"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


domingo, 28 de fevereiro de 2010

A TEIA DA DEUSA

A Teia de TheaThea em grego - Deusa.

Muito antes da era Cristã, há 20 mil anos pelo menos, a imagem da Deusa foi eternizada nos desenhos das cavernas, nas pedras ou nas estatuetas paleolíticas e neolíticas. Essas memórias reproduzem mulheres com ventre grávido, quadris largos, grandes seios. São formas relacionadas à fertilidade e referem-se ao poder gerador da terra e do feminino. A divindade feminina já teve seu lugar honrado em antigas sociedades primitivas, nas quais era reconhecida por sua capacidade de gerar e nutrir a vida, assim como a Mãe Terra.

A sociedade ocidental formou-se sob a égide da mitologia judaico-cristã e se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo.

Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas ou estruturas defensivas, portanto se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também não há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino.

Trazer de volta as divindades e símbolos femininos presentes em diferentes tradições religiosas e culturas é nosso resgate.

Vivenciamos a sacralidade a cada dia de nossas vidas, em um eterno ritualizar de ciclos.

Eu sou a Mãe de todos os seres vivos, a culminação da criação
Eu gero e nutro a vida em mim e tudo o que gerei e pari é bom, muito bom.
Eu me recuso carregar a vergonha do homem no meu corpo,
Eu me recuso perpetuar a fraqueza da mulher na minha vida.
Honre tudo o que foi diminuído, receba tudo o que lhe foi negado,
Pois no início de tudo existia somente a Mãe.
No primeiro dia criei a luz e a escuridão e elas dançaram juntas,
No segundo dia criei a Terra e a água e elas se tocaram entre si,
No terceiro dia criei as plantas e elas enraizaram e suspiraram,
No quarto dia criei as criaturas da terra, do mar e do ar e elas caminharam, nadaram e voaram,
No quinto dia minha criação aprendeu o equilíbrio e a colaboração,
No sexto dia celebrei a fertilidade de todos os seres,
No sétimo dia deixei espaço para o desconhecido,
No início de tudo existia somente a Mãe, a mãe criadora e nutridora de todos nós.
Honre tudo o que foi diminuído, receba tudo o que lhe foi negado
E afirme: Eu sou mulher, eu sou boa, eu sou feliz!
Eu sou a Mãe

Eu sou a Mãe de Patricia Lynn Reilly - A God who looks like me

IN: http://www.teiadethea.org/?q=node/23

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O CÁLICE SAGRADO


“Quando nos iniciamos nos Mistérios do Feminino, descobrimos que somos as portadoras de um Cálice Sagrado e que o Graal se manifesta através de nós”

(Jean Shinoda Bolen)


O Símbolo da Deusa, cujo corpo é o Cálice Sagrado contendo o milagre do nascimento e o poder de transformar a morte em vida através da regeneração misteriosa e cíclica da Grande Mãe Natureza.

(O Cálice e a Espada - Riane Eisler)



...o Graal é o corpo santo da mulher e que remonta ao tempo em que a mulher era sagrada e o seu corpo a revelação-iniciação à divindade do ser e o Cálice do qual se bebe e se vive para a eternidade o Símbolo dessa iniciação da origem da vida e do amor. Porque essa era a Grande iniciação ao Amor Supremo do Ser Humano, através da Mulher, como o era o da Vida ao nascer, da Mãe. O Homem atingia o supremo amor da Deusa e a Mulher dava-lhe corpo e consubstanciava-a…a União era eterna. O Cálice …era…a suprema dádiva.

(MULHERES & DEUSAS - Rosa Leonor)


“O Graal simboliza a Deusa perdida. Quando apareceu o cristianismo, as antigas religiões pagãs não desapareceram da manhã para o dia. As lendas da busca dos Cavaleiros do Graal perdido eram histórias que explicavam as andanças para recuperar a divindade feminina. Os cavaleiros que diziam partir em busca do “Cálice”, falavam em código para proteger-se de uma Igreja que tinha subjugado as mulheres, proibido a Deusa, queimando os crentes nas fogueiras e censurado o culto pagão da divindade feminina."

(El código da vince - Dan Brown)

O MEDO DO PODER DA MULHER NAS RELIGIÕES



MEDO DO FEMININO

Toda a ideologia do patriarcado concebe o "feminino" como uma força irracional destrutiva. Entretanto, a desvalorização do Feminino deve ser entendida como uma tentativa de superação do medo do Feminino e de seu aspecto perigoso como a "Grande Mãe" e como a "anima".

No patriarcado, o inconsciente, o instinto, o sexo e a terra, enquanto coisas terrenas, pertencem ao "feminino negativo", ao qual o homem associa a mulher, e que todas as culturas patriarcais, até o presente momento, a mulher e o Feminino têm sofrido sob a atitude defensiva e o desprezo masculinos.
Essa avaliação negativa não se aplica apenas ao caráter elementar e ao aspecto matriarcal, mas igualmente ao seu transformador. Para o homem, que considera-se "superior", a mulher se torna feiticeira, sedutora, bruxa, e é rejeitada em virtude do medo associado ao Feminino irracional. O homem denuncia o Feminino como escravizador, como algo confuso e sedutor, que pode colocar em risco a estabilidade de sua existência. Ele rejeita o feminino, especialmente porque ele o prende no casamento, na família e na adaptação à realidade, e o confunde quanto o pensar de si próprio. Como o indivíduo do sexo masculino é dominado pelo elemento espiritual superior, ele foge da realidade da terra e prefere ascender rumo ao céu.
O resultado dessa postura unilateral, torna o homem não integrado que é atacado por seu lado reprimido e em muitas vezes sobrepujado por ele.


A negativização do Feminino não deixa que o homem experiencie a mulher como uma igual, mas com características distintas. A conseqüência da altivez patriarcal leva à incapacidade de fazer qualquer contato genuíno com o Feminino, isto é, não apenas com a mulher real, mas também com o Feminino em si, com o inconsciente.
Enquanto o indivíduo do sexo masculino não deixar desenvolver o Feminino (anima) em uma psique interior, jamais chegará a alcançar a totalidade. A separação da cultura patriarcal do Feminino e do inconsciente torna-se assim, uma das causas essenciais da crise de medo que agora se encontra o mundo patriarcal.

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O MEDO DO CRESCENTE PODER E DIGNIDADE DA MULHER


Tenho notado que com o desenvolver das espiritualidades femininas juntamente com a religião da Wicca cresce o medo a cerca da bruxaria e cada vez mais os evangélicos divulgam informações erróneas, que dividem mulheres e homens e não só, negam a sacralidade da Terra Mãe e dão TAMBÉM justificativa da sujeitação da mulher em relação ao dito macho-homem, pois como dizem "Deus é homem"...No entanto a própria bíblia assim como no mito do nascimento de Jesus ( não vou discutir a veracidade do fato) há indícios de mitos muito mais antigos como o próprio nome da personagem principal da Génese, Eva que por sua vez significa MÃE DE TODOS e Adão que significa FILHO DA TERRA, o que já nos esclarece um sem par de coisas...Além disso as passagens históricas em que haviam mulheres sacerdotisas estão também descritas na bíblia nas mulheres profetizas e sacerdotisas dos templos...Que depois claro foram adaptados para as religiões patriarcais e pelos governantes sedentos de poder...A exemplo de Maria Madalena ou segundo nos consta melhor ( a nós feiticeiras) Maria de Magdala, que foi Sacerdotisa da Deusa do Amor e da Grande Mãe Aserá...Está mesma Mulher que em tempos antigos era símbolo de sabedoria e revelação divina antes que o patriarcado sujeitasseas hierodulare e transformassem as sacerdotisas do amor em prostitutas sem a mínima instrução dos ritos sagrados e muito menos direito ao prazer sexual, visto que no culto a Deusa o prazer do homem e da mulher eram tidos como sagrados, reveladores e alquímicos e no culto do deus dos respectivos patriarcas só o homem tinha direito ao prazer visto só ele ter status de divindade e a mulher ser filha da Terra e portanto inferior....Tal como em Roma em que transformaram a Rainha dos Icenos, Boudicca , sacerdotisa de Andraste numa tal Rainha Assassina, apenas porque não se sujeito ao poder patriarcal de Roma e promoveu uma das maiores rebeliões celtas (sendo também uma guerreira...)

Em toda e qualquer para que o Patriarcado tenha poder só a um deus e do ponto de vista patriarcal ele de vista patriarcal ele devia ser logicamente masculino...
Assim os Templos da Senhora do Amor e da Mãe Terra deram lugar a casa do senhor deslocando radicalmente o papel das mulheres nas religiões...

Pelo simples fato da mulher ser dona de um poder natural em detrimento do poder cultural (o patriarcado e suas relações de poder) sua energia e força devia ser subjugadas e inclusive utilizadas para a manutenção do sistema...O mesmo sistema em que vivemos até hoje!

Esse medo da Terra e do Feminino nada mais são que expressão de uma consciência patriarcal fraca que não vê outro modo de ajudar a si mesma, a não ser escapando do domínio avassalador da Terra.

Honrar a nossa Grande Deusa Mãe e ser Sua voz no mundo assim como não nos permitirmos ser subjugadas por qualquer homem ou sacerdote é nossa crucial missão no momento, para que a Mulher finalmente encarne a Terra e a Deusa e sai da sua polarização e divisão interior.

E na Grande Mãe Terra que e dá a vida e amamenta, Aquela que conhece todos os Mistérios da Criação e é em Si mesma Deusa por direito próprio que devemos botar a nossa confiança na esperança de um mundo com menos guerras, violências e injustiças e sem a repressão do Poder da Mulher.

Gaia Lil

ROTAÇÃO





*“A estrada da mulher, ao contrário da do homem é circular. Em essência, ela é um ser do Outro Mundo, devendo lá voltar de vez em quando para se rejuvenescer e obter sabedoria feminina”

Eu sou muito cíclica e rotativa e tal como meus ciclos de declínio vem eles passam, porque a Flor da Deusa ou a Deusa que floriu das águas nunca me abandona.Este flor é o inverno que nos abraça com seu frio misterioso e também a primavera, o verão e o outono, porque todos estes são ciclos da Deusa Mãe.
Esta flor também tem outro nome , e é sem duvida, o Cálice que é sagrado, o corpo da Mãe Terra que dá a vida e amamenta a Deusa de seios proeminentes resplandecente em luz.
Ela a flor da nossa alma e a canção de toda mulher, que já amou, pariu e amamentou ou da mulher oculta, a Virgem da Terra que pertence apenas a si própria e por pertencer apenas a si pode dar se e amar sem se deixar subjugar e/ou manipular pelo homem.Esta flor é ainda o fruto amadurecido e a velhice, aquela muito alem da donzela e da jovem, da mãe e da ama, aquela a qual nomeamos de Anciã e encera em si o Mistérios da vida e da morte.
Deixemos que esta flor, a Grande Mãe das águas da alma, a Grande Deusa da vida flua através de nos e nos guie nesse mundo aonde o feminino é tão desprezado!

*IN Magna Mater - Rosa Maria Oliveira (citação roubada à MULHERES & DEUSAS)



Sobre o seu perfume eu descanço
Sobre o seu peito eu me deito
Sobre o seu canto e eu danço

Sobre sua morte eu renasço
Sobre sua vida eu morro
Sobre sua proteção eu persevero

Sobre a tua dor eu me abalo
Sobre a tua dor eu consolo
Sobre a tua dor eu choro

Sobre tua alma eu descanço
Divina e imortal
Terrena e infernal

Sobre teu misterio eu medito
Sobre teu misterio eu me encontro
Sobre teu misterio eu aprendo

Minha Grande Mãe!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PARAR POR UM TEMPO


VOLTAR SE Á FONTE MATER


Os dias passam molha e chove e eu não sei do que vou falar aqui na Alta Sacerdotisa e o mais curioso que este é um trabalha ainda está no seu preludio e ainda estamos bem longe do fim...E que me deu a impressão que eu já falei tudo...
NÃO TENHO IDEIA DO QUE FALAR, me sinto desanimada e desinspirada a escrever qualquer coisa, por mais uma virgula de exoterismo barato (eu nunca assim pensei dos meus textos, mas se quiser fazer apenas o Blogue "render" poderia ficar postando qualquer tolice de coisas de fadas, incensos, ervas e tabelas numerologicas...ou como é mais popular os mestres iluminados e seus Guerreiros da Luz)...Não eu não continuaria apenas por continuar e mostrar minha força e como sei do que escrevo, e politica e blá blá blá...
A Deusa está em meu coração mas sinto que pelo menos por um tempo tenho que dar uma parada nesse Blogue e voltar a Fonte, a Magna Mater, a Grande Fonte e a Mãe Natureza...
Chegou um tempo em que tenho de realmente voltar para dentro e sentir ali mais uma vez o chamado da Deusa...Falar por falar ou melhor dizendo, postar por postar não adiantará em nada para o nosso Trabalho ( a divulgação do Feminino Sagrado).

Enquanto eu não sentir esta chama me queimando por dentro invadindo minha alma e meu ser, enquanto eu não sentir Ela não poderei escrever nem mais uma virgula, por isso eu mesma lamento, mas ficarei algum tempo afastada.
Se a Deusa nos favorecer voltarei em breve

Obrigada,
Gaia Lil

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CHAMA INTERIOR SAGRADA


Héstia, a guardiã do fogo sagrado, caminha nas moradas de todos, deuses e mortais, recebendo suas reverências e a gratidão eterna. Gloriosa é a Sua luz e abrangente o Seu poder, pois sem Sua presença ninguém poderia sobreviver. Por isso, serão sempre Suas as primeiras e as últimas oferendas, nos rituais e nas orações diárias.

Hino de Homero (adaptado)

Héstia era a filha primogênita do casal de Titãs Rhea e Chronos, uma das doze divindades olímpicas que, em troca do direito de permanecer virgem, cedeu seu lugar no Monte Olimpo para o deus Dionísio. Apesar de sua importância como Deusa guardiã da lareira, da família e da comunidade, Héstia não tinha um templo específico, nem foi “personificada” em imagens ou estátuas. Mesmo invisível no plano físico, Ela era a mais presente divindade na vida humana, sendo representada pela luz e pelo calor do fogo, honrada em cada casa, cidade e nos templos dedicados aos outros deuses. O fogo aceso nos altares dos templos e nas lareiras das moradias era o pedido e o convite para que Héstia se tornasse presente, trazendo as bênçãos da iluminação. Héstia não tinha rituais específicos, sendo a veneração da chama sagrada a maneira antiga e atual para sua reverência e invocação.

Ela recebia as honras em primeiro e último lugar, em razão dos direitos especiais de seu nascimento e renascimento. Conta o mito que, à medida que a Deusa Rhea dava à luz aos seus filhos, Chronos os engolia, por temer ser por eles destronado. Quando Zeus nasceu, Rhea conseguiu enganar Chronos, dando-lhe uma pedra enrolada em panos para engolir e escondeu Zeus na gruta do Monte Ida, onde ele foi criado por sacerdotes e amamentado pela cabra Amalthea. Quando se tornou adulto, Zeus deu um vomitório para que Chronos expelisse todos os filhos por ele engolidos; a última a ser devolvida foi a primogênita Héstia, daí seu título de “a primeira e a última”.

Diferente de outras divindades, Héstia jamais participou das disputas ou intrigas entre os deuses, nem das guerras promovidas por seus irmãos, adquirindo, assim, o direito de ser reverenciada como o centro da casa e do templo e de receber as honras e oferendas em primeiro e último lugar. Por ter imposto sua vontade de permanecer virgem e de jamais aceitar um homem na sua vida, Ela (assim como Ártemis e Athena) era invulnerável às flechas de Eros e aos feitiços de amor de Afrodite.

Poucos escritos existem sobre Héstia, sendo que a principal fonte de informação está nos hinos do poeta Homero. Sua importância para o povo grego estendia-se além das reverências e oferendas a Ela dedicadas, que eram feitas antes de cada refeição ou ritual. Como sua bênção era pedida para o fortalecimento da unidade familiar, uma mulher, quando se casava, recebia em sua nova moradia uma tocha acesa na lareira da casa materna, levada por sua mãe para consagrar o lar dos recém-casados, demonstrando a importância da continuidade da energia ancestral feminina e do elo entre mãe e filha. Quando uma criança nascia, aos cinco dias de vida sua família reunia-se ao redor da lareira e a apresentava à Héstia, pedindo Sua bênção e permissão para a admissão no clã familiar.

Além de ser o elo entre humanos e o plano divino, Héstia também era a protetora dos templos e das comunidades. O Estado era uma continuação da família e cada cidade tinha nos templos um santuário – chamado Prytantis – e uma lareira dedicada à Héstia, zelada pelas sacerdotisas chamadas Prytantes. Visitantes e viajantes pediam as bênçãos para sua estadia ou viagem nestes santuários e os suplicantes e foragidos neles encontravam asilo e proteção. Do templo principal era levada a chama para abençoar as novas cidades e colônias e acender novas lareiras, sendo Héstia o elo que ligava o lar ancestral da capital aos confins do império, da mesma maneira como era feito com a continuidade do fogo materno para com seus descendentes.


Como arquétipo, Héstia representa a essência (em grego a palavra é essia), o centro da psique, a própria chama interior da natureza divina. Ela também simboliza a energia feminina invisível que permeia um lugar ou situação e que torna esse local sagrado.


Como Deusa Virgem, personifica o conceito da auto-suficiência, ou seja, “ser completa em si mesma”, sem precisar da presença de um pai, marido, filho ou amante. Nessa condição, ela podia seguir seus próprios valores e caminhos, sem lutar pelo poder, sem ter que se submeter à autoridade masculina ou fazer concessões.

O termo latino para “lareira” é focus e, na interpretação astrológica, o asteróide Vesta define a capacidade de focalização e concentração em um determinado objetivo, o que exige a prática do silêncio, introspecção e meditação. Para as mulheres marcadas por sua influência (seja pela presença relevante do asteróide no mapa natal ou através de uma conexão voluntária), o estado de contemplação e as práticas de focalização tornam-se mais fáceis. Mesmo atividades corriqueiras ou afazeres de casa podem ser um meio para ordenar pensamentos e silenciar a mente, encontrando assim momentos de quietude, introspecção e harmonia interior. Conectando-se com a energia de Héstia, a agitação e pressa, a habitual cobrança e o senso exagerado do dever e fazer tornam-se menos importantes; realça-se, assim, o valor e a necessidade de estar conscientemente no “aqui e agora”. Cada vez que uma mulher cria ordem, beleza, paz e harmonia em um ambiente, ela consagra esse espaço.

Desde a pré-história, o fogo era o centro da vida comunitária, pois, além de fornecer luz e calor, era o ponto de encontro dos clãs e dos conselhos de anciãos, sendo também um símbolo de hospitalidade e proteção. Para as mulheres contemporâneas, momentos de solidão e de silêncio são requisitos necessários para o centramento e para as práticas espirituais. Apesar do ritmo agitado da vida e das pressões e exigências modernas, as mulheres que buscam seu crescimento e evolução espiritual não precisam ir para o longínquo Avalon, nem se retirar em um mosteiro ou ashram. Basta criar um tempo e espaço sagrados, formar um grupo ou círculo junto com outras mulheres, ter um propósito e um centro espiritual e permanecer em silêncio e meditação. O mergulho no âmago das essências individuais possibilita encontrar a conexão e a força nutridora de Héstia. A representação do centro pode ser uma vela ou lamparina, um cristal, uma mandala ou a imagem da luz divina.

A versão romana de Héstia era personificada por Vesta e seus cultos diferiam em alguns aspectos. Vesta também era uma força sagrada estabilizadora e centralizadora, protetora das famílias e cidades. No entanto, suas sacerdotisas – as Vestais – tinham maior prestígio e atuação do que as Prytantes já que os romanos tinham um número maior de festividades públicas para reverenciar Vesta do que os gregos, onde o culto era concentrado nos lares. O fogo sagrado de Vesta era velado no Forum Romanum por seis Vestais, em um templo esférico que reproduzia a Terra, cujo perímetro era proibido aos homens após o anoitecer. As Vestais eram escolhidas entre as filhas de famílias nobres e deviam servir por trinta anos, dos quais dez eram de aprendizado, outros dez de sacerdócio e os últimos para ensinar as novas Vestais. Elas deviam manter sua castidade, estando submetidas a regras severas, como no caso de infração ao seu voto, quando eram enterradas vivas. Como recompensa, recebiam alguns privilégios: convites para jantares com autoridades, os melhores lugares nos teatros e arenas e passeios de carruagem; elas não eram submetidas à autoridade paterna, podendo possuir bens e, depois dos trinta anos de serviço, podiam se casar. Por serem consideradas imbuídas de poderes especiais, eram honradas por todos e podiam perdoar condenados caso passassem perto deles. Sua pureza era considerada a garantia da segurança e salvação de Roma e por isso era vigiada em permanência pelo Sumo Pontífice. Com o passar do tempo, as vestais se tornaram “bodes expiatórios” e foram usadas para fins políticos, sendo-lhes atribuídas as causas de desastres naturais ou as derrotas nas batalhas, por, supostamente, terem infringido seus deveres e quebrado o voto de castidade. Durante as festividades de Vestália, que duravam de 7 a 15 de junho, as matronas romanas descalças e veladas seguiam em peregrinação para levar o pão por elas assado como oferenda para os templos. No final do festival, as Vestais fechavam o templo, lavavam-no e depois abriam-no com um banquete oferecido às divindades, contando apenas com a presença de mulheres. Uma vez por ano, no dia primeiro de março, o fogo sagrado era apagado e novamente acesso ritualisticamente pela fricção de dois paus, revelando o simbolismo oculto de Vesta como deusa geradora e sustentadora das mulheres e das famílias.

Atualmente foi perdido o respeito pela continuidade da união familiar com a reverência e gratidão ao sagrado antes das refeições. Vivemos na era do fast food, com todas suas conseqüências nefastas: falta de diálogo e convívio entre pais e filhos, distúrbios alimentares, diabetes e obesidade. Por não mais honrar e ancorar a energia unificadora e protetora de Héstia em nosso cotidiano, negando o lugar de honra do Seu fogo sagrado em nossas casas, canalizamos o aspecto sombrio e destrutivo do fogo, que se manifesta no superaquecimento global, nos desequilíbrios e conflitos religiosos, na falta de respeito e de reverência perante o sagrado e a natureza.

No entanto, o arquétipo de Héstia permanece esquecido e oculto em nosso inconsciente e caberá a nós – mulheres conscientes de sua força e missão espiritual – reacender o fogo sagrado, em nós, em nossas vidas e famílias. Para isso, precisamos encontrar novas formas de manter a união e harmonia familiar, cuidando da alimentação saudável dos filhos, evitando a poluição ambiental e mental pelo consumismo, a invasão dos alimentos refinados e processados. Podemos e devemos criar singelos momentos de silêncio e de gratidão pelo pão diário, em uma oração conjunta nas refeições ou ao redor da chama de uma vela.

O nosso desafio – como mulheres, filhas, esposas ou mães – é saber como combinar as exigências do mundo externo, estressante e caótico, com a missão ancestral de cuidar da casa, da harmonia familiar e da manutenção da chama sagrada. A resposta se encontra nos pequenos gestos: unir-se em conversas sem assistir TV ou ler jornal, incentivar encontros familiares em datas sagradas, informar-se sobre os alimentos saudáveis, mobilizar pessoas para grupos de estudo e oração, preservar a coesão e sintonia grupal evitando discussões, disputas e competições. Quanto mais isso ocorrer e melhor forem o bem-estar e harmonia alcançados e compartilhados, mais fácil será despertar e ativar o fogo sagrado de Héstia no coração de outras pessoas, criar núcleos luminosos no centro das moradias e das comunidades, para poder curar corpos e mentes e fortalecer a essência divina de todos.


IN: http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/78

PACHAMAMA, O RESPEITO A NOSSA MÃE


Somos seus filhos, Mãe, ouça nossa prece, Mãe,
Nós que viemos para este mundo, Mãe, pelo teu útero, Mãe,
Hoje nós lutamos e destruímos você
Por favor, Mãe, queremos viver em harmonia
Ajude-nos a compreender e cuidar de você
Por favor, Mãe, ajude-nos a viver em harmonia
Ouça nossa prece, Pacha Mama
Ajude-nos a aprender como agradecer e amar você.


(canto para Pacha Mama)

Para os povos nativos, conceitos atuais como “respeitar a Mãe Terra” ou “honrar todos os seres da criação” eram verdades milenares que constituíam a base de suas tradições religiosas. Conhecida e reverenciada por inúmeros nomes, conforme o local de seu culto, a Terra sempre foi nossa Mãe – no entanto, nem sempre amada ou honrada.

Sem precisarem de sofisticadas teorias ecológicas, os povos andinos nunca deixaram de amar e reverenciar Pacha Mama, a provedora de todos os alimentos, nutridora e protetora de seus filhos. A agricultura existia nos Andes desde o século 3 a.C. e incluía avançadas técnicas de irrigação, de seleção e de adaptação de diversas espécies vegetais, em função dos fatores geográficos e climáticos. A religião praticada pelas tribos andinas, antes de sua conquista pelos incas, refletia, de forma singela, sua permanente observação e conexão com as forças da Natureza e os ciclos das estações.

Os elementos naturais (Sol, Lua, estrelas, vento, nuvem, chuva, arco-íris, relâmpago, terra, água, montanha) eram divinizados e reverenciados com cerimônias e oferendas. Até o século XIII, quando os incas conquistaram e dominaram as tribos esparsas, impondo sua hierarquia social e religiosa e introduzindo os bárbaros sacrifícios humanos (de prisioneiros, crianças e virgens), as oferendas dos camponeses eram simples, assim como seu modo de viver. Oferecia-se milho: em grão, farinha ou fermentado como bebida (chicha), raízes, frutas, folhas de coca, fumo e sangue de lhama. Diariamente, as famílias colocavam um pouco de sua comida no chão, agradecendo a Pacha Mama por ela. No plantio ou na colheita, as mulheres salpicavam fubá sobre a terra e falavam suavemente com Pacha Mama, pedindo ou agradecendo a fartura da colheita.

Era importante lembrar e agradecer sempre à Pacha Mama, para que ela não se zangasse e assumisse seu aspecto de dragão, que sacudia a terra e provocava terremotos, enchentes, geadas ou secas. Os viajantes deixavam oferendas nas encruzilhadas antes de iniciarem suas caminhadas, também se pedindo a proteção de Pacha Mama antes de subir uma montanha, de forma a evitar o mal de alturas ou a queda nos precipícios (castigos que ela infligia àqueles que a desrespeitavam ou ofendiam suas criaturas).

Até hoje, nos lugares mais isolados da Bolívia, Peru e Equador, são realizados rituais e oferendas tradicionais para agradecer a Pacha Mama pela saúde, trabalho, bens e prosperidade. Acredita-se que Pacha Mama também tem fome e que precisa ser alimentada antes de lhe ser pedido qualquer favor. As oferendas, às vezes, são queimadas, junto com resina de copal, para que a fumaça leve as orações para todos os cantos da terra.

Como no mês de abril celebra-se o Dia Internacional da Terra, nada melhor para marcar essa data do que realizar um ritual pessoal ou coletivo de gratidão para a Terra, que é nossa eterna Mãe
.


IN: http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/28

SABEDORIA ORACULAR DA MULHER


"Sabemos pelos antigos egípcios que a imagem de uma serpente era o hieroglífico para a palavra Deusa, e que a serpente era conhecida como o Olho, Uzait, um símbolo da revelação e sabedoria místicas. A Deusa serpente conhecida como Au Zit era a divindade feminina do Baixo Egipto (norte) nos tempos pré-dinásticos. Mais tarde tanto a Deusa Hathor como Maat eram ainda conhecidas como o Olho. A uréu, uma serpente erecta, é freqüentemente encontrada ornando as testas da realeza egípcia. Além disso, erguia-se na cidade egípcia de Per Uto um santuário profético – possivelmente na localização de um santuário anterior dedicado à Deusa Ua Zit – que os gregos conheciam por Buto, o nome grego para a própria Deusa serpente.

O bem conhecido santuário oracular de Delfos erguia-se igualmente num local originalmente identificado com a adoração da Deusa. E mesmo em tempos gregos clássicos, após a sua conversão e à adoração a Apolo, o oráculo falava ainda através dos lábios de uma mulher.

Era ela uma sacerdotisa chamada Pítia, que se sentava num banco de três pés, em volta do qual se enlaçava uma serpente chamada pitão. Além disso lemos em Esquilo que neste mais sagrado dos santuários da Deusa era reverenciada como a profetiza primordial. Isto sugere de novo que, em tempos relativamente recentes como a era clássica grega, não fora ainda esquecida a tradição, própria da sociedade de parceria, de buscar a revelação divina e a sabedoria profética através das mulheres.“*

Fonte: O CÁLICE E A ESPADA – Riane Eisler "A NOSSA HISTÓRIA, O NOSSO FUTURO"
IN:
http://rosaleonor.blogspot.com/2010/02/o-caminho-da-serpente.html

A VOZ ORACULAR DA TERRA

TÊMIS, A DEUSA DA JUSTIÇA


Têmis é filha de Gaia e Urano e pertence, portanto, ao mundo pré-olímpico dos Titãs, do qual só Ela e Leto aparecem mais tarde entre os olímpicos. Seu nome significa "aquela que é posta, colocada". Sua equivalente romana era a Deusa Justitia.

Têmis não representa a matéria em si, como sua mãe Gaia, mas uma qualidade da terra, ou seja, sua estabilidade, solidez e imobilidade. Ela é uma Deusa que falava com os homens através dos oráculos. O mais famoso de todos os templos oraculares da Grécia Antiga, Delfos, pertencia originalmente a Gaia, que o passou a filha Têmis. Depois disso, ele foi de Febe e só no fim foi habitado por Apolo. Há pesquisadores que afirmam, no entanto, que Têmis é o próprio princípio oracular, de modo que, em vez de ter havido quatro estágios de ocupação do oráculo Delfos, foram só três: Gaia-Têmis, Febe-Têmis e Apolo-Têmis. Portanto, Têmis tinha máxima ligação com a questão das previsões oraculares e, no fundo, representa a boca oracular da terra, a própria voz da Terra, ou seja, Têmis é a terra falando. Quando o titã Prometeu foi acorrentado ao Monte Cáucaso, Têmis profetizou que ele seria libertado. Sua profecia se concretizou quando Héracles, salvou-o do seu castigo. Foi Têmis quem alertou Zeus que o filho de Tétis seria uma ameça à seu pai.


Ajudou Deucalião e Pirra a formar a humanidade após o dilúvio enviado como castigo por Zeus, profetizando que ambos deveriam "jogar os ossos de sua mãe para trás das costas". Pirra ficou temerosa de cometer algum sacrilégio ao profanar os ossos de sua mãe, não captando o sentido da profecia. Deucalião, porém, entendeu tratar-se de pedras os ossos da Deusa-Terra, mãe de todos os seres. Assim ele atirou pedras para trás e delas surgiram homens.

Os oráculos dados por Têmis, não profetizavam só o futuro, mas eram ainda, mandamentos das leis da natureza às quais os homens deveriam obedecer. A Deusa nos fala de uma ordem e de uma lei naturais que precedem as noções culturalmente condicionadas da organização e das regras derivadas das necessidades de uma sociedade.

Alguns pensadores crêem ser Têmis uma abstração das noções humanas de uma justiça de uma cultura específica, presumivelmente matrifocal. Uma visão arquetípica, sustentaria que Têmis não é o produto da organização social, mas o pressuposto para tanto. Sua existência psicológica precede-o e subjaz ao entendimento humano do que ela quer dizer ou ensinará. A visão arquetípica localizaria sua origem na natureza psíquica, no inconsciente coletivo, ao invés de localizá-la na cultura e na consciência coletiva. Ela não é secundária, e sim fundamental. Entretanto, nos cultos à Têmis eram celebrados os "mistérios" ou "orgias", emprestando-lhe a visão que ela era uma Deusa genuína, e não uma simples personificação da idéia abstrata de legalidade. Têmis é a Deusa oracular da Terra, ela defende e fala em nome da Terra, do enraizamento da humanidade em uma inabalável ordem natural.

Um dos atributos de Têmis é sua grande beleza, além do poder de atração de sua dignidade. Sua atratividade física é confirmada pelo mito em que Zeus a persegue com seu estilo desenfreado e, finalmente, a desposa.

Seu mais ardente adversário no Olimpo foi Ares, o deus da guerra cujo o apetite por violência e sede de sangue não conhecia limites. Não porque Têmis fosse contra a guerra, mas agia com motivos de ordem ambiental, pois a guerra reduziria a população humana. Na qualidade de mãe das Horas (e pai Zeus), Têmis está também por trás da progressão ordenada do tempo na natureza. As Horas representavam a ordenação natural do cosmo: inverno e depois primavera, dia depois a noite, uma hora após a outra.

Sua outra filha com Zeus, Astraea também era uma deusa da justiça. Conta-se que ela deixou a Terra no fim da Idade do Ouro para não presenciar as aflições e sofrimentos da humanidade durante as idades do Bronze e do Ferro. No céu ela tornou-se a constelação de Virgo. Também Têmis foi transformada em uma constelação, Libra. Outras filhas suas são: Irene e Dike. Esta última está relacionada com a representação da divindade da justiça. Temis e Dike elucidam o lado ético do instinto, a voz miúda e calma no seio do impulso. Dike para a humanidade é a função de base institual muito sintônica com o que Jung chama de instinto para reflexão. Têmis é ainda, mãe de Prometeus e Atlas.

Têmis empunha uma espada em uma mão (poder exercido pela Justiça), enquanto com a outra sustenta uma balança (simboliza o equilíbrio, entre as partes envolvidas em uma relação de Direito). A venda que lhe cobre os olhos, simbolizando a imparcialidade da justiça e a igualdade dos direitos, foi criação de artistas alemães (séc. XVI). Outros símbolos: a lâmpada, a manjerona e "pudenda muliebria". O significado da manjerona é sexual e tem ligação com a fertilidade. Esta planta misteriosa é uma planta lunar e tem ligação com a influência fertilizadora da Lua sobre a Terra. Mas a manjerona também tem ligação direta com outro emblema de Têmis, "pudenda muliebria", que vincula a Deusa à fertilidade e à sexualidade, de modo direto e inequívoco. Sabe-se que havia orgias vinculados ao culto de Têmis e certamente, estes ritos eram de natureza sexual. Como devotas de "pudenda muliebria", as adoradoras de Têmis dedicavam-se a rituais e práticas altamente sexualizadas.
Têmis que mobiliza a energia sexual, transforma esta energia em amor e atenção para com o mundo, em justiça e equilíbrio para todos, assim como em novos rebentos para todas as formas de vida. As descargas da libido que fluíam entre Têmis e suas adoradoras serviam não só para estreitar laços entre a Deusa e suas devotas, mas também aproximavam cada uma delas e o mundo todo.

Ao presidir as reuniões de cunho político do Olimpo, Têmis manifesta o teor organizacional de sua dignidade e justiça. Têmis congregava às reuniões com seriedade moral e obrigava os grandes e poderosos a ouvir, de modo consciencioso, as objeções e contribuições dos irmãos e irmãs menos proeminentes. A Deusa opunha-se à dominação de um sobre muitos e apoiava a unidade mais que a multiplicidae, a totalidade mais do que a fragmentação, a integração mais do que a represão. Nessa atividade de contenção e vinculação, Têmis revela o princípio operado pela consciência feminina: a lei do amor.

Têmis era a deusa da consciência coletiva e da ordem social, da lei espiritual divina, paz, ajuste de divergências, justiça divina, encontros sociais, juramentos, sabedoria, profecia, ordem, nascimentos, cortes e juízes. Foi também inventora das artes e da magia.

ZEUS E TÊMIS

Têmis foi a segunda esposa de Zeus, depois de Métis e antes de Hera. É Ela que temperou o poder de Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais. Sendo uma Titã, suas raízes são instintivas e pré-olimpicas e estende-se à frente, para incluir uma visão cósmica das operações finais e essenciais do universo inteiro. Além de esposa e conselheira, Têmis é também mentora de Zeus. Em um mito ela aparece como ama de leite de Zeus bebê, ensinando-o a respeitar a justiça.

No casamento de Zeus e Têmis vemos duas forças, uma solar e outra lunar, trabalharem coligadas com poucos conflitos à serem observados. Zeus era o rei todo-poderoso, absoluto, um padrão arquetípico que governa a consciência coletiva, que tanto cria como mantém uma coletividade. Mas é Têmis, que movimentando-se dentro de vários outros padrões arquetípicos, desestabiliza o absolutismo e as certezas de Zeus. Ela movimentava-se em uma direção contrária, nunca deixando de incluir o máximo possível. Têmis exercia portanto, um efeito de abrandamento. Entretanto, o casamento do dois não foi de total doce harmonia, pois embora transitasse sabedoria entre eles, os ditames de um e do outro, sempre tinham um preço muito elevado, pois nada possui solução definitiva.

Na imagem de Zeus consultando Têmis, podemos aceitar uma boa dose de troca. Zeus é quem rege e decide, enquanto Têmis assume uma atitude mais suave e dá seu toque relativizador que procede de perspectivas mais abrangentes.

DIÁLOGO COM TÊMIS

Têmis chega até nós com sua espada da justiça da natureza e nos diz que é tempo de refletir. O instinto reflexivo rompe o elo estímulo-resposta e, no intervalo desta descontinuidade, nós humanos temos a oportunidade de perceber conscientemente uma situação. A reflexão desenflama a superestimação que a pessoa faz de si e conserva-o atento a sua verdadeira imagem de seu lugar na ordem natural das coisas e manter as proporções certas, justas e humanas.

Quando você tiver um conflito interno, uma pressão muito grande, medite e chame por Têmis para alcançar o equilíbrio e a sabedoria para solucionar estas questões. Deixe então sua voz da consciência falar, pois ela é a voz de Têmis.Confie no julgamento de Têmis, pois só Ela é a Deusa oracular da Terra.

Em seguida, inicie sua reflexão repensando estas questões:

1. Descreva uma época em que os valores para você deram um giro de 180 graus.

2. Recorde épocas que você sentiu completamente perdido, fisicamente ou emocionalmente. Ou talvez não havia nenhum caminho espiritual à ser seguido. Também, recorde um momento em que você sentiu-se perfeitamente equilibrado.

3. Você teve alguma experiência que passou na vida que ainda recorde? Que passagens importantes ainda conserva em sua memória? Pense nelas e de que forma elas passaram para sua consciência?

4. Há momentos em sua vida que você se sente em débito com seu carma? Há pessoas que acreditam que só se conservarão vivas, enquando este débito não seja compensado.

5. Pode você descrever alguma passagem de sua vida que já recebeu o justo castigo de Têmis? Você é uma pessoa que consegue manter o equilíbrio entre o otimismo e o pessimismo?

6. Você acredita em destino, carma, fado? Que experiências pessoais lhe levaram a acreditar?

7. Você já passou por um período de fatalidades em sua vida?

8. Escute agora sua consciência, pois esta é a voz de Têmis.


RITUAL



Execute este ritual na Lua Crescente ou Cheia. Acenda um incenso de jasmim ou lótus. Deite suas cartas de tarot sobre o altar. Encha um cálice com vinho ou suco de uva e coloque a sua frente e acenda duas velas roxas, uma de cada lado do cálice.

Erga a mãos sobre seus instrumentos advinhatórios e diga:

Deusa da Lua e da Magia,
Deusa dos Mistérios,
Mostre-me a resposta que venho buscando,
Revele-me todos os destinos.

Beba três goles da bebida. Embaralhe as cartas e deite-as da maneira que desejar. Após terminar o processo divinatório, levante-se, erga os braços e diga:

Honra àqueles que me ajudaram.
Agradeço livre e sinceramente.
Sua orientação será para sempre apreciada e aceita.
Assim seja.

As velas não precisam queimar até o fim, podendo ser reutilizadas para outros rituais divinatórios.

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto

"O direito não é justiça, porque o direito é um elemento de cálculo, enquanto que a justiça é incalculável."


IN: http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusatemis.htm

AS SACERDOTISAS DA DEUSA ASERÁ


“AS PROSTITUTAS SAGRADAS”


O termo de “prostituta sagrada” é na sua acepção actual incorrecto para o contexto da época. Antes do cristianismo lhe dar essa conotação pejorativa, durante milénios o Culto da Deusa Mãe e a sexualidade da mulher era sagrada e a liberdade do seu corpo igualmente enaltecida pelo amor, como forma de dádiva e iniciação amorosa. O termo de que deriva hierodulae queria exactamente significar o contrário dessa acepção de hoje e significava Mulher sagrada, porque dedicada ao culto da Deusa e desse modo era a Iniciadora do Amor ao mais alto nível e não a meretriz dos nossos dias a que associamos a prostituta.


Conforme passo a citar:


“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do tempo da Deusa, que desempenhava um papel importante no dia a – dia do mundo clássico.

As sacerdotisas de Deusa e os seus importantes encontros iam até ao período Neolítico (7000-3.500ª.C.), tempos em que Deus era honrado e amado no feminino em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.
No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da Deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavam-nos templos da Deusa do amor do Médio Oriente eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano. Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa.

Em alguns períodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que alguns dos profetas de Iavé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”


In Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD (Quetzal)

IN:

domingo, 21 de fevereiro de 2010

VEM GRANDE MÃE!



Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas cultura Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo.


DEUSA-TERRA


Vem Mãe Terra,
Vem Grande Hera
Deusa Toda-Poderosa
Vem Senhora da minha alma
Vem com a liberdade


Para que eu possa
Cantar te em gloria
Vem Grande Mãe
Vem Deusa renegada e ocultada
Vem Mãe Terra Primitiva
Comedora de Ossos...


Eu não temo Tua face!
Vem, Senhora Minha
Vem Matronae
Mãe da Terra
Vem Velha Deusa
Trazendo do mundo antigo
A mensagem de esperança ao nosso mundo atual

Vem fonte da minha alma
Vem até mim
O Deusa do Meu nome
Grande Gaia
Dai nos suas bênçãos
E que elas Abram as portas de um novo milénio.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

RESPEITAR A TERRA MÃE

MAGNA MATER


"A diferença é maior do que pensava. Até mesmo aqueles que trabalham a terra, quando são cristãos, adotam um modo de vida que está muito distanciado desta terra; dizem que seu deus lhes deu o domínio sobre todos as coisas que crescem e sobre todos os animais dos campos. Ao passo que nós, moradores dos montes e pântanos, florestas e campos distantes, sabemos que não é nosso o domínio da natureza, mas sim ela que nos domina, desde o momento em que a luxúria se agita nas virilhas de nossos pais e o desejo no ventre de nossas mães para nos gerarem, sob o domínio dela, até nosso crescimento nesse ventre e nosso nascimento no devido tempo, mesmo a vida das plantas e animais que tem de ser sacrificados para nos alimentarem, vestirem e dar-nos forças para vivermos... Tudo isso está sob o domínio da Deusa que se faz sentir, dela que não é apenas a Senhora Verde da terra frutífera, mas também a Senhora Negra da semente oculta sob a neve, do corvo e do gavião que trazem a morte aos vagarosos, e dos vermes que trabalham em segredo para destruírem aquilo que já cumpriu seu tempo, até mesmo Nossa Senhora da ruína e destruição e morte, no fim..."
em As Brumas de Avalon, A Grande Rainha, de Marion Z. Bradley

Na nossa sociedade, é muito comum a mentalidade de que a terra nos pertence, tanto pela sociedade cristã - Deus deu o domínio sobre a terra e seus animais ao homem - quanto pela sociedade patriarcal e burguesa que vê em a terra simplesmente como bem material. As pessoas não reparam que, na verdade, nós apenas jogamos, quem dita as regras é Ela.
Nós, como mulheres e homens da nova era que se aproxima, devemos honrar a terra e a todos os seres que nela vivem. Devemos resgatar em nossa consciência a sacralidade da Deusa.

“Ouça Seu canto, pois Ela canta em tudo que Há”.


http://eradafilha.blogspot.com/2008/04/deusa-domina.html

RAINHA DA ÁFRICA...


Nzinga Mbandi Ngola, A Rainha Ginga
(1587-1663)

Indomável e inteligente Soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dosmbundus no território Ndongo, hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro, ambos pareceram compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo. Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses, incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um tratado (1656) com o governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu, então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu, continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha, reine d’Angleterre Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766). Ainda hoje é reverenciada como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores, antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência à ocupação dos portugueses do território angolano e o conseqüente tráfico de escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança desta rainha africana na defesa de sua nação.
Fonte:

dec.ufcg.edu.br/biografias/Ginga000.html

NA ERA DA FILHA...

Porque a mulher atual não toma como exemplo a força das governates, sábias e sacerdotisas do passado e tenta mais uma vez voltar se para politica não tentando ser como um homem mas tentando negociar e levar a cabo uma politica de parceria entre homens e mulheres e descentralizando o poder do estado e da politica que parece pertencer apenas aos representantes masculinos da nação e até estando na mão dos religiosos...
Até hoje quem toma as decisões acerca do que acontecem com as mulheres, isto é, assuntos femininos são tão somente os homens ...Eles discutem legalização da prostituição e o aborto...O incrível é que estas decisões que cabem quase que exclusivamente ao poder de decisão mulher a cerca de seu corpo estejam nas mãos dos homens e não das mulheres...É mais ainda incrível que as mulheres não se levantem contra estas forças e politicas do patriarcado mas pelo contrario as alimentam e nutrem...Escravas do lar bem sei e tratam a natureza, a Natureza Mãe como uma matéria inerte e morta...
Mas quando a natureza se revolta todos choram e dizem como Deus ( ou a Deusa?) é mau e injusto e como a natureza deve ser melhor "dominada"...

A bem sei, sei bem até demais...
Quem dera não saber tanto!
Nutram suas almas mulheres e homens e respeitem a Terra Mãe
Senão vocês não serão nem capazes de pensar as consequencias!

Gaia Lil

SENHORAS DA AFRICA:RAINHAS-MÃES


Os gregos e os romanos usavam o termo "Candaces" como nome próprio para designar as rainhas africanas com as quais estabeleciam relações políticas. O título foi comum a todas as 14 rainhas que governaram o império Méroe, na antigüidade, região da atual Etiópia. Subvertendo a lógica da dominação destinada às mulheres desde os tempos antigos, as Candaces simbolizam o Poder Feminino, não só de procriar, mas de lutar por seu território e por sua cultura, conquistando respeito, espaço e também prosperidade.Os historiados testemunharam que estas Candaces ocupavam-se da administração civil, dirigiam exércitos, o comércio e as relações diplomáticas. Algumas vezes cita-se a Candace como a Rainha Mãe, com poder suficiente para ter a última palavra no processo de seleção do faraó.
A mais conhecida destas rainhas foi a Candace Amanishakheto, rainha do reino sudanês de Napta e Meroe, nos tempos do Imperador Augusto, que se nega a submeter-se e assedia as legiões romanas. No ano 20 a.C. faz uma incursão no Egito, saqueando todas as cidades por onde passa até Elefantina. Arrastada pelas tropas romanas, solicita a paz e volta para o seu reino, q
ue graças ao tratado concluído entre Amanishakheto e o Imperador Augusto prospera ainda durante mais de duzentos anos.


IN: http://eradafilha.blogspot.com/2010/01/rainhas-africanas.html

A BELEZA E A FORÇA DE INANNA


INANA, a Deusa que ousou explorar o reino da morte, era a Deusa primordial da antiga Suméria, na região que agora chamamos IRAQUE.
Deusa do céu e da terra, da soberania e da fertilidade, era a mãe da cultura humana, a que trouxe a civilização a este mundo.

O CAMINHO DA DEUSA de Patrícia Monaghan

Antes de descer
pegou em todos os seus instrumentos
de poder, os sete
símbolos da sua majestade:
colocou na cabeça
a coroa do deserto,
pôs pequenas contas lápis-lazuli
em volta do pescoço
e contas mais alongadas
escuras e lustrosas,
caiam até aos seus seios
onde duas perfeitas
jóias ovais no seu peito pendiam;
segurou na mão
a vara de medir
e a linha também,
pôs no pulso
a argola de ouro.
Depois de sombrear os olhos
com o khol sedutor,
e atirar sobre os ombros
o manto dos céus,
a Deusa INANA
começou a sua viagem,
começou a sua descida aos infernos.

O céu é meu, a terra é minha
Eu sou uma guerreira

Há algum deus que me possa vencer?
Os deuses são pardais, eu sou um falcão

Os deuses arrastam-se como bois
Eu sou uma magnífica vaca selvagem!


(nesse tempo as vacas eram sagradas e não loucas...)

Mito e significado e Inana.

"O CAMINHO DA DEUSA" - O LIVRO


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O PODER DA MÃE MANIFESTADO NA NATUREZA


A ALMA E A FONTE DO PODER DA MULHER

A receptividade aos desígnios da Deusa, da Anima Mundi e a expressão do amor fraternal são condições imprescindíveis para a sacerdotisa tântrica. Sua generosidade encerra um poder incalculável, uma reserva energética inexaurível, que convenientemente dirigidos, promovem a libertação da ignorância e a iluminação.

O amor é a chave da iluminação, o verdadeiro amor, que é caracterizado pelo despertar do chacra cardíaco. Somente podemos dar aquilo que possuímos, portanto somente uma sacerdotisa, que possua este centro de força vibrando, mesmo que parcialmente, pode fazer vibrar em uníssono, o centro cardíaco daquele que busca a iluminação, somente ela pode ser investida dos poderes ilimitados da Shakti.
Enxertos de Trantrismo e o Culto a Grande Mãe.

É PRECISO AMAR A MÃE TERRA E A MULHER DEUSA...
(...)

"Queridos, nós lhes trazemos um novo mundo de amor e de carisma. Nós não lhes diremos como será o mundo; este é o seu trabalho e o seu sonho, mas as pessoas que têm o poder serão aqueles que curaram a sua criança interior e os seus pais interiores, suas vidas passadas e os seus antepassados. Eles serão aqueles que têm o poder de sonhar e de criar os seus sonhos.

O que exatamente está acontecendo é que qualquer manifestação através de forças negativas começará a se desacelerar e no decorrer dos próximos anos chegará a um término. Não será mais aceitável que o plano da Terra viva na escuridão. O plano da Terra se moverá para a luz, haverá oportunidades para novas religiões e uma nova base de poder para estas religiões. O poder será distribuído mais uniformemente pelo mundo e as novas religiões manterão a nova consciência e as novas energias.

Nós lhes pedimos que fechem os seus olhos e se interiorizem. Visualizem a Mãe Terra sob os seus pés e vejam um belo coração rosa no centro da Mãe Terra. Apenas observem o coração da Mãe Terra batendo e sintam o seu próprio coração bater. Permitam-se descer a este belo coração rosa da Mãe Terra e se sintam apoiados por um forte par de belas mãos rosa no coração da Mãe Terra.

Permitam-se ser mantidos e amados e que o seu coração entre em sincronia com o batimento cardíaco da Mãe Terra.


Permitam-se a se conectarem mais e mais intensamente com o coração da Mãe Terra. Interiorizem-se mais e mais em seus corpos e permitam esta conexão profunda, profunda, significativa com a Mãe Terra e sintam esta intensa luz rosa os envolvendo e se imaginem como uma esponja absorvendo mais e mais a bela energia rosa da Mãe e permitam que esta energia energize as energias de sua própria mãe, de sua mãe interior, e permitam-se a ligar mais e mais fortemente a sua conexão com a Mãe Terra.

Imaginem a Lua orbitando a Mãe Terra e sintam a energia da Terra enquanto ela se move ao redor da Mãe Terra. Permitam que a sua feminilidade se conecte e se sincronize com este movimento da lua ao redor da Terra. Tanto os homens quanto as mulheres têm ciclos femininos, os homens, obviamente não da mesma forma que as mulheres, que sentirão isto muito mais fortemente. Sintam o amor da Mãe Terra e a sincronia e o que a sincronia significa para vocês, pois este é o modo da Mãe Natureza de lhes mostrar quem vocês são, permitindo-lhes ver os planetas, o sol e a lua. Vocês são também um reflexo do Universo."
(...)
O VERDADEIRO AMOR
Kryon através de David Brown
26 de Janeiro de 2010
ENCONTRADO EM MULHERES & DEUSAS

FILHAS DA GRANDE DEUSA

Nos tempos da Grande Mãe qualquer mulher poderia ser considerada Sua sacerdotisa invocando Sua força para proteger a família, pedindo fertilidade e orando pela colheita farta e ainda nos tempo de hoje quando uma mulher sem treinamento algum abre sua alma a Deusa, ela mais uma vez encarna a Força da Sacerdotisa.
As mulheres simples das aldeias e mesmo aquelas que se casavam entendiam os fluxos do poder da Deusa Natureza e os ciclos lunares e solares da colheita e do plantio, sendo que os primeiros estavam associados a sua natureza sexual sagrada e seu ciclo menstrual assim como a menopausa sendo o tempo que o sangue sagrado da Deusa se retia na mulher mais velha e madura, receptáculo e vaso da sabedoria da Deusa.
Para entrar em contato com a Grande Mãe a mulher deve apenas ter a certeza, de que sabe que é capaz, que está pronta e que já nasceu sacerdotisa.

"AS MULHERES JÁ NASCEM INICIADAS NOS MISTÉRIOS"
Só sua divisão interior nos arquétipos da Santa e da Prostituta, sua alienação e sua dependência emocional e económica do homem a barra de acessar esse poder e esse conhecimento inato.

Gaia Lil

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A ÁRVORE SAGRADA DE ASERÁ

E A SERPENTE DA GRANDE DEUSA


Os antigos rituais sexuais (que atualmente são erroneamente considerados como simples cultos à prostituição) associados à adoração de Aserá, asseguravam a continuação dos padrões de descendência matrilinear, com sua sociedade afastada dos valores do dominador Os ícones dedicados a Aserá mostram pinturas de uma "árvore sagrada". Entre outros títulos, Asera era conhecida como "A Deusa da Árvore da Vida", "A Divina Dama do Éden" e "A Senhora da Serpente". Aserá era representada, as vezes, como uma mulher que carregava uma ou mais serpentes nas mãos. Era a serpente de Aserá quem aconselhou Eva para desobedecer a ordem de deus de não comer da árvore sagrada. Rituais sempre eram realizados em frente à uma árvore que representava a Deusa. Era a árvore do bem e do mal, a árvore do conhecimento, a árvore da vida, enfim, a árvore Huluppu. Esse ritual realizado em torno da árvore, chegou aos nossos dias e hoje nós a conhecemos como a Árvore de Natal. ( Deusa Aserá) A evidência mais surpreendente do poder duradouro da serpente, contudo, chega-nos com a história da expulsão de Adão e Eva do paraíso. 

É a serpente quem aconselha a mulher a desobedecer a Jeová e alimentar-se da árvore da sabedoria, conselho que desde então é considerado responsável pela condenação da humanidade à punição eterna. Há muitas tentativas dos teólogos para interpretar a expulsão do paraíso de forma que não "explica" o barbarismo, a crueldade e a insensibilidade como resultados inevitáveis do "pecado original". De fato, a reinterpretação desse que é o mais famoso mito de todas as religiões com simbolismo novo e humanista combina integralmente com a transformação ideológica que deverá acompanhar a mudança social, econômica e tecnológica de um sistema dominador para um sistema de parceria. Mas é também essencial compreendermos claramente o significado social e ideológico dessa importante história, em termos de seu contexto histórico. Na verdade, só sob tal perspectiva histórica faz sentido o fato de Eva aconselhar-se com a serpente. Não é nada casual o fato de a serpente, antigo símbolo profético ou oracular da Deusa, aconselhar Eva, o protótipo da mulher, a desobedecer às ordens de um deus masculino. Tampouco é casualidade Eva seguir o conselho da serpente, desrespeitando as ordens de Jeová e comendo da sagrada árvore da sabedoria. À semelhança da árvore da vida, a árvore da sabedoria também era um símbolo associado à Deusa na mitologia primitiva. Além do mais, sob a antiga realidade mítica e social (como ainda era o caso da Pitonisa da Grécia e depois de Sibila em Roma) uma mulher, como sacerdotisa, era o veículo da sabedoria e revelação divinas. Segundo a perspectiva da realidade anterior, as ordens desse poderoso e arrogante Deus Jeová para que Eva não comesse da árvore sagrada (fosse da sabedoria, do conhecimento divino ou da vida) teriam sido não só artificiais como sacrílegas. Bosques de árvore sagradas eram parte integral da antiga religião, assim como os ritos destinados a induzir nos adoradores uma consciência receptiva à revelação das verdades divinas ou místicas — ritos estes em que as mulheres exerciam as funções de sacerdotisas da Deusa. Assim, em termos da realidade antiga, Jeová não tinha o direito de dar tais ordens. Mas, já tendo sido elas dadas, não se poderia esperar que Eva ou a serpente obedecessem, como representantes da Deusa. O "pecado" de Eva ao desafiar Jeová e lançar-se na fonte da sabedoria foi essencialmente sua recusa em abdicar desse culto. E, como Eva — simbolicamente a primeira mulher — agarrouse à antiga fé com mais tenacidade do que Adão, o qual se limitou a seguir sua liderança, as punições de Eva seriam mais terríveis. Dali em diante, ela teria de se submeter a tudo. Não só seu infortúnio mas também a concepção — o número de filhos que deveria criar — seriam grandemente multiplicados.

Para toda a eternidade, ela passaria a ser dominada por esse Deus vingativo e seu representante terrestre, o homem. Além disso, a difamação da serpente e a associação da mulher ao mal representaram formas de desacreditar a Deusa. De fato, o exemplo mais revelador de como a Bíblia serviu para estabelecer e manter uma realidade de dominação, hierarquia e guerra masculinas não está na forma como ela lidou com a serpente. Ainda mais revelador — e, extraordinário — foi o modo como os homens que escreveram a Bíblia lidaram com a própria Deusa

O PATRIARCADO E O MATRICÊNTRICO 

A continuação de dois sistemas — um modelo dominador sobreposto ao antigo modelo de parceria — implicava enorme risco de que o antigo sistema, com todo o seu apelo ao povo sedento de paz e liberdade em relação à opressão, pudesse recobrar sua força. O antigo sistema socioeconômico, no qual os líderes dos clãs matrilineares mantinham a terra como propriedade do povo, tomava-se assim uma constante ameaça. Para consolidar o poder das novas elites dominantes, essas mulheres precisariam ser despidas de seu poder de decisão. Ao mesmo tempo, as sacerdotisas teriam que ser despojadas da autoridade espiritual. E o sistema patrilinear deveria substituir o matrilinear mesmo entre os povos conquistados — o que de fato ocorreu na Europa antiga, em Anatólia, na Mesopotâmia e em Canaã, onde as mulheres cada vez mais passaram a ser consideradas instrumentos de produção e reprodução controlados pelos homens, em vez de membros independentes e líderes da comunidade. Mas as mulheres não foram só demovidas de suas antigas posições de responsabilidade e poder. De forma igualmente crítica, com os novos progressos tecnológicos, foram usadas na consolidação e manutenção de um sistema socioeconômico baseado na superioridade.

A AUSÊNCIA DA DEUSA

Esta absoluta negação do feminino — conseqüentemente, da mulher —partilhando a divindade é extraordinária à luz do fato de grande parte da mitologia hebraica ter sido retirada dos antigos mitos da Mesopotâmia e Canaã. Ainda mais notáveis, diante de indícios arqueológicos, são as evidências de que o povo de Canaã, muito após as invasões hebraicas, e incluindo os próprios hebreus, continuou a cultuar a Deusa. Como escreve o historiador bíblico Raphael Patai em seu livro A Deusa Hebraica, achados arqueológicos não deixam "dúvida de que até o fim da monarquia hebraica o culto a antigos mitos de Canaã constituiu parte integral da religião dos hebreus". Além do mais, "a adoração à Deusa representava nessa religião popular papel bem mais importante do que o dos deuses".7 Por exemplo, no outeiro de Tell Beit Mirsim (cidade bíblica de Devir, a sudoeste da atual Hebron), os objetos religiosos mais comuns encontrados em níveis posteriores do bronze (vinte e um a trinta séculos a.C.) eram as chamadas estatuetas ou placas de Astarte. Mesmo após a invasão hebraica de cerca de 1300-1200 a.C., como observa Patai, "evidências arqueológicas não deixam dúvida de que estas estatuetas eram muito populares entre os hebreus". Naturalmente, há algumas alusões a esse fato na própria Bíblia. Os profetas Esdras, Oséias, Neemias e Jeremias reclamavam com freqüência contra a "abominável" adoração a outros deuses. Mostravam-se particularmente indignados com aqueles que ainda cultuavam a "Rainha dos Céus". E sua ira lançava-se sobretudo contra "a deslealdade das filhas de Jerusalém", as quais compreensivelmente "reincidiam" nas crenças em que toda autoridade temporal e espiritual não era monopólio dos homens. Mas, afora essas passagens ocasionais, e sempre pejorativas, não há vestígios da existência — ou possibilidade de existência — de uma deidade não-masculina. Fosse como deus do trovão, da montanha ou da guerra, ou posteriormente como o deus mais civilizado dos profetas, há um só deus: o "ciumento" e inescrutável Jeová, que na mitologia cristã posterior envia seu único filho divino, Jesus Cristo, para morrer, assim expiando os "pecados" de seus filhos humanos. Embora a palavra hebraica Elohim tenha raízes femininas e masculinas (por acaso explicando como na primeira história da criação no Gênese tanto a mulher quanto o homem puderam ser criados à imagem de Elohim), todas as outras denominações da deidade, tais como Rei, Senhor, Pai e Pastor, são especificamente masculinas. Se fizermos uma leitura da Bíblia como literatura social normativa, veremos que a ausência da Deusa é a mais importante evidência sobre o tipo de ordem social que os homens que escreveram e reescreveram ao longo de muitos séculos este documento religioso lutaram para estabelecer e preservar.

Simbolicamente, a ausência da Deusa nas Escrituras Sagradas oficialmente sancionadas representava a ausência de um poder divino que protegesse as mulheres e vingasse os erros que lhes fossem infligidos pelos homens. Enxertos de O CÁLICE E A ESPADA - Riane Eisler

NOTA:

É no entanto, é interessante lembrar que o significado do nome "Eva" é "MÃE DE TODOS", e Adão significa "FILHO DA TERRA" - e isso já é suficiente para estabelecer sua antigüidade em relação à própria Bíblia. Certamente trata-se de um mito passado de geração em geração, via oral (como de hábito naqueles povos), que falava de uma GRANDE MÃE e de seu Filho. Mito este que foi modificado e adaptado PELO PATRIARCADO para a BÍBLIA na pretensão de desacreditar o culto á Deusa-Mãe e justificar a dominação das mulheres por parte dos homens sendo que na Bíblia a primeira mulher não foi feita igual ao homem mas feita apartir dele, enquando que no mito original falava de como o homens e mulheres nasciam do ventre da Grande Mãe de Todos. Mais do que nunca, com um mundo a beira do caos e da destruição se a Mulher não unir sua sexualidade com sua espiritualidade e se libertar dessa cisão interior (a Prostituta cheia de "luxúria" e a Virgem "santíssima") e não assumir o poder da Deusa e sua responsabilidade social como governante, política e Mulher consciente sem imitar os padrões "masculinos" de dominação, não assumir sua Força Sagrada de Sacerdotisa da Deusa, sua Fonte Interior, não avançaremos um só passo sequer em rumo a uma sociedade de parceria e/ou a uma Nova Era (verdadeiramente nova) Este ano sob a energia da Imperatriz e sob o selo da manifestação da Grande Mãe, a Mulher precisa , mais uma vez, dar seu corpo e sua alma a Deusa assumindo todo o seu potencial interior, conscientizando e mudando o Mundo os valores da sociedade. Deixemos que a Deusa renasça mude o Mundo e torne realidade todos os nossos sonhos.

Gaia Lil

MAGNA MATER: LEMBRAR O PASSADO REMOTO


EVOCAR A DEUSA CIBELE

Uma das manifestações da Grande Mãe. Que governa as colheitas, sustenta as cidades, devolve à mulher o seu papel de sacerdotisa.
Enquanto os homens saíam para caçar, nós ficávamos nas cavernas, no ventre da Mãe, cuidando de nossos filhos. E foi aí que a Grande Mãe nos ensinou tudo.

"O homem vivia em movimento, enquanto ficávamos no ventre da Mãe. Isto nos fez perceber que as sementes se transformavam em plantas, e avisamos aos nossos homens. Fizemos o primeiro pão, e os alimentamos. Moldamos o primeiro vaso para que eles bebessem. E entendemos o ciclo da criação, porque nosso corpo repetia o ritmo da lua.Nós, as mulheres, que entendemos e amamos a Grande Mãe. Pagamos nossa sabedoria com as perseguições e as fogueiras, mas sobrevivemos. E agora entendemos seus mistérios."

-Cibele ou Cíbele era originalmente uma Deusa da Frígia, designada como Mãe dos Deuses ou Deusa Mãe, a Magna Mater (Grande Mãe) . Deusa do poder de Fertilidade da Natureza, seu Culto começou na Ásia Menor e se espalhou por diversos territórios gregos.


Sob o antigo título grego, Potnia Theron, também associada com a Deusa Mãe minóica, remonta às raízes pré-históricas neolíticas da "Senhora dos animais".
republicado.

Existe um ditado popular que diz: "Deus não podia estar em todos os lugares então criou as mães"
Mas discordo :
"A Mãe não tinha seios suficientes para todos, então os seres humanos cultuavam várias divindades para que cada um tivesse as dádivas da Mãe"

Gaia Lil

"NEHALENNIA, GUIE-ME NOS CAMINHOS QUE DEVO AGORA PERCORRER..."


Nehelennia (Nehalennia) – “A Protetora dos Viajantes”

Reverenciada como a protetora dos marinheiros e viajntes do mar, Nehelennia pode ser considerada uma versão mais suave de Hel. Era representada acompanhada por cachorros (símbolos do mundo subterrâneo), segurando um cesto de maçãs (simbolizando a vida e imortalidade) e tendo ao lado a imagem de um barco.

Nehelennia era cultuada antigamente em uma ilha perto da Holanda e invocada antes das viagens. Infelizmente, seu culto foi esquecido e muito pouco se sabe a seu respeito, apesar de seu nome ter dado origem a Netherlands, os Países Baixos. Escavações arqueológicas revelaram centanas de menires e altares com inscrições a ela dedicadas, comprovando a permanência de seu culto no litoral do Mar do Norte até os primeiros séculos desta era. Foi encontrado, também na Holanda, um altar intacto, datado do século I A.E.C. e coberto pela areia, com uma estátua de Nehelennia sentada em um trono, segurando uma cesta de maçãs e acompanhada por um cachorro.

Nehelennia era invocada pelos marinheiros e todos aqueles que viajavam no mar. Mas ela era também uma Deusa da abundância e da plenitude, conforme comprova a cesta com frutas em seu colo.

Elementos: água, terra.

Animais totêmicos: cachorro, cavalo-marinho, gaivota.

Cores: verde, azul.

Árvores: frutíferas.

Plantas: cereais.

Datas de celebração: 06/01.

Pedras: malaquita, turquesa, água-marinha.

Símbolos: maçã, barco, vegetação, cesto, mar, ilha, círculos de menires (chamados hunnebeds)

Runas: Raidho, Hagalaz, Laguz, Yr, sendo que as três priemrias podem ser usadas em telismãs de proteção para viagens no mar.

Rituais: proteção em viagens marítimas; para atrair abundância e melhorar a produtividade.

Palavras-chave: plenitude.

-Mirela Faur “Mistérios Nórdicos”

A SACERDOTISA DELA...

Oh, Senhora da luminosa trilha lunar
e das rotas marinhas traçadas pelos claros raios do sol,
as trilhas de dragão de monte a monte
e todos os sagrados caminhos ocultos,
Oh, Senhora Elen dos Caminhos...

Da charneca e colina ao pântano e charco teus cães nos guiarão em todos os nossos dias; pelas trilhas tortuosas traçadas pelos homens Doce Senhora mostra-nos todos os caminhos, Oh, Senhora Elen dos Caminhos...

Quando a visão enfraquece e a coragem falha, que a tua luz nos conduza para fora do labirinto; quando nem a força nem os sentidos valem, que o teu amor ensine ao coração novos caminhos, Oh, Senhora Elen dos Caminhos...

- Vai a uma festa? - perguntei, indicando as frutas.
- Não, embora vá visitar uma dama ilustre... estou indo ao templo de Nehalennia, para agradecer pela viagem segura. Convido-a a me acompanhar.
- Eu gostaria de ir. Philip, você deve encontrar Constantius e dizer-lhe para onde fui. Viducius me levará para casa.
Philip fitou o negociante com certa suspeita, mas afinal nós havíamos acabado de fazer toda uma viagem marítima em sua companhia. Enquanto o rapaz se afastava depressa, Viducius me ofereceu o braço.
O templo situava-se na colina no extremo norte da ilha, um claustro quadrado circundando o santuário central, cuja torre era apenas visível acima dele. Entre os altares votivos que se enfileiravam ao longo do caminho, vendedores haviam armado barracas, oferecendo medalhas de cobre com figuras de cães ou a imagem da deusa, mais maçãs para as oferendas, e vinho, pães e lingüiças fritas para os devotos famintos. As frutas que Viducius estava levando eram muito melhores do que qualquer coisa à venda ali e nós passamos adiante desdenhosamente, a fim de cruzar a entrada que dava para o pátio pavimentado.
Eu havia visto templos mais belos, porém nesse havia uma tranqüila informalidade, com o telhado vermelho e as paredes de cor creme. Havia mais altares ali - Viducius deteve-se para mostrar-me o que seu pai Placidus dedicara há muito tempo. Em seguida, ele entregou um áureo à sacerdotisa e puxou a ponta da toga para cima, a fim de cobrir a cabeça, enquanto entrávamos no santuário, iluminado por janelas em arco, no alto da torre. Sobre um pedestal no centro da câmara, erguia-se a imagem da Deusa, esculpida em uma pedra avermelhada. Ela segurava nas mãos um navio, mas a seus pés estava esculpida uma cesta de maçãs e, ao lado, um cachorro que se parecia tanto com Eldri que lágrimas me vieram aos olhos.
Quando pude enxergar de novo, o negociante estava colocando as maçãs diante do pedestal. A estátua da Deusa olhava serenamente para além dele, o cabelo puxado para trás em um coque simples, a roupagem tombando em pregas graciosas. Ao contemplar aquele olhar fixo esculpido, senti um arrepio de reconhecimento e puxei para trás o véu, a fim de descobrir a lua crescente sobre a minha testa.
Nehalennia... Elen dos Caminhos... Senhora, em uma terra estranha eu a encontro! Proteja-me e guie-me na estrada que devo agora percorrer...
Por um momento, o meu silêncio interior encobriu todo o ruído exterior. Naquela quietude, eu ouvi não uma voz, mas o som de água jorrando de um tanque. Parecia a Fonte do Sangue em Avalon e ocorreu-me então que todas as águas do mundo estavam ligadas e, onde houvesse água, o poder da Deusa brotava.
Alguém tocou-me o braço. Pisquei os olhos e divisei Vi¬ducius, que havia terminado as suas preces. A sacerdotisa do santuário estava à espera, para nos acompanhar na saída. Sem intenção, as palavras me vieram:
- Onde fica a fonte?
Ela fitou-me surpreendida, depois o seu olhar se desviou para o crescente na minha testa e ela inclinou a cabeça, com o respeito devido a uma colega.
Fazendo um sinal a Viducius para que permanecesse no mesmo lugar, ela me conduziu por trás da estátua até uma abertura no chão. Cautelosamente, segui a mulher pelos degraus de madeira até a cripta abaixo do santuário, murada com pedra em estado natural e cheirando a umidade. A luz bruxuleante de lâmpadas a óleo se refletia em placas e imagens pregadas nas paredes e cintilava em espirais vagarosas na superfície escura do tanque.
- A água do Rhenus é salobra onde ele se mistura com o mar - disse ela em voz baixa -, mas esta fonte é sempre pura e fresca. A que Deusa você serve?
- Elen dos Caminhos - eu lhe respondi -, que pode ser a face que a sua Senhora apresenta na Britannia. Ela guiou-me até aqui. Não tenho ouro mas, se me for permitido, oferecei este bracelete de azeviche bretão.
Fiz com que a pulseira redonda deslizasse pela minha mão e a deixei cair nas profundezas ocultas da fonte. Quando ela tocou a água, os reflexos dispersaram-se em uma explosão de lantejoulas, depois se uniram de novo em um redemoinho reluzente.
- Nehalennia aceita a sua oferenda... - disse a sacerdotisa em voz baixa. - Que a sua viagem seja afortunada.


Trecho de A Sacerdotisa de Avalon -Marion Zimmer Bradley