No simbolismo do inconsciente, a terra é o útero de tudo aquilo que dela se origina, e está viva na fantasia do homem, isto é, no inconsciente dele. Nesse simbolismo, a terra não conta como um elemento que ocupa um quarto lugar, juntamente com o fogo, a água e o ar, mas representa o todo, como na realidade da nossa linguagem simbólica, quando falamos "nossa" terra. O fogo vive dentro da terra, a água emana dela, e o oceano de ar flutua ao redor dela.
Alcançamos aqui a concepção matriarcal básica do inconsciente, uma visão do mundo segundo a qual a terra é a Grande Mãe, em oposição ao princípio masculino patriarcal.
A vida origina-se da Terra e sai dela, e a luz que aparece projetada no céu noturno, que é ela mesma, está enraizada em suas profundezas. O mundo matriarcal é geocêntrico: as estrelas e os signos do zodíaco são o cinturão celestial da Deusa Terra, e estão dispostos em torno dela como o verdadeiro centro em redor do qual tudo gira.
A Terra, portanto, é a representação simbólica do próprio homem. O retorno à Grande Mãe Terra é um retorno à ele mesmo, ou seja, o cuidado para com a Terra garantirá sua sobrevivência não tão somente física como também psíquica. A estrela e a árvore dentro de nós não é menos simbólica nem menos real que uma experiência corpórea. A Terra transcende o homem, mas, não obstante, é nele que se localiza.
DEUSAS MÃES-TERRA
Desde o princípio dos tempos os seres humanos têm adorado um vasto panteão de Deusas Mães Terra, invocando sua ajuda em tempos de necessidade e agradecendo os favores da abundância. Cada civilização desenvolveu suas próprias Deusas, pois possuíam línguas e costumes diferentes, e habitavam os quatro cantos do mundo.
Como a nossa Deusa Papa existem a Mãe Terra Pachamama, a Deusa grega Gaia e Deméter, a Deusa egícia Ísis, a Deusa esquimó Sedna, as céltica Banba (Mãe Terra), Cailleach (a velha sábia que rege o inverno), a Dama do Lago que guarda a mítica espada Excalibur do rei Arthur em Avalon, e muitas outras.
Mais de mil nomes denominam a Deusa Mãe Terra de todos os tempos e de todas as culturas da humanidade.Todas elas são veneradas como Deusas, mas amadas como Mães.
Rosane Volpatto
Nenhum comentário:
Postar um comentário