem contra estas forças e politicas do patriarcado mas pelo contrario as alimentam e nutrem...Escravas do lar bem sei e tratam a natureza, a Natureza Mãe como uma matéria inerte e morta...
Mas quando a natureza se revolta todos choram e dizem como Deus ( ou a Deusa?) é mau e injusto e como a natureza deve ser melhor "dominada"...

A bem sei, sei bem até demais...
Quem dera não saber tanto!
Nutram suas almas mulheres e homens e respeitem a Terra Mãe
Senão vocês não serão nem capazes de pensar as consequencias!

Gaia Lil

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