Ah, que te esquecesses sempre das horas
Polindo as unhas -
A impaciente das morbidezas louras
Enquanto ao espelho te compunhas...
A da pulseira duvidosa
A dos anéis de jade e enganos -
A dissoluta, a perigosa
A desvirgada aos sete anos...
O teu passado, sigilo morto,
Tu própria quasi o olvidaras -
Em névoa absorto
Tão espessamente o enredaras.
A vagas horas, no entretanto,
Certo sorriso te assomaria
Que em vez de encanto,
Medo faria.
E em teu pescoço
- Mel e alabastro -
Sombrio punhasl deixara rasto
Num traço grosso.
A sonhadora arrependida
De que passados malefícios -
A mentirosa, a embebida
Em mil feitiços...
Mário Sá Carneiro
Polindo as unhas -
A impaciente das morbidezas louras
Enquanto ao espelho te compunhas...
A da pulseira duvidosa
A dos anéis de jade e enganos -
A dissoluta, a perigosa
A desvirgada aos sete anos...
O teu passado, sigilo morto,
Tu própria quasi o olvidaras -
Em névoa absorto
Tão espessamente o enredaras.
A vagas horas, no entretanto,
Certo sorriso te assomaria
Que em vez de encanto,
Medo faria.
E em teu pescoço
- Mel e alabastro -
Sombrio punhasl deixara rasto
Num traço grosso.
A sonhadora arrependida
De que passados malefícios -
A mentirosa, a embebida
Em mil feitiços...
Mário Sá Carneiro
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