"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

COMPLEXO DE CASSANDRA



†MΛЯČΣĻΦ ŠΙŁVλ ŞǺЙTΩs† disse...

Desculpe frustrar tudo que vc acredita,
mas Jesus e o único que e digno de toda honrra glória e louvor...
Ele é o Alfa e o Omega...
Ele é o Caminho a Verdade e a Vida
e NINGUÉM vem ao Pai se nnão por Ele
n sei se vai acreditar
se acreditar bom pra vc...
se n... a minha parte eu fiz....
caso queira mais informações, meu bolg ta ai n vo me esconder

qualquer coisa e so postar um novo comentario pois estarei seguindo este post...

19 de Outubro de 2009 15:30




HÁ MILHARES DE ANOS, CASSANDRA, ÚLTIMA PITONISA DA DEUSA-MÃE FOI VOTADA AO DESCRÉDITO POR APOLO, O DEUS QUE DESTRONOU O ORÁCULO DE DELFOS E MATOU A PITON.DESDE AÍ, A MULHER QUE ERA A PÍTIA, SACERDOTISA DA DEUSA, DEIXOU DE SER INTÉRPRETE DO DIVINO PARA O HOMEM, SACERDOTE DE APOLO, SERVIR OS INTERESSES EXCLUSIVOS DOS GUERREIROS E CHEFES E NÃO A ORDEM ESTABELECIDA ENTRE O CÉU E A TERRA E O SEU EQUILÍBRIO...ESSA É A CULTURA GREGA-ROMANA QUE HERDAMOS E A QUE PREVALECE AINDA NOS NOSSOS DIAS.ASSIM A VOZ DAS MULHERES É VOTADA AO DESCRÉDITO DESDE QUE NASCEM...SEJAM ELAS CULTAS OU INCULTAS O COMPLEXO DE CASSANDRA ESTÁ INCULCADO NELAS E NELE SE REVELA O SEU SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA...
Rosa Leonor

GAIA LIL:

Eu tal como Cassandra estou acostumada a ser votada ao descrédito e a loucura ou então a maldade.Diferente do "Cristo-Rei" ou do Deus Pai porem afirmo que a Deusa não é ciumenta nem deseja ser só ela cultuada...E também creio de que pouco adiantara eu comentar este assunto, falar dialogar, falar de liberdade religiosa...Eu ainda me lembro (embora tenha gente que me julgue louca ou possuída por demónios por lembrar) de quando um tribo de Aqueus vindas la de longe trouxeram Zeus e seu sistema patriarcal e patrilinear (linhagem pelo ramo masculino da família o que é um absurdo e anti-natural) de ser uma das sacerdotisas da Deusa Hera (é a vida passada cujas memorias me estão mais claras) lembro de ter sido forçada por um guerreiro sacerdote a me ajoelhar diante da imagem de Zeus como se Ele e não Hera fosse a fonte original...
Eu me ajoelhe mas não sem depois ter derrubado usando o meu corpo a estátua de Zeus ante o Trono da Deusa...Me lembro que fui perseguida e linchada pelos guerreiros.... A repressão do culto a Deusa começou bem antes do cristianismo em si...

Eu ainda tenho memorias de outras vidas...É claro que falar de coisas assim tão profundas e importantes na Internet é quase se expor ao ridículo..Mas uma coisa mais profunda que eu deseja falar da minha historia.Eu que durante estes 16 anos em que habito neste corpo masculino que eu não escolhi mas aceitei, eu que sempre estou acostuma a ser calada ou silenciada quando falava em tais coisas....

É claro que pelos psicologos uma mulher como eu pode ser tachada ou de louca histérica, ( ou maligna segundo os religiosos) ou excentricamente de Mulher- Perséfone
Eu me lembro de coisas que muitas de hoje em dia ainda não sabem ou lembram....

Coisas que não vou escrever para não ser exposta como tantas vezes fui , nesta e em outras vidas ao descrédito e a loucura.

Não venham por favor me adular alegando que sou fantasiosa ou imaginativa...Eu já estou farta de ser tida como louca!
Nas raízes deste blog eu ingenuamente coloquei as memorias de minhas vidas passadas (apenas algumas e de raro em raro)

Tudo que escrevi até agora foi para chegar a seguinte conclusão: o que eu faço ou deixo de fazer é importante porque na medida que vejo mulheres se desenvolvendo e praticando, realizando rituais a Deusa e levando a Sua sabedoria para o mundo e começo a me lembrar apenas das partes boas ou interessantes destas vidas e o ciclo de pesadelos noturnos e colapsos tende a diminuir, começo a me sentir outra vez viva e importante outra vez vejo a Deusa nutrindo os corpos e mostrando revelando ensinando, a colheita e semeadura outra vez começo a a pensar que afinal de contas estas memorias não são um simples disperdicio de mente me serão úteis.E começo a pensar no futuro nas coisas que desejo realizar nos sonhos e nas mulheres que desejo amar, nos homens que me serão carinhos e na vida que enfim pode ser digna!

Eu começo a me animar quando vejo as mulheres se reunindo e começo a sentir de novo aquela onda do Poder da Deusa que me vem como uma maré e abraça a minha alma.

E penso que talvez do mesmo modo que Cassandra desiludida e desacreditada fora fundar uma cidade e um templo em honra Deusa, talvez eu junto com outras mulheres possa fundar um novo mundo centrado no Útero que envolve todas as coisas, em vez do mundo voltado para o falo e para a destruição, um falo apontado para cima indo ao céu e afastando todos da beleza e do amor da vida no corpo da Terra Mãe.

Pensar neste novo mundo lava minhas feridas e me faz esquecer as coisas ruins desta e das outras vidas , as coisas que eu tive que suportar, bem como outras mulheres como eu, que são todas tachadas de Perséfone....

Quem sabe um dia Nossa Voz, A Voz das Mulheres, a Voz da Grande Deusa Mãe, a Voz da Vida não será ouvida?

Gaia Lil
( Muitas vezes penso em desistir...mas sinto que uma força mais profunda me move e guia meus passos...)
VENERAÇÃO significa:
ADORAÇÃO DE VÊNUS (AFRODITE) OU VÊNUS+ORAÇÃO


“A Catedral de Chartres, como muitas catedrais cristãs dedicadas à Virgem Maria, fora erigida num local de peregrinação consagrado à Deusa, antes do cristianismo. Maria era particularmente venerada em Chartres. Na própria palavra venerada esconde-se a Deusa Vênus.

(...) A catedral a Maria foi construída onde a Deusa era antes homenageada, muito antes do cristianismo e até antes dos gregos e das suas deidades. Tipicamente a Deusa tinha uma miríade de nomes. Ali em Chartres, continua a ser homenageada nos seus aspectos de virgem e mãe, só que, em vez de se chamar Ísis, Tara; Deméter ou Artémis, tem o nome de Maria.

Tal como todos os sítios onde a Deusa era cultuada se tornaram locais de igrejas cristãs, também os seus símbolos foram aproveitados. Por exemplo, antes de se tornar o símbolo de Maria, a rosa vermelha desabrochada estava associada a Afrodite (Vênus) e representava a sexualidade amadurecida. Em Chartres, que é dedicada à Virgem Maria abundam as rosas. A luz derrama-se através de três belas rosáceas de vitral, enormes, e uma rosa simbólica constitui o centro do labirinto. Este tem uma extensão de 666 pés, exactamente. Seiscentos e sessenta e seis era o número sagrado de Afrodite, segundo Barbara Walker. Na teologia cristã passou a ser um número demoníaco.”

Porque foi diabolisado o número 666 dito o número da besta? Porque sendo dedicado à Deusa Afrodite (Vênus), a Deusa do Amor e do Erotismo, fazendo parte do culto antigo à Grande Deusa, a Deusa “pagã” da sensualidade e da fertilidade e de todos os rituais de consagração à Terra Mãe, às estações e forças da natureza, tinha de ser reprimido e portanto só posteriormente o culto da Deusa é chamado de paganismo já com toda a carga pejorativa e perseguidos os seus seguidores, nomeadamente as mulheres, de forma violenta e radical pelo cristianismo que se ia infiltrando e adoptando os lugares de culto da Deusa e assim como os seus lugares sagrados de peregrinação e veneração, tal como as suas vestes que ainda hoje os padres usam na missa.

Reprimido o culto a Deusa e denegridos os seus símbolos, como a serpente e outros, caiu no esquecimento, assim como a primazia do Princípio Feminino e os seus valores, que correspondem à Época do Matriarcado, transformadas que foram em santas cristãs as “deusas” de todo esse período histórico, denegridas e inferiorizadas as mulheres ou apagadas da nossa história, a ideia que se faz do Paganismo hoje em dia é obscura e corresponde a uma ideia deturpada pela igreja católica ao longo dos séculos. Até hoje, quando se fala de paganismo se pensa em hereges e bruxas e sacrifícios de pessoas e animais, gatos pretos que dão azar e números treze, tal como a história da bruxa que come meninos...quando na verdade significavam exactamente o contrário, tal como o número 666 correspondia ao culto de Vênus, o Feminino que a igreja de Roma (o contrário de Amor) destruiu e amordaçou através de crimes e torturas, mortes e perseguições as mais macabras, perpetradas mais tarde pelo seu Santo Ofício que imperou durante mais de três séculos....

A igreja de Roma, apagou de tal forma todos os vestígios da VENERAÇÃO da Deusa Vênus ou de qualquer outro nome que a Deusa tivesse - consoante a língua falada no local e época - assim como o fez com Maria Madalena nos Evangelhos, que parece que o PAGANISMO seria uma religião bárbara e brutal quando se tratou exactamente do contrário.

É inconcebível que no século XXI o Papa Ratzinger associe o Nazismo ao Néo-Paganismo...pois “sabemos que houve mais mulheres queimadas numa estaca do que as assassinadas com gaz nos fornos nazis do holocausto da Segunda Guerra Mundial.” Isto prova que Ratzingar continua a perseguir e a denegrir a Deusa e a Mulher, movido pelo antigo medo e a misoginia dos padres, bispos e cardeais, que continuam activos de forma consciente e deliberada. Eles continuam a lutar contra as mulheres e a sua liberdade, para que estas continuem esmagadas debaixo da pata da Besta-Negra e nisso são iguais aos fundamentalistas islâmicos e outros.

Como sabemos sobejamente “no patriarcado básico, a sexualidade da mulher e a sua capacidade para gerar filhos pertence exclusivamente ao marido, e não à própria mulher. As áreas da sexual e sensual são receadas e reprimidas. Na nossa memória colectiva feminina, sabemos que a morte por lapidação, assim como a violação, o empobrecimento e a prostituição forçada eram castigos de uma sexualidade não sancionada. Por conseguinte, muitas vezes o terror acompanha sensações sexuais proibidas, relembrando que o poder de Deus foi orientado contra a Deusa e a autonomia das mulheres.” *

TRAVESSIA PARA AVALON J.S. Bolen
IN:
http://rosaleonor.blogspot.com/2005/08/venerao-significa-adorao-de-vnus.html

O CULTO AS MADONAS NEGRAS

A TERRA-MÃE

O CULTO A DEUSA JAMAIS PODE SER TOTALMENTE DESTRUÍDO...

A cor negra se deve à Cultos muito antigos, talvez até mesmo pré-históricos, relacionados com a terra, ao Útero, Mãe Terra, Deusa Mãe, que também era conhecida no paganismo como a Deusa de fertilidade, fecundidade, tais como os cultos célticos e mesmo os cultos anteriores, muito mais antigos, como os Cultos de Cibele, Deméter e da Deusa egípcia Ísis, esta última é, muitas vezes, representada em estátuas com um bebê, Hórus, em braços, afirmando categoricamente que as Virgens Negras são símbolos do Matriarcado.

AS VIRGENS NEGRAS.

As Virgens Negras são registros valiosos de uma época em que a Terra era reverenciada como Mãe e todas as criaturas eram Seus filhos. Diferentes das Virgens Brancas - que personificam dogmas e virtudes cristãos de obediência e resignação-, as Negras têm em comum as qualidades telúricas e sua localização em sítios arqueológicos que comprovaram a existência de deusas pré-cristãs.Tradições religiosas antigas – como a gnóstica, hebraica e cristã –contém elementos da mitologia e iconografia das deusas asiáticas, sumérias, egípcias e européias, guardando a sua associação com luz e sabedoria, mas desprovidas da unidade primordial entre céu e Terra. Inúmeras das imagens e estátuas destas deusas são negras, cor que evoca o mistério impenetrável da Fonte Criadora. Ísis e Shekina são cobertas por mantos ou véus pretos, Cibele era venerada como um bloco de pedra preta, Deméter e Athena tinham versões escuras e a belíssima e tocante estátua de Ártemis de Éfeso, a Mãe dos mil seios, era negra.

Nos primórdios do cristianismo o princípio feminino era representado por Virgens Negras e Brancas e por uma multidão de santas, todas brancas, com exceção de Sara, a Egípcia, padroeira dos ciganos. À medida da expansão e do fortalecimento da religião cristã, as estátuas de mármore e bronze das deusas pré-cristãs foram destruídas, seu culto perseguido e proibido. Porém, em lugares remotos dos países cristianizados, fieis dos antigos cultos preservaram seus ídolos domésticos e pequenas estátuas, escondendo-os nas grutas e fendas da terra, em criptas dos templos antigos, perto de fontes e rios e no oco das árvores. Alguns foram encontrados na proximidade dos centros religiosos dos cátaros e templários e nos lugares onde foi preservado o culto da Mãe Divina e de Maria Madalena. Em todos estes locais “apareceram” posteriormente e de maneira milagrosa imagens das Virgens Negras, encontradas por pessoas humildes, animais ou crianças. Muitas delas foram perdidas ou destruídas por fanáticos e guerras, enquanto sua verdadeira origem e significado estavam sendo esquecidas. No entanto, sua lembrança influenciou gerações posteriores de escultores e artistas religiosos que reproduziram suas imagens, surgindo assim representações mais recentes, com características e trajes cristãos, mas preservando a cor negra. No século VII e VIII chegaram na Europa estátuas originais das deusas antigas trazidas do Oriente Médio pelos Cruzados. Na Idade Média os altares dedicados à Virgem Negra na Europa eram os mais procurados e venerados. Os antigos locais sagrados e templos das deusas pré-cristãs foram adaptados à nova religião e dedicados à Maria, para quem foram “transferidos” atributos e poderes da Deusa, pois não tinha sido possível extinguir da alma popular a veneração milenar de uma Mãe Divina. A partir do século X o culto das Mães negras se intensificou de tal forma que ultrapassou o do Pai e Seu Filho. Reis, guerreiros, camponeses, mulheres, doentes e peregrinos se ajoelhavam juntos perante as imagens das Virgens milagrosas nas inúmeras igrejas e grutas a Elas dedicadas nos países europeus, orando, fazendo seus pedidos e deixando votos e contribuições. Milagres e aparições aconteciam com freqüência, principalmente curas de mulheres, enfermos e crianças. A Virgem Negra tornou-se motivo predominante na literatura mística e alquímica dos séculos XII e XIII e o impulso para a construção de inúmeras catedrais, igrejas e permanentes romarias.

As tentativas da igreja cristã para explicar a cor negra das estátuas eram equivocadas e sem fundamento, alegando escurecimento pela fumaça das velas ou reações químicas dos pigmentos das tintas. Era necessário ocultar e distorcer o verdadeiro significado da cor preta, atributo milenar da terra, do inconsciente, da fase escura da Lua, do poder misterioso e sagrado da mulher, da sabedoria ancestral que aceitava a morte seguida pelo renascimento, assim com o dia segue à noite. O culto da Virgem Negra representava a perpetuação do princípio feminino em uma cultura e religião patriarcal e misógina e por isso devia ser abolido ou desacreditado. Apesar da oposição dos teólogos cristãos, da perseguição pela Inquisição, da destruição de inúmeras imagens pelos protestantes, revoluções, guerras e reformas políticas, do “disfarce” tingindo as estátuas de branco, o fenômeno complexo e multifacetado das Virgens Negras persistiu ao longo dos séculos. As fogueiras da Inquisição foram seguidas pela frieza da Era da Razão e do materialismo científico, que antagonizava tudo o que era relacionado ao princípio feminino. Porém, no século XIX e XX aparições marianas reanimaram o culto da Virgem Negra e a necessidade de conciliar religião e sexualidade trouxe de novo os valores telúricos e femininos à consciência coletiva. Algumas das Virgens Negras se tornaram símbolos religiosos e mesmo padroeiras nacionais, como a Virgem de Guadalupe, a Madona Negra de Czestochova (Polônia) e a nossa Senhora de Aparecida. Atualmente intensificou-se o movimento internacional ao redor de imagens de Madonas e Deusas Negras na esperança de criar uma ponte de ligação entre grupos étnicos, movimentos ecológicos e feministas, teologia da libertação e teorias filosóficas e políticas.No aeroporto de San Francisco, Califórnia, existe uma escultura de Beniamo Bufano reproduzindo uma Madona Negra com seios nus, semelhante à deusa Astarte, enquanto outra na Califórnia evoca Ísis. Em 1991 na Polônia houve um “encontro” de Madonas Negras, que reuniu em exposição a hindu Kali com a Virgem de Guadalupe e a Madona de Czestochova. A intensa e extensa veneração da Madona Negra na Itália tem um equivalente no Brasil no culto das deusas afro-brasileiras e nas oferendas anuais nas praias para Iemanjá, a Negra Mãe das águas, enquanto na França, em Saintes Marie dela Mer procissões, missas e oferendas no mar reverenciam a negra Sara Kali.

Apesar da diversidade de aparências, origens e antiguidade, as Virgens Negras evocam as memórias ancestrais do culto da Grande Mãe, fonte de vida e regente de todas as suas fases, do nascimento à morte e regeneração. Elas são a continuação - sob uma nova denominação e na nova religião - da reverência ancestral ao sagrado poder feminino. Autênticas ou réplicas modernas das antigas estátuas, as Virgens Negras evocam a sua origem ctônica, aquática e vegetal e as memórias ancestrais da Mãe Terra, pois a sua antiguidade supera a das religiões e civilizações. Elas têm um intenso poder de cura e transformação, pois as Virgens Negras possuem o antigo axé das deusas telúricas, Senhoras da vida, morte e regeneração. A sua aparição nos sonhos, visões e terapias das mulheres contemporâneas representa uma mensagem do feminino sagrado e transcendente, um incentivo para transpormos as pontes que nos afastam e separam e o aviso urgente e premente de reconhecermos o poder sagrado da Terra e da mulher, da diversidade de todas as formas de vida e da necessária inclusão em uma harmoniosa e abrangente parceria. Nossa sobrevivência como Filhos da Terra depende da nossa capacidade de resgatar, honrar e cuidar da Sua luz, que brilha oculta na escuridão da nossa inércia, indiferença, esquecimento ou ganância.

Mirella Faur IN:
http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/70

O FILHO-ESPELHO DA DEUSA LUA


"Afrodite introduziu a quarta mulher, apresentando-a da seguinte maneira : " Esta é a Lua, a Deusa que é feita de uma célula de cada mulher. Ouça com atenção tudo aquilo que ela lhe falar, pois sua voz representa a voz de todas nós. Seu canto é a melodia de todas as mulheres quando fazem amor, quando limpam a casa, quando criam os filhos, quando trabalham, quando sonham, quando brigam, quando blasfemam, quando perdoam e quando enfeitiçam com suas obras. Nunca se esqueça de suas palavras e guarde-as bem guardadas no coração.".
A Lua, que até ali permanecera calada, aproximou-se com passos de bailarina e com voz de oceano me disse as seguintes palavras :





Eu sou Senhora do sangue sagrado
a meretriz dos sucos vaginais.
Sou aquela que encarna o pecado
e habita as grotas infernais.
Fui eu que te dei o desejo
que desenhei no teu corpo
todos os riscos do sexo.
Fui eu que te embalei nos braços
e disse a todas que eras mulher.
Sou eu que ainda te guio
nos descaminhos que inventaste.
Sou eu que sustento as violações
de um corpo que mutilaste.
Tu, que és parte de mim mesma
esqueceste o lugar que te gerou.
Tomaste um rumo avesso e contrário
e renegaste quem te criou.
Mas tu és lua, mulher e loba
e serás assim até o instante final.
Não serás ferida,
porque és cura.
Não serás dor,
porque és prazer.
Não serás culpa,
porque és vida.
Não serás certeza,
porque és abismo! "

(Marcia Frasão- Panela de Afrodite)

***


O DEUS AZUL


" O Deus Queer é considerado o primeiro reflexo visto pela Deusa quando Ela se mirava no espeho curvo e negro do Universo, fazendo amor consigo mesma para criar toda a vida. ele é a própria imagem da Deusa refletida na luz do êxtase, momento infinito da criação. Se tornou o Seu primeiro amante e é a expressão do amor puro, a alegria ilimitada e a sexualidade em suas amplas manifestações. Ele representa não a heterossexualidade ou homossexualidade em sí, mas a sexualidade como o abraço apaixonado do Divino, em cada um de nós e no Universo.


Assim, quando nos ligamos a uma outra pessoa no êxtase do amor, seja numa relação homossexual ou heterossexual, abraçamos o divino em nós mesmo, no outro e no universo. Esta é a chave para começar a conexão com o Deus Queer.


O Deus Azul é aprópria manifestação do amor. Seu nome está associado com Diana, um dos nomes sagrados da Deusa, e a raiz da palavra inglessa 'glass', significando espelho. Isto nos dá a idéia de que o Deus Azul é a própria imagem da Deusa, refletida na luz do êxtase, no momento infinito da criação.
O Deus Azul é a primeira manifestação masculina da Deusa e por isso está mais próximo da Deusa na maioria das tradições pagãs, o que nos dá mais indícios ainda de sua essência feminina.
Dian Y Glas é a própria manifestação do self profundo, aquilo que nos conecta com o Divino há tanto renegado e esquecido.
Ele é visualisado como um Deus azul prateado ou como o próprio céu azulado.
O Deus Azul está associado com a primavera, juventude e alegria. Ele é muitas vezes chamado de Espírito Pássaro e o seu principal símbolo é o Pavão com uma estrela prateada no peito."


http://respeitogay.blogspot.com/2009/11/homotheosis-deus-gay.html


(indicado por Anna Geralda Vervloet Paim)

O ESPELHO DA DEUSA

"No canto da sala uma mulher setada a uma cadeira cantarola uma melodia repetitiva.
De olhos fechados ela se balança para frente e para trás...

A mulher se senta deste modo por horas, até a sala iluminar-se pelo brilho da Lua...
O canto monótono pára, o balanço pára, a dança dos dedos pára - seus olhos se abrem....
Seu vestido sem forma está desabotoado e jogado no chão, o cabelo, antes preso ..., está desembaraçado e se espalha a sua volta numa profusão de cobre polido.

O medalhão, ela o toma amorosamente em suas mãos para saudar com um leve beijo antes de elevá-lo à aprovação do luar...
Ela grita na antiga língua das Terras de Líria, que está pronta para saudar sua Deusa...
A atmosfera é silenciosa e expectante...
...a Sacerdotisa da Lua chama pela Mãe Primordial, a quem foi devotada antes da aurora dos tempos.
A Mãe responde com o pulsar do coração de milhões de vidas e reconhece sua Filha, Irmã, Alma.

Elas se fundem em uma só - houve, alguma vez outro modo?
O círculo está completo e a Sacerdotisa da Lua foi confirmada.
A magia de seus dedos acalmará onde estiverem, a magia da sua voz curará onde for ouvida, a magia de seus olhos iluminará a Terra e todas as coisas crescerão quando ela as olhar.
O Caminho da Deusa continuará, embora para muitos seu nome seja desconhecido.
Por tanto tempo quanto se pode lembrar, o conhecimento prosseguirá e a Terra estará amparada.

Apesar do tolo medo daqueles que não compreendem , a magia continua e o segredo sobrevive, porque a Sacerdotisa da Lua é Bruxa e o que ela representa é uno com o que é vivo e tudo o que ela é continuará-pois sem ela a Terra chorará e a noite jamais entenderá, deixando de existir.
Ela é a espiral da vida - os oceanos, os rios, a queda do orvalho, a mudança das estações.
Ela é o milho da colheita e o nascimento dos pássaros.
Ela é o vento na montanha e a teia da aranha na aurora.
Todas as coisas belas são o nome que ela invoca, pois ela é o Espelho da Deusa que é vida e Mãe de todas as coisas vivas.
Se ela não continuasse ou fosse a última de tudo, toda a esperança deixaria de existir."
Todas as coisas belas são o nome que ela invoca, pois ela é o Espelho da Deusa que é vida e Mãe de todas as coisas vivas.



(Dion Fortune)

terça-feira, 24 de novembro de 2009




AS AMAZONAS - (Icamiabas)

Em torno de 400 a 600 anos atrás, existiu na região Amazônica, próximo às cabeceiras do rio Jamundá, um reino formado somente de mulheres guerreiras, conhecidas como Icamiabas, isto é, mulheres sem homens ou ainda mulheres sem maridos e, uma terceira interpretação, mulheres escondidas dos homens.. Mas há outra designação, também encontrada no rico folclore sobre elas, que as chama de Cunhã-teco-ima, o que quer dizer mulheres à margem da lei ou sem lei.

Elas viviam completamente isoladas, só mantendo contatos esporádicos com homens.

Em certas épocas do ano estas mulheres belas e guerreiras celebravam suas vitórias sobre o sexo oposto. Neste dia, uma grande festividade era organizada e elas desciam do monte onde viviam até o lago sagrado denominado "Yaci Uarua" (Espelho da Lua).
Durante à noite, quando a Lua deitava sobre o espelho da água, as Amazonas mergulhavam nela com seus corpos fortes e morenos. Após este ritual de purificação e limpeza, estas deusas da Lua clamavam pela Mãe do Muiraquitã. Os estudiosos folcloristas identificaram esta entidade como uma fada, mas ela também cabe na classificação de Grande Mãe das Pedras Verdes. Era ela que entregava a cada uma daquelas mulheres uma pedra da cor verde (jade), denominada de "Muiraquitã", onde encontravam-se esculpidos estranhos símbolos. Receberiam-nos ainda moles, porém, logo que saíam da água eles endureciam. Segundo os índios Uaboí, os amuletos eram vivos e para apanhá-los, as índias feriam-se e deixavam cair uma gota de sangue sobre o tipo que queriam. Isso feito, o animal morria e elas se atiravam na água para buscá-los.



Cada nativa trazia em seu pescoço seu talismã propiciatório de proteção material e espiritual. Mas elas também os presenteavam àqueles que seriam os futuros pais de seus filhos. Estes homens eram selecionados para fecundá-las e depois eram mantidas vivas as meninas, que mantinham a continuidade da casta matriarcal das mulheres guerreiras.

As Amazonas foram vistas pela primeira vez pelo padre espanhol Gaspar de Carvajal, cronista da expedição de Francisco de Orellana. Tal encontro ocorreu no lugar exato onde o rio Negro encontra-se com o Amazonas e não foi muito atraente a estada para estes exploradores. Ao chegarem a aldeia das índias, constataram que no centro de uma praça erigia-se um ídolo, que era o símbolo de uma poderosa Senhora, Rainha de uma grande nação de mulheres guerreiras. Uma dúzia de guerreiras investiram contra os espanhóis e tiraram a vida de vários indígenas que os acompanhavam. Carvajal as descrevia como sendo mulheres altas, belas, fortes, de longos cabelos negros, tez clara e que andavam totalmente despidas, com arcos e flechas e guerreavam como dez índios.

Esta descrição nos remete à um coração de uma caçadora também solitária, Ártemis. Estas mulheres índias representam o arquétipo mais puro e primitivo da feminilidade. Foram deusas nativas que santificavam a solidão, a vida natural e primitiva a qual todos nós podemos retornar quando acharmos necessário a busca de nós mesmos. Como Ártemis, elas possuem um amor intenso pela liberdade, pela independência e pela autonomia. Um amor que pode transparecer como agressão, pois elas sempre irão lutar para preservar sua liberdade.

AS ICAMIABAS E ORELLANA (A LENDA)




Havia já muitas mãos de lua que se prolongava aquela fugida pasmosa pelo rio abaixo, saltando cachoeiras, cortando vales, vendo igarapés, esmagado pela aventura teatral da viagem.
Se ele soubesse, de certo não teria cometido contra Pizarro, seu protetor e amigo, a perfídia que o riscara da confiança merecida por tanto tempo ao espírito do caudilho.
Enfim, o que estava feito não tinha mais remédio.
O melhor era afrontar os perigos daquela travessia acidentada e bárbara, a ver qualquer coisa de dramático naquela dificílima excursão.
Dominado por esse pensamento, D. Francisco de Orellana, de posse da barca famosa cujo comando lhe fora confiado por Gonçalo Pizarro, desembocou num grande rio de que ninguém até então lhe dera notícias.

Sua expectativa era agora excedida pelo formidável painel hídrico que se lhe deparava.
Agora, sim via-se senhor de um descobrimento e tinha a revelação de um verdadeiro e novo mar.


Absorvido pelas idéias grandiosas que o empolgavam, o famoso explorador não dormia, contemplando como um enamorado aquele lençol de água desconhecido dos cartógrafos e que parecia uma dádiva da providência à sua delirante ambição.
Muitas horas ficou assim, contemplativo e subjugado, a admirar o próprio isolamento, cercado pelo céu e pelo mar de água doce.
Afinal, exausto de distender a vista por aquela extensão indefinida, foi pouco a pouco adormecendo na fadiga e no amolecimento natural do solitário.
E o romance começou a aparecer...
Aproximando-se de uma das margens do rio, o caudilho viu-se de repente cercado por um bando de mulheres novas e lindas, arrojadas e fortes, em tudo iguais àquelas de que havia memória na Ásia e na África e de que estava cheia a história mítica dos gregos.
Lembravam a imagem das criaturas aladas que comprimiam e queimavam o seio direito, a fim de atirarem com arco mais facilmente, e que se perpetuavam por um comércio calculado e astucioso com os homens dos países vizinhos, devolvendo-lhes depois os filhos varões.
Vinam defender naturalmente aquele vale ameaçado pelo olho cobiçoso do estrangeiro.
E o ardente e imaginoso espanhol, reunindo todas as forças de que dispunha, pôs-se a combater a tribo das icamiabas, distribuindo estocadas aqui e ali, ferindo, amedrontando e conseguindo, depois de muita luta, dispersar a valente legião feminina.

Mas quanto não lhe custara em sacrifício e coragem o arriscado e duvidoso duelo!

A manhã vermelha, lastrando de claridade o espaço e as águas sacudiu num estremecimento o famoso explorador.
Abrindo os olhos, ele viu novamente a extensão verde das margens e hesitava entre o sonho e a realidade do combate.

Chegando ao vale, povoado de cabildas e ranchos, começo a indagar, aqui e ali se tinham visto passar um bando de mulheres guerreiras, com as as quais houvera batalhado arduamente na noite anterior.
Fazendo-se entender, indagava deles se não tinham visto, em seu galope romanesco, o bando das icamiabas.

E a gente rústica, ora duvidando do juízo e da pergunta desse imaginativo turbulento, ora levada pelo próprio amor ao maravilhoso, respondia-lhe com ironia ou com deslumbramento:

-Sim, passou por aqui de madrugada.

-Sim, encaminhou-se para o lado das cabeceiras.

E ainda:

-Subiu a serra de Patituna.

-Está em Jaciuaruá.

-Foi para as cabeceiras do Jamundá.

E assim, na controvertida informação dos nativos, deslumbrados ou divertidos com as perguntas do explorador, adquiriu Orellana a certeza de ter visto e de ter combatido o bando de mulheres guerreiras e de lhes ter dado seguríssima peleja.
Anunciou por todo o vale a presença daquelas heroínas que dormiam no fundo dos lagos, escaldando a imaginação dos mestiços com a notícia da legião aguerrida.
Enfeitiçados pela sugestiva façanha, o povo da região também começou a vê-las, a segui-las, a invocá-las, e, para autenticarem o sonho de Orellana, puseram-lhe o friso da tradição nativa, adornando a fantasia do viajante com uma pedra verde, úmida e lendária que seus avós encontraram no peito inquieto dos rios...

O ÓDIO DAS AMAZONAS


O que acarretou o isolamento das Amazonas e seu generalizado desejo de vingança contra os homens?

As Amazonas surgiram, justamente em um período de transição, em que o matriarcado, ou seja, um governo de mulheres, acabou sendo substituído pelo patriarcado. Essa tese está comprovada com o surgimento da "Casa dos Homens" e a realização da Grande Festa do Jurupari.

Muitas são as lendas e mitos que fazem referências ao antigo poder das mulheres e colocam a questão da transferência desse poder como uma luta, a qual o homem venceu e desde então, passou a tiranizar a mulher. A grande possibilidade é que, as mulheres que conseguiram sobreviver a essa luta, se retiraram para outras regiões, formando "reinos" por elas governados, aos quais, muitas tribos deveriam prestar tributos quando necessitassem cruzar seus territórios.

O MÍTICO JURUPARI E AS AMAZONAS






Jurupari foi o herói mítico criado pelos homens para explicar e justificar as duras leis aplicadas às mulheres, que ficaram relegadas a uma total situação de inferioridade.

Ele veio do céu e é o Coaraci Raia, o Filho do Sol, um equivalente ao "filho do Deus Sol", cuja intervenção se faz de forma direta às mulheres, retirando-lhes todo o poder.
A realização da grande Festa do Jurupari, onde não era permitida a participação feminina, foi uma das maiores causas para agravar as diferenças nas relações entre homens e mulheres. O objetivo da festa não era outro senão intimidar e despertar uma atitude mais passiva e submissa do mulherio, para maior tranqüilidade dos homens.


Existe uma lenda que diz assim:

"No princípio, após a morte do filho da virgem, eram as mulheres que tocavam paxiúba (instrumentos de sopro) e vestiam as máscaras. Mas este tinha, sem dúvida, as suas razões para não amar as mulheres. Um dia desceu do céu e perseguiu uma delas, que tinha a máscara e as paxiúbas. Ela parou para urinar e depois lavar-se. Jurupari afinal à alcançou.

Deitou-a sobre a pedra, violou-a e tirou-lhe as paxiúbas e a mácara. Desde esta época, as mulheres não devem ver as máscaras, sob pena de morte, e Jurupari instituiu definitivamente a Casa dos Homens e a Festa dos Homens."



As Amazonas seriam então, um resquício vivo, da rebelião das mulheres, que não submeteram a nova ordem social imposta herói mítico Jurupari, que introduzia o predomínio do homem sobre a mulher.
Portanto, podemos afirmar, que na Amazônia, em tempos ainda não totalmente determinados, imperava o matriarcado, mas as mulheres acabaram perdendo seu poder e Jurupari instituiu novas leis. Não conformadas com tais ditames, por diversas vezes deve ter havido a tentativa de retomada desse poder. Como não foi alcançado o objetivo e em vista da forte repressão feita pelos homens, fugiram e foram construir tribos onde viviam sós.

As tentativas dos homens de dominar tais comunidades, por certo devem ter ocorrido. Daí a belicosidade das mulheres, que estabeleceram um grande poder para se defenderem.

É interessante acrescentar, que mesmo na lenda de Jurupari, ainda se conservava a predominância da natureza feminina, pois a palavra Coaraci, segundo Barbosa Rodrigues é de significado feminino:

a) CO = verbo ser

b) ARA = o dia

c) CI = mãe, de onde....

COARACI, que dizer "MÃE DO DIA", atestando a proeminência feminina frente a radical mudança de costumes...

BUSCAS ARQUEOLÓGICAS

Dezenas de buscas arqueológicas sucederam-se no Brasil, mas foi somente na Região Norte que os guerreiros nórdicos voltam à vida e a história.


Em torno de 1871, João Barbosa Rodrigues, um naturalista, foi designado pelo Império para explorar as imediações dos rios Tapajós, Trombetas e Jamundá. Ele recolheu amostras vegetais e catalogou dados etnográficos, retornando a capital no ano de 1875, publicando em seguida, seus estudos.

A região do rio Jamundá foi escolhida por ser o local onde se presumia ser o habitat das míticas guerreiras amazonas. Nas proximidades da cidade de Óbidos, Rodrigues encontrou vestígios de uma antiga aldeia indígena, que suspeitou ser a tribo da qual as amazonas faziam parte. A medida que deu prosseguimento as escavações, mais aumentavam suas esperanças. Surgiram um grande número de cerâmicas quebradas e machados. Imediatamente Rodrigues reconheceu que os fragmentos desenterrados eram bem semelhantes aos já encontrados no Peru e na Escandinávia. Tudo indica que realmente existiu um elo de ligação entre a Europa e o Brasil e, existiu um povo mais civilizado do que se suponha, habitando estas paragens. Entre eles estavam as nossas amazonas.

OS MUIRAQUITÃS





Os muiraquitãs têm formas e tamanhos variados, mas geralmente não passam de dez centímetros. São talhados em pedras de cor verde ou azulada (nefrita, jadeíta ou amazonita) e se apresentam normalmente sob a forma de batráquios e felinos. Alguns destes ídolos possuem um orifício, que possivelmente seja para passar um cordão e pendurá-lo no pescoço. Há quem diga que tal perfuração, também podia indicar a condição do feminino, estabelecendo assim uma associação direta com a lua.

Hoje, muito poucos originais muiraquitãs existem no Brasil, a maioria foram roubados, comprados ou traficados, mas já foram encontradas em toda a região amazônica: Pascoal, no Marajó, Santarém, Obidos, Parintins, Manacapuru e outros pontos. Os de cor verde e forma matraquiana são os mais afamados, mas existem igualmente, e em maior número, os de cor de azeitona, de cor leitosa, dependendo do material que foi empregado na sua confecção.

O maior poder do muiraquitã, reside em suas propriedades medicinais e na capacidade de predizer o futuro. Alguns habitantes da Amazônia que os conservam, afirmam que é necessário aproximar-se das margens de um rio ou lago numa noite de lua cheia para despertar os poderes deste fabuloso talismã. O ídolo deve permanecer por longo tempo submergido em água e, em seguida, colocado pelo devoto sobre sua testa. Os muiraquitãs arredondados são específicos para as mulheres, enquanto que os maiores e mais longos devem ser usados pelos homens. Existem também aqueles que apresentam cabeça de felinos, que são apropriados para os varões e, são usados mais para saber o futuro sentimental ou sexual, pois o simbolismo da onça nos remete à fecundidade e ao poder masculino.

O talismã de cor esverdeada mostra o futuro amoroso, enquanto que os azulados são propícios para desvendar o futuro econômico e material. Quando mais polida for a superfície do amuleto, melhor é para visualizar as previsões. Muitas pessoas utilizam glifos da região amazônica para suas adivinhações. Mas estas inscrições pré-históricas devem ter a forma e simbologia dos muiraquitãs.

As pessoas que desvendam estes segredos costumam aproximar suas testa destes símbolos de pedra e formulam então, as perguntas que dizem respeito a seu futuro para que a pedra sagrada possa revelá-lo. Comenta-se, que para empreender esta tarefa é necessário jejum e abstinência sexual, ou até mesmo ingerir uma infusão de guaraná.

Recentemente, mulheres descendentes das Amazonas, começaram a esculpir em pequenas pedras o muiraquitã, com o objetivo de resgatar a cultura, tradição e poderes. Elas só podem ser talhadas em noite de lua cheia e somente elas podem utilizá-los.


GRANDE MÃE DAS PEDRAS VERDES


A Mãe das Muiraquitãs foi quem ensinou as amazonas a fabricar os amuletos. Ela é uma Deusa Lunar que representa o "lado escuro" da lua que luta contra a consciência solar, que forçava as mulheres à servidão sexual. Foi o amor da Grande Mãe que desmanchou o feitiço narcisista e introduziu relações objetais no mundo humano. À medida que essa atitude expandiu-se e generalizou-se, transformou a sociedade no matriarcado, cujos sinais distintivos eram a aceitação universal de todas as criaturas, o naturalismo regulado e uma religião baseada nas intuições das harmonias na ordem natural.

Todas as nações já honraram e veneraram o princípio maternal da natureza. As amazonas possuíam a força e poder deste divino feminino. Elas, como nossas ancestrais, estão vivas em nosso inconsciente e como parceiras interiores nos dizem para termos mais confiança em nosso poder pessoal.

Acredito até que, já tenhamos aprendido a ser mais guerreiras que as próprias amazonas, mas mesmo assim, ainda faço um apelo para que a obra da Grande Mãe não apenas sobreviva e prospere, como também possamos entrar em uma "Nova Era" de atividade em Seu nome, que é o nome da compaixão, da sabedoria e do amor universal.

MEBIÔK, O RITUAL DAS AMAZONAS

Entre os índios Kayapó, ainda hoje é realizado o "Ritual das Amazonas", denominado de MEBIÔK.

Durante 7 dias, as mulheres se tornam as chefes da aldeia, abandonando suas casas, elas instalam-se na "ngobe" (Casa dos Homens), a escola masculina, que é proibida às mulheres.

Os homens, por sua vez, terão a tarefa de substituir suas mulheres nas lidas domésticas, preparando alimentos e cuidando dos filhos. À noite, eles têm que atender aos chamados e provocações das mulheres guerreiras, de modo a provar sua virilidade. É como se voltassem ao tempo do matriarcado, época em que os papéis de homens e mulheres eram inversos.

Na última noite, no encontro na "ngobe" completamente às escuras, sem mostrar quem realmente são, fazem sexo até o pajé anunciar a aurora. Elas vão em seguida tomar banho e retornam às suas casas e à vida normal.

É através desse comportamento que as mulheres relembram aos homens um antigo acordo: se eles não as tratarem bem, com amor e respeito aos direitos sociais adquiridos, elas podem se rebelar, abandonando-os e voltando à época em que as mulheres guerreiras viviam sozinhas na floresta, fazendo uma vez por ano uma "caçada" aos homens para reprodução.

A lenda das Amazonas não estão presentes apenas na cultura Kayapó, as mulheres xinguanas também celebram o Yamarikumã, o ritual das amazonas.

Esse ritual representa a rebelião coletiva contra o desprezo e a humilhação de permanecerem como simples espectadoras, assistindo às demonstrações que consideram machistas. Reagindo, as índias fazem o "moitará" (o comércio de troca intertribal), batem nos maridos, apropriam-se dos seus artesanatos e das flautas sagradas, cantam, dançam e lutam o huka-huka e promovem uma festa tão grande e vigorosa como qualquer outra masculina. Essa é a forma de demonstrarem que a qualquer momento podem repetir o episódio das amazonas guerreiras e viver isoladamente.



RITUAL DO AMOR MÁGICO

Como as Amazonas, escolhemos nossos parceiros para compartilhar muito amor. Como não temos a habilidade para confeccionarmos amuletos mágicos para oferecer aos nossos companheiros, nada melhor do que acariciá-los com uma bela e gostosa fatia de um bolo de amor mágico. Vamos então colocarmos as mãos à massa?

Ingredientes:

1 caixa de bolo pronto de qualquer sabor
algumas pétalas de rosas secas comestíveis
1 colher de sopa de canela

água natural que deve ser deixada do lado de fora ou na janela durante uma noite de lua cheia.



Enquanto mexe os ingredientes vá dizendo:


"uma gota de sangue da lua (a água),
uma pitada de rosa (pétalas comestíveis),
e canela, que é bem cheirosa.
Assim preparo o bolo com paixão e ardor,
para servir ao meu amor."



Leve então o bolo ao forno e ao retirá-lo diga:



"Em cada mordida nos unimos em laços
e esse bolo o trará para os meus braços."


Em seguida sirva um grande pedaço para o homem de sua vida!


TEXTO PESQUISADO E DESENVOLVIDO POR
ROSANE VOLPATTO

Bibliografia consultada:

Geográfica Universal- Bloch Editores; jan/1995 - "O Amor entre os índios"; texto de João Américo Peret.

As Amazonas - Fernando G, Sampaio

Amazônia - Gastão de Bettencourt

Na Planície Amazônica - Raymundo Moraes

Contos e Lendas do Brasil - Oswaldo Orico

IN:http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendaasamazonas.htm

RITUAL DE CONEXÃO COM A DEUSA LUA E AS AMAZONAS


O ritual a seguir é um rito de conexão com a Grande Mãe Lua e as energias de femininidade e sabedoria das Amazonas.

Você vai precisar:

Frutas brasileiras nativas (caju, açaí, Abiu-preto, acumã, castanha-do-brasil, ect)
Um pote de barro artesanal( aonde as frutas ficaram)

Um colar de contas verdes (pode ser feito de qualquer material natural)

Um espelho

Quando adentrar na floresta deixe no pote de barro as frutas como uma oferenda a Deusa Lua e as Amazonas:

Senhora da Floresta,
Em Tua honra e em Teu nome
Deixo esta prenda,
Ensina me os teus misterios, o Senhora Cy
Mãe da Lua!

Respire profundamente e ouça a voz do seu coração, deixe o poder da Deusa imunda la. Adentre a floresta e perto de um rio , lago ou cachoeira lave seu espelho murmurando uma canção.Lembre se de fazer tudo com o coração limpo e sincero e acredite.Lave seu espelho e mire no céu atraves da agua no reflexo do espelho a lua ou as estrelas.

Senhora doo Céu Noturno
Deusa da Lua e da madrugada

Traga A mim as energias do Teu renascer
Que em mim renasça a força e a beleza de minhas antepassadas
De todas as mulheres fortes que vieram antes de mim e que não pude conhecer
Que sua força e beleza transborde minha alma
Apartir de hoje parto com inteira confiança

Na minha força de Amazona
Guerreira, Sacerdotisa e Mulher

Respire profundamente e pegue o colar verde que traz consigo.Segure e sinta as energias da lua e da Deusa imundando o.Imagine a voz de fortes mulheres , indias vindas da escuridão da floresta. Ouça a voz das amazonas abençoando a volta de sua Filha Sagrada ao seio da tribo. Sinta se livre verdadeira e honesta e se sentir vontade de chorar , chore. Suas lagrimas lavaram o seu coração. Abra os olhos e lave o colar nas aguas do rio. Assim que sentir que é a hora parta sabendo se aceita entre suas antepassadas espirituais, as amazonas.

Gaia Lil

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HONRAR TÊMIS

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TÊMIS
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Na mitologia grega Têmis é o espírito oracular da Terra, Gaia, que á sua Mãe.
Na Tradição da Deusa, Têmis é a Deusa da magia e das profecias que influenciam o espírito místico da mulher a entrar em transe e incorporar os arquétipos da Grande Mãe.É também para os gregos a Deusa da justiça e dos juramentos.

HOJE,eu estive fazendo uma pequena pesquisa e acabei encontrando por acaso muitos resultados de pesquisa que se voltavam para textos meus, ou tirados do meu blog que infelizmente não tinham os endereços de origem e os sities dos quais as informações foram retiradas.Sinceramente penso que é uma falta de respeito e ética retirar textos de outros espaços sem honrar aquele que se deu ao trabalho de pesquisar, escrever ou transcrever determinadas informações.
Se somos buscadoras do sagrado , o mínimo que devemos fazer é agir como pessoas integras e copiar e jogar no final do texto as fontes ou pelo menos o nome de quem escreveu e pesquisou.
É no mínimo uma forma de honrar a Têmis senhora da justiça e das profecias, divulgadora do sagrado e da magia da Terra, sua Mãe.
Ao retirarem textos da Alta Sacerdotisa , peço que suas fontes sejam mantidas pois tais informações são importantes.Quando retiro textos de outros sities ou endereços eu coloco no mínimo o nome da pessoa e a grande maioria das vezes o sitie de origem.Esta integridade e ética existente na Alta Sacerdotisa é um fato do qual muito me orgulho.Agir assim e preservar os créditos e o nome das pessoas que levam a nos tão importantes informações não é apenas importante mas necessário como pessoas integras e direitas que trabalham verdadeiramente em nome dos Deuses e da Grande Deusa . Respeitemos portanto os direitos autorais de sities como MULHERES & DEUSAS e REINO DAS DEUSAS cujas informações são essenciais,importantíssimas.

"O direito não é justiça, porque o direito é um elemento de cálculo, enquanto que a justiça é incalculável."

citação de Rosane Volpatto

SACERDOTISA DA MÃE SERPENTE



As longas jornadas, em um denso vale obscuro, me guiavam para o preciso obstáculo de minhas caminhadas.
Seguindo o chamado da Deusa, curvava-me para desvencilhar as pequenas fendas dos mágicos caminhos da escuridão. Os pensamentos pairavam entre minhas entranhas assim como o frio assombrava o revestimento de meu ser.
Lembranças de vidas passadas inundavam minha memória, imersa em profundas reflexões sobre os desejos da Grande Mãe Serpente.
Dançando os ritos sagrados em meus pés desnudos, traçava as tranças divinas no solo de escamas antigas.
Minha voz ressoava em ecos aos mundos, melodias gritavam de meu corpo, transmutando em energias sonoras, as abençoadas vibrações pagãs.
A fogueira iluminava a profunda noite, a Rainha Naja dançava a fertilidade e seu espírito serpenteava a sensualidade de germinar a Terra.
As brasas estalavam o brilhar dourado de uma nova jornada de viver.
Escrituras cravadas no chão proliferavam as filhas da Deusa, sementes plantadas na genital da Grande Mãe Terra.

Os pandeiros conduziam os chocalhos em um frenesi sagrado; os ventres veneravam a colheita em espirais e intenções de reverências aos Imortais.
O rubro coloria as vestes e os presentes, em um círculo rastejante ao solo virginal. As dengosas serpentes enroscavam-se nos braços sacerdotais em eternas circulares, contemplando a imunidade dos venenosos e as seivas da Grande Mãe Natureza.
Ao redor da celebração da fecundação escamosa, reuniam as mais veneradas ervas em caldeirões ferventes e em poções ardentes.
A terra era cultivada, os pedidos recebidos, as oferendas realizadas e a Sagrada Serpente reverenciada em sua espiral; que não parava de girar e girar nas diversas encarnações de seu ventre de fertilidade eterna.

Autoria: Morgan le Fay
IN: http://www.circulosagrado.com/cs/leitura/colunas/morgan_deusa.php

BRIGITH, A GRANDE DEUSA DA INSPIRAÇÃO


QUEM SÃO AS DEUSAS?


A palavra "Deusa"se refere ao Divino Feminino. Durante milênios, no mundo todo, nossos ancestrais veneraram uma Divina e Poderosa Mãe-Deusa.

Ela foi honrada e celebrada como a Mãe de Toda a Vida. Mas de onde provêm a idéia de Deusa? Em tempos longínquos, o homem dependia da Terra para todas as coisas: como o seu sustento, assim como para abrigo e proteção. Ela era provedora de tudo que era necessário para perpetuar a vida e também era a vida em si mesma.
Estes povos observavam que toda vida era concebida a partir dos corpos femininos (tanto animais, quanto mulheres), de modo que era totalmente natural que acreditassem que deveria existir uma Toda Poderosa Criadora Feminina também.

Hoje apreciamos o ressurgir da cultura da Deusa que tem sido reverenciada por homens e mulheres, que celebram e respeitam as energias femininas dela emanadas.

A TRÍPLICE DEUSA CELTA


A água era considerada princípio e fonte de toda a vida para aqueles que habitam a terra e dependiam de sua generosidade para conseguir seu alimento. Isto se reflete no fato de os celtas terem dedicado os principais rios da Europa Ocidental à deusa da fertilidade. O rio Marne deve seu nome às Matronas, as três Mães Divinas e o Sena, a Sequana, deusa de seu manancial. O nome do Reno é celta e seus afluentes também têm nomes celtas: Necjar, Main, Ruhr e Lippe. Na Grã-Bretanha, o Severn deve-se a Sabrina e o Clyde, à Deusa Clota, recordando a lenda da Divina Lavadeira, Bruxa do Rio e Deusa da Morte que, conta-se, encontrava o guerreiro predestinado, que ficava sabendo que seu fim se aproximava ao vê-la lavar suas roupas de guerra manchadas de sangue.
O rio ou o arroio são expressões vivas da Mãe-Terra, o que os santifica e os dota de poderes curativos, que são emanados a certas horas do dia ou em dados momentos da fase lunar. Todos os lugares sagrados , para os celtas, tinham um espírito guardião, que podia transformar-se em gato, pássaro ou peixe, segundo as preferências da deusa. Tais lugares eram considerados partes do útero da Terra Mãe, a qual se invocava sob diversos vocativos e aparências. Existem numerosas inscrições galo-romanas da Deusa Matronae, a Mãe representada como uma tríade levando crianças, cornucópias e cestas de frutas.
Outra conhecida manifestação era Epona, que em geral mostrava-se a cavalo, por vezes com um potro, o que poderia ter dado origem à história da lady Godiva e outras lendas populares relacionadas a cavalos.

A Deusa é generosa, mas também desapiedada. A Lua controladora das marés e do fluxo menstrual, é o centro de um conjunto de símbolos universais: ele preside os rituais noturnos relacionados com animais tais como gato, a serpente e o lobo. Os emblemas de animais rodeando a Deusa e seus santuários serviam para lembrar seus aspectos selvagens.
A característica representação da Deusa como Mãe-devoradora no simbolismo celta, análoga à sanguinária Kali dos hindus ou Cihuateteo dos astecas, tem sua encarnação nas esfinges de pedra conhecidas com o nome de Sheela-na-gig, que se encontram em igrejas e castelos medievais. Ela apresenta rosto horrível com faces cadavéricas, boca enorme de semblante mau humorado, peito esquelético, um grande órgão genital à mostra e braços e mãos dobrados.
Em dias bastantes primitivos, o instinto feminino era percebido como intensamente animal. Com o avanço da civilização a deusa vai gradualmente erigindo-se desta natureza.
A complexidade das Deusas Célticas é realmente explicada quando nós entendemos que para ser uma Deusa nesta tradição antiga deve ser uma Mãe, para ser uma Mãe, deve ser uma protetora e para ser uma protetora deve ser preocupada com a soberania da sua tribo.

É, diferente das Deusas dos Romanos e Gregos, as Deusas dos Celtas são todas as coisas: elas são a terra, a vida, a morte, o trigo que nós comemos e a água que nós bebemos; a água que vem do céu.


BRIGHID, SANTA E DEUSA

O NOME

Brighid também conhecida por Brigit, Bríde, Briget, Briid é uma Deusa muito popular na Irlanda, cultuada em todos os territórios onde os celtas se instalaram.

A palavra "Brig", em irlandês arcaico, significa força, poder. Segundo, alguns filósofos, tal correlação pode estar por detrás da existência da existência de guerreiros chamados Brigands ou "soldados de Brighid".
Os brigantes, uma confederação de tribos celtas que se instalou em pontos tão diversos quanto a Armórica (França), a Grã-Bretanha e o sul da Irlanda, derivam seu nome da Deusa Brigantia, aparentemente mais uma variação de Brighid. Na Gália, a Deusa Brigindo é outra faceta desta deidade, enquanto que Brigantia é o nome original das cidades de Bragança em Portugal e de La Coruña na Galícia (Espanha). Mas é na Irlanda que encontraremos os elementos dessa Deusa melhor preservados.

DEUSA TRÍPLICE

Brighid, que significa "luminosa"é uma Deusa tríplice do fogo da inspiração, da ferraria, da poesia, da cura e da adivinhação. Isto é, as funções que lhe atribuem são triplas, correspondentes às três classes da sociedade indo-européia:

- Deusa da inspiração e da poesia - Classe Sacerdotal.
- Protetora dos reis e dos guerreiros - Classe Guerreira
- Deusa das técnicas - Classe de artesãos, pastores e agricultores.

BRIGID (BRIGIT) COMO DEUSA


Brighid é filha de Dagda,o Bom Deus, pertencendo assim, aos Tuatha De Danann. Dagda é o líder e o Grande Pai conhecido como o Poderoso do Conhecimento. Um rei da sabedoria Dagda é a Boa Mão, um mestre da vida e da morte, e aquele que traz prosperidade e abundância. Gêmeo de Sucellos como o regente da luz durante a metade do ano. O poder e o conhecimento de Dagda é dado por um sopro, chamado "AWEN" através de um beijo no escolhido como sucessor para Chefe Trovador dos Duidas. O "AWEN" é o sopro de Deus (Dagda) que guia e instrui, tornando um trovador diferente dos outros.
Há lendas que alegam ser ela a esposa de Tuireann, com quem teve três filhos (Brian, Iuchar e Iucharba), que posteriormente matam Cían, o pai de Lugh.
Uma outra versão, nos diz que Brighid tinha como marido Bres, o malfadado líder dos Tuatha De Danann. Dessa união nasce Rúadan, o qual morre em combate na Segunda Batalha de Moytura. Ao encontrá-lo sem vida, lamenta sua morte em uma tradição que viria a ser conhecida como "keening) (irlandês-caoineach), e que ainda hoje é preservada nas áreas rurais da Irlanda. os "keenings' eram lamentos emitidos por mulheres face ao falecimento de um membro da família ou da comunidade. Se constituíam em choros pungentes, quase bestiais, descritos por observadores como o som de "um grande número de demônios infernais".

Como Deusa, Brigid, é uma entidade fortemente vinculada com a inspiração e a criatividade, tanto que na tradição Britânica dos Druidas foi assimilada como a "Deusa dos Bardos", por ser a "musa" que inspirava àqueles grandes sacerdotes similares aos Brahamanes da Índia. Atualmente se diz que Brigid é o veículo e guardiã do "Awen", o sopro de seu pai (Dagda), ou a "consciência da inspiração", um estado muito variado de magnitude e cujos mistérios mais profundos parecem indicar um estado elevadíssimo de consciência, parecido ao ao Shamadi ou transe Yóguico.

"AWEN" é a força mental que inspira à criatividade.

Brigit também foi uma Deusa muito vinculada à curas (com ervas) e lhe eram atribuídos mágicos conhecimentos das propriedades curativas das plantas. Como conhecedora desses mistérios é uma Divindade vinculada à Bruxaria, já que as bruxas sempre foram, na antiguidade, mulheres de avançada idade que possuíam um vasto conhecimento sobre as propriedades naturais e intrínsecas das plantas para todo o tipo de uso medicinal.
A Deusa era ainda uma grande guerreira que afugentava as tropas inimigas de qualquer exército quando era invocada, e também, infundia valor ao exército que apadrinhava. Brigid apareci freqüentemente de maneira imensa e feroz lançando gritos de raiva frente aos exércitos que pretendia afugentar. Desse mesmo modo, os Celtas antes das batalhas lançavam gritos selvagens e ininteligíveis com o único propósito de amedrontar à seus adversários.

Algumas vezes, Brigid é identificada com Danann (Deusa principal, Mãe dos Deuses da Tradição Celta) e é considerada como a Mãe de todas as coisas.
Lady Gregogy, em "Gods an Fighting Men", diz dela:

" Brigit...era uma poetisa, e os poetas a adoravam, pois seu domínio era muito grande e muito nobre. E, era assim mesmo, uma curadora, e realiza trabalhos de ferreiro, fui ela quem deu o primeiro assobio para chamar-se uns aos outros no meio da noite. E, um lado de seu rosto era feio, porém o outro muito belo. E, o significado de seu nome era Breo-saighit, flecha de fogo".


(Altar de Brigid)


Brigid assumiu inúmeros aspectos e atributos através dos tempos. Suas cores sagradas são o vermelho, o laranja e o verde. Cada uma dessas cores representa um atributo de Brigid. O vermelho simboliza o fogo da forja, da lareira que aquece e alimenta. O laranja representa a luz solar, pois antes da ascensão patriarcal de Deuses como Bel e Lugh o patamar de Deuses solares, era a Brigid que o Sol era consagrado. O verde representa as fontes e ervas que curam, no papel de Brigit como Curandeira.

SEUS SÍMBOLOS

Seus símbolos são a haste e a roca de fiar, a chama sagrada, a espiral, o triskle, o torc, o pote de fogo e seus sapatos de latão.

Dias: Segunda-feira, terça-feira e sexta-feira.


ANIMAIS SAGRADOS

BRIGID possui 4 animais sagrados: a cobra, a vaca, o lobo e o abutre.

A Cobra é a "Serpente Criadora" que era guardada em seus santuários onde oráculos eram revelados aos homens.
O seu segundo animal é a Vaca Sagrada. Seu abundante leite nutre humanos e crianças.
Ela é conectada com o Lobo,pois ele é um dos animais totem das Ilhas britânicas.
E em seu aspecto de Deusa da Morte, ela está associada com o Abutre ou outras aves de rapina.

Igualmente lhe é sagrado o cisne, tanto o branco quanto o negro. Os antigos povos europeus acreditavam que o cisne era o resultado da união da serpente com o pato, simbolizando o fogo e a água respectivamente, ambos sagrados para Brigid.

BRIGID CRISTÃ


A Nova Cristã e Antiga Pagã, Brighid, fundiram-se na figura de Santa Brígida no ano de 450. Mas, Ela se converteu em Santa sem perder de todo sua qualidade de Antiga Deusa. Sua transformação quase literalmente em Drumeague, Country Cavan, em um lugar chamado "a montanha dos três deuses". Ali uma cabeça de Brigid fui talhada em pedra como uma deidade tripla. Porém, com a chegada do cristianismo, foi escondida em uma tumba neolítica. Depois foi recuperada e exposta em uma igreja local, onde foi canonizada popularmente como "Santa Bride de Knockbridge.
Em algumas histórias ou lendas, dizem que foi o próprio São Patrício que a batizou e ela foi elevada à condição da figura galesa de Maria, sendo muitas vezes considerada como a parteira de Maria ou até como a ama do Menino Jesus.

Aqui reconhecemos a Deusa como protetora do parto. E, Brighid como santa, possui até biografia, que é de autoria de Cogitosus. Segundo ele, ela teria nascido em 452, no vilarejo de Faughart (próximo a Dundalk, Co. Lough), ao romper da aurora, hora de máxima importância para a filosofia celta. Era filha do nobre Dubhtach, chefe da Província de Leinster, e Broicsech, uma escrava. Em uma das versões da lenda, conta-se que, ao nascer, a casa em que estava ficou totalmente envolta por um fogo mágico, que assustou à todos que presenciaram à cena. Entretanto, ninguém queimou-se. Vários textos afirmam que tal fogo surgiu do centro da cabeça da criança, talvez para identificá-la como uma santa portadora de um poder criador.
Brigid foi educada por um druida e desde muito cedo manifestou o dom da profecia. Mas certo dia ela adoece gravemente e, o druida consegue salvá-la alimentando-a com o leite de uma vaca branca de orelhas vermelhas. Em muitas lendas aparecem animais com essas cores, que são animais mágicos pertencentes ao Outro Mundo.
Os cristãos, gerando uma estranha contradição, afirmam que apesar de muito bela, Brigid permanece virgem. Contam, que para não casar, ela vazou seu próprio olho, tornando-se desinteressante para seus pretendentes. E, apesar de ter sido criada e instruída por um druida, Brigid escolhe se converter à nova religião. Nessa época era comum as mulheres serem ordenadas sacerdotisas, e até episcopisas. Esse, portanto, foi o caso de Brigid, que, de acordo com a lenda, foi ordenada pelo próprio São Patrício, o Padroeiro da Irlanda.
Cogitosus nos esclarece, que no ano de 490, ela funda um convento na localidade de Kildare, local de peregrinação dos seguidores da religião celta pré-cristã. O próprio nome Kildare, "Templo do Carvalho" (Cill Duir), já explica sua origem pagã, pois essa árvore era associada ao druidas.

Neste convento havia uma chama sagrada que devia sempre arder. Dezenove sacerdotisas-freiras guardavam a sua pira sagrada, alimentando o fogo. Conta-se que, no vigésimo dia de cada mês, ela aparece e vigia o fogo pessoalmente. Aos homens não eram permitida a entrada. Segundo as lendas, aqueles que tentassem se aproximar da fogueira eram acometidos de estranhos surtos de loucura e podiam até perder a vida.

Uma oração era entoada pelas freiras, também conhecidas com as Guardiãs da Chama:

"Bride, Dama Superior,
Chama súbida;
Que o brilhante e luminoso sol,
Nos leve ao reino eterno."

Os vínculos com a tradição pagã são reforçados pelo fato de que a madeira utilizada como lenha era o estrepeiro, uma árvore sagrada para os druidas.

Ainda na obra de Cogitosus, "Vita Brigitae", escrita no século VII, Santa Brigida é descrita como uma santa generosa, sempre disposta a conceder alimentos e hospitalidade aos necessitados. Devido à essas virtudes é a santa mais relacionada com a produção de alimentos e proteção da vivenda campesina. O dia de sua celebração está conectado com os trabalhos agrícolas da semeação na primavera, quando começam a diminuir os rigores do inverno e os dias se tornam mais claros e longos.
Em algumas regiões da Irlanda, como nos condados Munster, de Connaught e algumas localidades fronteiriças de Ulter, uma das principais tradições que se efetuavam no dia de Santa Brigida consistia em ir de casa em casa disfarçados com vestes grotescas e transportando uma rústica representação da Santa, que podia ser uma boneca adornada com palhas entrelaçadas e com cintas coloridas. Em muitas localidades do Sul do país, os homens se vestiam do mesmo modo esfarrapado com roupas de mulher, e ocultavam os rostos com máscaras de facções horríveis.
Quando se aproximava o dia da Santa Brigida, os camponeses irlandeses saíam para dar uma volta qualquer em seus campos de lavoura. Com essa ação consideravam que era favorecida a chegada do bom tempo, que necessitavam para efetuar os trabalhos agrícolas da temporada.
Os pescadores irlandeses também esperavam uma melhoria no tempo quando se aproximava a festa de Santa Brigida. Nesse dia era quando reiniciava a temporada de pesca e os habitantes dos povoados costeiros recolhiam algas para adubar os campos. Em Galway, se acreditava que a pesca seria abundante si no dia dessa Santa se colocasse um caracol (molusco marinho) nos quatro cantos da casa. (Danaher, 1972: 14)

Os irlandeses acreditavam que a Santa Brigida visitava suas casas na noite do dia de sua festa para benzer o gado e seus donos. Como oferenda à santa, os mais devotos deixavam na janela um pedaço de pão, um pouquinho de manteiga ou alguns biscoitos, inclusive alguns deixavam um feixe de trigo para servir de comida à vaca branca que sempre acompanhava à Santa. Outros deixavam uma faixa, um pedaço de tecido ou qualquer outra prenda, para que fosse tocado quando a Santa passasse. Esses objetos eram guardados depois cuidadosamente, pois tinham a virtude de proteger em qualquer situação de perigo à quem os transportasse.

Brigid era tão poderosa que São Patrício, arcebispo de toda a Irlanda, concede a Kildare autonomia total. O fogo sagrado de Kildare foi mantido aceso até 1220, quando o arcebispo Henry de Dublin ordena, para desespero da população, que fosse extinto. Posteriormente a chama sagrada volta a arder, até que Henrique VIII e a Reforma Protestante mandaram eliminar o Kildare.

A "Vita Brigitae" afirma que a Santa Brigida morreu em 1 de fevereiro de 525, dia de celebração da Deusa Brighid.

Durante a Idade Média o culto a Santa Brigida se estendeu por todas as Ilhas Britânicas e grande parte da Europa. Inclusive na Espanha a veneravam em pequenas capelas em Navarra e em Andalucia (Breeze, 1988).

A CRUZ DE BRIGID

As práticas e costumes referentes a Brigid ainda hoje são muito populares na Irlanda e na Escócia, especialmente na zona rural. A cruz de Brigid é feita de palha de trigo, um poderoso símbolo solar que é fixado nos telhados e no interior das casas e nas portas dos estábulos para proteção dos lares e do gado.

Nas ilhas de Aran (Irlanda) essas cruzes se conservavam a vida toda, as quais serviam de um dato importante para se poder deduzir a antiguidade da vivenda, devido precisamente ao número de cruzes acumuladas. Para confeccionar as cruzes deviam entrelaçar as palhas da esquerda para a direita, seguindo o curso do sol.

Faça você mesmo sua Cruz de Brighid
Esta cruz pode ser feita com galhos, junco ou material natural flexível.


Siga os passos de acordo com a figura:


1. Divida o material em dois conjuntos de galhos, colocando-os um sobre o outro, perpendicularmente, exatamente na metade.
2. Dobre e trance o primeiro galho sobre o último (ficará paralelo ao primeiro).
3. Dobre e trance o galho seguinte sobre o último seguinte (ficará paralelo ao segundo galho).
4. Continue a dobrar e trançar os galhos até ficar satisfeito com a sua arte. O centro da cruz apresentará uma tecedura de agradável apresentação.
5. Por fim, com lã ou fibras naturais, prenda o conjunto para que fique firme e o trançado não se desfaça.

Outro costume bem popular é o de a invocar sempre que é colocado fogo na lareira. Nas ilhas de Hébridas, dizem que Santa Brígida protege especialmente as mulheres que vão dar à luz. Em Ulter, quando um a mulher está para dar à luz, a parteira coloca um cruz da Santa Brigida nos quatro cantos da casa e depois canta os seguintes versos:


Four corners to her bed,
four angels at her head.
Mark, Matthew, Luke and John;
God bless the bed that she lies on.
New moon, new moon, God bless me.
God bless this house and family (Dames, 1992: 257).

OUTRAS ASSOCIAÇÕES

Além de estar diretamente ligada ao elemento fogo, associa-se também a água e à cura. Muitas fontes da Irlanda são a ela dedicadas. A absorção deste elemento pela fé cristã, só comprova a sobrevivência de Brighd, na forma de Deusa e não tão somente como santa.
Suas vacas produziam um lago de leite e proporcionavam alimentos inesgotáveis. Mas ela punia com muito rigor quem as roubasse, geralmente através de afogamento ou escaldamento. Através da magia, Brigid multiplicava anualmente a sua produção de manteiga.

Ela também estava ligada à produção e consumo da cerveja, bebida muito apreciada pelos celtas.

Reza a lenda que, com uma só medida de malte, Brígida era capaz de produzir cerveja a todos os que a pedissem. Um milagre associado à Cristo, aqui vemos adaptado à realidade celta.

EPÍTETOS DA SANTA BRÍGIDA

Vejamos alguns deles: Brighid do Oeste; Do pequeno povo das fadas; da Profecia; Da tribo do Manto Verde; Das Hostes Imortais; da Doce Melodia; Da Harpa; Mãe das Canções e da Música; Do Amor Puro; Criadora das Ondas; Senhora do Mar; Da Tríplice Chama.

DIA DE BRIGID - "IMBOLC"


BRIGID também foi vista como uma Deusa ligada ao ciclo anual. Ela presidia o começo da primavera, que, no ciclo dos antigos festivais do fogo, começava na véspera de primeiro de fevereiro, Imbolc, ou o Dia de Brigid. A palavra Imbolc significa literalmente "dentro do ventre" (da Mãe). A semente que foi plantada no Solstício de Inverno está se desenvolvendo. Esta festa é chamada de "Dia de Brigid" em honra a Deusa irlandesa Brigid. Suas festas eram repletas de fogos sagrados, simbolizando o fogo do nascimento e da cura, o fogo da força e o fogo da inspiração poética. Brigid é a noiva sagrada, e seu templo é o santuário do fogo divino, o qual representa o fogo do sol. Seguindo a tradição celta, deixe o fogo de sua lareira queimar completamente na véspera do dia de Brigid. Na manhã seguinte, prepare uma fogueira com cuidado especial. Pegue nove (ou sete) pequenos galhos, tradicionalmente de tipos diferentes de árvores e os acenda. Então, prepare a fogueira com os galhos acesos, enquanto declama três vezes:

Brigid, Brigid, Brigid, a chama mais brilhante! Brigid, Brigid, Brigid, nome sagrado!

Um outro costume do dia de Brigid é plantar uma árvore frutífera. A Igreja incorporou este o dia de Brigid como sendo a Festa da Purificação da Virgem Maria. No paganismo esta é a época em que a Grande Mãe volta a ser novamente a Jovem Deusa Solteira. Uma lenda escocesa, relaciona Brigid com Caileach. Esta última, era também conhecida como a Carline ou Mag-Moullach e era o aspecto da Velha Deusa no ciclo anual. Estava ligada às trevas e ao frio do inverno e assumia a direção no ciclo das estações em Samhaim, a véspera do primeiro de novembro. Ela portava o bastão negro do inverno e castigava a terra com frias forças contrativas que ressecavam a vegetação. Com o fim do inverno, ela passava o bastão do poder para Brigid, em cujas mãos ele se tornava um bastão branco que estimulava a germinação das sementes plantadas na terra negra. As forças expansivas da natureza começavam então a se manifestar. Por vezes, essas duas deusas eram retratadas em batalha pelo controle das forças da natureza. Dizia-se até que Cailleach aprisionava Brigid sob as montanhas no inverno. Mas o melhor modo de reconhecê-las é vê-las e considerá-las como duas facetas de uma deusa tríplice das estações: a Velha Cailleach do Inverno, a Donzela Brigid da Primavera e a Mãe-Deusa do viço do Verão e da frutificação do Outono. No Festival de Imbolc é costume, no final da tarde de véspera, se colocar velas (laranja), em todas as janelas da casa e deixá-las acesas até o amanhecer. Também deve anteceder às festividades, um ritual de purificação e limpeza da casa. A celebração também envolvia a feitura de uma Boneca Noiva com as últimas gavelas de milho do ano anterior. Podemos conceber aqui a Deusa Brigid com atributos da Deusa do milho. Por meio do ciclo dos Festivais do Fogo (Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas), os antigos povos celtas celebravam as diferentes energias da roda do ano. Isso era vivido especialmente como o poder do fogo manifestando-se em diferentes níveis. Brigid chega em nossas vidas portando a chama da inspiração. Você está sem energia? Falta-lhe motivação? Está tão perdido que não sabe que rumo tomar? Você sonha com algo, mas não se sente com coragem de realizá-lo? Esta é a hora e a vez de alimentar sua totalidade e interioridade com a centelha energética da Deusa Brigid. Ela nos diz que uma vida sem o calor de sua chama de inspiração é totalmente insípida. Abra seu coração e permita que a inspiração seja o alimento de sua alma, para que você possa se tornar mais segura(o) e energética. Ritual para Brigit e a família. Precisará de: Uma vela vermelha. (Deve ser nova e feita de cera vermelha pura. Não use uma vela branca coberta por cera vermelha. Use esta vela somente para Brigid) Quatro pães. Um copo grande de leite. Um xale branco, feito de lã Dois copos. Um com o leite, o outro vazio. Dois pratos. Um com os quatro pães. Fósforos. Este ritual deve ser feito pela mulher da casa, mas pode ser feito por qualquer um que é o "chefe" da sua casa. Se você sente-se confortável, tente falar as palavras em Irlandês. Estas invocações e rezas foram escritas por Robert Kaucher mas são baseadas em rezas e poemas tradicionais e fazem parte da tradição celta desde a época pagã. Ajoelhe-se em frente a vela com suas mão abertas no gesto de invocação. Imagine o espirito brilhante de Brigid em seu aspecto triplo. A Brigid no centro é uma guerreira. Ela é a defensora da casa e a lareira. Está escrito que na batalha de Allen (Irlanda - 772) ela apareceu sobre os guerreiros de Linster como uma Deusa da Guerra e destruiu as forças inimigas. Em sua mão esquerda ela está segurando uma lança, na outra ela tem uma chama.

Fale:

Tógfaidh mé mo thinne inniu i láthair na nDéithe naofa neimhe, i láthair Bríd is áille cruth, i láthair Lugh na n-uile scéimh, gan fuath, gan tnúth gan formad, gan eagla gan uamhan neach faoin ngréin, agus NaohmMháthair dom thearmann. A Dhéithe, adaígí féin i mo chroí istigh aibhleog an ghrá Dom namhaid, do mo ghaol, dom chairde, don saoi, don daoi, don tráill, ón ní ísle crannchuire go dtí an t-ainm is airde.

Tradução:

Eu construo meu fogo hoje na presença dos Deuses Sagrados do Céu. na presença de Brigid da forma bonita na presença de Lugh de todas as belezas sem ódio, sem inveja, sem ciúmes, sem medo ou horror de ninguém sob o sol porque meu refugio é a Mãe Sagrada. Ó Deuses, acendam o fogo de amor dentro do meu coração, por meus inimigos, por meus parentes, por meus amigos pelo sábio, o ignorante, e o escravo da coisa mais humilde até o nome mais alto.

(-Baseado num poema tradicional; é possível achar o original em An Duanaire)

Acenda o fogo, levante o fósforo, como se fosse o fogo divino dos Deuses, baixe o fósforo e acenda a vela.

Invocação de Brigid:

O povo fala:

A Bhríd bheannaithe 's a Mháthair Déithe 's a Mháthair Daoine. Go sábhála tú mé ar gach uile olc, Go sábhál tú mé idir anam is chorp.

Tradução:

Ó Brigid abençoada, Mãe de Deuses, Mãe dos Homens, Me salva de cada mal, Me salva, alma e corpo.

A sacerdotisa coloca seu xale sobre a cabeça e fala:

A Bríd bhuach, Glaoim (Glaomaid) thú, a Bhandia Mhór, ó do áit leis na Tuatha Dé Dannan. Banfhile na nDéithe, Cosantóir an Teallaigh, Banbhreitheamh na bheatha

Tradução:

Ó Brigid vitoriosa, Chamo (Chamamos) você, Grande Deusa, de seu lugar com as Tuatha Dé Dannan. Poetisa dos Deuses Defensora da Lareira Juíza da Vida

A sacerdotisa oferece o leite, colocando-o no copo vazio perto da vela. Agora ela coloca três pães no prato para o pão e coloca o prato perto da vela. Ela fala uma simples reza pedindo à Deusa a aceitar a oferta do leite e pão. Depois ela fala uma reza para abençoar o resto do pão e leite que os participantes vão dividir.

Com seus braços cruzados sobre o peito ela fala:

Ó Deusa Brigid, Prepara nossas corações Para que amor possa viver. No mundo escuro Deixa-nos sempre ter tua Luz. Deixa tua capa cobrir essa família, No meio do inverno Deixa teu fogo esquentar. Nossas vidas são uma vida Nossos sonhos, um sonho só. Deixa meu povo dividir na vida e sempre conhecer tua bondade. (Ó Mãe de Deuses) Defenda-nos com teu escudo Vigia-nos com teu olhos. Deixa meu povo ser teu povo, Seja no mar ou na terra. O cordeiro sempre correrá para a ovelha, O passarinho sempre chorará por comida, O bezerro sempre procurará a vaca, A Brigid sempre será conosco.

A sacerdote toma um pouco do leite e pão, e passa-o para os outros participantes. Eles bebem e comem o pão. Deixe a vela acesa por algum tempo. Depois, a sacerdotisa ajoelha-se em frente a vela com as mão abertas. Ela faz uma reza de agradecimento para Brigid.

Depois fala assim:

Coiglím an tine seo leis na fearta a fuair na Draoithe. Na Déithe á conlach, nár spiúna aon námhaid í. Go ndéana Bríd díon dár dtigh, dá bhfuil ann istigh, dá bhfuil as amuigh. Claímh Nuadha ar an doras go dtí solas an lae amárach.

Eu apago este fogo com os poderes dos Druidas Os deuses guardam-no, nenhum inimigo disperse-o. Brigid seja o teto sobre nossa casa Para todos dentro E para todos fora. A espada de Nuadha na porta, Até a luz da manha.

Extinga o fogo.

Todos falam:

Slán leat, a Bhríd! O ritual acabou.

Todos se abraçam e falam:

na Déithe dhuit ou Beannacht na nDéithe ort.

Retirado de Creideamh- um caminho Celta

TEXTO PESQUISADO E DESENVOLVIDO POR
ROSANE VOLPATTO

IN: http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusabrigid.htm